António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 18 de junho de 2006
Frases lapidares
“Nada pode ser falado nesta freguesia, sem falar no nome do presidente” – esta frase, lapidar e perversamente profética, foi proferida no decorrer da última Assembleia de Freguesia de S. Pedro, pelo próprio Presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro.
A memória é curta, todos o sabemos.
Portanto, nada como, de vez em quando, injectar umas vitaminas para avivar a memória, não vá alguém esquecer o nosso valor, a nossa importância, a nossa presença decisiva, fundamental e incontornável.
Porém, a memória é curta e isso é o que nos vale.
É sempre de louvar, e nunca é de mais acentuar, que quem tem responsabilidades seja claro e diga o que lhe vai na alma.
Todavia, quem é que concorda que tudo o que é ou não realizado, numa terra, numa cidade, num País, só foi, ou não, feito porque o presidente era fulano de tal?!...
Aquilo que uma terra, uma cidade, um país, fazem, ou não, também tem a ver com os seus cidadãos – com a sua vontade, o seu interesse, o seu empenhamento.
Ou à falta disto tudo.
Ao contrário daqueles que apelam aos iluminados, aos salvadores da pátria, aos insubstituíveis, para ajudar a tirar-nos do buraco, o necessário é apelar à não resignação.
Cada vez mais, é preciso, é necessário, é fundamental, questionar, inquietar.
Claro que isso passa pela responsabilização de todos, devidamente acompanhada por uma dose de optimismo e confiança no futuro – nos bons e nos maus momentos.
Não é fácil contrariar o pessimismo e a resignação dos portugueses, quase todos o sabemos.
Mas, não desesperemos.
Também quase todos sabemos que temos memória curta.
Lembram-se, há uns atrás, não muitos, de o nosso actual Presidente da República, quando era Primeiro-Ministro, dizer, para aqueles que considerava as forças do bloqueio – Mário Soares e a comunicação social: “deixem-nos trabalhar”.
Esta foi, também, uma frase lapidar e, hoje, sabe-se, perversamente profética.
Na altura, considerava que sozinho podia fazer tudo e fazia melhor.
Enganou-se, como sabemos e ele próprio já admite.
Não é o próprio prof. Cavaco Silva, que agora nos incentiva a termos iniciativa, a termos participação activa na vida do País?
Sei que a memória é curta.
Mas estarei enganado?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
Deixem jogart o MANTORRAS.... Ai porra o presidente é BRANCO.....
JULIO
Camarada, tudo isso é possivel num país de burros. Sem ofensa para os de quatro patas, que são nobres e em vias de extinção.
Os iluminados existem porque são amparados pelos CHIQUINHOS e TOZINHOS que, de tão amorfos, subeservientes e repetilianos, enojam.
Fazem lembrar os abutres inertes á espera que o CEU LHE-do presidente-CAIA EM CIMA DA CABEÇA para aparecerem, quais salvadores da nação, a dizer que os excessos vão acabar e, com eles, o respeito democratico retornará.
ABRA O OLHO e VEJA qual e com quem vai ser a sua luta.
O Barrabas
Cadê o comentário???
O barrabas
Numa freguesia á beira mar em que tudo podia ser um verdadeiro conto de fadas é pena existir pessoas que:
Julgam ser donas daquilo que é de todos ...pois porque é impossível falar de S .Pedro
sem falar de sua majestade.
O problema é sabido por todos nesta terra de encantos criou-se uma elite de pessoas que pensam que são donas desta terra...são elas um grupo de famílias que como nada fosse com elas vão se impondo no território que é nosso (TODOS)por isso caros amigos abram os olhos...
Famílias essas que não deixam que a nossa terra se desenvolva de uma forma sustentável e transparente...
Sr. presidente veja se o céu não lhe caia pois é que com essa pujança toda nem obikuelo o pára ...
Um abraço a sua majestade...
Já agora , deixem os trabalhar mesmo com gostos( manhosos como a rotunda...do artigo já anteriormente publicado)
Serão ideias cor laranja?
Bom artigo
"Olhe que não! Olhe que não!" Já que estamos a falar de frases célebres não esqueçam esta.
E já agora: o Sr. ou os Srs. em causa estão perfeitamente de acordo com o novo regime democrático (?), se não vejam como falam os nossos (des)governantes e os respectivos associados, que até se dão ao luxo de alterar o horário de trabalho (?) para verem um jogo de futebol. Olhem se fossem os professores a fazer isto!!!
Um dia ainda diz que o campo de jogos do cabedelo lhe fugiu por entre os dedos.Desculpem, o campo novo, queria eu dizer... Promessas!!!! BLA,BLA,BLA...Choros... choramingueira...Tenha atino!!!
MORANGOS??????
O Cavaco agora pede iniciativa quando está com o poder todo na mão, não na dele mas na daqueles que ele defende.
Vejamos: pela primeira vez a Direita mais retrógrada, o poder económico mais tacanho, estão de pedra e cal, com um presidente, uma maioria, um governo.
Ai 25 de Abril...
há um ditado que diz "Cada um faz a cama onde se vai deitar". No entanto, em Democracia, a maioria faz a cama para todos. A culpa não é do Simon, Simones ou o que quer que lhe chamem, mas sim da esmagadora maioria que votou na LISP (uma suposta lista independente). O meu voto nunca ele o levou nem levará. Já repararam no megalomano bairro social, futuro lar de muitos delinquentes vindos de todo o conselho. Não há estatuas, estatuetas nem parques de merendas que limpem a cara do senhor Simão neste assunto
Enviar um comentário