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sábado, 29 de dezembro de 2018

A vida é isto: um show de humor... (II) (Recordação de algumas anedotas políticas vividas na Figueira...)

Um dos factos que anima o meu dia a dia, é a ingenuidade dessa mole imensa de gentios, como eu, chamada povo figueirense.
No "nosso" julgamento, todos os executivos são maus e expectamos
esperançados, tal como acontece com os anos, que o próximo seja melhor.
Nunca é!..
Mas a ilusão, estupidamente persiste, concedendo hipótese ao actual jogo da perfídia, da adulação e do engano, que se joga permanentemente nos bastidores da baixa política figueirense.
Os desejos, em política, como aliás em tudo,  são horizontes de definição estranha. Tão estranha, que cada um tem os seus desejos.
Com 2018 praticamente a acabar, como não há nada como a boa disposição para ajudar a acabar um ano e a começar outro, decidi, a título absolutamente excepcional,  contar anedotas neste espaço. 

Servi-me do jornal DIÁRIO AS BEIRAS, do sítio da CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ e, claro da Bíblia da política figueirense nos últimos 13 anos - OUTRA MARGEM

1. "A autarquia vendeu em hasta pública, na quinta-feira, um terreno na Várzea de Tavarede por 459 mil euros, mais nove mil euros do que a base de licitação, ao único concorrente. O lote, situado junto ao Pingo Doce, deverá ser utilizado por um posto de abastecimento de combustíveis."

2.   "O concelho da Figueira da Foz está a «crescer a um ritmo mais acelerado do que a média registada pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC)», segundo nota de imprensa enviada pelo gabinete da presidência da câmara. Aquela fonte frisa que o crescimento comprova a «eficácia de uma estratégia de promoção turística que assenta na valorização da qualidade de vida local e na aposta numa oferta cultural, desportiva e de entretenimento diversificada e programada ao longo de todo o ano».

3.  "As alterações climáticas são um dos principais desafios que o município da Figueira da Foz terá de enfrentar durante o século XXI, nomeadamente por causa do aumento da temperatura média, a precipitação excessiva em períodos curtos e a subida do nível médio do mar. No processo de adaptação a estas alterações destaca-se a importância do envolvimento e participação do município, juntas de freguesia, comunidade e instituições locais para minimizar os efeitos que as alterações climáticas terão na vida de todos nós.
De forma a enfrentar as alterações climáticas o município da Figueira da Foz propôs-se a realizar um longo e participado processo de identificação, implementação e monitorização das opções de adaptação às alterações climáticas mais relevantes para o Concelho, que se concretizam nesta Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (EMAAC)."

4. "Algumas alterações de base ao regulamento municipal do Desporto foram aprovadas na última Assembleia Municipal. Segundo adianta o Gabinete da Presidência, «essas alterações, decorrentes de um processo de proximidade e consulta aos clubes do concelho, influenciam de forma imediata a vida financeira dos clubes, a inclusão de atletas portadores de deficiência, a igualdade de género na prática desportiva e, por último, as habilitações académicas dos treinadores desportivos».
Em termos gerais, o regulamento de apoio ao Desporto, no ano de 2019, apresenta um orçamento de 200 mil €, dos quais 150 mil € a distribuir em função da pontuação dos clubes, tal como já vinha acontecendo anteriormente, com um acréscimo de 50 mil €, aplicável às três novas formas de apoio, anteriormente citadas.
A par do apoio à actividade regular dos clubes e associações desportivas patente na redacção actualizada do regulamento municipal do Desporto, «o município continuará a prosseguir a sua estratégia política de apoio, aplicável a todos os eventos desportivos que se evidenciem desportiva, económica e turisticamente relevantes para o concelho da Figueira da Foz»."

5
. Figueira da Foz, 13 de setembro de 2015.
 "O vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz anunciou, que vai ser apresentada uma proposta à autarquia para que o nome de Manoel de Oliveira passe a figurar, «de forma digna», na toponímia da cidade. António Tavares falava na cerimónia de atribuição da medalha da cidade, a título póstumo, pelo município, ao realizador português, que morreu este ano, aos 106 anos."

6. "A partir de 4 de novembro de 2013, com um investimento feito pela Empresa Municipal Figueira Parques, cujo accionista maioritário é a Câmara Municipal da Figueira da Foz, o Hospital Distrital da Figueira da Foz foi metido dentro de um parque de estacionamento (sublinhe-se: o Hospital Distrital da Figueira da Foz foi metido dentro de um parque de estacionamento , não foi criado um parque de estacionamento para servir os utentes do Hospital...).
Resultado: A PARTIR DE 4 DE NOVEMBRO DE 2013, OS UTENTES PASSARAM A PAGAR ESTACIONAMENTO NO HOSPITAL DA FIGUEIRA DA FOZ...
Consequentemente, o acesso à saúde, na nossa cidade, com a colaboração do executivo camarário de maioria absoluta do Partido Socialista, ficou de mais difícil acesso e mais caro.
Em dezembro de 2018 a Figueira Parques foi privatizada."

7. "Câmara Municipal tem inscrito em Plano e Orçamento para 2019 para «Requalificação das Lagoas e Serra Boa Viagem apenas 100 €.»"

8. "A Câmara Municipal da Figueira da Foz, liderada há 9 anos pelo Dr. João Ataíde, e com Dr. Carlos Monteiro responsável pelo pelouro do Desporto, desde 2013, já gastou em ajustes diretos 193.530,00 €. No âmbito do Projeto Sport Beach City, sem contabilizar os equipamentos que foram adquiridos e toda a logística relacionada com os eventos.
A empresa de Coimbra, DoctorSport, Lda foi contratada pela Câmara Municipal, sem concurso público, sendo o objetivo dessa contratação a, “ Concessão, Organização, desenvolvimento e realização de eventos desportivos de praia, no âmbito do projeto “ Figueira Beach Summer Games.”; os contratos já totalizaram os 141 mil euros.
Além disso, Câmara tem vindo a efetuar, contratação de prestações de serviços em regime de avença com 4 técnicos, para o “Secretariado técnico das diversas áreas de desenvolvimento e implementação do projeto Figueira Beach Sports City” ( 2 técnicos com contratação anual, 2 técnicos em tempo sazonal); desde 2016 o valor gasto em avenças, foi de 52,5 mil euros.
A Câmara Municipal da Figueira da Foz, está recrutar recursos humanos para fazer o trabalho que contratualizou com a empresa DoctorSport, Lda."

9. Imagem sacada do DIÁRIO AS Beiras. Edição de 21.11.2017.

 
10. 12 de dezembro de 2018
"A infraestruturação do Cabedelo começa dentro de dias.
Os estaleiros começam a ser instalados em breve, dando-se assim início à empreitada que vai mudar a paisagem naquela zona de mar e rio da margem sul da cidade da Figueira da Foz.
A intervenção custa 2,6 milhões de euros, cofinanciados em 85 por cento por fundos europeus ao abrigo do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), no âmbito de uma candidatura apresentada pela autarquia. Esta é a primeira fase do “novo” Cabedelo.
A empreitada destina-se a criar infraestruturas para os privados poderem ali desenvolver atividades económicas ligadas ao turismo e ao surf dentro do que é permitido pelo plano de ordenamento da orla costeira.
Entretanto, serão construídos uma nova via rodoviária, uma praça e espaços de estacionamento. A área ocupada pela actual estrada será destinada a zona dunar.
O parque de campismo deverá sobreviver a esta empreitada..."

11. 17 de janeiro de 2017: "João Ataíde, presidente , e a «sua» vereadora Ana Carvalho afiançaram, na  reunião de câmara, que não faltam investidores interessados na concessão da piscina-praia".


quinta-feira, 12 de março de 2015

Erosão Costeira: Relatório Ministerial vai ser apresentado segunda-feira

Sala cheia na sessão pública organizada pelo Bloco de Esquerda Figueira da Foz, com a participação de Helena Pinto (deputada do BE), dr. Filipe Duarte Santos (Grupo de Trabalho da Orla Costeira) e Rui Silva (Investigador).
O tema é preocupante, pois cerca de 25% da zona costeira continental é afectada por intensos fenómenos de erosão costeira que têm como consequência mais grave o recuo acentuado da linha de costa. As obras de protecção costeira realizadas nos últimos 20 anos custaram 196 milhões de euros, mas houve “picos”: só em três meses (entre janeiro e março de 2014) foram gastos 23 milhões (11,7 % do valor total) na reparação de estragos dos temporais.
Sobre o financiamento da adaptação futura da zona costeira portuguesa (protecção, recuo planeado e acomodação de infraestruturas), o dr. Filipe Duarte Santos recomenda a realização de estudos "com base em análises comparativas das soluções encontradas em outros países e considerando a possibilidade da partilha de responsabilidades de financiamento entre a administração central, local e entidades privadas".
Por outro lado, defende a gestão integrada e sustentável da zona costeira, consubstanciada em políticas públicas que resultem da participação e adesão à problemática da defesa da costa por parte da administração central, regional e local, populações, empresas e outros organismos.
Curiosamente, porém, a Câmara da Figueira ainda recentemente lançou um Concurso Público de Concepção (ideias)/Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos onde gastou largos milhares de euros, praia da Figueira essa, cujas areias são necessárias para repor as praias do sul!.. 
Isto é gestão integrada e sustentável da zona costeira entre as diversas entidades públicas?
Por outro lado, que ideia peregrina é essa da municipalização do areal da praia que está na mente dos responsáveis pela autarquia figueirense?
A assistência, que lotou a sala de sessões da Junta de Freguesia de S. Pedro, depois de ouvir os oradores colocou algumas questões (e preocupações) pertinentes sobre o tema em debate.
O dr. Filipe Duarte Santos considerou que a melhor solução para a defesa da orla costeira é repor a praia. No caso da nossa freguesia passa por “transportar” a areia da praia da Figueira, retida pelo molhe norte – problema que os 400 metros construídos na última intervenção agravaram – para as praias de S. Pedro.
Por sua vez a deputada do BE Helena Pinto, defendeu soluções políticas para atenuar o problema. Por exemplo, considerou que “já chega de barragens”.
Contudo, a grande notícia da noite foi dada pelo dr. Filipe Duarte Santos: segundo este reputado técnico do Grupo de Trabalho da Orla Costeira, na próxima segunda feira vai ser tornado público, em conferência de imprensa, o Relatório Ministerial sobre o tema “EROSÃO COSTEIRA”.  

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Obras de requalificação do areal da Figueira previstas para começarem em fevereiro próximo... Depois não digam que não foram avisados.

Ficou a saber-se na reunião de câmara realizada ontem, à porta aberta ao público e à comunicação social, que a requalificação do areal urbano, entre a cidade da Figueira da Foz e a vila de Buarcos deverá começar em fevereiro.
A empreitada, recorde-se, contempla ciclovia, via pedonal, pista de atletismo, reparação dos espaços desportivos e dos passadiços (e construção de outros) e intervenção nas valas. 
Como foi tornado publico em abril deste ano, esta é uma versão minimalista do projecto submetido à aprovação prévia da Agência Portuguesa do Ambiente. Este organismo do Estado, recorde-se, “chumbou” o Anel das Artes (anfiteatro redondo) e uma piscina de água salgada. O custo da obra também foi substancialmente reduzido, ficando em 1,9 milhões de euros. 
Ana Carvalho  previa que as obras de valorização do areal urbano deverão arrancar até ao final do corrente ano.
Entretanto, a vegetação foi crescendo na antepraia, não obstante a contestação de muitos figueirenses. Aliás, até estava previsto ser reforçada, com a “plantação de algumas árvores”.
Para a vereadora, “a vegetação vai permitir que não haja areia nos campos de jogos e na ciclovia”!

Em tempo.
A propósito da praia da Figueira e dos idiotas de Concursos Públicos de Concepção (ideias)/Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos...
"Infelizmente, todos sabemos que a saudosa «Praia da Claridade», após a construção dos molhes da Barra, passou a ser «Praia da Calamidade».
Muito se tem escrito sobre o areal. Há anos que se vem falando e escrevendo de projectos e mais projectos de obras a implantar nesse extenso areal. Pensamos, até, que já foi gasto bastante dinheiro nalguns desses projectos. Entendemos que, quem assim pensa, não tem ideia do que é o mar e do que ele é capaz.
Ao mesmo tempo pergunto-me se alguma empresa privada arriscaria o seu capital nessas obras; porém, já não temos a mesma opinião sobre as mentalidades administrativas do Estado, porque os dinheiros a gastar são do erário público e ninguém exige responsabilidades pelas enormes asneiras que se têm cometido no nosso degradado país, sendo a Figueira uma das grandes vítimas, porque há asneiras que vão servindo de suporte às novas asneiras."

MANUEL LUÍS PATA, ("um modesto marítimo figueirense que sempre amou a sua Terra e sempre sofreu com as consecutivas asneiras que LHE foram feitas ao longo da sua longa vida") em artigo publicado no jornal A VOZ DA FIGUEIRA em 5 de Março de 1998.
17 anos passados e com o agravamento do problema como entender isto?..
Depois não digam que não foram avisados.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Surfar à noite no Cabedelo? Há tanto tempo que dizem que vai ser possível...

O projecto para a iluminação que tornaria possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.
Entretanto, por exemplo Vagos, em setembro de 2014, Cortegaça Carcavelos, já testaram a ideia de promover a prática do surf à noite.
Mais uma vez, o surf na Figueira foi ultrapassado...
Mas não tem sido por falta de ideias. As ideias existem. Neste caso concreto, o projecto foi entregue pelo arquitecto Miguel Figueira, em 2011...
O Cabedelo é um local mítico, para quem gosta de desportos com ondas.
A Câmara da Figueira da Foz, em janeiro de 2017, afirmava que ia avançar com um projecto de requalificação da praia do Cabedelo, que incluía a iluminação permanente do mar, criando condições para a prática nocturna de surf.
“É nosso objectivo que este local seja uma estância para a prática dos desportos de ondas”, referiu na altura o presidente da Câmara da Figueira da Foz.
A iluminação do mar, nesta praia da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017.
O projecto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.
A decisão da autarquia já foi saudada por João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, que destaca “o carácter pioneiro da iluminação do Cabedelo no contexto nacional”.
Segundo fonte da autarquia figueirense, a empreitada arrancaria “o mais cedo possível”, surgindo como um claro sinal de apoio à comunidade surfista e aos desportos de mar.
“Para o grupo de cidadãos e praticantes que abraçou esta ideia, foi uma enorme alegria e motivo de orgulho saber do compromisso da autarquia em avançar com a iluminação do Cabedelo para a prática do surf durante o período nocturno”, reconheceu o escritor e surfista Gonçalo Cadilhe.
Primeiro subscritor da candidatura do SOS Cabedelo ao Orçamento Participativo de 2017, Gonçalo Cadilhe destaca que “são poucas as praias do planeta onde tal já é possível”, acrescentando que “a Figueira marcará pontos a nível de notoriedade com esta decisão”.
Estamos em 2021. E a situação, segundo o Diário as Beiras, é esta: "foram construídas as bases dos pontos de iluminação da Praia do Cabedelo para a prática noturna de surf, colocando a Figueira da Foz na vanguarda nacional neste tipo de oferta". Quando chegarmos à "conclusão das obras" e for ligado o interruptor, o que pode levar ainda algum tempo, deveremos passar a estar na vanguarda, neste tipo de oferta, a nível plan(f)etário...  

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Requalificação do areal para aproximar a cidade ao mar

Ao deparar na pág. 8 do semanário “A Voz da Figueira”, de 13 de janeiro de 2016, com o anúncio da construção desta “milagrosa” obra onde irão gastar (estragar mais de 2,1 milhões de euros), fiquei perplexo!..
No entanto, os meus 91 anos não deveriam permitir que isso acontecesse! Mas, parece sempre algo que nunca nos passaria pela imaginação.

Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!

Na realidade, o extenso areal existe e todos sabemos qual a razão e, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
O resultado está bem visível e é lamentável! Pelo que li, o areal distancia o mar da cidade 40 metros em cada ano!
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.

Também por artigos que pude ler, há quem tenha apreensão em relação à permanência da areia ao longo do tempo. A meu ver com razão.
Este pensamento faz todo o sentido! Mais ano menos ano, mais década menos década a areia vai ter de ser utilizada.
Portanto, a solução para voltarmos a ter um bem indispensável à nossa terra, esse sim que pertence à Figueira, é pegar no projecto do saudoso Eng. Baldaque da Silva e construir o indispensável “Paredão a partir do Cabo Mondego” e dar início à bombagem das areias depositadas na ex-Praia da Claridade, para o molhe sul do Cabedelo, que o mar (sendo soberano) se encarregará de as distribuir para onde entender, porque lhe pertencem!
Parte desta areia, que seria simplesmente uma pequena parte, digamos, poderia e deveria ser utilizada, ou melhor, reposta na praia de Buarcos.

A importância gasta nesta operação (que há muito deveria ter sido feita) não aumentaria a despesa ao Estado, porque essas areias iriam evitar a erosão em várias zonas da orla costeira.
MANUEL LUÍS PATA, o autor deste texto
Na recente intervenção para prevenção da erosão nas dunas, na Figueira, na parte sul da praia da Freguesia de S. Pedro, assim como na Costa de Lavos e Leirosa, andaram envolvidas várias máquinas a transportar milhares de m3 de areia da própria praia, para substituir o que o mar levou!
Isto não é uma solução, mas sim um remendo...
(Que não resulta. Esta areia depositada por meios mecânicos não tem a resistência da areia que lá se encontrava depositada hidraulicamente ao longo de milhares de anos.)

Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber defender-se das fases nocivas.
Pelas razões que expus, terei, a contragosto e uma vez mais, de adicionar mais uma obra ao meu arquivo de obras “asnas” e gostaria que fosse a última, não porque na verdade já não terei muito mais tempo para o fazer, mas por deixarem de existir.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Erosão costeira em Portugal é um problema grave - e vai piorar...

As áreas mais preocupantes em termos de erosão costeira são também zonas de ocupação humana, como as zonas de “Espinho até Cortegaça, a zona do Sul de Aveiro, a zona Sul da Figueira da Foz, a área da Caparica, a zona da Quarteira e de Vale de Lobo até Faro”.
Foto sacada daqui
«A Agência Portuguesa do Ambiente vai investir cerca de 27 milhões de euros em 11 intervenções de protecção contra as alterações climáticas e reabilitação do litoral nas cinco regiões hidrográficas.
A região Centro terá cinco intervenções no âmbito da candidatura “Acções de Protecção do Litoral na região Centro — Cortegaça/Vieira”, num investimento total de cerca de 5,2 milhões de euros.

Estas intervenções pretendem proteger, recuperar e estabilizar das dunas a norte do esporão sul de Cortegaça, em Ovar, entre a praia da Barra e a da Costa Nova, em Ílhavo, e entre a praia de Quiaios e Murtinheira, na Figueira da Foz.
Pretendem ainda reabilitar e manter a defesa aderente em Ílhavo e o reforço, a reabilitação dos molhes a sul e a norte da foz do rio Liz e a requalificação da marginal da praia da Vieira, na Marinha Grande, acrescentou.

Ainda na região Centro, serão investidos cerca de 19 milhões de euros no combate à erosão nas praias entre a Cova Gala e Lavos, no âmbito da candidatura “Alimentação artificial de praia no troço costeiro a sul da Figueira da Foz (Cova-Gala — Costa de Lavos)".
Segundo o organismo, esta intervenção prevê “o aproveitamento das areias provenientes das dragagens na barra da Figueira da Foz para recarga da praia e reforço do cordão dunar a sul do esporão n.º 5 da Cova Gala”

Via Observador

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Obras na Figueira: como vamos?..

Via Diário as Beiras, edição de hoje:
"O empreiteiro que realizou a requalificação da frente marítima de Buarcos recorreu ao tribunal para reclamar 159 mil euros à câmara, verba que a autarquia considera que não tem de pagar, por entender que não lhe podem ser imputadas as razões que originaram a ação judicial, daí não ter havido acordo extrajudicial. O construtor invocou o reequilíbrio financeiro da empreitada, sustentando que se prolongou para além do prazo previsto devido a ações do dono da obra. No decurso da empreitada, a autarquia procedeu a várias alterações ao projeto. 

 De resto, é o mesmo o empreiteiro que está a requalificar o Cabedelo, que também já regista atrasos devido às negociações com os concessionários que tiveram de abdicar ou deslocalizar os seus espaços."


Em Buarcos, "a autarquia procedeu a várias alterações ao projecto"!.. Se bem me lembro, "a primeira fase da obra de requalificação urbana da frente marítima de Buarcos tinha um prazo de execução de 12 meses, iniciou-se em junho de 2018 e representava um investimento de cerca de 1,4 milhões de euros."
No Cabedelo, quem é que deveria ter chegado a acordo com os concessionários que tinham de deslocalizar os seus espaços, antes de começar a obra?
A meu ver: o dono da obra. Que o mesmo é dizer, a Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Quem me conhece bem (poucos...), sabe que posso estar rodeado de gente que faz asneiras, que consigo distanciar-me e permanecer no foco.
Fica a pergunta: nos últimos anos, houve alguma obra da Câmara Municipal da Figueira da Foz que tenha corrido nos prazos previstos e que não tenha tido derrapagem financeira?
Recordo o que escrevi ontem neste blogue.
"Os políticos encheram o concelho de lugares deprimentes. Assim de repente, recordo-me da baixa da Figueira (em obras que nunca acabam), Buarcos (depois das últimas obras), o Bento Pessoa (em obras que nunca mais acabam), a chamada praça do Forte (que não tem manutenção depois das obras, e está a ficar descaratizada, feia e suja), o Paço de Maiorca (cujas trapalhadas nos vão custar os olhos da cara), o Edifício o Trabalho (uma telenovela cujo fim ninguém consegue prever) e muitos mais. Entre eles, a outrora Praia da Claridade (hoje, praia da calamidade). A Figueira, há muito que deixou de ser a Rainha das praias de Portugal dos postais antigos, que quer continuar a vender."

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Cabedelo preocupa SOS...

Via Notícias de Coimbra 

Foto António Agostinho
«O SOS Cabedelo, movimento cívico da Figueira da Foz, denunciou um potencial perigo para os banhistas da praia do Cabedelo, por acção do mar, com a construção de um muro de protecção, incluído numa obra hoje aprovada.

Miguel Figueira, dirigente do movimento SOS Cabedelo, arquitecto e surfista, avisou ontem durante a reunião do executivo camarário, que a obra projectada para a zona marítima da praia do Cabedelo – que a câmara diz ser de requalificação, contrapondo os críticos que é obra nova e, como tal, deveria ser sujeita a estudo de impacte ambiental – vai criar novas correntes e vórtices (redemoinhos) que põem em causa a segurança de banhistas e surfistas.

O SOS Cabedelo afirma que a obra de protecção costeira, constituída por um enrocamento de pedra, vai avançar para dentro de água cerca de seis metros, “criando um desfasamento” com o molhe ali existente e provocando uma “armadilha letal”.

“O novo enrocamento terá de seguir o alinhamento e a geometria do enrocamento existente. Esta sempre foi a nossa posição para que não estivéssemos a criar ali alguma acção que pudesse impactar contra o funcionamento das ondas ou a segurança naquela zona da praia”, frisou Miguel Figueira.

O dirigente explicou que as preocupações com a segurança dos banhistas derivam de existir, junto ao molhe sul do porto da Figueira da Foz, adjacente ao qual se situa o areal do Cabedelo, “um dos maiores, senão o maior agueiro” da costa, uma corrente inversa à direcção da ondulação, que os surfistas usam como “uma estrada para ir para as ondas” afastadas da praia e a que chamam “o canal”.

Esse agueiro, que “não se move, é permanente” e desde as obras de prolongamento do molhe norte em 2010 “tem ganho imensa força”, constitui um problema acrescido de segurança para os banhistas, “porque a zona afunda muito rapidamente as pessoas perdem pé e são arrastadas”.

Miguel Figueira explicou que com a construção do enrocamento irá surgir “um pequeno ou grande vórtice, dependendo da intensidade do mar” no referido canal, na zona de articulação entre o molhe existente e a nova estrutura de protecção, uma situação que preocupa o SOS Cabedelo.

Recentemente, um instrutor de surf (Miguel Guedes) e um seu aluno, Santiago, de apenas 8 anos, salvaram duas pessoas no local, tendo sido alvo de um voto de louvor por parte do município. Miguel Figueira enfatizou que ambos, perante a situação que teme vir a verificar-se no futuro, “não teriam conseguido sair e teriam lá ficado”, sem conseguirem salvar os banhistas e pondo em risco a sua própria vida.

“Esta é uma questão de uma seriedade que impõe da nossa parte um alerta muito claro e muito inequívoco”, afirmou o arquitecto, que adiantou ter pedido por três vezes uma reunião ao presidente da câmara sobre o tema e ter sido “ignorado”, decidindo-se pela inscrição no período reservado ao público para que o alerta fique em acta.

“Estou aqui também para vos esclarecer em tudo o que quiserem, com ou sem desenhos, para que não possam invocar no futuro, perante uma eventual calamidade [que não sabiam], porque este projecto, que hoje vai a votação com o voto de cada um de vós [foi aprovado por com quatro votos a favor do PS e três contra do PSD], tem responsabilidades”, avisou.

O dirigente referiu ainda que, no futuro, “se porventura esta armadilha letal que estiverem a viabilizar vier a trazer outras consequências”, se não se conseguir impedir que esta obra vá para a frente, “esta acta servirá para fazer o cabal apuramento das responsabilidades”.

“Se quiserem insistir neste disparate, porque o que está em causa é a minha segurança e a dos meus filhos e a dos banhistas, iremos usar dos recursos legais e com todas as nossas competências para que esta obra, nesta forma, não avance”, garantiu Miguel Figueira.»

Segundo o Diário as Beiras de hoje, «o  presidente da câmara, Carlos Monteiro, prometeu que a autarquia vai debruçar-se sobre o assunto.
Por outro lado, frisou que o projecto poderá ser sujeito a alterações durante a obra.
A segunda fase da Área de Reabilitação Urbana do Cabedelo, destinada à protecção e reabilitação costeira e dunar, foi aprovada ontem com os votos a favor do PS e os votos contra do PSD. 

Entretanto, decorrem as obras da primeira fase, destinando-se à infraestruturação daquela zona de praia da Freguesia de São Pedro.»

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Porque é que o Swell não ficou no Cabedelo? Não teria sido possível, por exemplo, aproveitar o antigo restaurante para um biblioteca de praia?

À esquerda a Biblioteca da Praia da Tocha. À direita o Swell a ser colocado num transporte que custou 24.585,00 € pagos por todos nós...
Será que a freguesia de S. Pedro não tem presidente de junta?

A praia da Tocha, no Concelho de Cantanhede, situa-se na região Gândara... A sua areia fina, as suas dunas extensas, os seus pinhais próximos, são trunfos importantes desta praia. Como ficou registado numa postagem OUTRA MARGEM de 9 de Agosto de 2006, a Praia da Tocha tem uma particularidade: uma Biblioteca em pleno areal. E nas estantes do interior da construção de madeira, onde está instalada a Biblioteca, existe um significativo acervo bibliográfico constituído sobretudo por obras de ficção e várias colecções de literatura infantil e juvenil, que podem ser requisitadas pelo prazo máximo de 15 dias.
A Biblioteca de Praia, na Praia da Tocha, unidade móvel que, em anos anteriores registou, não só elevados níveis de afluência como, igualmente, um assinalável êxito na promoção de iniciativas culturais, foi criada especificamente para funcionar como extensão da Biblioteca Municipal de Cantanhede no fomento da leitura e no desenvolvimento da sua acção cultural durante o período de Verão. Esta Biblioteca possui diversas valências, designadamente serviço de leitura, consulta de jornais, internet, ludoteca e audiovisuais, promovendo simultaneamente actividades lúdicas especialmente orientadas para crianças e jovens. Para consulta no local, estão disponíveis jornais diários e diversas revistas periódicas, bem como equipamentos áudio e vídeo e um computador com ligação à internet, cuja utilização, limitada a períodos de trinta minutos, está sujeita a marcação prévia.
Para funcionamento do serviço de leitura, foi criada no exterior uma esplanada com cadeiras e mesas que permitem a acomodação de 20 pessoas sentadas à sombra, espaço que serve também para os técnicos da Biblioteca Municipal de Cantanhede, destacados para o efeito, dinamizarem regularmente jogos e ateliês de expressão plástica apropriados para crianças de diferentes níveis etários.
O objectivo é oferecer a quem frequenta a Praia da Tocha o contacto diário com os meios de comunicação e disponibilizar produtos culturais em diferentes tipos de suporte que permitam tirar o melhor proveito possível do tempo de lazer.
No passado dia 12 a Figueira tomou conhecimento da «estória» do Swell Café (resumida em 62 mil + 20 mil + cerca de 30 mil euros desperdiçados por falta de planeamento)...
A Câmara da Figueira da Foz deslocalizou um restaurante pré-fabricado do Cabedelo para o parque municipal de campismo, na margem norte da cidade. O imóvel foi adquirido no âmbito das obras de requalificação daquela zona de praia da Freguesia de São Pedro, tendo sido avaliado em 62 mil euros. A autarquia pagou ainda cerca 20 mil euros ao concessionário, como indeminização compensatória pelo fim da actividade.
Os custos associados à mudança do imóvel, instalação no parque de campismo e reconversão em bangalô, pronto a funcionar, ascendem a cerca de 30 mil euros. O transporte foi feito numa viatura especial, que atravessou as duas pontes sobre a foz do Mondego. “Foi colocada a hipótese de se vender a estrutura para poder continuar no Cabedelo, mas o valor que ofereceram estava muito abaixo da avaliação”, esclareceu o presidente da autarquia, Carlos Monteiro, ao DIÁRIO AS BEIRAS.
Será que na freguesia de S. Pedro, mesmo no Cabedelo, este restaurante não teria utilidade? Por exemplo, não poderia ser transformado numa Biblioteca de Praia, tal como a Praia da Tocha tem já há longos anos, em vez de o terem levado para o Parque de Campismo, para servir de bangalô, evitando-se assim o gasto de 30 mil euros?

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Leitura para os dias de chumbo : “Relatório da Proteção Civil municipal deteta falhas no parque de estacionamento do hospital”

Não sei se, apenas, por inabilidade política, incompetência ou azelhice pura, esqueceu, mais uma vez, uma coisa básica...
A política e a culinária devem respeitar o mesmo princípio: precisam de ingredientes certos, mas é na sua correcta aplicação que está a arte. 
Hoje, a comprovar aquilo que, até para um ignorante  era fácil de adivinhar, acabei de ler um curioso e sintomático texto, com assinatura de j´Alves,  publicado no jornal AS BEIRAS. Dado o seu manifesto interesse para os utentes do Hospital Distrital da Figueira, com a devida vénia, passo a citar:

“O relatório que a coligação Somos Figueira pediu aos Serviços Municipais de Protecção Civil, via câmara, a que o DIÁRIO AS BEIRAS teve acesso, aponta falhas no parque de estacionamento do Hospital Distrital da Figueira da Foz.
O documento começa por realçar a redução da largura dos corredores de emergência, que, sobretudo “devido ao sistema de curvas, não cumprem as medidas normalizadas”. Foram “identificadas ainda dificuldades na primeira curva de acesso, com a possibilidade de colisão com o telheiro”, acrescenta o documento.
Por outro lado, recomenda a instalação de um sistema alternativo do levantamento da cancela, para o caso de falhar a eletricidade. A necessidade de serem distribuídos mais cartões de livre acesso ao hospital pelas entidades de transporte de doentes é outras das considerações. Neste ponto, aponta que à delegação de Carvalhais da Cruz Vermelha foram entregues dois cartões para 22 viaturas. E nas suas homólogas da Figueira da Foz e da Borda do Campo existe uma relação de um para oito e de um para sete, respectivamente.
O horário do rececionista, que termina às 20H00, também é questionado pelo relatório, destacando que pode atrasar a saída das viaturas de transporte de doentes. No entanto, salvaguarda que esta pecha está a ser colmatada pela recepção do HDFF, com a qual se comunica através do intercomunicador instalado no acesso ao parque.
Por último, a Proteção Civil regista que a máquina de leitura de cartões não tem altura suficiente, obrigando os tripulantes ou auxiliares das viaturas de transporte de doentes a saírem da viatura para procederem a esta operação. O relatório termina sugerindo a aplicação de oito medidas.
HDFF contra-argumenta
Saliente-se que o relatório, com data de 11 de março, foi enviado para o gabinete do presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde.
Este, por sua vez, reencaminhou-o para as administrações do HDFF e da empresa municipal Figueira Parques, que explora o parque de estacionamento.
O hospital respondeu, por escrito, ao autarca, contra-argumentando a maioria das considerações do relatório.
Não obstante, a administração do HDFF mostra-se disponível para corrigir algumas situações. Nomeadamente, distribuir mais cartões de livre acesso pelas entidades transportadoras de doentes, com a concordância do concessionário do parque. Por outro lado, admite que a máquina de leitura de cartões e senhas não tem altura suficiente, disponibilizando-se para solucionar este problema.
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, a administração do HDFF acrescenta que tem vindo a “acompanhar com cuidado e atenção o processo que resultou da requalificação e ordenamento do estacionamento no espaço do HDFF e está disponível para com, a Figueira Parques, estudar a melhor solução para o parque de estacionamento, tanto nas questões relacionadas com o acesso às instalações como com as questões de tarifação”.
Remata afiançando que “a gestão do parqueamento continuará a merecer a atenção e a avaliação que lhe são devidas, numa óptica de permanente melhoria”.
Chuva de críticas
Teo Cavaco, vice-presidente da Concelhia da Figueira da Foz do PSD e deputado municipal da coligação Somos Figueira, divulgou o relatório na Foz do Mondego Rádio, na noite de segunda-feira, na qualidade de comentador político. Não poupou nas críticas ao executivo camarário socialista, por ter envolvido a Figueira Parques na gestão do parque de estacionamento do HDFF.
O comentador realçou que o relatório da Proteção Civil “é absolutamente arrasador”, defendendo que “não havia razões de fundo para o estacionamento ser pago”.
Este é o pomo da discórdia entre a oposição e o executivo. Os primeiros censuram o segundo por ter arrastado (em 2013) a edilidade para uma decisão que prejudica os utentes. Este, por seu turno, justifica a medida com a necessidade de ordenar o estacionamento na zona de praia adjacente ao hospital. João Carronda e Joaquim Gil, que completam o painel de comentadores políticos da Foz do Mondego Rádio, também não foram parcimoniosos nas críticas à maioria socialista. “O executivo deixou-se ultrapassar pela oposição”, por ter sido esta a pedir o relatório à Proteção Civil, disse Carronda, que é deputado municipal do PS. E acrescentou que “houve alguma teimosia e autismo político”. Já o independente Joaquim Gil realçou que o envolvimento da autarquia no parque de estacionamento é “uma questão ainda por resolver”.
Um mal menor
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o gabinete de João Ataíde ressalva que “a conceção e a construção do parque de estacionamento é da exclusiva responsabilidade do HDFF”. Ou seja, a empresa municipal limitou-se a instalar os parquímetros e a explorar o espaço. Dito isto, acrescenta que a vantagem de a Figueira Parques ter dito que sim ao convite da administração do hospital é “poder corrigir” situações como aquelas que o relatório da Proteção Civil evidencia. Mas também para aplicar taxas mais amigas do utilizador. Se não fosse uma empresa municipal a gerir o espaço, o tarifário seria ainda mais elevado, defende o gabinete da presidência da Câmara da Figueira da Foz. A propósito de preços, eles já foram reduzidos e, ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, deverão baixar ainda mais.”

Em tempo.
Tal como prevímos há muito, Ataíde e esta maioria absoluta do PS,  têm um lindo problema para resolver com esta história do estacionamento pago no Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Como é que uma Câmara, que não tem dinheiro para fazer cantar um cego, avança com 80 mil euros para resolver um problema que não é seu, que na melhor das hipóteses prevê recuperar em cinco anos, metendo-se num enorme imbróglio, isso, confesso, faz-me  uma enorme confusão!..
Vamos esperar pelos próximos capítulos...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A espuma dos dias...

Um título de primeira página, com pompa e circunstância, para a fotografia, dado à estampa esta semana na imprensa figueirense: "Figueira prepara adaptação do município às alterações climáticas".
Para abreviar e resumir, anotei da página 3, AS DEZ PRIORIDADES ESTUDADAS NO MUNICÍPIO!
Passo a citar:
"1. Constituição de equipa municipal multidisciplinar para estudar estratégias  
2. Alimentação artificial das praias a sul  
3. Criação de cadastro rural  
4. Introdução nos instrumentos de gestão de território de normas que evitem edificação em          zonas de risco  
5. Dinamização da bolsa de terras para uso de terrenos abandonados  
6. Introdução de melhores práticas no planeamento e gestão de bens naturais municipais  (parque arbóreo e zonas verdes)  
7. Aumentar a resiliência da floresta aos incêndios com introdução de espécies adequadas  
8. Aumentar a resistência dos sistemas dunares  
9. Prever a criação de um sistema de deteção e gestão municipal 
10. Protecção da ilha da Morraceira e das Lagoas da Vela e das Braças."

É óbvio que qualquer cidadão, minimamente informado e preocupado, perante o quadro actual de vulnerabilidades e as previsões climáticas,  concorda que a erosão costeira e os incêndios florestais são as maiores preocupações no concelho da Figueira da Foz. 

Curiosamente, porém, a Câmara da Figueira ainda recentemente iniciou obras de Concepção (ideias)/Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos onde vai gastar 2 milhões de euros, praia da Figueira essa, cujas areias são necessárias para repor as praias do sul!.. 
Isto é gestão integrada e sustentável da zona costeira entre as diversas entidades públicas?
Por outro lado, que ideia peregrina é essa da municipalização do areal da praia que está na mente dos responsáveis pela autarquia figueirense?

Cito MANUEL LUÍS PATA, ("um modesto marítimo figueirense que sempre amou a sua Terra e sempre sofreu com as consecutivas asneiras que LHE foram feitas ao longo da sua longa vida") e pergunto "se alguma empresa privada arriscaria o seu capital nessas obras; porém, já não temos a mesma opinião sobre as mentalidades administrativas do Estado, porque os dinheiros a gastar são do erário público e ninguém exige responsabilidades pelas enormes asneiras que se têm cometido no nosso degradado país, sendo a Figueira uma das grandes vítimas, porque há asneiras que vão servindo de suporte às novas asneiras."

Nesta tarefa diária de comentar a "espuma dos dias", muitas vezes, esquecermos o que provoca essa espuma que tenta submergir-nos. 
Nem sempre comentamos o que é importante para a vida dos cidadãos. 
Mas, será que isso existe para quem manda na Figueira? 
Para eles, o que conta verdadeiramente não são as obras de fachada realizadas ao sabor e de harmonia com os calendários eleitorais?

E pronto. Esta é, apenas, mais  uma postagem simples que por aqui fica. 
Sem a grandeza das opiniões dos intelectuais no poder, no fundo os que definem,  põem em prática e gastam o nosso caroço com as suas ideias e conveniências políticas. 
É, contudo, uma história que atormenta os meus dias. 
Desculpem se incomodei alguém importante com mais esta banalidade que me incomoda e preocupa.
Voltarei certamente a este assunto um dia destes.
Citando Rui Curado da Silva, "precisamos de ir muito mais além nas políticas ambientais municipais."

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Mais uma polémica fácil de resolver: querem resolver o problema do areal da praia da Figueira?.. A solução é tão simples...

A coligação «Somos Figueira» considerou que os outdoors que dão conta, desde a semana passada, na Avenida 25 de Abril, da ideia vencedora do «Concurso Público de Ideias para a Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz e Buarcos», constituem  "publicidade enganosa".
"A construção da ideia ali divulgada está avaliada em 102 (cento e dois!) milhões de euros e não é, obviamente, concretizável, tal como foi assumido pelo executivo camarário em reunião de Câmara Municipal, a 13 de Março de 2012. O projecto vencedor do concurso foi anunciado em final de Fevereiro de 2012 e dado a conhecer ao público em Abril de 2012".
"A colocação dos outdoors, mais de um ano depois da revelação dos vencedores e do concurso público, não pode deixar de levantar algumas questões: qual é o objectivo desta divulgação nesta altura? Quem pagaria este sonho? Resulta claro que esta é uma medida de campanha eleitoral do Partido Socialista e de João Ataíde, disfarçada de iniciativa da Câmara, que visa enganar os figueirenses, levando-os a acreditar que aquela obra se vai realizar", afirma a coligação «Somos Figueira».
Em declarações ao Figueira Na Hora, António Tavares, vereador responsável pelo pelouro do Ambiente, esclarece que "a visibilidade do projecto constava no próprio regulamento do concurso". Por outro lado, acrescentou, no mesmo concurso surgiram outras propostas, "algumas fortemente veiculadas, e esta, que ganhou, estava a ficar esquecida".
O vereador admite, também que os outdoors servem para "explicar a decisão da renaturalização da praia, sem a habitual intervenção de corte de vegetação na ante-praia, promovendo a consolidação natural das areias". António Tavares considera "óbvio que não se trata de publicidade enganosa", até porque, frisa, "não há nada (nos outdoors) que diga que a Câmara executar" aquele projecto.
Chegados aqui, propomos nós,  "bom senso e elevação" é o que se impõe.
Sendo assim, Outra Margem, dentro do seu papel pró activo e conciliador,  tem a solução: se os figueirenses  colocarem o PSD mais 12 anos à frente da câmara da Figueira, dentro de 12 anos até areia faltará na praia e estará resolvida mais esta polémica!..
Recorde-se, que nos 12 anos em que esteve  à frentes dos destinos da edilidade figueirense o PSD deixou, como herança, uma dívida de cerca de 90 milhões de euros!..
Portanto, se os figueirenses  gostaram  é  continuar...

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Da série, o areal urbano está assim por erros e falta de visão do homem... (5)

"O nosso areal afigura-se como um dos desafios mais exigentes nas próximas décadas para a nossa cidade. Uma área 45 hectares de extensão, só na frente de mar da antiga freguesia de São Julião, demonstra-nos que nenhum projeto de infra-estrutura financeiramente viável poderia resolver o problema na sua dimensão total. Acredito vivamente numa solução que envolva a criação de um ecossistema natural entre a cidade e a zona de banhos. Isto é, um parque urbano composto por árvores de grande porte, zonas verdes e percursos pedonais. Sei bem que esta solução demoraria 30 anos a estabelecer-se como um projeto finalizado.  Porém, a necessidade crescente de zonas verdes e arborizadas junto aos principais eixos rodoviários impele-nos a repensar áreas desaproveitadas das zonas urbanas, para a criação de zonas verdes, capazes de combater os efeitos do carbono e das altas temperaturas que se fazem sentir.
Esta solução que apresento parece um pouco radical. No entanto, é algo que podemos encontrar em algumas praias espanholas, nomeadamente, em Cabanas. Trata-se de um município Galego que recentemente se geminou com a Freguesia de Buarcos e São Julião. Lá, podemos vislumbrar uma praia que em tempos teve o dobro da área. Contudo, hoje, metade dessa área é ocupada por um parque verde densamente arborizado e com infra-estruturas desportivas e lúdicas para quem pretende usufruir das mesmas.
O ideal era conseguir reduzir o areal para as dimensões do anos 50, mas as opções tomadas no passado deixaram a nossa praia nesta situação. É necessário pensar esta zona da cidade de uma forma arrojada e corajosa. Tendo sempre como finalidade um futuro sustentável, em que todos possa-mos aproveitar os banhos frios do mar da Figueira."


CRÓNICA VIA Diário as Beiras
Nota via OUTRA MARGEM.
Manuel Luís Pata faz falta à Figueira.
Depois de tantos milhões gastos, para chegarmos aqui: "Requalificação do areal para aproximar a cidade ao mar"!..
Ouçam mas é quem sabe, por saber de experiência feita:
"... na pág. 8 do semanário “A Voz da Figueira”, de 13 de janeiro de 2016, com o anúncio da construção desta “milagrosa” obra onde irão gastar (estragar mais de 2,1 milhões de euros), fiquei perplexo!..
No entanto, os meus 91 anos não deveriam permitir que isso acontecesse! Mas, aparece sempre algo que nunca nos passaria pela imaginação.
Afinal: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Insisto: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Leva-me a crer que quem tomou esta iniciativa desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira e não será esta “milagrosa” obra que irá repor essa condição!
Na realidade, o extenso areal existe e todos sabemos qual a razão e, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
O resultado está bem visível e é lamentável! Pelo que li, o areal distancia o mar da cidade 40 metros em cada ano!
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - que esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar.

Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber defender-se das fases nocivas.
Pelas razões que expus, terei, a contragosto e uma vez mais, de adicionar mais uma obra ao meu arquivo de obras “asnas” e gostaria que fosse a última, não porque na verdade já não terei muito mais tempo para o fazer, mas por deixarem de existir.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas."

Manuel Luís Pata, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu...

sexta-feira, 2 de março de 2012

Ideias e projectos

foto Pedro Agostinho Cruz
Os pormenores podem ser lido no jornal AS BEIRAS.
Aqui,  fica o essencial: “o atelier de arquitectura RVDM, de Aveiro, fundado pelo arquitecto Ricardo Vieira Melo, foi o vencedor do concurso público internacional de ideias para a requalificação e reordenamento da praia e frente de mar da Figueira da Foz e Buarcos, lançado pelo município em 2011 e que recebeu 65 trabalhos, a maioria de arquitectos portugueses.”
Confesso, que tenho dificuldades em imaginar como ficará o extenso areal que vai do molhe norte do porto da Figueira da Foz à praia da Tamargueira, em Buarcos, se este projecto de ideias alguma vez for concretizado, o que duvido... Pelo menos, nos próximos anos…
“A grande marca do projecto é a ideia da praia poder constituir-se como um segundo parque da cidade, que possa ser usufruído pelos veraneantes”. A proposta do atelier RVDM inclui uma piscina junto ao molhe norte, um espaço multiusos ao ar livre para espectáculos ou pequenas feiras e a reorganização da rede viária na zona de Buarcos, permitindo uma “reformulação total” do jardim em frente ao teatro Caras Direitas, “aproximando-o da praia”, a criação de um pequeno parque de estacionamento na marginal da Figueira da Foz, aproveitando o desnível para o areal, um “jardim de aromas” com vegetação típica da costa portuguesa e um novo arruamento, paralelo à marginal, até meio da avenida do Brasil, são outras das propostas.
Tenho ainda alguma memória da “Rainha das Praias” de Portugal da década de sessenta do século passado. Ao ler hoje as AS BEIRAS fiquei um bocado, digamos assim, perplexo!..
Aliás, estou em crer que todos já nos sentimos um pouco assim: a chocalhar dentro de nós próprios como se continuássemos a ser a mesma criança de sempre, no interior de um corpo que cresceu de um dia para o outro. Fiquei, não sei explicar lá muito bem porquê,  com a sensação, e o sentimento, de estar perante um embuste, ou de uma ficção…
Eu sei e até compreendo que, por vezes, todos nós temos necessidade de nos agarrar, aqui e ali, a um princípio de verdade… Mas, porque é que já não dizem nada sobre a “Aldeia do Mar”?..
Acabaram as ideias, ao menos, para o projecto?...
Na dúvida, entre tudo aquilo que se nos aparece e aquilo que cada coisa seja, em si mesma, recuamos à única certeza que temos: o lugar onde nascemos, onde nada nos pode fazer mal, pela simples razão de que não se distingue de nós.
O apelo e a memória da “Rainha das Praias” de Portugal, é o sentimento do voltar a casa e a necessidade de refúgio na verdade.
De vez em quando, ela volta com a mesma doçura da minha infância - idealizada como todas as outras.
De vez em quando, ela vem e questiona: os autarcas figueirenses das últimas décadas, têm sido fiéis ao projecto de cidade que alguns dos  antecessores traçaram em ideias concretizadas e em sonhos?..
Têm?..

terça-feira, 28 de agosto de 2018

COMUNICADO do PS

"Na sequência dos vários comunicados do PSD, considera o PS que é imperioso clarificar os pontos seguintes:
- As obras de requalificação urbana ao abrigo do PEDUS, Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Sustentável, foram aprovadas, por unanimidade, em Reunião de Câmara e, por unanimidade ou por larga maioria, em Assembleia Municipal. Portanto, o PSD concordou com as candidaturas e com os projectos.
- As candidaturas aos fundos comunitários pressupunham uma série de pré-requisitos que foram compreendidos e respeitados tanto pelos eleitos do PS e do PSD.
- Os fundos destes projectos advêm, em grande percentagem, de fundos comunitários e não poderiam ser alocados a projectos com objetivos diferentes dos estabelecidos.
- Os projetos de requalificação da frente marítima de Buarcos e de requalificação do Cabedelo foram apresentados publicamente, respetivamente nos Caras Direita (Buarcos) e no Clube Desportivo Marítimo (Gala).
- Os suprarreferidos projectos constavam do Programa eleitoral do PS para as eleições autárquicas de 2017, “100 Medidas para o Futuro”.
- Nestes projectos, como em todos, são necessários pequenos ajustamentos aquando da sua execução.
Face ao exposto, consideramos que com a execução destes projectos o Município da Figueira da Foz, e os seus cidadãos, ficarão fortemente beneficiados. Relembramos ainda que os mesmos se seguem ao cumprimento do Plano de Saneamento Financeiro e à enorme redução da dívida brutal deixada pelos executivos do PSD. À requalificação de praticamente todo o Parque Escolar, com a construção de novas Escolas, à requalificação dos Centros de Saúde e de novos Centros de Saúde, à construção do novo Quartel dos Bombeiros Municipais, à requalificação do Mercado Municipal, à reabilitação de grande parte do Património Municipal Edificado, à reabilitação de quilómetros de vias, à renovação da frota municipal, incluindo viaturas dos Bombeiros Municipais, à requalificação de vários espaços públicos como a Praça do Forte, o Espelho de Água, o areal da praia da Figueira, o Parque de Campismo, os equipamentos desportivos, entre outras. Nunca tanto se fez com tão poucos recursos.
Em síntese, o Partido Socialista congratula-se com o trabalho já desenvolvido, e a desenvolver, pelos executivos eleitos nas suas listas no decurso dos três mandatos presididos por João Ataíde.
Por fim, como nota final, e em nome da transparência, urge clarificar que a Assembleia Municipal da Figueira da Foz é constituída por 41 elementos e que pode reunir extraordinariamente a requerimento de um terço dos seus membros. Assim, o PS não sente qualquer responsabilidade pelo facto de um número mínimo de 14 membros, necessário à convocação de uma reunião extraordinária, não se rever nos fundamentos apresentados pelo PSD para a convocar."

Depois de ler este comunicado, concluí que o rescaldo do PS, neste momento,  é o seguinte.
Passo a citar.
Depois de tudo o que se tem passado. Depois de tudo o que têm dito. Depois de tudo, sentimo-nos muito bem!
Têm sido uns 9 anos magníficos...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Ficou desvendado o mistério ontem à tarde no decorrer da Assembleia Municipal: Tróia, é o sonho húmido de Ataíde para o Cabedelo!..

Foto Pedro Cruz
Eu já andava desconfiado...
Não me parece que seja o concreto que faz sonhar o senhor presidente da câmara Municipal da Figueira da Foz...
Sonhar, para o senhor presidente, a meu ver, é a abstração completa que tudo permite, em que tudo é possível, pois não parte da realidade, antes a constrói ao seu belprazer.
Mas, será que o acaso existe?
Pelos vistos, neste caso, não...
Da mesma forma que não existe a coincidência, sempre que se quer tirar ilações da sobreposição de factos, que só o poderiam ser  por obra do acaso.
Reparem na coincidência: até o arquitecto Hipólito é o mesmo de Tróia!..


Cerca de 100 pessoas deslocaram-se ontem à reunião da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, em protesto contra a  intenção da autarquia em acabar com o parque de campismo da praia do Cabedelo.
O grupo de manifestantes, parte do qual esteve concentrado, antes da reunião, em frente ao edifício da autarquia, acompanhado da PSP, contesta a intenção camarária, decidida no âmbito de um projecto de requalificação, que ninguém ainda sabe em concrecto o que é.


Uma das campistas, Maria Teresa Ferreira, usou da palavra na reunião, lembrando o historial do parque de campismo - que começou por ser um local de campismo selvagem e foi legalizado há quase 30 anos, em 1988, através de uma concessão feita pela administração portuária à Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP), que termina a 31 de dezembro - e alegando que o entusiasmo pelo local "foi crescendo" ao longo dos anos, sendo que o parque "tem utilização superior" aos três restantes existentes no concelho e não teve "qualquer melhoramento" por parte da Câmara.
"Depois destes anos todos no esquecimento, vem o senhor presidente da Câmara, de forma cruel, maldosa, prepotente e autoritária, correr com quem sempre cá esteve. Já somos três gerações de campistas, somos a escumalha do Cabedelo", acusou a munícipe.
A intervenção mereceu o aplauso generalizado dos cidadãos que enchiam a sala, levando o presidente da Assembleia Municipal a intervir, avisando da proibição de manifestações do género, que não voltaram a suceder.


Cristela Costa, actual proprietária da mais antiga escola de surf do Cabedelo, disse que o projecto de requalificação não foi apresentado aos utilizadores daquela zona.
"É difícil entender como é que uma via de acesso passa por um café recentemente construído e o parque de campismo não pode ser requalificado", frisou Cristela Costa, embora manifestando, a exemplo dos campistas, não ser contra a requalificação do Cabedelo, "mas contra a forma como está a ser conduzido o processo".


Da parte da bancada do PSD, o deputado Tiago Cadima - que explora a cantina do parque de campismo e disse ter já pedido a cessação do contrato assinado com a FCMP - argumentou que o projecto apresentado publicamente pela autarquia "não é aquele que está a levar por diante", numa alusão ao plano original, onde o parque de campismo aparecia deslocalizado umas centenas de metros para sul.
Tiago Cadima citou declarações do presidente da Câmara, João Ataíde, que terá afirmado que o parque de campismo do Cabedelo - localizado junto à orla marítima, entre os molhes sul e interior sul do rio Mondego - "é um espaço demasiado nobre para estar alocado a parque de campismo", classificando-as de "despropositadas e algo xenófobas".
"O que o senhor transmitiu a cerca de 50 mil associados da Federação é que não eram bem-vindos à Figueira da Foz", declarou o deputado municipal.
Tiago Cadima classificou ainda o planeamento da área de reabilitação urbana do Cabedelo como "um caso de estudo em como fazer tudo mal", questionando sobre a deslocalização do café instalado no local há menos de um ano, por a estrada para ali projetada passar onde o edifício foi construído.


Imagem sacada daqui
Na resposta, o presidente da Câmara, João Ataíde, alegou que o parque de campismo do Cabedelo "não é propriamente um projecto estimado pelos figueirenses e pela comunidade local".
O autarca lembrou que a requalificação do "espaço urbano de praia" do Cabedelo assenta na degradação da envolvente e que o projecto, aprovado pela autarquia, prevê um investimento de 2,5 milhões de euros que ainda aguarda visto do Tribunal de Contas.
João Ataíde adiantou que foi pedido a um arquitecto paisagista a valorização do espaço, comparando o Cabedelo a Tróia, afirmação que motivou risos na assistência.
"O parque de campismo, com a sua configuração actual, é conflituante com este objectivo. Não vemos grande vantagem em prol da cidade na manutenção deste parque de campismo, no nosso projecto não está integrado nem tem de ser integrado", argumentou o autarca.
Disse ainda que não existe "nenhum direito adquirido" dos campistas e utilizadores do parque, nem nenhum direito de propriedade ou posse "nem foi gerado qualquer tipo de expectativa", finda a concessão.
No entanto, o autarca admitiu, a "título precário", antes de começarem as obras e sujeito a reavaliações "de três em três meses", que a concessão se possa manter "enquanto não ocuparmos aquele espaço".
"A expectativa era o prazo de concessão e temos oferta suficiente em termos de campismo", disse ainda João Ataíde.