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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Entre o aprofundanto do rio e a invasão há muito anunciada do mar

Ao que parece, mesmo em fim de linha, o ex-ministro das Infraestruturas João Galamba deixou uma grande notícia aos figueirenses: "o concurso público para o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial e da barra deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano."

“É uma obra importantíssima para a economia da Figueira da Foz e da região”, sublinhou ontem no decorrer de uma reunião de câmara o presidente de câmara da Figueira da Foz, manifestando-se “muito contente” por avançar uma das suas reivindicações desde que iniciou o mandato.

Aos jornalistas, o autarca lembrou que se trata de uma obra “com dinheiro desde o período anterior à pandemia da covid-19” e que tinha sido retirado. 

“É dinheiro que volta à Figueira da Foz”, sublinhou.

O aprofundamento do canal de navegação vai permitir a atracagem de navios de maior calado no porto, que nos primeiros nove meses deste ano movimentou 1.535.500 toneladas, menos 9,1% relativamente ao período homólogo de 2022.

A intervenção prevista vai permitir a entrada de navios até 140 metros de comprimento e oito metros de calado, quando actualmente só permite a acostagem de navios com 120 metros de comprimento e 6,5 metros de calado.


No mesmo concelho da Figueira da Foz, uns 4 ou 5 quilómetros para sul, existe um enorme desastre ambiental, que faz andar com o "coração nas mãos", há muitos anos, os moradores da zona.

Sim estou a referir-me ao "Quinto Molhe" que, até Março, vai ser local de peregrinação dos políticos que certamente irão a andar por aí em campanha eleitoral.

Todos sabemos, que a ocupação desordenada do litoral contribuiu para situações de desequilíbrios e fenómenos de erosão costeira que têm vindo a pôr em causa a segurança de pessoas e bens.

Foi o que aconteceu,  a sul do porto da Figueira da Foz, depois das obras do prolongamento do molhe norte em 400 metros, onde nos últimos anos se agravaram os efeitos erosivos.

A obra, considerada fundamental pelas cabeças pensadoras da tutela e da comunidade portuária, visava a melhoria das condições de acessibilidade ao porto da Figueira da Foz.

Porém, isso não aconteceu. Os acidentes entretanto ocorridos à entrada da barra, depois de 2011, provam isso. A agravar, desde o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto comercial, um investimento de 14,6 milhões de euros, inaugurado em 2011, a erosão nas praias a sul acentuou-se, com destruição da duna de proteção costeira em vários locais, com especial ênfase na praia da Cova, alvo de duas intervenções de emergência nos últimos anos.


O prolongamento do molhe norte e a erosão a sul tem sido um brutal sorvedouro de dinheiros públicos. Com o aprofundamento do canal de navegação do porto comercial da barra, que deverá ser lançado em Janeiro do próximo ano, lá irão mais uns milhões.

Entretanto, ao que parece, a panaceia para atenuar sustentavelmente a erosão a sul existe, já foi estudada e alvo de consenso: chama-se bypass.

Sabe-se, porque foi estudado, que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz, com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada.

“Avaliada esta solução [da transferência de areias] não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, veio dizer aos figueirenses o então ministro João Pedro Matos Fernandes, em meados do mês de Agosto de 2021, curiosamente a mês de umas eleições autárquicas que se advinhavam difíceis para o PS, o que acabou por se concretizar.

Carlos Monteiro foi derrotado por Santana Lopes.


De palpável, passados mais de dois anos, tirando o estudo que situa o investimento inicial com a construção do bypass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros, nada mais aconteceu.

“Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, [a operação] possa ser financiada”, disse o ministro em Agosto de 2021.

E assim ficámos: o sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há mais de uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz continua a ser uma miragem.

E assim vai continuar. A prova disso é que, há poucos dias, O Livre viu “chumbada” a proposta sobre a inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento do Estado de 2024. 

Penso que presumem quem evitou isso: os votos contra da maioria absoluta do PS na Assembleia da República. O PAN absteve-se e os restantes grupos parlamentares votaram a favor.

Passadores de moeda falsa... "São a favor do Bypass mas votam contra a sua implementação..."
Imagem via Sos Cabedelo

Se o Orçamento da República para 2024, com tantos milhões da Europa, não teve estofo para acomodar a solução proposta, que “já foi avaliada pela Agência Portuguesa do Ambiente como a melhor solução, quer a nível técnico quer a nível económico, considerando um horizonte temporal de 30 anos”, quando é que isso poderá acontecer?


Como parece que ninguém se importa com o assunto, como morador a sul do Mondego, resta-me a tristeza de constatar que a merda grossa, merda da boa, a bela cagada obrada pelos cagões da Figueira e de Lisboa, não vai ser limpa.

A enorme borrada (que a foto mostra) vai continuar a poder ser vista. 

É triste presumir que, maioritariamente,  ao votar em Março próximo, os eleitores do sul, com o seu voto, como tem acontecido, vão continuar a comprometer um bocado a possibilidade de resolução do problema, que o mesmo é dizer, vão perpetuar a enorme cagada que torna este País difícil de habitar, tal é o cheiro.

Apesar deste texto terminar um tanto ou quanto brejeiro e brincalhão, o assunto é sério.

E, sobretudo, inquietante.

terça-feira, 18 de julho de 2023

"A erosão costeira é o mais urgente dos problemas, a mais premente das preocupações, a prioridade mais consensual no nosso concelho"....

 Imagem via Diário as Beiras

Nota.
Será que, finalmente, se começa a ver a realidade?
E a realidade é mesmo esta: "a erosão costeira é o mais urgente dos problemas, a mais premente das preocupações, a prioridade mais consensual no nosso concelho".
A realidade da erosão costeira, há muitos anos, que deveria ter sido dos principais assuntos a preocupar os que receberam o mandato popular para cuidar da polis figueirense.
Por isso, para muitos, é preocupante e inexplicável o adiamento da implementação do bypass.
A erosão costeira, isto é, o avanço do mar sobre terra, continua a fazer o seu caminho na orla costeira a sul do estuário do Mondego.
Basta uma simples deslocação a esta parte do território para verificar que o avanço do mar sobre a terra assume aspectos preocupantes.
Basta, logo a seguir ao ao parque de estacionamento da Praia da Cova, percorrer os cerca de 50 metros que restaram do passadiço. Chegados lá, olhem para sul e atentem no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial. E não foi por falta de alertas. 
Recordo um via OUTRA MARGEM, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006.
Já lá vão quase 17 anos...
Entretanto, as previsões quanto às consequências do prolongamento do molhe da Figueira da Foz, concretizaram-se. 
O areal das praias da região está a desaparecer e o mar está cada vez mais próximo das casas, sendo previsível que, se nada for feito, dentro de poucos anos invada as povoações.
As previsões dos pescadores da minha Aldeia, dos ambientalistas e especialistas em assuntos do mar quanto às consequências do prolongamento do molhe na Figueira da Foz, estão-se a agravar de forma assustadora.
Citando Alfredo Pinheiro Marques, director do Centro de Estudos do Mar: houve falta de sensatez. “Esse problema já se percebia no século passado, em exemplos como os do Furadouro ou de Espinho, que até o cineasta Paulo Rocha mostrou em 1966 no seu filme Mudar de Vida, pelo que se deveria, pelo menos, não ter feito mais erros”
“Quando por razões económicas, turísticas ou de especulação imobiliária, se constroem os molhes e esporões, criam-se verdadeiros aterros a Norte e fica-se sem areia a Sul, podendo o mar entrar pela terra a dentro, colocando em risco as habitações”.
“A construção de molhes ou pequenos esporões tem um preço, que é caríssimo”. 
Pinheiro Marques, sobre o que aconteceu na Figueira não tem dúvidas: “aumentando o problema para o dobro aumentou-se também os seus efeitos para o dobro”
A verdadeira diferença, neste caso, como em tudo na vida, está em todos aqueles que, sejam de que quadrante político forem, conseguem ter a isenção, a independência, a coragem de se demarcarem e tomarem posição, arrostando com as consequências.
Esses, são os que devem ser lembrados, sem esquecer as grandiosas obras que a mediocridade instalada legou ao futuro.
Manuel Luís Pata"o responsável pelos livros que nesta cidade da Foz do Mondego, até hoje, foram publicados sobre a pesca longínqua do bacalhau e sobre os estaleiros da construção naval figueirense", é um deles. Foi um Homem que nunca abdicou de lutar. Liderou ou participou em muitas batalhas. Quase todas, se não mesmo todas, perdidas.
Entre elas, até agora, a que continua a ser travada: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Como Manuel Pata costumava dizer: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
O extenso areal já existia em 2008. Existia e todos sabíamos qual a razão.
E, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
Na Figueira, a Praia frente à cidade, a barra e a orla costeira a sul do estuário do Mondego, estão assim por vontade dos homens.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Freguesia de S. Pedro está a ser engolida pelo mar há muitos anos

Quase todos sabemos:
- que o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.

- que a protecção da Orla Costeira Portuguesa sempre deveria ter sido uma necessidade de primeira ordem...

Citando Miguel Figueira: "... a população está numa roleta russa, isto é uma roda da sorte, ou se quisermos de azar. E não pode ser: um dos direitos constitucionais é este direito ao ambiente, à qualidade de vida e à segurança."

Como se os problemas do Quinto Molhe não fossem mais do que suficientes (aqui no OUTRA MARGEM andamos a alertar desde Dezembro de 2006) a Câmara Municipal da Figueira da Foz, em 2019, resolveu do alto da sua maioria absoluta e da sua douta sabedoria, brincar às construções na areia da Praia do Cabedelo...

Eu sei que a memória é curta. E o importante, para certa gente, é sacudir a água do capote. O que foi feito não interessa nada. As responsabilidades, do que foi "obrado" nos últimos 4 anos no Cabedelo, apesar de todos os alertas e avisos, sobram agora para quem veio a seguir. Quem veio a seguir que feche a porta. Quem fez o mal há-de saber fazer a caramunha.

Em política, na Figueira, é assim que as coisas se fazem.

Contudo, vamos ao foco: «atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.»

Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...»

Isto, já alertava um "velho do restelo" chamado António Agostinho, em 11 de dezembro de 2006Recorde-se Camões. "O Velho do Restelo chamou de vaidosos aqueles que, por cobiça ou ânsia de glória, por sua audácia ou coragem, se lançam às aventuras ultramarinas. Simboliza a preocupação daqueles que anteveem um futuro sombrio para a Pátria." 

Daqui a 16 dias já passaram 17 anos. E vamos a ver: nada. Pior: tudo se agravou.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

PRIORIDADES

Não é segredo: na Freguesia de S. Pedro estamos a gastar em vão fundos nacionais e da União Europeia. Sim: estou a falar do Cabedelo.

"Que conceito de REABILITAÇÃO URBANA é este que afasta a comunidade que ao longo das últimas décadas tem construído aquele lugar?"

O Cabedelo até pode ficar um brinquinho (o que eu duvido...), mas existem prioridades na governação de um autarquia...

Os chouriços estão nus. Foto de António Agostinho, desta manhã

«São conhecidas as tradicionais faltas de verbas do INAG (Instituto da Água).
Pelo menos, para algumas coisas...
Mas existem prioridades. Ou, antes, deveriam existir!...
A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Pode haver falta de verba, mas existem prioridades...»
(OUTRA MARGEM, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006)

Não quero ser, muito menos parecer, pretensioso e cair na tentação fácil de me sentir diferente dos demais. Contudo, o modo como a maioria dos políticos organiza e define as nossas vidas, com uma inversão total de prioridades, leva-me a esboçar um leve sorriso!
Não gostaria, porém, de continuar a sorrir por este motivo.
O momento não está para politiquices: a erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sér
io...

O que tem feito a Câmara Municipal pelas populações sofridas e desesperadas do sul do concelho, vítimas deste flagelo que é a erosão costeira?

Para o quinto molhe não há areia. Idem para a Costa e para a Leirosa!.. Contudo, para uma obra desnecessária, inútil e nem sequer, prioritária no momento de emergência social que estamos a viver, estão a ser desbaratados milhões de metros cúbicos da forma que o vídeo mostra.

Alguém consegue perceber as prioridades dos políticos?..

E não foi por falta de avisos...

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

EROSÃO COSTEIRA NO CONCELHO DA FIGUEIRA DA FOZ (sim, ela existe SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ)...

A PROTECÇÃO da Orla Costeira da freguesia de S. Pedro, muito concreta e objectivamente da duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova, é a necessidade mais premente a sul do estuário do Mondego, de há anos a esta parte, que deveria TER SIDO ASSUMIDA COMO A PRIORIDADE DAS PRIORIDADES, por parte de quem de direito, nomeadamente do SENHOR DOUTOR JOÃO ATAÍDE, HÁ MAIS DE 8 ANOS PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ.
Mas as prioridades têm sido outras...
Por vezes, SENHOR PRESIDENTE ATAÍDE, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Quem olha para esta outra margem, não pode limitar-se a olhar para a sua praia preferida. Tem de saber reparar para o conjunto...

Esta outra margem a sul do estuário do Mondego é muito mais do que praia (ainda que sejam as melhores do concelho da Figueira, apesar de desprezadas por quem de direito)...
Tem de reparar, por exemplo, na marginal beira rio sul, entre a barra e a a zona da antiga ponte da Figueira...  
Tem de reparar, também, para a zona a sul do quinto molhe... 
Tem de reparar, ainda, na ida para o Cabedelo, para a zona entre o campo de futebol e a praceta Mário Silva, onde estão placas há anos a dizer que as dunas estão em recuperação (ver vídeo)...
Tem de conhecer a importância do campismo, desde há décadas, para o desenvolvimento do Cabedelo e da Cova e Gala? 
Tem de saber que perder o campismo no Cabedelo, é perder algo de essencial da "alma" daquela "área nobre" da freguesia de S. Pedro. Não só aquilo que se vê, mas aquilo que é invisível para quem se limita a olhar... 
Já agora: alguém sabe mesmo, incluindo o Senhor Presidente da Câmara da Figueira da Foz, o que vai ser realmente feito?... 
Se assim acontecer, agradecia que fosse esclarecido...

Olhar, ver e reparar são conceitos diferentes. Podemos olhar sem estar a ver, chegamos a ver sem estarmos a olhar, mas reparar necessita de uma atitude completamente diferente. Há um ecletismo intelectual no reparar que ultrapassa em muito a visão propriamente dita... 
O Cabedelo, para quem o vive há mais de 50 anos, não é só a "boa" praia! É muito mais do que isso.
Por exemplo: não prescinde de o visitar, mesmo num dia como o de hoje.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Postagem sem título... Vou sair e arejar que está bom para isso! Comentem vocês...

A intervenção que a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) está a efectuar há alguns meses, no quinto molhe, na freguesia de S. Pedro, está «no bom caminho. Inicialmente houve problema de adaptação da própria empresa à realidade do local e não correram muito bem, agora está a avançar e a decorrer normalmente». Palavras do presidente da Junta, (hoje no Diário de Coimbra) que tem a garantia dos responsáveis que a sua grande preocupação deixará de existir. «O que me afirmaram é que, em termos de protecção das casas, nos davam garantias de que, nos próximos 20 anos, não haverá o problema do mar invadir as casas, o que nos deixa relativamente descansados, que era uma das maiores preocupações», salienta António Salgueiro, assegurando que o principal problema, «de protecção de pessoas e bens e zona dunar, fica resolvido, que é o principal objectivo da obra».
Numa segunda fase, acrescenta o autarca, «será efectuada a reposição de areia que irá “engordar” a praia a Sul do quinto molhe», o que será «muito positivo», não só «por ser uma praia frequentada por muitos turistas, embora não seja vigiada e há que ter em atenção esse aspecto, mas sobretudo pela arte-xávega», que, recorda, «é um meio de subsistência de algumas famílias da freguesia e importante pelas raízes, pois a formação das localidades da Cova e da Gala, iniciou-se com a arte-xávega». E aquela praia, sublinhou o autarca, «é a entrada para os pescadores praticarem a actividade, na época balnear»

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

As obras a sul do quinto molhe: 3 dias para nada...



Os deputados do PS, eleitos pelo círculo eleitoral de Coimbra, estão hoje de visita ao concelho da Figueira da Foz. 
O périplo começou na extensão de saúde de Maiorca (10H30) e dentro de pouco, a ser cumprido o programa, estarão em São Pedro (por volta das 12H00)
Ao que julgo saber irão até ao quinto molhe, presumo que para  verem as obras que tiveram início na passada quinta-feira...
Do que foi feito quinta, sexta e sábado nada resta...
Presumo que todos sabiam o temporal que estava previsto para o fim de semana...

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Quinto Molhe: a erosão vista do céu...

O mar está a invadir a freguesia de S. Pedro. Mas, esta desgraça está a acontecer já há muitos anos.
Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão quase 15 anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da freguesia de S. Pedro, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade. 
Continua a ser... Cada vez mais.


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Boa tarde figueirenses e bem-vindos a 2014... (III)

A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
Como escrevemos em 11 de dezembro de 2006,  o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, pela foto obtida por mim hoje no local, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
O processo de erosão costeira assume aspectos cada vez mais preocupantes a sul do 5º. Molhe, na praia da Cova.
Entretanto, a praia da Figueira da Foz, o maior areal urbano do país, está a crescer, em média, 40 metros por ano, devido ao prolongamento do molhe norte do rio Mondego...
Repito a pergunta que coloquei neste blogue antes da execução da obra, mas que ainda ninguém respondeu: será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE tiveram na zona costeira na margem a sul do Mondego?

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Tudo como dantes no Quinto Molhe: ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...

Vídeos de hoje. 

 

Ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial... 
Isto, foi escrito por mim há mais de 14 anos.
Foi em 11 de Dezembro de 2006 no blogue OUTRA MARGEM
Em 15 de Dezembro de 2020, a erosão costeira a sul do Quinto Molhe deveria merecer a atenção de todos: autoridades competentes e população da freguesia de S. Pedro. 
A situação, como os vídeos mostram é dramática. 
Tudo foi previsto e tudo se cumpriu. 
Muita coisa poderia ter sido evitada. 
Em Dezembro de 2020, continuamos como em 2006. 
Ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial... 
Agora, ainda de forma mais visível... 
Vão ao Cabedelo e vejam o que lá se passa.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

A sul do quinto molhe a erosão continua a ser uma constante...

Praia da Cova. Sul do quinto molhe. Foto sacada daqui.
Praia de Alvor regressa à década dos anos 60, alargando 30 metros
Ministro do Ambiente defende a “engenharia natural” como forma de manter as praias, rejeitando a construção de novos esporões.
A praia de Alvor vai alargar 30 metros, beneficiando de uma recarga artificial de 250 mil metros cúbicos de areia. A obra, no valor de cerca de dois milhões de euros, foi nesta terça-feira adjudicada, pelo ministro do Ambiente, no município de Portimão. O objectivo é que a zona nascente desta praia fique com a dimensão que tinha na década de 1960, quando o Algarve ainda não tinha a carga dos empreendimentos construídos à beira-mar, nem os milhões de turistas que todos os anos visitam a região. 

Via jornal Público

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Politiquices de Aldeia....

Um exemplo.
Em 22 de fevereiro de 2021, numa postagem OUTRA MARGEM, publiquei esta postagem.
"Quinto Molhe: deixem-se de politiquices e exijam mas é soluções políticas aos políticos e técnicas aos engenheiros", onde apresentei esta sugestão.
Eu não tinha descoberto nada: apenas deixei uma sugestão, aliás, conhecida dos técnicos, há muito...
«A Junta de São Pedro está a promover um abaixo-assinado em defesa da costa. 
A moção propõe a construção de um quebra-mar paralelo à praia do quinto molhe, na Cova, para afastar o mar das dunas e fazer crescer o areal. 
Ao final da manhã de ontem (dia 26 de fevereiro de 2021), um dia depois de ter sido tornado público, o abaixo-assinado já contava com mais de 200 assinaturas. 
Por outro lado, na próxima segunda-feira, o executivo daquela junta de freguesia da margem sul da Figueira da Foz avançará com uma petição pública na internet sobre o mesmo assunto. 
Os documentos serão enviados à tutela do Ambiente e ao executivo camarário.»

Nota de rodapé.
Há cada coincidência...
A título de curiosidade, recorde-se que 2021 foi ano de eleições autárquicas.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Orla costeira: prioridades...

Recordemos, mais uma vez, uma postagem Outra Margem de 11 de Dezembro de 2006, já lá vão praticamente 12 anos!
"A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Hoje, conforme foto abaixo, parece que começaram as obras no Cabedelo...

Entretanto, também hoje, a sul do quinto molhe, conforme o filme feito esta manhã, nada se passa.

Creio que a coisa, além de simples de contar, é fácil de entender...

sexta-feira, 3 de março de 2017

As circunstâncias...

Via AS BEIRAS:
"Cada vez que o mar se revolta, os residentes de São Pedro e da Leirosa temem o pior. As últimas agitações marítimas têm danificado as frágeis barreiras que se interpõem entre o Atlântico e as localidades, com a água a aproximar-se perigosamente das zonas residenciais: os cordões dunares já não são suficientemente resistentes para fazerem frente à força das ondas, que até pedras de grande porte arrastam para a via pública. 
A Praia da Cova, o Cabedelo e a Leirosa são as zonas mais fustigadas, mas a Tamargueira e a Costa de Lavos também têm sido afetadas pelo avanço do mar. 
«Há necessidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) criar um enrocamento para proteger a Praia da Cova, o que nos deixaria mais descansados nos próximos anos», defendeu  António Salgueiro, presidente da Junta de São Pedro. «Está prevista uma intervenção, desde o quinto molhe até à Costa de Lavos», acrescentou o autarca da margem sul da cidade. «O nosso receio é que o mar atinja as habitações», disse ainda ao jornal António Sagueiro." 

Este espaço começou, quase há 11 anos, com poucas dezenas de leitores diários.
A coisa foi crescendo. No tempo que passa, tem dias em que ultrapassa as 5 000 visualizações.
A média mensal, neste momento, está próxima das 100 000. 
Isto não aconteceu por acaso. Contra tudo e contra o oportunismo dos políticos com responsabilidades políticas na Aldeia e na cidade, sempre focámos a verdade e a realidade. 
Para OUTRA MARGEM, a protecção da Orla Costeira Portuguesa foi sempre uma necessidade de primeira ordem... 
O processo de erosão costeira assumiu, desde sempre, aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental. Logo em 11 de Dezembro de 2006, alertámos para o estado em que se encontrava a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. 
Fomos acusados de tudo, caluniados, perseguidos, ostracizados, mas nunca nos calámos.
O "elogio" mais simpático que recebemos do poder local foi: "velhos do restelo e profetas da desgraça..."
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial... Foi o que aconteceu na Aldeia e os resultados estão à vista. Podia haver falta de verba, mas existiam prioridades... E quem está no poder há mais de 20 anos, ou há mais de sete, tem responsabilidades políticas.

Confesso: conhecia pessoalmente alguns leitores,  antes de começar a editar o OUTRA MARGEM
Via OUTRA MARGEM, já conheci muita gente. 
Por exemplo, não é raro estar a fazer compras numa superficie comercial e, alguém que não conheço, vir abordar-me: não é o Agostinho da OUTRA MARGEM?..
Digo que sim...  E lá vem o incentivo: carregue neles...
Neste momento, tenho a certeza que não conheço pessoalmente a esmagadora maioria dos leitores deste espaço: não é que tenha interesse especial em saber o trabalho que desempenham, a  idade, o estado civil, onde votaram, o dinheiro da conta bancária, a casa onde moram, se para lá morar precisaram de crédito bancário ou dispunham da massa total para a compra, se têm carro, ou andam de transportes públicos, se frequentam igrejas, sinagogas ou mesquitas, se têm 20 ou 90 anos, se são agricultores, pescadores, professores, médicos, recepcionistas, enfermeiros, bancários (banqueiros não acredito...) se são homens ou mulheres, se comem mais peixe ou carne, se gostam de sopa, vegetais e fruta, se bebem mais leite, mais água ou mais vinho, se viajam, ou se não gostam de viajar, se gostam de ler, ou se gostam mais de futebol, etc...
A única coisa que presumo é que as circunstâncias de quem me lê, são as minhas...
E, como sabemos, em igualdade de circunstâncias, é mais feliz quem gosta de sorrir. 
Tristezas não pagam dívidas e as pessoas querem é ultrapassar os problemas que as afligem. 
Por isso, é que gosto de distribuir por aqui sorrisos...
Não há quem não sorria a um sorriso! 
E sabem uma coisa? 
Custa tão pouquinho!

Do alto da Serra da Boa Viagem, olhando para sul, tudo avistamos...
Contudo, quando estamos na praia da Cova, e olhamos para norte, sentimo-nos frágeis e pequenos... 
Todavia, somos a mesma pessoa: apenas a perspectiva é que mudou. 
Nada mais. 
Não nos iludamos. Nem com a nossa pequenez. Nem com a nossa importância. 
Ambas, são adjectivas ao substantivo que somos.
As circunstâncias exteriores é que se modificaram!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A erosão a sul pode esperar?.. Depois não digam que foram apanhados de surpresa...

Aquilo que há muito temia está a confirmar-se: a situação, preocupante e perigosa, da orla costeira a sul do quinto molhe, na orla costeira da freguesia de S. Pedro continua a ser branqueada e mal avaliada pelos órgãos de informação e por quem de direito – poder local e central.  
Hoje, porém, já não se consegue esconder aquilo que está à frente dos olhos de toda a gente.  A  intervenção humana tem vindo a acelerar a erosão costeira da duna, a sul do 5º. Molhe entre o 5º. Molhe e a Costa de Lavos e a duna, naquele local, desapareceu. 
E isso era perfeitamente previsível: o Laboratório de Engenharia Civil previu isso mesmo nos anos 60 do século passado.
Numa sessão pública realizada em março, na Junta de Freguesia de S. Pedro, promovido pelo Bloco de Esquerda, o dr. Filipe Duarte Santos (Grupo de Trabalho da Orla Costeira) considerou que a melhor solução para a defesa da orla costeira é repor a praia. No caso da nossa freguesia passa por “transportar” a areia da praia da Figueira, retida pelo molhe norte – problema que os 400 metros construídos na última intervenção agravaram – para as praias de S. Pedro. 
Hoje, é notícia de primeira página no jornal AS BEIRAS, algo que  vai inviabilizar a defesa e protecção das praias a sul: a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) aprovou o projecto de requalificação do areal urbano, apresentado pela Câmara da Figueira da Foz. 
Numa primeira fase, a autarquia vai construir uma pista de atletismo, uma via mista para ciclistas e peões, um novo parque de skate, reformular o sistema de passadiços de madeira e reabilitar os espaços desportivos. As valas de Buarcos e da Ponte do Galante vão ser soterradas. As obras do projecto global de requalificação do extenso areal deverão arrancar até ao final do ano, prevendo-se que fiquem concluídas dentro de 12 meses. Têm um orçamento de dois milhões de euros, que a autarquia vai buscar ao Turismo de Portugal, que acumula verbas das contrapartidas da zona de jogo. A intervenção tem como eixo fundamental a via clicável e pedonal, que vai dividir o areal urbano em duas partes – a antepraia e a zona de banhos. O “Anel das artes”, um anfiteatro redondo, bem como outras propostas recentemente apresentadas pela autarquia, na sequência da reformulação do projecto vencedor do concurso de ideias que lançou no anterior mandato, ficam para uma fase posterior. 
É fácil de deduzir, portanto, que o problema da erosão a sul da barra do Mondego terá de esperar... 
Esperemos é que haja tempo. Depois, não digam que não foram avisados. Aproveito para recordar o que me tem dito ao longo dos anos o velho e experiente Manuel Luís Pata, nas inúmeras e enriquecedoras conversas que ao longo da vida com ele tenho tido:  “a Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. Na sua opinião, a única obra do homem  de que deveríamos ter orgulho e preservá-la, foi a reflorestação da Serra da Boa Viagem por Manuel Rei. Fez o que parecia impossível, essa obra foi reconhecida por grandes técnicos de renome mundial. E, hoje, o que dela resta? – Cinzas!..”

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Erosão costeira na freguesia de S. Pedro: o Quinto Molhe é há muitos anos uma enorme preocupação. Os políticos, com estas obras, tornaram o Cabedelo noutra...

Já tínhamos o enorme problema do Quinto Molhe.
Este inverno, como previ em 9 de Abril de 2017, muito antes do início das obras, o Cabedelo tornou-se noutro bico de obra do litoral no nosso concelho.
Como escrevi, já lá vão mais de 4 anos: "longe dos olhares, no silêncio dos gabinetes, o Cabedelo está a ser alvo de um atentado ambiental". 
O resultado já está à vista. 
Foto António Agostinho
Tudo foi alertado. Tudo está dito. Agora, o que está feito no Cabedelo, já se viu, apesar de ainda não estar concluído, tem de ser rectificado. Como diz o arquitecto Miguel Figueira"o problema não é se se protege, mas como se protege."
Imagem via Diário de Coimbra

terça-feira, 7 de março de 2023

Quinto molhe: "... proteção da duna já se encontra assegurada"

Via Município da Figueira da Foz

"Pedro Santana Lopes, Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, marcou presença esta manhã na Praia da Cova, a sul do quinto molhe, na companhia do Vereador Manuel Domingues, para se inteirar da situação atual junto do Eng° Nuno Bravo, Diretor da ARH Centro."

domingo, 17 de abril de 2022

Desviem as areias...

A crónica de António Agostinho publicada na Revista Óbvia, edição de Março de 2022

Se há coisa com que lido mal é com acidentes no mar. Sou filho, neto e bisneto de pescadores. Estas tragédias tocam-me profundamente. Tenho antepassados que tiveram o mar como sepultura eterna.


Naufrágios na barra da Figueira aconteceram muitos nos últimos 12 anos. Entre eles, o mais presente na memória das pessoas, foi o ocorrido no dia 6 do mês de Outubro de 2015. A Figueira da Foz ficou de luto. Ao final desse dia negro para a nossa comunidade piscatória, o arrastão Olívia Ribau afundou-se à entrada da barra e levou consigo cinco vidas. 


Porém, entre os inúmeros acidentes que ocorreram `na barra da Figueira, depois do acrescento dos 400 metros do molhe norte, destaco o que aconteceu em 25 de Outubro de 2013. O barco naufragado foi o "Jesus dos Navegantes". Registaram-se 4 mortos numa tripulação de 7 homens.

Passados pouco mais de 2 anos, em 21 de Dezembro de 2015, o Estado português, via Tribunal de Coimbra, condenou o Mestre Francisco Fortunato a uma pena suspensa de dois anos e seis meses de prisão.  O Homem do Mar foi acusado pelo Ministério Público do Estado Português de quatro crimes de "homicídio por negligência", por não ter cumprido a "Carta Náutica"… Não ter tido conhecimento de um "edital"… E não ter mandado vestir coletes e descalçar botas.

Mas será que "a forma como a barra do porto da Figueira da Foz foi construída não poderá ter ajudado ao naufrágio da Jesus dos Navegantes"? Essa foi, pelo menos, a tese do falecido mestre José Festas, presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar.

A obra do acrescento dos 400 metros no molhe norte, iniciou-se em 2008 e ficou pronta em 2010. A partir desse ano começou a alterar as condições da deriva sedimentar. Com o tempo acumulou as areias (até começarem mesmo a contornar a cabeça do molhe norte…), e esse acrescido assoreamento levou ao consequente alteamento das vagas nessa zona. Dada a pouca profundidade existente na ponta do molhe norte, o mar parte o mar nesse local, o que torna difícil as entradas e saídas aos pequenos de pesca e iates.

Exactamente no mesmo local - barra do porto da Figueira da Foz - depois da obra, em 26.10.2010, 20.01.2012, 10.04.2013 e 25.06.2013, aconteceram outros quatro  naufrágios, com três mortos. Depois  do acidente  com o "Jesus dos Navegantes" em 25.10.2013 com quatro  mortos, aconteceu o naufrágio do Olívia Ribau (e outros estiveram iminentes) com mais cinco mortos. Em Novembro passado, os graves problemas de segurança da barra da Figueira da Foz, com o assoreamento que torna o mar violento e traiçoeiro,  provocaram mais uma tragédia naquele local. Quatro amigos, pescadores amadores, morreram após a embarcação onde seguiam, a ‘Seberino II’, ter virado e naufragado entre as praias do Hospital e da Cova, a sul da barra.

Para quando a realização de um inquérito - a sério - à operacionalidade da barra depois das obras do prolongamento dos 400 metros do molhe norte?

No passado dia 10, perto da embocadura da barra da Figueira, o mar virou a lancha dos pilotos, que iam dar entrada a um navio que vinha com destino ao porto comercial para carregar argila. No acidente houve a registar 2 feridos e danos na embarcação utilizada pelos pilotos da barra da Figueira. Segundo o que li no Diário de Coimbra, "à situação não foi alheio o assoreamento". 

O velho problema de conseguir assegurar a manutenção desassoreada de uma instalação portuária  destinada também a barcos pequenos, de pesca e de recreio e não apenas a cargueiros continua. O acidente com os pilotos da barra confirma isso mesmo. Se há alguém que conhece a barra como as próprias mãos, são os profissionais que todos os dias operam na barra da Figueira e estão sujeitos a cumprir todas as regras e procedimentos instituídos na "carta Náutica".

Como certamente estão lembrados, 2021 foi ano de eleições autárquicas. Aconteceram a 26 de Setembro. O Governo, quiçá por mera coincidência, antecipou a divulgação pública do estudo sobre a transposição de areias na barra da Figueira da Foz, prevista para Setembro de 2021.  O documento foi apresentado no dia 12 de Agosto de 2021: esse foi o tempo considerado certo para anunciar o estudo de viabilidade do bypass. 

Continuamos a aguardar pelo tempo certo para o transformar em projecto... E, depois, em realidade. Recorde-se que o estudo do bypass, que custou 264 mil euros, foi adiado durante anos. Contudo, mais vale tarde do que nunca. Em 12 de Agosto, a  pouco mais de um mês da realização das eleições de 26 de Setembro de 2021, o ministro do Ambiente assumiu que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada. 

“Avaliada esta solução (da transferência de areias) não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, disse à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.

O “Estudo de Viabilidade de Transposição Aluvionar das Barras de Aveiro e da Figueira da Foz”, apresentado na manhã de 12 de Agosto de 2021 pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), avaliou quatro soluções distintas de transposição de areias e concluiu, para a Figueira da Foz, que embora todas as soluções sejam “técnica e economicamente viáveis”, o sistema fixo é aquele “que apresenta melhores resultados num horizonte temporal a 30 anos”.

O estudo situa o investimento inicial com a construção do by pass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros. “Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, (a operação) possa ser financiada”, disse o ministro.

O sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há mais de uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz, será o primeiro em Portugal e idêntico a um outro instalado na Costa de Ouro (Gold Coast) australiana. É constituído por um pontão, com vários pontos de bombagem fixa que sugam areia e água a norte e as fazem passar para a margem sul por uma tubagem instalada por debaixo do leito do rio Mondego. A tubagem estende-se, depois, para sul, com vários pontos de saída dos sedimentos recolhidos, que serão depositados directamente nas praias afectadas pela erosão.

A opção de avançar para a construção de um bypass era em Agosto de 2021, para o então presidente da Câmara da Figueira da Foz, Dr. Carlos Monteiro, uma solução que permitia “tranquilidade e esperança a quem usa o porto comercial, a quem usa o porto de pesca e à população da margem sul da Figueira da Foz”. Carlos Monteiro, na altura, disse que uma proposta a longo prazo “não é frequente” em Portugal e agradeceu ao ministro do Ambiente, Matos Fernandes, por aquilo que considerou ser um gesto com “visão”.

Carlos Monteiro solicitou que o estudo  apresentado fosse “avaliado o mais depressa possível” e que o projecto “fosse desenvolvido”. Mas disse esperar, “fundamentalmente, que tenha a maturidade necessária para ser inscrito no Quadro Comunitário [Portugal] 2030. Atendendo aos valores, acredito que possa e deva ser”. 

Também na altura, o arquitecto Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, se manifestou agradado com a decisão de se optar pelo bypass. “Agora temos uma responsabilidade de contribuir para que seja bem feito. Há uma série de dúvidas, estamos a trabalhar em coisas que já deram provas de funcionamento, o sistema australiano funciona há mais de duas décadas, mas há sempre dúvidas sobre os impactes”, notou.

O ministro do Ambiente recordou a primeira vez que ouviu falar “ao vivo” da hipótese do bypass na Figueira da Foz e lembrou o “ar zangado” do arquicteto “cheio de certezas absolutas”, quando o movimento protestava, em 2019, pela construção do sistema fixo. “Agradeço ao SOS Cabedelo, a forma, muito para além de reivindicativa, mas técnica, com que nos entusiasmou a chegar aqui”, frisou Matos Fernandes.

Passaram sete meses. Espero, sinceramente, que tudo tenha sido mais do que uma mera tentativa de jogada de propaganda eleitoral. 

"Há muitos anos que, para mim, a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem e que o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.

Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."

Escrevemos o que está entre comas, no blogue OUTRA MARGEM em 11 de Dezembro de 2006. Passados quase 16 anos, infelizmente, continua actual. Depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do Mondego tem avançado. A barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores. A Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade. A pesca está a definhar. Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...

O Dr. Santana Lopes é agora o novo presidente de câmara. É ele que tem que perceber e saber  lidar  com as as consequências das diferentes dinâmicas que construíram  e desconstruíram a orla costeira no concelho da Figueira da Foz. "Um sistema complexo com uma instabilidade natural (decorrente de marés, das correntes, dos fenómenos meteorológicos, das derivas de sedimentos) mas também decorrente da acção humana, salientando-se aqui a interferência da barra do porto marítimo da Figueira da Foz e do seu prolongamento". 

O impacto ambiental causado pelo crescimento dos molhes  - uma infraestrutura que inibe a deriva de sedimentos acumulados na praia da Figueira da Foz (seguramente a maior praia da Europa) acelerou a erosão da costa a sul, colocou ao território do nosso concelho desafios que têm de ser defrontados com responsabilidade e ousadia. 

As soluções, ao que parece existem. A proposta do bypass - um sistema mecânico de bombagem permanente de areias que permitam restabelecer em grande parte a dinâmica dos sedimentos que alimentam a costa, já foi assumida pelo ainda ministro do Ambiente como a mais indicada. 

Se a situação foi estudada e a solução encontrada, continuamos à espera de quê? "O mar é a nossa terra". Temos de saber entende-lo e saber lidar com ele. E, sobretudo, nunca tentar contrariar a sua força, pois isso é impossível... 

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

By pass: este foi o tempo certo para anunciar o estudo de viabilidade. Vamos ver quando é o tempo para o transformar em projecto...

O Governo antecipou a divulgação do estudo sobre a transposição de areias na barra da Figueira da Foz, prevista para setembro. O documento foi apresentado ontem.
Recorde-se que o estudo do by pass foi adiado durante anos.
Um estudo no valor de cem mil euros contra os milhões constantes que se despendem em dragagens.
Em Setembro de 2018,  a Vereadora Ana Carvalho não só não se mostrou muito preocupada com a situação como até afirmou: "não sou grande defensora dessa solução". 

Mais vale tarde do que nunca, diz o Povo. A pouco mais de um mês da realização das eleições de 26 de Setembro de 2021, o ministro do Ambiente assumiu que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada, e será realizada. “Avaliada esta solução [da transferência de areias] não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, disse à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.
O “Estudo de Viabilidade de Transposição Aluvionar das Barras de Aveiro e da Figueira da Foz”, apresentado na manhã de ontem pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), avalia quatro soluções distintas de transposição de areias e conclui, para a Figueira da Foz, que embora todas as soluções sejam “técnica e economicamente viáveis”, o sistema fixo é aquele “que apresenta melhores resultados num horizonte temporal a 30 anos”.
O estudo situa o investimento inicial com a construção do bypass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros. “Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, [a operação] possa ser financiada”, frisou o ministro, em declarações à margem da sessão.
O sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz, será o primeiro em Portugal e idêntico a um outro instalado na Costa de Ouro (Gold Coast) australiana. É constituído por um pontão, com vários pontos de bombagem fixa que sugam areia e água a norte e as fazem passar para a margem sul por uma tubagem instalada por debaixo do leito do rio Mondego. A tubagem estende-se, depois, para sul, com vários pontos de saída dos sedimentos recolhidos, que serão depositados directamente nas praias afectadas pela erosão.
A opção de avançar para a construção de um bypass é, para o presidente da Câmara, uma solução que permite “tranquilidade e esperança a quem usa o porto comercial, a quem usa o porto de pesca e à população da margem sul da Figueira da Foz”. Carlos Monteiro argumentou que uma proposta a longo prazo “não é frequente” em Portugal e agradeceu ao ministro do Ambiente, Matos Fernandes, por aquilo que considera ser um gesto com “visão”.
Carlos Monteiro pediu que o estudo e apresentado seja “avaliado o mais depressa possível” e que o projecto “seja desenvolvido”. Mas disse esperar, “fundamentalmente, que tenha a maturidade necessária para ser inscrito no Quadro Comunitário [Portugal] 2030. Atendendo aos valores, acredito que possa e deva ser”, frisou o presidente da Câmara. Até lá, lembrou, o problema da erosão da costa a sul do porto da Figueira vai a ser mitigado, até 2023, com o abastecimento de três milhões de metros cúbicos de areia, retirados do mar a norte do molhe norte.
Já o arquitecto Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, manifestou-se agradado com a decisão de se optar pelo bypass. “Agora temos uma responsabilidade de contribuir para que seja bem feito. Há uma série de dúvidas, estamos a trabalhar em coisas que já deram provas de funcionamento, o sistema australiano funciona há mais de duas décadas, mas há sempre dúvidas sobre os impactes”, notou.
O ministro do Ambiente recordou a primeira vez que ouviu falar “ao vivo” da hipótese do bypass na Figueira da Foz e lembrou o “ar zangado” do arquiteto “cheio de certezas absolutas”, quando o movimento protestava, em 2019, pela construção do sistema fixo. “Agradeço ao SOS Cabedelo, a forma, muito para além de reivindicativa, mas técnica, com que nos entusiasmou a chegar aqui”, frisou Matos Fernandes.

Espero, sinceramente, que tudo seja mais do que uma mera jogada de propaganda eleitoral.
"A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Escrevemos isto em aqui no OUTRA MARGEM em 11 de Dezembro de 2006. Infelizmente, continua cada vez actual.
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O tempo certo para anunciar foi ontem. Vamos ver quando é o tempo para o transformar em projecto...