Via Diário as Beiras
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
quarta-feira, 12 de julho de 2023
sábado, 8 de julho de 2023
Sindicato vê condições de entendimento entre Estado e Casino da Figueira da Foz
sexta-feira, 7 de julho de 2023
Marégrafo para medir as marés soterrado pela areia
Via Diário as Beiras
«José Esteves, o antigo presidente da junta, com uma vida ligada ao mar, espanta-se com a situação atual e não tem dúvidas em culpar as obras de prolongamento do molhe norte do porto da Figueira da Foz. Estas têm provocado o crescimento da praia adjacente (o areal com dois quilómetros de extensão e mais de 700 metros de largura máxima, a maior praia urbana da Europa) e a consequente falta de areia nas praias a sul do rio Mondego.
“O sentimento que eu tenho é de muita mágoa. De revolta não, mas de muita mágoa, por aquilo que estão a fazer à Figueira, aquilo é tudo provocado pela retenção de areias por causa do molhe”, disse José Esteves.
Admitindo que o que diz gera “muita polémica”, o antigo autarca, que esteve três mandatos à frente da junta de freguesia, reafirmou: “Não se faz a uma povoação de eleição o que se tem feito”.»
Ao contrário do que estava previsto, afinal, por enquanto, apenas seis praias ostentam este símbolo de qualidade....
"O concelho da Figueira da Foz, este ano, viu 11 praias contempladas com a Bandeira Azul.
No entanto, afinal, apenas seis ostentam este símbolo de qualidade. Isto ao contrário do que estava previsto, já que a autarquia previa que todas as zonas de banhos com este estandarte teriam o número mínimo legal de nadadores-salvadores, mas há escassez no mercado de trabalho." Nota de rodapé.
Uma foto que poderia ser quase intemporal...
Pelo OUTRA MARGEM podem ser encontradas algumas memórias de 12 anos de pensamento único no concelho da Figueira da Foz, que contribuiram para o período de estagnação económica, pobreza democrática, revanchismo, autoritarismo, soberba e petulância obscurantista que mergulhou o concelho da Figueira da Foz numa penúria de ideias e soluções para o concelho, durante 12 anos.
Percorram essas memórias e terão elementos para os ajudar a perceber o panorama e pensamento político na Figueira, não nos últimos 12 anos, mas nestes últimos 48 anos de poder autárquico democrático.
Os protagonistas políticos da foto falam por si. Retirando a vereadora Olga Brás, poderia ser de 2019, 2020 ou 2021. Como poderá ser de 2026 e por aí adiante.
quinta-feira, 6 de julho de 2023
Na Figueira o ambiente tem meses, semanas, dias, horas e minutos...
Tiago Castelo Branco, responsável máximo da produtora MOT, garantiu ao DIÁRIO AS BEIRAS que a empresa quer continuar a realizar os festivais na Praia do Relógio. “Não queremos sair da Figueira da Foz, porque existe uma ligação umbilical entre o “RFM Somnii” e a cidade”, afiançou. Não obstante, ressalvou o empresário figueirense: “Se houver uma decisão superior que impeça a realização dos festivais, respeitála-emos”.
Acerca do impacte ambiental dos festivais, Tiago Castelo Branco garantiu que os eventos “realizam-se na zona de praia e não na antepraia”. E acrescentou: “Fazemos uma vedação para evitar que as pessoas possam circular na zona da antepraia. A zona onde estamos é onde a câmara faz a limpeza”. Segundo o empresário, citando um estúdio da Universidade do Minho, em 2019, o “RFM Somnii” injetou 12 milhões de euros na economia local."
quarta-feira, 5 de julho de 2023
"Palácio Sotto Maior: um encontro com a História, a família, o amor e a amizade"
segunda-feira, 3 de julho de 2023
Tema do areal urbano chegou à Assembleia Municipal realizada na passada sexta-feira
Via Diário as Beiras
A deputada municipal socialista justificou que levou o tema à AM porque não quis falar na sessão promovida por Santana Lopes para evitar a politização do debate.
Por seu lado, a comunista admitiu que só teve conhecimento da iniciativa do presidente depois da sua realização".
sexta-feira, 30 de junho de 2023
Ainda há muita gente que não consegue compreender o porquê das coisas...
"A Agência Portuguesa do Ambiente vai proceder à transposição de três milhões de metros cúbicos de areia, entre 2024 e 2025, o chamado “big shot”. Mas o sistema mecânico permanente só deverá ser instalado dentro de 10 anos, o que gerou muitas críticas."
Em Julho vamos ter uma avalanche de turistas na Figueira
Via O Jornal Económico:
«As cidades de Albufeira, Portimão e Figueira da Foz são as mais procuradas pelos portugueses para as férias no mês julho, segundo os dados compilados pela plataforma de viagens Jetcost.
As pesquisas revelam que os portugueses procuram “sol e praia, destacando esses destinos nas suas procuras (73%) em comparação com aqueles que preferem destinos do interior (27%), salientando oito cidades no Algarve e sete na Região Centro”, é revelado numa nota da Jetcost enviada à imprensa que indica que, contudo, “Norte e Lisboa foram as regiões com mais cidades escolhidas, entre as 35 mais procuradas para julho 2023”.
Por ordem de preferência, a lista das cidades portuguesas mais procuradas para julho são: Albufeira, Portimão, Figueira da Foz, Funchal, Lisboa, Aveiro, Ponta Delgada, Quarteira, Porto, Faro, Tomar , Tróia, Braga, Vilamoura, Oeiras, Vila Real de Santo António, Sesimbra, Cascais, Vila Nova de Gaia, Setúbal, Tavira, Lagos, Sintra, Nazaré, Santiago do Cacém, Castelo de Vide, Viana do Castelo, Póvoa do Varzim (Norte), Porto Santo, Angra do Heroísmo, Caldas da Rainha, Coimbra, Peniche, Guimarães e Matosinhos.»
quinta-feira, 29 de junho de 2023
PSP reforça patrulhamento na Figueira da Foz até 15 de setembro
Via Diário as Beiras
"A PSP da Figueira da Foz vai reforçar o patrulhamento na zona balnear e áreas de maior afluência turística do concelho até 15 de setembro, com elementos da Unidade Especial de Polícia (UEP) ou do Comando de Coimbra.
O comissário Augusto Freitas, comandante da Divisão da Figueira da Foz, explicou à agência Lusa que a operação “Verão Seguro” implica um reforço da visibilidade da Polícia de Segurança Pública (PSP), sobretudo aos fins de semana, até ao final de julho.
“A partir de agosto será uma presença mais assídua, até porque nessa altura aumenta o número de turistas, com a presença inclusivamente dos emigrantes”, sublinhou.
A visibilidade policial “será feita também através implementação das chamadas ciclo patrulhas, aproveitando as férias escolares e o pessoal do programa do Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade, já que a cidade favorece essa questão com as ciclovias junto à zona balnear”.
Segundo o comissário Augusto Freitas, a ação policial vai ter maior incidência nas zonas de praia e locais de maior fluxo turístico, como as zonas de diversão noturna, em que a presença será permanente.
Os meios a utilizar na operação deste ano, que já teve início no dia 15 deste mês, são idênticos aos dos anos anteriores."
Discussão pública sobre o areal urbano: o meu resumo
Existe um grande entendimento relativamente à necessidade de conciliar alguma limpeza do areal com a manutenção da vegetação com valor para a biodiversidade da fauna e flora.
O trabalho a desenvolver vai ser "com os cientistas, mas não sob as ordens dos cientistas".
Santana deixou claro, que não abdica do "poder-dever" de decidir.
2. Ficou à vista de todos os presentes a necessidade da implementação do by passs. Ficou também claro para todos que mais 10 anos de espera, como pretende a APA, é algo pouco realista face à dramática situação existente a sul do Mondego, na praia da Figueira e em Buarcos.
10 anos? Isto, sim, é preocupante.
O técnico sublinhou que o areal não integra a Rede Natura 2000 nem é uma duna e que a principal preocupação da APA passa por proteger a praia, cuja titularidade pertence ao domínio público marítimo.
quarta-feira, 28 de junho de 2023
Areal da Figueira da Foz vai ter duas piscinas de água salgada aquecida
Vão ser duas piscinas idênticas a esta que, na época balnear 2022, abriu ao público em Vila Nova de Gaia, com água do mar aquecida e instalada na praia de Canide Norte |
O anúncio foi feito hoje no final da discussão pública sobre o areal urbano, que praticamente lotou o pequeno auditório do Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz, distrito de Coimbra.
As piscinas serão idênticas àquela que foi instalada em 2022 em Vila Nova de Gaia, com 25 por 20 metros e profundidade máxima de um metro, num projeto desenvolvido pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Cada estrutura representa um investimento na ordem dos 100 mil euros, que deverão ser financiados pelo Turismo de Portugal, através das receitas de jogo do Casino."
O presidente do município da Figueira da Foz anunciou ainda que a praia vai ter este ano três veículos elétricos de ‘transfer’ (semelhantes a um carrinho de golfe), em vez de um, que foi estreado em 2022, para transportar os banhistas pelo areal, encurtando distâncias.
O debate correu muito bem para quem é verdadeiramente ambientalista e se peocupa com todo o concelho: norte, areal da Figueira e a erosão costeira a sul do Mondego
Via Revista Óbvia
Santana Lopes substitui luta pela limpeza da praia pela luta pelo By Pass
«Depois de quase três horas de discussão pública, o autarca considerou que "há um grande consenso relativamente à necessidade de conciliar" alguma limpeza do areal com a manutenção da vegetação com valor para a biodiversidade da fauna e flora, adiantando que vai "trabalhar com os cientistas mas não sob as ordens dos cientistas" já que não abdica do poder-dever de decidir. Por outro lado - porque um dos argumentos para a limpeza da vegetação é a futura redução do areal da Praia da Claridade, em virtude da construção do sistema de By Pass, que passará as areias para as praias da margem sul, onde a erosão costeira há muito assusta a população -, Santana Lopes convocou "todos" para a luta pelo By Pass, depois do representante da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ter voltado a dar 2030 como data provável da construção deste equipamento, o que "é incompreensível e inaceitável".»
O momento quente do debate aconteceu «depois de uma intervenção do antigo vereador eleito pelo Partido Socialista, e consultor ambiental, João Vaz, um dos responsáveis pelo início da colocação da vegetação no areal, que criticou duramente a postura do presidente da autarquia no debate - exibição de fotografias prejudiciais para quem defende a manutenção da vegetação, ausência de uma apresentação da questão em causa e o facto de todo o executivo estar na primeira fila, sentado de costas para os cidadãos participantes -, Santana Lopes reagiu, apelidando-o de "provocador".
A ÓBVIA registou o diálogo que se seguiu (a sessão, lembramos, é pública), em que o autarca acusa o PS de ter tentado destruir o 'oásis' e "até matar os patos", e questiona "o que seria se fosse o meu chefe de gabinete a ir trabalhar para um festival de música".»
Via Revista Óbvia fica o momento quente do debate.
terça-feira, 27 de junho de 2023
O areal da Praia
Passo a citar:
«O Plano Estratégico de Desenvolvimento da Figueira da Foz aprovado em 2014, que se encontra disponível no portal do município sob a égide da conhecida afirmação de Séneca “para quem navega sem rumo, todos os ventos são desfavoráveis”, propõe um “ordenamento da Praia da Claridade e de toda a baía de Buarcos, criando diversas valências e usos das mesmas e dinamizando o seu extenso areal. Aborda-se, assim, a enorme extensão de praia como um ponto forte da cidade”.
O planeamento urbanístico inconsequente para o areal da praia tem um histórico de décadas, remontando ao período de antes do 25 de abril.
Já nos anos 70 o engenheiro-chefe dos serviços municipais opinava, no seu parecer sobre o proposto Plano de Urbanização, que, sobre a construção do molhe norte, haveria que optar entre o turismo e a atividade portuária, atendendo às consequências que a respetiva construção teria no crescimento da praia, como veio a acontecer e estava previsto.
O Plano de Urbanização da cidade, que vigorou entre 1995 e 2017, definiu a praia como sendo uma zona sujeita a planeamento de pormenor.
Ao longo do tempo, desde 1981 até 2001, foram propostos vários estudos, ante-planos e planos, nunca se tendo tornado nenhum deles plenamente efi caz, nem sequer sido completado.
Até a Sociedade Figueira-Praia propôs um plano. Alguns chegaram a participação pública, da qual resultou que “aos costumes se disse… nada”.
Há não muito tempo, o CDS local quis discutir a praia. Da meia dúzia de cidadãos que apareceram, apesar das intervenções, não pode dizer-se que tenham resultado novas ideias.
Sobre a praia e quanto a planeamento, o que vale é a intenção manifestada no Plano Estratégico que acima se indicou. E não é um plano de território, isto é, não vincula.
Enquanto se riscavam os planos, a praia foi fazendo o seu caminho, as intervenções foram avulsas e voltou-se ao ponto inicial, ou seja, não há decisão.
Sendo certo que a Figueira não pode abdicar dos eventos anuais, também não pode deixar-se a situação no limbo. É preciso tomar uma decisão.
Donde se poderá propor que a solução para a praia não pode deixar de passar pelo planeamento eficaz, com prévia discussão pública, sobretudo hoje que existem ferramentas para que o mesmo seja dinâmico e se vá adaptando às realidades que forem surgindo.
Sem plano, isto, é, como afirmou Séneca, sem objetivo, não chegaremos à solução!»
Daniel Santos
Lá estive, portanto, numa sessão moderada por Pedro Vieira, com o Dr. Joaquim de Sousa e a Drª. Isabel João Brites e onde tive oportunidade de deixar expresso aquilo que penso.
O areal da praia da Figueira é um problema que remonta à definição da barra da Figueira, tal como ela é hoje, com a construção dos molhes, o que ocorreu no final da década de 50, princípio dos anos 60 do século passado.
Li um dia que "que os homens não aprendem muito com as lições da História. E esta, acaba por ser a mais importante de todas as lições que a História tem para nos ensinar"…
O prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi adjudicado e feito, apesar dos vários alertas feitos em devido tempo, a que a realidade infelizmente deu razão: a "Barra da Figueira da Foz é uma Armadilha Mortal para os Pescadores", nos últimos anos morreram 11 pessoas. Cerca de 13 anos depois de concluída a obra, a barra da Figueira, para os barcos de pesca que a demandam, está pior que nunca e a erosão, a sul, está descontrolada. Neste momento, pode dizer-se, sem ponta de demagogia, que o mar continua a “engolir” sistema dunar em S. Pedro, Costa de Lavos e Leirosa – e por aí adiante até à Nazaré. A meu ver, há uma ideia simples que é preciso ter em conta. Não é a Figueira que se tem de aproximar do mar. É o contrário: é o mar que se tem de aproximar da Figueira. Para isso é preciso retirar a areia a mais que existe na Figueira e distribui-la por onde é necessária: as praias a sul do estuário do Mondego. E tão necessária ela é até à Nazaré. Isto, embora sendo uma ideia simples, não está ainda entendida por muita gente que manda.
O poder autárquico figueirense, com a execução das chamadas obras de requalificação do areal de 2015, demonstrou bem o seu posicionamente nesta questão do que fazer com o areal da praia da Figuiera da Foz...
E tão avisados que foram... Manuel Luís Pata, o meu saudoso Amigo, em devido tempo, fartou-se de avisar. Porém, ninguém o ouviu. Temos as consequências...
A Praia da Figueira não é um problema dos que habitam na cidade. É um problema territorial de todo o concelho e mais além.
É positivo o contributo de todos os figueirenses. Estamos num momento em que é importante "discutir pública e livremente, com todos, os assuntos da Figueira".
sexta-feira, 23 de junho de 2023
Ser PITONISA não está ao alcance de todos...
Quando, numa publicação datada de 8 de do corrente mês, constantei o óbvio e escrevi, que «no final da semana em que Santana Lopes consegue a tranquilidade e a estabelidade que lhe vai permitir ter o tempo, a disponiblidade, a serenidade e a paz para pensar outros voos, com o acordo tripartido que lhe permitiu arrigementar uma maioria absoluta na autarquia figueirense, o tema político na Figueira para a principal força da oposição é "a camada vegetal que cobre o areal da praia da nossa cidade."!», caiu o carmo e a trindade sobre este pobre, aldeão e provinciano escriba.
Um infeliz e mal sucedido intelectual desenhista, pintor, escritor e tudo..., inchado e cego de ódio, que não vê outra coisa na vida de blogueiro que não seja o "gostinho" (não coloco o link, pois não promovo alarvidades e, muito menos, à borla...) escreveu a determinado ponto sobre a postagem que referi acima. Passo a citar:
«É aqui, agora (neste ponto exacto da estória) que entra a pitonisa.
- E quem caralho é a pitonisa, perguntais vós.
- A pitonisa é um blogueiro que foi mandatário e candidato na lista dos comunistas e a quem o furacão Lopes ofereceu uma sinecura de conselheiro municipal. Depois disso o pobre tomou para si o triste (ou alegre) apostolado de cantar e espalhar-por-toda-a-parte a grandeza do génio político do seu patrono e de como este é directamente proporcional à vácua mediocridade de toda a oposição, da comunicação social e do mundo em geral.
Assim, o comunicado no qual o furacão Lopes anunciava prazenteiro que estava-com-tudo para “mandar remover a camada vegetal que cobre o nosso lindíssimo areal” não foi, segundo a pitonisa, uma simples bravata armada aos cágados para animar o pagode mais reaccionário e saudoso do intigamente dos seus apoiadores, mas sim um facto político de diversão, um ruído acrescentado e genial, uma mão-cheia-de-areia que, num gesto de magistral e maquiavélico discernimento político, tirou da cartola e lançou aos olhos da apalermada oposição e do público ignaro para que ninguém o questionasse sobre nenhum dos mais que prováveis variados graus de sordidez dos termos do acordo que lhe permitiram obter a maioria na Câmara.
Como vedes, devido à incapacidade cognitiva de toda a gente, a pitonisa tratou de, elucidando a posteridade, traduzir para miúdos todas as subtilezas de estratégia política saídas da mente brilhante do seu príncipe encantado, que ela já vê aliás como o ajuramentado sucessor de Marcelo em Belém (imaginando-se, quem sabe também, já como chefe da sua casa civil, ou assim). Para a pitonisa, a Figueira é demasiado bisonha para a majestática sapiência do seu príncipe encantado. – Ai ai, diz ela, suspirando: sempre que ele aponta para a lua, na Figueira todos olham para os dedos papudos do meu príncipe, ai ai.»
Passados 15 dias, não é a "pitonisa", mas o OBSERVADOR a dizer que "Pedro Santana Lopes faz-se à estrada para Belém e admite candidatura à sucessão de Marcelo".
Agora é o próprio "Pedro Santana Lopes que admite estar a equacionar seriamente uma candidatura à Presidência da República nas próximas eleições agendadas para 2026. “Não se devem tomar decisões antes do tempo, mas é algo que não está excluído. Isto só se resolve com pessoas incomuns. Tenho currículo e vontade. Se houver condições para vencer essa disputa, poderei estar lá”.
Parafraseando o tal infeliz e mal sucedido intelectual desenhista, pintor, escritor e tudo..., inchado e cego de ódio, que não vê outra coisa na vida de blogueiro que não seja o "gostinho", pela oposição na Figueira vai "cheiroso este bueiro", vai...
quinta-feira, 22 de junho de 2023
Porque há quem não goste de evocar o passado, recordo 2017, que foi um ano e peras para campanhas de promoção publicitária
A campanha "A Figueira que já não é só da Foz" pretendia, por um lado, "mostrar as oportunidades turísticas que a cidade oferece" e, por outro, combater a sazonalidade que continua a marcar o fluxo turístico do concelho.
A campanha foi lançada no final do mês de Maio a nível nacional, "na televisão, rádio, campanhas de 'outdoor', 'mupis' (mobiliário urbano para informação) e autocarros", assim como nas redes sociais, e durou até agosto.
Houve ainda publicidade nas autoestradas número 1 (A1) e 8 (A8) e no Metro de Lisboa.
A campanha, explanou na altura Tiago Castelo Branco, chefe de gabinete da Câmara da Figueira da Foz, pretendeu mostrar que a Figueira não é apenas a praia, mas também é "do 'sunset', dos amigos e da família", que é um espaço com "cultura, turismo de natureza e de prática desportiva".
Primeiramente, o município apresentou a campanha aos habitantes do concelho, numa versão em que foram usadas "expressões, palavras, lugares e personagens comuns apenas aos figueirenses".
Estávamos em Maio de 2021. Entretanto, chegou Junho e tivemos um pequeno intervalo para publicitar o S. João...
A publicidade para mostrar a diversidade da oferta turística do concelho e combater a sazonalidade seguiu dentro de momentos!
Na altura, escrevi no OUTRA MARGEM: chama-se a isto, "consumir rápido e depressa, deitar borda fora e publicitar novo..."
Politiquices de Aldeia....
terça-feira, 20 de junho de 2023
A luta da arte xávega (continuação)
A arte xávega é um dos mais antigos e característicos processos de pesca artesanal, em toda a faixa litoral.
Os seus elementos identificativos são inúmeros, começando pela embarcação – fundo chato, proa em bico elevado, decoração simples. Também a rede possui características próprias, sendo constituída pelo saco (onde se acumula o peixe) e pelas cordas, cuja extensão varia conforme a dimensão da rede e dos lances. A companha, variável, era, na generalidade composta por 8 homens: o arrais, à ré; 3 remadores no banco do meio, os "revezeiros", os que "vão de caras pró mar", 2 no banco da proa e outros tantos no "banco" sobre a coberta; embora esta disposição não fosse rígida, labutavam, tantas vezes estoicamente, num remar vigoroso e cadenciado, a caminho dos lances dos lances que lhe davam o sustento.
Noutros tempos, quando a pesca era sustento de muitas famílias, a chegada do saco a terra era saudada com entusiasmo, se vinha cheio (“aboiado”), ou com tristeza, se vinha vazio (“estremado”). O peixe era posteriormente tirado para os xalavares (tipo de cesto), a fim de se proceder à sua venda. A lota era na praia. A licitação do peixe era feita com o tradicional “chui” – sinal que o peixe foi arrematado pela melhor oferta.
A rede era, assim, lançada de acordo com os sinais de terra e mar, a cerca de 300 braças da praia e ocupando uma extensão de cerca de 200 metros de largura. Cada lance, tinha a duração de hora e meia para a permanência da rede na água, e meia hora para a alagem (puxar a rede). Na borda d’água, estavam os camaradas de terra, para o alar da rede. Com um ritual próprio, lento e cadenciado, dois “cordões humanos” puxavam as cordas dos dois lados – mão esquerda agarrada à corda junto ao pescoço, braço direito estendido.
Agora tudo é diferente e menos penoso.
Os remos, que davam andamento ao barco, foram substituídos pelo motor fora de borda. No areal, as redes vão sendo recolhidas com a ajuda de tractores. Antigamente este trabalho, penoso, estava reservado a junta de bois e aos homens.
A Arte de Pesca de Arrasto para Terra, modernamente designada legalmente pelas instituições administrativas e fiscais do Estado português com o nome oficial de "Arte-Xávega", tem ainda vivos e em actividade no concelho da Figueira da Foz, três companhas activas: na Cova, na Costa de Lavos e na Leirosa.
Em condições por vezes bastante difíceis, estes antigos homens do mar, tentam amealhar alguns cobres que lhes melhorem a parca reforma que obtiveram depois de uma vida longa de trabalho e de sacrifícios noutras pescas e noutros mares.
Citando o Professor Alfredo Pinheiro Marques, um grande defensor e lutador desta causa, «a Arte de Pesca de Arrasto para Terra é um tipo de pesca muito específico, muito especializado e bastante diferente (pois, na sua aparente simplicidade, é muito mais heroico e muito mais difícil e perigoso do que julgam os que nada sabem de mar), e que por isso não pode ser comparado com qualquer outro tipo de pesca praticada em qualquer outro litoral oceânico do mundo inteiro. É mesmo muito diferente, e muito mais impressionante, em coragem e em esforço, do que os próprios modelos originais mediterrânicos da “Xávega”, islâmica, andaluza e algarvia, que lhe estiveram na origem há muitos séculos atrás, mas que entretanto já se extinguiram (ao longo do século XX), e que já não existem hoje em dia (no século XXI). A Arte de Pesca de Arrasto para Terra, característica dos litorais portugueses da Ria de Aveiro e da Beira Litoral (hoje, legalmente, dita “Arte-Xávega”), é uma arte que nos nossos dias ainda continua a ser praticada por muitas centenas de homens e mulheres, desde as praias de Espinho até à Praia da Vieira de Leiria, e actualmente com o coração na Praia de Mira (depois de, outrora, ter irradiado sobretudo a partir das praias do Furadouro, Torreira e Ílhavo), e é uma das realidades mais impressionantes, mais autênticas e mais simbólicas — e, por isso, mais importantes — daquilo que continua a ser, ainda hoje, Portugal: um país dividido entre o Passado e o Futuro, um país sempre adiado, e sempre sem conseguir descobrir o seu caminho, entre a tradição que não consegue manter e a modernidade que não consegue construir. Um país sempre mergulhado no seu subdesenvolvimento secular e na sua insustentabilidade económica. Mas que, nem por isso, pode ou deve sacrificar os mais autênticos e verdadeiros exemplos da sua identidade nacional e da sua cultura secular em nome de quaisquer cegas burocracias estatais normalizadoras, ou de quaisquer imbecis aculturações televisivas, ou de quaisquer bizantinismos “culturais” “modernizadores”, ignorantes das verdadeiras tradições e identidades locais.»
A arte xávega da Praia da Tocha foi, recentemente, distinguida pelos Prémios Europeus do Património Cultural/Prémios Europa Nostra, atribuídos pela Comissão Europeia, ao abrigo de um projeto de investigação promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede.
Na edição de hoje do Diário as Beiras, Helena Teodósio informa, "que em parceria com os municípios vizinhos de Mira, Vagos e Figueira da Foz, onde também se pratica a arte xávega, aquela modalidade de pesca tradicional deverá ser objecto de uma candidatura a Património Mundial".
segunda-feira, 19 de junho de 2023
Quando os vereadores/ambientalistas defendiam a "limpeza da praia durante todo o ano"!..
Antes que algum ambientalista serôdio descubra alguma erva aromática milagrosa que consiga reabilitar os tachos perdidos em Setembro de 2021, recordo uma notícia de 2008-04-08 (oito de Agosto de 2008).
Passo a citar.
"O PS da Figueira da Foz defende que a limpeza do areal da praia decorra durante todo o ano, e não só em cinco meses, como actualmente, exortando o executivo camarário a investir em meios próprios para essa tarefa.
Intervindo segunda-feira na reunião da autarquia, o vereador socialista João Vaz deu o exemplo de Viana do Castelo, «em que as praias são limpas todo o ano porque a Câmara tem meios próprios», argumentando não existir «comparação possível» com a Figueira da Foz.
Segundo o vereador, a opção pela aquisição de meios próprios e contratação de funcionários para a limpeza do areal, em detrimento da concessão, permitiria à autarquia poupar cerca de 480 mil euros num período de 10 anos.
«Em Esposende ou Torres Vedras fazem a limpeza anual com orçamentos muito mais baixos e no Algarve gastam-se pouco mais de 30 mil euros para limpar todo o ano», argumentou.
João Vaz lembrou que apesar das praias da Figueira da Foz constituírem um chamariz turístico, os detritos acumulam-se fora da época balnear por falta de limpeza. No passado fim-de-semana, disse, «havia centenas de pessoas na praia e estava cheia de lixo. Ainda não foi limpa», observou, frisando que «quase 90 por cento do lixo que aparece na praia é levado pelas pessoas que lá vão».
Embora considerando «ideal» a limpeza das praias nos 12 meses do ano, o presidente da autarquia, Duarte Silva, sublinhou que a autarquia tem de conjugar a utilidade da medida com as possibilidades financeiras do município."