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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A nova direita na Figueira...

foto sacada daqui
A situação é completamente original: a continuada incapacidade do partido do Paulo Portas na Figueira, trouxe à ribalta política local, Vânia Isabel Batista, que foi eleita presidente da Concelhia do CDS/PP.
Numa entrevista hoje publicada pelo jornal AS BEIRAS, pareceu-me trazer algo que está arredado da política,  há muito, por estes lados: uma certa ingenuidade, seriedade e franqueza no exercício da política...
“Há vários mandatos que o CDS/PP não elegia um deputado municipal. Se não integrasse esta aliança, teria sido eleita deputada e Francisca Geraldes teria sido eleita também?” – pergunta o jornalista.
“Com toda a franqueza, não me parece que fosse possível, no momento em que o partido se encontrava, sem uma Comissão Política Concelhia eleita, sem trabalho no terreno. Seria muito complicado eleger qualquer mandato. Por uma questão de seriedade, tenho de dizer isto,” respondeu Vânia Isabel Batista.
A actual crise da Figueira foi e é,  antes de mais, política, pois tem a ver com o que têm valido, na prática, os princípios e a prática dos  partidos que têm governando o concelho nos últimos 40 anos – PS e PSD, como é do conhecimento geral.
Logo que tomam o poder,  são rapidamente dominados por um clientelismo devorador que a tudo antepõe o objectivo da “ocupação” da autarquia. Só assim se passa a dispor dos  empregos, das  oportunidades e das influências.
Como se tem verificado, a oposição local, vê reduzido perigosamente o espaço para a verdade e para a acção política séria.
Com isso tem perdido, sobretudo,  a Figueira.
A democracia, cá pela Figueira, tem sido um engano.  Para muitos, nos quais me incluo, transformou-se numa terrível desilusão.
O clientelismo partidário local encontrou um aliado decisivo no “partido da câmara”. Sem este não há votos suficientes, sem votos não há “ocupação” do poder na câmara e sem esta “ocupação” não há distribuição de benefícios e prebendas entre os aficionados.
Assim  se tem vindo a construir e a exercer ao longo dos anos  o poder local figueirense que nos conduziu, como aconteceu em tantos outros municípios por este nosso país, ao desordenamento urbanístico, a agressões ao meio ambiente, ao endividamento, à estagnação, etc...
Os resultados desta traficância de favores políticos têm sido fatais para o desenvolvimento do concelho  e têm-se traduzido,  como temos visto ao longo dos anos,  no  descrédito dos políticos...
Estão a perceber porque registei aquilo que me pareceu algo completamente original e que está arredado da política,  há muito, por estes lados?..
A  ingenuidade, a seriedade e franqueza da nova direita figueirense!..
Ouçam a entrevista. Não custa nada, é só clicar aqui

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Autárquicas 2021, uma eleição especial....

O Poder Local é uma conquista importante e um contributo fundamental na implantação da democracia.

Só depois do 25 de Abril de 1974 é que os eleitores Portugueses começaram a poder escolher os seus autarcas.

É certo que no país real, tivemos  vedetas autárquicas como Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro, Abílio Curto, etc.

Porém, interessa ressalvar, o essencial: desde que estamos em democracia, mal ou bem, quem escolheu foram os eleitores. 

2021, é uma eleição especial. Desde logo, pela pandemia que nos perturba o dia a dia. Isso está a condicionar a pouca-vergonha pré-eleitoral que, por esta altura, não fosse a condicionante covid, estaria a decorrer  em pleno na Figueira.

Mesmo assim, já houve  pólvora queimada no S. João, desportos na areia e inaugurações abrilhantadas por musica pimba.

Falta o samba e está mau para os mega-jantares que os candidatos costumam promover... 

Muitas das nossas autarquias são verdadeiras escolas de manipulação eleitoral.

É urgente uma mudança profunda do modelo de financiamento das autarquias, limitando o despesismo e condicionando os investimentos em função das prioridades nacionais, regionais e locais.

Mas duvido que tal seja viável. 

Deixo uma recomendação.

Por favor, leiam a imprensa local e regional. Quase todos os dias, temos notícias de assinatura de protocolos por parte da Câmara Municipal da Figueira da Foz de apoio a um conjunto de entidades e instituições públicas e privadas. 

Não sei se estiveram atentos a este exemplo que ontem divulguei?..

Imagem via Diário de Coimbra.

Se não fosse um leitor atento, não fazia ideia que promessas (=protocolos) faziam parte das competências de um executivo com pouco mais de dois meses de vida. 

Leiam a imprensa local e regional. Nem imaginam o que se aprende na imprensa local e regional...

Hoje, por exemplo podem ficar a saber que a autarquia quer ser pioneira na gestão de biorresíduos. 

“Esta é mais uma fileira em que a economia circular é fundamental. Estamos preparados para sermos os primeiros a implantar este sistema de gestão de biorresíduos”, afirma hoje Carlos Monteiro, presidente de Câmara com pouco mais de dois meses de mandato pela frente, ao Diário as Beiras. 

A implantação do sistema, porém, só avançará quando estejam reunidas as condições logísticas!...

Repito: leiam a imprensa local e regional. Aprende-se muito.

domingo, 11 de agosto de 2019

As novas funções das autarquias: os eventos/espectáculos de diversão...

O papel do jornalismo que se publica na Figueira, sobre o concelho da Figueira, um dia,  será alvo de escrutínio e de estudo. Espero que esse trabalho mostre e prove como jornalismo local abdicou de ser um contrapoder e,  por isso, abdicou de ser democrático. E se tornou dependente do poder local, a "voz" do poder local.
 É absolutamente ridícula a quantidade de notícias que são publicadas, todos os dias,  sobre os políticos locais. Qualquer pretexto, serve. Até uma Feira promovida por uma junta de freguesia transformada em promotora de eventos.
Via Diário de Coimbra
Via Diário as Beiras
Há uma nova realidade na maioria das autarquias figueirenses, que começa na câmara e se prolonga pelas juntas de freguesia: a promoção de eventos de diversão e de entretenimento, substituindo os promotores profissionais e asfixiando o tradicional associativismo (remetido à subsidiodependência).
O abandono a que algumas autarquias votaram as necessidades básicas das populações - mobilidade  (rede viária; transportes públicos; rede integrada e segura de ciclovias), higiene pública (recolha indiferenciada e separada de resíduos; limpeza do espaço público (saneamento básico (em todas as povoações) e espaços verdes (criação; requalificação; manutenção) -,  tem sido compensada na  aposta em diversão, para além do que é razoável, normalmente contratada por ajuste directo, ou nas avenças anuais continuadas, a meu ver, muito discutíveis.
Gastam-se largos milhares de euros nisto,  que depois faltam para o essencial.
Todas estas festas e carnavais também servem  para que os munícipes ao votar se esqueçam do que ficou por fazer. É o conhecido «pão e circo» do tempo dos Romanos, hoje apenas «circo» pela escassez de recursos.
No final, sobra a ausência de pensamento estratégico sobre o futuro do concelho e a definição de grandes objectivos para o médio e o longo prazos.
Na Figueira é cada vez mais visível a falta de massa crítica que, além das vitórias eleitorais, pense na qualidade de vida das pessoas. 
O que não se estranha:  a falta de massa crítica apresenta-se como natural, pois cada vez mais os candidatos autárquicos são qualificados apenas pelo cartão partidário.
A propósito deste regabofe (muito generalizado no país), era bom que os candidatos autárquicos se pronunciassem e os munícipes não se ficassem pela abstenção em valores obscenos:  mais de 50%.
Na minha família seria difícil compreender que, primeiro,  não se comprasse pão, roupa e medicamentos e se gastasse os parcos recursos em bilhetes de futebol, passeios ou perfumes.
Por isso, como querem que compreenda que nas autarquias o regabofe seja coisa normal?
E como querem que compreenda que a comunicação social não questione isto?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Esta malta do poder

foto sacada daquiHá uns dias atrás, Marcelo Rebelo de Sousa, no Congresso do PSD realizado em Mafra, disse o elementar, aquilo que toda a gente sabe, mas que nunca tem em conta quando deposita o voto na urna. Passo a citar:
"Temos de mudar de gente. É preciso gente na política de quem se possa dizer que trabalhou na vida. Gente que o que tem em património seja fácil de entender, de onde veio, e de onde vem. Gente séria, apoiada por gente séria."
Marcelo tem razão. Seria por aqui que se começaria a resolver o imbróglio em que todos estamos metidos. Mas, para mal dos nossos pecados, no seu próprio partido, o que se perfila para o futuro não augura nada de bom.
Do PS nacional, nem é preciso falar, pois todos sabemos o que para lá vai!..
Isto, para só focar os chamados partidos do poder - o chamado centrão.
Mas, se no País é assim, na Figueira não é melhor!..
O passado recente do PSD, quando ocupava o cadeirão do poder local, foi a desgraça conhecida e, espero, ainda não esquecida...
Agora, na oposição, tudo parece aparentemente mais calmo lá pela Rua da Liberdade...
No PS, por outro lado, agora no cadeirão do poder local, o que por aí vai... Até já há quem considere “estar a ser vítima de tentativa de assassinato político”!..
É uma autêntica telenovela mexicana, com capítulos verdadeiramente dramáticos e deprimentes, com final previsto, talvez, lá para o final do próximo mês de Maio.
Esta malta do poder, no País e na Figueira, já nem a qualidade mínima exigível tem...
Portanto, por conseguinte e por consequência, a curto prazo, ou mesmo a médio prazo, Portugal e a Figueira, não vão ter qualquer hipótese de sair desta espiral de miséria e subdesenvolvimento em que se encontram!..
Resumindo: em Portugal e na Figueira, a crise económica, social e política está para durar.

sábado, 4 de junho de 2022

Esperemos que seja desta: mais do que de palavras, precisamos mesmo é da areia já prometida por diversas vezes


Na edição de hoje do Diário de Coimbra,  podemos ler esta notícia sobre um tema que nos tem feito criar inimigos - principalmente, entre os políticos figueirenses que estiveram no poder anos e anos e pouco fizeram para tentar inverter o rumo  dos acontecimentos que nos fez chegar a 5 de Junho de 2022.

Quem acompanha este blogue sabe que, ao contrário de muitos que se calaram perante os erros cometidos pelo poder central - nesses, sublinho os políticos que passaram pela Junta de Freguesia de S. Pedro, nos últimos 15 anos - somos a voz que nunca se calou, independentemente da conjuntura política local e nacional.  

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006já lá vão quase dezasseis anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridadeContinua a ser... 

Até porque, entretanto, as experiências que se fizeram não resultaram.

Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. 
Especialmente, numa zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...

Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de quase dez anos prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos, por isso,  ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... *

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: tentar sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar. Tudo nos está a ser levado...
Esperemos que seja desta...

* - (IRONIA DO DESTINO. OS MESMOS QUE ME CRITICAVAM POR ESTAR SEMPRE A CRITICAR, SÃO OS MESMOS QUE NOS ÚLTIMOS MESES ME TÊM TENTADO LINCHAR EM PRAÇA PÚBLICA, ACUSANDO-ME DE AGORA NÃO CRITICAR...
SÓ NÃO DIZEM O QUÊ E QUEM.
OS LEITORES QUE COSTUMAM FREQUENTAR O OUTRA MARGEM, SÃO INTELIGENTES E TÊM O PODER DE ANÁLISE SUFICIENTE EVOLUÍDO PARA SABEREM QUE ESTE ESPAÇO CONTINUA IGUAL.
O QUE MUDOU FOI A REALIDADE LOCAL. OS FIGUEIRENSES É QUE FIZERAM AS ESCOLHAS. E EM DEMOCRACIA, GOSTE-SE OU NÃO, QUEM DECIDE É O POVO. 
O QUE ESTÁ À VISTA DE TODOS É QUE QUEM NUNCA SOUBE GANHAR, QUANDO PERDEU FICOU COMPLETAMENTE AZIADO, O QUE AINDA NÃO LHE PERMITIU DIGERIR A DERROTA...).

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Pacto de silêncio figueirense...

Via página do facebook de António Agostinho

Na Figueira e sobre a Figueira, discute-se de tudo, menos política.

Isto, explica quase tudo, sobre o que tem sido a Figueira nos últimos 50 anos. Isto explica quase tudo, sobre o estado a que a Figueira chegou. Isto explica quase tudo sobre o que é a Figueira em 2023. Uma cidade onde existe, digamos assim, um silêncio institucional, uma desresponsabilização colectiva e um eterno assobiar para o lado.

Para quem gosta de pensar sobre as coisas de que gosta, impressiona esta escassez de exercício de cidadania, esta hipocrisia, este misto do mais cínico tacticismo e da mais absoluta passividade dos políticos figueirenses.
Foram atitudes como esta que minaram a construção da polis e a credibilidade dos políticos locais. Estimular o silêncio e a obediência foram sempre as prioridades de quem deteve o poder autárquico na Figueira desde que existe o chamado "poder local democrático".

Sei ao que me estou a referir, por experiências vividas ao longo de mais de quatro décadas anos na primeira pessoa.
Querer fazer passar a ideia de que esta afirmação é ridícula, persecutória, talvez mesmo conspirativa, é justamente a melhor prova de que o poder autoritário existe na nossa cidade.

A “coesão local” adquire-se, não com manobras de silenciamento colectivo, nem com esquemas de adoração a “qualquer querido líder” que fomos tendo ao longo de quase 50 anos, mas com livre discussão de ideias, debates racionais e plurais, mútua vigilância entre órgãos de poder e uma opinião pública livre e responsável no exercídio do seu espírito crítico e cívico, a começar pela concretização do direito ao voto.
Mas, com isso muito poucos parecem estar preocupados. O que é normal e compreensível: não se pode esperar que um regime podre, seja ele próprio a incentivar a erradicação da sua própria podridão.

Há dias foi notícia de jornal, que um autarca local, passou a ser, ao mesmo tempo, membro de um Governo e vereador.
Passaram os dias. Na Figueira, parece que nada aconteceu.
Não houve nenhum partido, da esquerda à direita, que eu tenha tido conhecimento, a manifestar-se sobre o assunto.

Seria assim tão normal acontecer isto no resto do País?
Não me peçam para opinar.
Como ouvi um dia Agostinho da Silva dizer numa entrevista, "o grande feito do Camões foi contar o que se passava na Ilha dos Amores e não tirar conclusão nenhuma."

Nota de rodapé.
"...termina logo o poema. Ele não diz o que fizeram esses marinheiros depois de ter aquela experiência extraordinária de ter vivido na ilha dos amores. Chegaram a Lisboa e que é que fizeram? Não se sabe de nada, Camões estava cansado, já não podia cantar mais coisa nenhuma, não mais musa não mais, e ficamos por aí."

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Acabaram-se as dúvidas

No dia 31 do mês passado, neste blogue, no post que pode rever clicando aqui, colocámos publicamente as seguintes questões, pelo facto de “os espanhóis já actuarem como legítimos proprietários dos terrenos onde estiveram implantadas as instalações fabris da empresa Alberto Gaspar & Cª. Ldª., pois até já estão a vender apartamentos”:

a) Como o que está a ser apresentado não pode ser construído naquele local (à luz do actual PDM e também do actual PU), que promessas fez o poder local (Câmara Municipal da Figueira da Foz e Junta de Freguesia de São Pedro) ao consórcio imobiliários espanhol?
b) Isto é: que contrapartidas é que o consórcio imobiliário espanhol terá concretamente posto em cima da mesa?
c) Não poderão os terrenos ser revertidos para o Estado, uma vez que a função para a qual foram cessionados vai ser radicalmente alterada?


Na Assembleia de Freguesia de Freguesia realizada ontem, a posição da Junta de Freguesia de S. Pedro ficou clarificada, em resposta a uma questão levantada pelo único representante da CDU:

“A Junta pretende que o que está previsto pelos espanhóis vá para a frente. A Junta considera que vai ser benéfico para a Freguesia”.

Tudo bem. A Junta de Freguesia pode ter as posições que entender.
Mas, o certo é que o actual PDM e o PU não permitem construir aquilo que os espanhóis pretendem.
Porque será?

Bom, o mais previsível é que a troco "duma “escolinha”, uns “baloiços”, um “campito”, um “tanque”, o poder local permita, por exemplo, que se construa onde não se pode construir à face dos instrumentos de gestão do território em vigor, que se coloquem mais dois ou três pisos, ou que se alienem passeios para permitir mais área de construção, etc., etc., etc."


Só que há um pormenor, que não deveria ser esquecido, pois estamos num estado de direito: "a lei é para cumprir e não para adptar casuisticamente, ao sabor dos diversos interesses".
O Artigo 22.º da Constituição da República Portuguesa (Responsabilidade das entidades públicas), é bem explícito:

"O Estado e as demais entidades públicas são civilmente responsáveis, em forma solidária com os titulares dos seus órgãos, funcionários ou agentes, por acções ou omissões praticadas no exercício das suas funções e por causa desse exercício, de que resulte violação dos direitos, liberdades e garantias ou prejuízo para outrem."

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Consenso local: na Figueira, politicamente falando, estamos "feitos ao bife"...

Existe hoje um largo consenso na sociedade figueirense acerca da muito difícil situação em que a cidade se encontra, em termos de governação política, e da tremenda dificuldade em se inverter essa situação.
Existe um problema com os chamados grandes partidos -  o PS e o PSD.
Desde há muitos anos que, na Figueira, nem um nem outro se mostram disponíveis e capazes de encetar uma qualquer renovação. Nenhum deles tem qualquer capacidade de mobilização própria fora das campanhas eleitorais.
Nenhum deles agrega os sectores mais dinâmicos da sociedade figueirense, produz ideias, ou políticas novas e mobilizadoras.
Limitaram-se a esperar e aproveitar a mudança dos ciclos políticos.

O PS está hoje no executivo figueirense, mas nunca se deve esquecer que não teve grande mérito na conquista, em 2009. Nessa altura, foi o PSD figueirense que lhe entregou o poder camarário numa bandeja. 
Em 2009 foi o PSD que perdeu as eleições e não o PS que as ganhou.
E não esquecer a contribuição dos 100%...
O  PSD, este PSD local, tal como como o PSD nacional, está cada vez mais longe do que foi - um partido social-democrata, reformista e basista. 
Este PSD local nada tem a ver, nem tem já qualquer ligação com as origens do partido na Figueira.
Este PSD local, cuja identidade partidária foi desvirtuada, é o refugo que resta, da estrutura de controlo criada por Santana Lopes na sua passagem pela Figueira. 
Quando hoje se olha para o PSD Figueira, é difícil reconhecer qualquer identidade social-democrata.
PS e PSD figueirenses têm uma coisa em comum: não apreciam a liberdade - gostam é da autoridade e do poder.

Depois, temos os chamados pequenos partidos.
O CDS figueirense não existe.
O BE local ameaça vir a existir, mas ainda não existe em termos concelhios.
O PCP continua no impasse. 
Tem algum protagonismo político - neste momento possui 3 membros na Assembleia Municipal e tem alguns elementos em Assembleias de freguesia - S. Pedro, Vila Verde, Quiaios, Buarcos S. Julião... - e  tem algum protagonismo em alguns sindicatos, mas já não tem a influência política e sindical que já teve no concelho da Figueira.

Na política figueirense, nada é simples. Nada é a preto e branco.
Não vale a pena esconder: neste momento, na Figueira, o consenso local é que, politicamente falando, estamos "feitos ao bife"...
A pouco mais de um ano das próximas autárquicas, resta desejar que a imaginação chegue ao poder, pois é o que precisamos...

quinta-feira, 21 de maio de 2020

O PS do poder

O mais recente "erro" no cálculo das ajudas estatais aos órgãos de comunicação social revela dois factos.
1. Por um lado, como é normal nestas coisas, a transparência está ao nível da ocultação dos critérios.
2. O PS,  do poder, está habituado a não ser confrontado e escrutinado.

A nível do poder central. E a nível do poder local. Sim, também, na Figueira.
Por aqui, de há cerca de 9 meses a esta parte, temos assistido a uma tentativa de condicionar o debate público. E com jornalistas, que deviam escrutinar o poder autárquico local, a revelarem-se autênticos guarda-costas desse poder.
Por mim, estejam descansados. Não preciso. Mas, mesmo que precisasse, nunca aceitava nada de vocês.
No que à comunicação social diz respeito, dada a crise do sector, certamente que há muitos que andam a precisar...

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Entregar a escola a este modelo de gestão autárquica?

Entregar a escola a este modelo de gestão autárquica? – texto do Paulo Prudêncio

«Para Eduardo Souto Moura, que tem 40 anos de relações com a administração portuguesa, "o pior da corrupção na nossa administração é o poder local". No programa "Primeira Pessoa", o arquitecto diz (a partir do minuto 23 na RTP Play) que, por isso, votou contra a regionalização. Salientou que com estas declarações "o vão matar" e que "o poder local é o expoente máximo da manipulação de dinheiros e favores que ninguém vislumbra e com parcialidades nas decisões sobre loteamentos e aprovação de projectos".

As nações que falham por inconsistência de políticas inclusivas têm uma característica comum: constituição de vários órgãos com funções semelhantes numa mesma organização. O resultado é a dispersão da capacidade das oposições e da fiscalização, e a inscrição de decisões autocráticas a favor de oligarquias e contrárias à distribuição da riqueza.»

"A municipalização das escolas no presente contexto constitui mais um rude golpe no já fragilizado sistema educativo, na medida em que, por um lado, os reizinhos autárquicos ficam de mãos livres para manipular a seu bel prazer a totalidade do pessoal docente e funcionários. Por outro, e ainda pior, o ensino fica complementarmente à mercê das conveniências e interesses político-partidários, amiguismos, tráfico de influências e tudo o mais em que sabemos ser fértil o dito poder. O próprio ensino deixa de ter uma matriz nacional para descambar em miríades de orientaçõezinhas locais. A classe docente fica inteiramente dividida no seu poder de contestar quaisquer orientações por mais nefastas ao adequado funcionamento das escolas ou aos interesses dos alunos. Que a qualidade dos resultados e que a eficiência caia em flecha, nada disso preocupa as elites que estão por trás de todas estas maquinações. Claro que é indispensável melhorar substancialmente o sistema eleitoral autárquico, dando-lhe mais transparência, agilidade, representatividade e responsabilização, mas mais importante ainda seria a criação de uma autoridade fiscalizadora independente, do tipo Provedoria, dotada de reais poderes de intervenção. Uma ferramenta legal imprescindível seria também uma verdadeira lei das incompatibilidades que estabelecesse que nenhum funcionário de qualquer nível pudesse tomar decisões nas quais tivesse interesse directo ou indirecto. Na ausência destes dois cruciais instrumentos de controle, o navio continuará a seguir a toda a velocidade rumo ao iceberg."

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Medo de quê?



A participação dos covagalenses na discussão e troca de ideias sobre os problemas da sua Terra é uma manifestação democrática e saudável de inegável interesse cívico.
Foi esse o espírito dos que pensaram, criaram e mantêm este espaço.

Foto: PEDRO CRUZ
Houve um Amigo que, há poucos dias, curiosamente numa conversa de café, me disse que os Blogues podem ser o substituto das tertúlias de café de há uns anos atrás.
Quer dizer: as pessoas em vez de se reunirem à noite num café, vêm até ao computador, ligam a net, pensam, reflectem e partilham ideias uns com uns outros.
Isso assusta o pequeno poder, que não admite, sequer em pensamento, que algo saia debaixo da sua alçada.


A Cova e a Gala, os núcleos mais habitados da Freguesia de S. Pedro, cresceram. Agora, já não somos aquele pequeno aglomerado urbano, onde todos nos conhecíamos desde pequeninos, porque andámos juntos na Escola, a jogar à bola nos quintais, pela Colectividades, nas brincadeiras depois das aulas, etc.
A população, em 2006, tem outra gente, para além dos descendentes dos ílhavenses, que se sediaram na outra margem do Mondego, onde encontraram água potável e mar para arriscar a vida para poder continuar a existir.
E esta gente nova tem, naturalmente, outra cultura, outra vivência e outra experiência de vida, que pode, por exemplo, ser demonstrada pela forma como uma população urbana é independente face ao poder instituído. Por isso, não surpreende que possa haver manifestações cívicas, perante decisões do poder autárquico.


Por exemplo: as pessoas, com legitimidade, podem perfeitamente questionar os critérios que consubstanciaram o dispêndio de verbas dos nossos impostos aplicadas nas Colectividades locais. Os cidadãos, dado que estamos numa Terra onde o pensamento (é certo, que também a asneira) é livre, podem manifestar discordância, inquietação ou concordância activa e participativa com a decisão.
Isso, para uma mente medianamente aberta e democrática, seria um acto normal decorrente do usufruto da democracia na nossa Terra.
Mais, deveria ser até um motivo de orgulho e satisfação, pois hoje é imperativa a necessidade de se desenvolver a democracia participativa, como forma de combater a crise do exercício da cidadania. Viria mal à nossa Terra, se a maioria dos seus habitantes manifestasse, numa atitude de participação cívica, o desejo de ver esclarecidos os critérios culturais e desportivos que levaram recentemente ao dispêndio de milhares de euros, pelo poder autárquico local, no Mocidade Covense e no Marítimo da Gala?


Se as pessoas fossem envolvidas e entendessem as medidas, isso não poderia ser uma forma de as estimular a participar, a colaborar e a trabalhar no associativismo?
A política de desenvolvimento cultural da nossa Terra, passa pela participação dos covagalenses. Mas todos têm de sentir que o poder local olha para todos igualmente. Que não há filhos e enteados.
Isso passaria pelo diálogo, aberto, participativo e democrático com todos os dirigentes associativos.
Há medo de quê?

terça-feira, 10 de março de 2020

Da série, 18, 10 ou apenas 1 freguesias para a Figueira?... Quanto a mim, a verdadeira questão é: para que servem as freguesias?.. E como servem!.. (2)

Convocatória
"As Leis de reorganização administrativa do território das freguesias, de 2012 e 2013, tiveram como pano de fundo, mais uma vez, uma trágica governação socialista, que levou, pela terceira vez em 40 anos, aos Memorandos de Entendimento de 2011, assinados por Portugal com a “troika”, os quais determinaram cortes em vencimentos, subsídios e pensões, austeridade, e uma reforma administrativa, cujas bases constavam no Livro Verde da Reforma da Administração local, ainda assim já distante da intenção inicial da “troika”, de extinção de metade das Câmaras e dois terços das Juntas de Freguesia. No concelho da Figueira, as principais forças políticas, à época, seguiram percursos distintos: PS, CDU e BE optaram pela oposição à Lei (objetivamente nada fazendo contra a extinção de seis freguesias), o PSD e o Movimento Figueira 100% por trabalharem no sentido de conseguir salvar pelo menos duas. Sete anos depois, apesar de confortavelmente indigitado para cumprir o que prometeu na altura (a reversão da Lei), o poder socialista e das Esquerdas (aos níveis local e nacional) tem-se refugiado em expedientes para não o fazer. Defendo um Poder Local baseado nos princípios constitucionais da descentralização e da autonomia, mas percebe-se na prática que a sua principal vantagem (a proximidade, e portanto a maior facilidade de conhecimento e consequente resolução dos problemas das pessoas) é, simultaneamente, a sua principal dificuldade, porque quanto mais pequeno é o território menos capacidade há (por falta de recursos humanos e materiais) para o exercício das suas competências. Mais importante do que a recuperação da autonomia das freguesias agregadas, defendo que, o mais rapidamente possível, se convoque a população para repensar toda a organização administrativa do concelho, sem qualquer outra preocupação que não seja a de nos constituirmos como efetivo e coeso poder político, dotado de condições, recursos e força para voltarmos a ter um desígnio, um caminho e uma estratégia, que proporcionem uma fruição sustentável do território para quem cá vive e trabalha e para quem nos visite."
Via Diário as Beiras

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Quiaios: depois de ser um caso de polícia decidido pelos tribunais, é agora um teste ao funcionamento da democracia na Figueira... (2)

Na próxima terça-feira vai haver mais uma sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia de Quiaios, que o mesmo é escrever: vai haver mais uma tentativa para escolher os vogais da Junta de Freguesia, para Ricardo Santos poder tomar como presidente da junta.

"Sobre o actual momento político em Quiaios", que é complicado, o autor deste espaço, que não é eleitor em Quiaios, considera que o melhor e o mais acertado, é dar voz a José Augusto Marques, "um dos orgulhosos eleitores desta freguesia". 

Na Figueira, além de uma "crise do regime", está também e claramente instalada uma crise da democracia. Por tudo isto, Quiaios constitui um teste ao funcionamento da democracia na Figueira.

A notícia acima, publicada pelo jornal Diário as Beiras, edição de hoje, dá razão ao que deixámos escrito ontem.
Nos grandes partidos políticos de poder na Figueira - PS e PSD -, o aparelhismo é a regra. "Viraram-se ao contrário" no exercício do poder. Ou seja, funcionam para dentro, geram poder apenas dentro, constituem uma barreira para qualquer mecanismo de representação que venha da sociedade, sem o mediar pelos interesses dos seus membros do aparelho. O tráfico de influências e lugares, o nepotismo, mesmo já com uma componente familiar, o rígido controlo burocrático, a criação de carreiras profissionalizadas no poder interno, a corrupção, tudo isto faz com que o poder local seja hoje o lugar que mais justifica a ideia de que estamos a viver na Figueira "uma crise de regime".
Nesta crise política que Quiaios está a viver, sobre o PS Figueira, estamos mais do que conversados. 
A CDU foi responsável, quando viabilizou em 2017 o executivo PS, mediante um "caderno de encargos" que Fernanda Lorigo e o seu executivo, depois de tomar posse,  deixou no papel. Foi responsável, agora, ao não "querer nada" e, portanto não viabilizar um executivo presidido por Ricardo Santos. 
Vamos ver o que vale o PSD Figueira perante o desafio, segundo o jornal,  colocado por Ricardo Silva?!!
(Só pode ser lapso. JA, o autor da peça jornalística, deveria querer escrever Ricardo Santos). 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A ajuda que a entrevista de Raquel Ferreira deu para a compreensão do actual momento político figueirense

Um dia destes expliquei no OUTRA MARGEM o que aconteceu ao PSD Figueira, de 2007 para cá, que desembocou no miserável resultado autárquico de 26 de Setembro p.p.
A entrevista dada à Figueira TV pela  Raquel Ferreira, uma deputada do PS, passada e futura, que a estrutura partidária local e distrital fez flutuar no vácuo, demonstrou que nos chamados partidos do poder, não há, nunca houve em 47 anos de eleições democráticas, uma visão global para a Figueira, nem da parte do PS, nem da parte do PSD.
O importante são as lógicas pessoais de poder. 
Carlos Monteiro considera estratégico o controlo do Partido. Quando chegou a presidente de câmara, só tarde e a más horas - depois de ter perdido as eleições de 26 de Setembro passado - percebeu que estava a lidar com um monstro. Verificou que sem poder autárquico para poder distribuir as prebendas, é muito difícil e complicado controlar um aparelho partidário interesseiro e voraz, que o via e utilizava - a ele, Carlos Monteiro - apenas como um meio de atingir os seus fins. 
Em Janeiro de 2022, o PS  Figueira de Carlos Monteiro encontra-se na situação em que Duarte Silva em 2009  "matou"  o PSD Figueira, com um aparelho partidário controlado por Lídio Lopes, hiper-voraz, mas já sem poder autárquico.

Na Figueira, hoje, temos Santana Lopes no poder, sem ter necessitado dos aparelhos partidários. Santana mostrou que os aparelhos partidários do "centrão" na Figueira valem pouco e são  descartáveis.
Carlos Monteiro e quem vier a ter o poder na concelhia do PSD Figueira encontram-se numa posição difícil. 
Escreveria mesmo, quase num beco sem saída: a reconquista da credibilidade dos políticos e partidos do "arco do poder", na Figueira, tem de passar por uma porta estreita - que é a da coerência com que praticam aquilo que proclamam.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

O debate político-partidário local está degradado ha muito tempo

Nos idos de 1975, no decorrer do chamado PREC, alguma da direita mais radical alinhada com a "Maioria Silenciosa", trouxe ao debate político a moca de Rio Maior. 
Como sabem, a moca é um pau maciço, com uma ponta mais larga cravejada de pregos. Essa, era a arma que essa direita imbecil entendia ser a melhor para combater os comunistas. 

45 anos depois, em Agosto
 de 2020, na sequência de uma exposição enviada à Junta de Freguesia de S. Pedro relativa a um problema com uma caixa multibanco avariada no mercado local, assinada por duas residentes que juntaram à carta uma petição subscrita ao longo do mês de julho por uma centena de pessoas, António Salgueiro, um autarca militante e eleito pelo PS, respondeu, por escrito e em papel timbrado do órgão autárquico a que preside, a Junta de Freguesia de S. Pedro: "O silêncio é a única resposta que devemos dar aos tolos. Porque onde a ignorância fala, a inteligência não dá palpites"
A frase utilizada pelo autarca socialista é atribuída, em inúmeras fontes espalhadas pela internet, ao ditador italiano Benito Mussolini, considerado o pai do fascismo e aliado de Hitler, que morreu em 1945. 

O PSD criticou. Por sua vez, «o presidente da Câmara da Figueira da Foz e líder do PS local mostrou-se "indignado" com a postura do PSD! 
O presidente do município manifestou-se "indignado", sim, mas com a abordagem de que diz ter sido alvo o assunto por parte da concelhia do PSD. 
Que foi a seguinte: o PSD da Figueira da Foz acusou o presidente da junta de freguesia socialista de má conduta democrática, exigindo ainda ao presidente da Câmara Municipal que, "de uma forma clara e inequívoca, manifestasse o seu e o do seu partido maior repúdio por mais este desaforo à democracia representativa", sob a pena "de estar a ser cúmplice de má conduta democrática" do presidente da junta, António Salgueiro. 
E qual foi a resposta de Carlos Monteiro?
"Os presidentes de junta têm de prestar contas aos seus fregueses e não ao presidente da Câmara".
"É uma imagem", dirão os socialistas apoiantes de Salgueiro e Monteiro. 
Pois é. E bem verdadeira. É a imagem de quem acha que a política se faz à cacetada (deseja-se que apenas com o verbo). 

Quem acompanha a vida política local e assiste a reuniões da Assembleia e Câmara Municipal, sabe que não existe debate político há muitos anos na Figueira. 
Quando muito, existe debate partidário. Nas Assembleias Municipais a qualidade dos seus membros (principalmente nos partidos do chamado arco do poder) tem vindo a degradar-se eleição após eleição. 
(Quem duvidar desta realidade, que vá assistir a uma sessão e depois trocaremos opiniões...)
Como escreve João Vaz na edição de hoje do Diário as Beiras, «os actores com qualidade política são poucos. 
Nas reuniões da Câmara Municipal, entre presidente e vereadores, está o melhor palco local de discussão e debate político. Contudo, assistimos frequentemente a ataques pessoais, defesas de honra, “queixinhas pessoais” e um sem número de remoques sem substância política. Alguns políticos locais chegam a misturar a sua vida privada com a intervenção política, amiúde vitimizando-se, degradando o debate político.» 

E o que pode fazer um cidadão? Tentar exercer o direito de cidadania. Como pode e como sabe. Só que isso não é bem visto, nem benquisto, pelo poder do momento. 
Como cidadãos, em teoria, temos todo o direito de nos manifestarmos, contra ou a favor, com esta ou aquela linguagem, apenas com os limites da ética e do código penal. Só que os novos censores não aceitam a Liberdade de pensamento. Gostam é de estabelecer os limites da Liberdade de expressão e de pensamento. Na Figueira, os políticos no poder nunca fizeram esquecer algumas perversidades geradas no absolutismo de Salazar. 
Os intocáveis, como vimos na reacção de Carlos Monteiro em relação ao vergonhoso e antidemocrático comportamento do seu camarada António Salgueiro, esquecem o essencial: em democracia, tudo e todos estamos permanentemente em regime de prova
Em 2020, tal como em 1975 (aconteceu e acontece comigo...), o "lápis azul" assume formas mais maquiavélicas de tentar riscar as opiniões diversas. 
A ameaça velada, o sorrizinho amarelo, o passar à frente, o vê lá no que te andas a meter, a encomenda para a tentativa de silenciamento. 
Assim não vamos lá: só com o exercício da cidadania, cumpriremos a democracia.

domingo, 26 de janeiro de 2020

Da série aeroporto na Região Centro: vamos continuar a "brincar aos aeroportos dos pequeninos"? (Divergências internas no PS figueirense?)

Na Assembleia Municipal realizada no passado dia 19 de Dezembro, há pouco mais de um mês, a maioria do Partido Socialista, chumbou um proposta do PSD sobre a abertura da Base Aérea de Monte Rela à aviação civil.
Imagem via Diário as Beiras

Num comunicado datado de 20 de Dezembro pode ler-se que "o PSD da Figueira da Foz, coerente com a sua posição de sempre, pugna pela abertura da Base de Monte Real ao tráfego aéreo civil.
A posição que a CIM COIMBRA assumiu, só se entende para dar cobertura ao falhanço da promessa eleitoral do Dr. Manuel Machado de mandar fazer um aeroporto internacional em COIMBRA! Ou então para nada fazerem!
O PSD da Figueira da Foz, repudia o posicionamento do Presidente substituto, Dr. Carlos Monteiro, pois enquanto vice do Dr. João Ataíde subscreveu a posição de ser, tal como o PSD, a favor de Monte Real. Posição que tem sido defendida por todas as forças políticas da Figueira da Foz, desde o célebre falhanço do famigerado aeroporto Internacional da Figueira da Foz (mais um promessa do PS figueirense).
Na última Assembleia Municipal, o Partido Socialista, chumbou a Moção do PSD em defesa abertura da Base de Monte Real ao tráfego aéreo civil.
Este posicionamento confuso, enfraquece a reivindicação justa de termos um aeroporto que sirva a região e sugere uma submissão aos interesses do PS COIMBRA!"

Numa crónica assinada pela vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, ontem publicada no jornal Diário as Beiras, a eng. Ana Carvalho considera "Monte Real A solução mais sustentável".
Passo a citar: "A localização a escolher para o aeroporto deverá ser a mais sustentável. E nesta ponderação, deverão ser considerados todos os fatores financeiros e ambientais, não só de instalação e operação do aeroporto, propriamente dito, mas também das acessibilidades rodoviárias, ferroviárias e, se possível, marítimas, que garantam a sua intermodalidade.
Perante este cenário, parece-me que a solução de Monte Real é a melhor. Vejamos: a base aérea já está construída e funciona bem, bastando ser adaptada para voos civis; está junto à linha ferroviária do Oeste; é servida por autoestrada; está a poucos quilómetros de um porto comercial, também ele próprio servido pelas mesmas acessibilidades; tem uma localização geográfica muito central, a 154km de Lisboa e a 177km do Porto."

Face a isto, o que pode um vulgar cidadão, como eu, pensar?
Haverá divergências internas num PS Figueirense de poder local absoluto?
Se assim fosse, o que não creio, isso seria natural num partido de facções, como sempre foi o PS - também na Figueira.
O que me inquieta é que se fosse um cidadão vulgar, como eu sou, a divergir da opinião oficial do presidente Carlos Moto Serra Monteiro, seria logo alvo insultos e outras coisas que tais... 
Atenção: não estou a sugerir que alguém insulte a eng. Ana Carvalho por ela numa crónica publicada no Diário as Beiras, ir ao encontro da moção apresentada pelo PSD na Assembleia Municipal da Figueira da Foz, que foi chumbada pela maioria de poder absoluto que o Partido Socialista detém no poder local no concelho da Figueira da Foz. Que isto fique bem clarificado...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Na Figueira, não há lugar para amanhãs que cantam...


Presumo, que ninguém minimamente informado, desconhece que a crise que se vive na Câmara Municipal se reflecte na vida dos cidadãos. Isto é, na minha, na sua e de todos nós.
Apesar de estarmos em Junho, mês por excelência virado para o aparato folclórico, nota-se que a Figueira está parada...
É certo que vem aí o verão, com o tal mês e meio de “época alta”, mas isso não vai branquear o essencial: a crise é profunda e já não é só financeira.
Todavia, também é financeira: não há dinheiro e sobram as dívidas.
O problema é pertinente. Como resolvê-lo?
Aumentando os impostos municipais? Vendendo património? Reestruturando ou extinguindo empresas municipais? Reduzindo o quadro de pessoal?
Se calhar, vai ser preciso isto e muito mais... Mas, neste momento, a crise na Câmara da Figueira já não é só financeira. Também já é de outros valores.


É sabido, que quem ganhou as últimas eleições autárquicas na Figueira não foi o PSD. Muito menos, a lista de vereadores deste partido. Quem foi decisivo para a conquista da Câmara foi o eng. Duarte Silva.
Mas voltemos à crise de outros valores...

É claro, que a questão deve ter contornos ainda desconhecidos do vulgar cidadão, mas, o que veio a público sobre o que se passou na reunião camarária da semana passada, deu para perceber que o eng. Duarte Silva, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, viu a sua dignidade como político posta em causa pelos “seus” vereadores Paulo Pereira Coelho e José Elísio Oliveira.
O primeiro, votou com a oposição, logo contra o Presidente; o segundo, de forma estratégica, faltou è sessão camarária...
Logo a seguir, Jaime Soares, o Presidente da Distrital, nas páginas do Diário as Beiras ajudou à festa...
Marques Mendes se a Figueira fosse Lisboa, certamente que já tinha posto um ponto de ordem... Mas, a Figueira é província!...
Contudo, venha a ter este estranho caso político o desfecho que tiver, serviu para colocar duas questões pertinentes e fundamentais aos cidadãos:
1 – A possibilidade, que neste caso seria um abuso, de uma estrutura partidária sob controle de determinada facção, poder fazer cair um autarca eleito pela população da Figueira.
2 – Que certas personagens foram eleitas, apenas porque fizeram parte de uma lista partidária.

Entretanto, vamos ver o efeito que virão a ter no futuro do poder local em Portugal, as eleições intercalares em Lisboa. Vamos observar o que se vai passar com as listas independentes...
Numa altura, em que, na Figueira, parecem esgotadas as últimas utopias a nível do poder local, vamos tentar continuar a sobreviver à ressaca!...
Não é necessário que todos nos convertamos (vendamos), apesar de sabermos que na Figueira não há lugar para amanhãs que cantam...

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Autárquicas 2021 na Figueira: porque apoio e vou votar em Bernardo Reis e na CDU

O concelho da Figueira nunca teve uma gestão CDU numa autarquia.
Em muitas autarquias de gestão comunista a obra feita é inquestionável. Claro que nem tudo é perfeito. 
Por isso, é que pugno na Figueira, ou em qualquer outro lado, por mais cidadania, mais iniciativa e mais democracia participativa (exercida em liberdade e em pluralismo, e não sob a tutela de ninguém) sem as quais o progresso, o desenvolvimento e a justiça social não têm sentido.
Seja qual for a cor política de quem está ou venha a estar no poder local figueirense, a minha postura será sempre a mesma.

Antes do mais, antes que venham com o papão comunista.
A etapa mais avançada de socialismo, a sociedade comunista ou sociedade sem classes é uma utopia maravilhosa. Concebida por Karl Marx, o ser humano poderia então dar largas à sua plena realização e criatividade, ao serviço da sociedade. Em teoria, a liberdade e a igualdade numa harmonia perfeita em que a comunidade se auto-organizava, livre de poderes, sem instituições e sem Estado seria uma realidade. 
Um sonho fantástico? Claro que sim. As teorias marxistas, mesmo a própria utopia comunista, além de serem dotadas de um grande sentido humanista e emancipatório, tiveram uma influência decisiva nas sociedades do mundo inteiro ao longo dos últimos quase duzentos anos. Mesmo hoje, o marxismo continua em larga medida actual, enquanto teoria crítica e referência na busca de caminhos alternativos ao actual capitalismo selvagem e global. 
Foto Pedro Cruz. Dez & 10

Posto isto, vamos ao que interessa. 
A importância de haver um vereador CDU no executivo camarário municipal figueirense, o que já não acontece há 32 anos.
Na Figueira, nas primeiras eleições autárquicas (1976/1979) a então FEPU elegeu o eng. Viana Moço; no executivo cujo mandato decorreu entre 1979 e 1981, já como APU, foi eleito o médico António José Costa Serrão; esta coligação democrática, já como CDU, elegeu António Augusto Menano nos mandatos 1981/1985 e 1985/1989.
A partir do mandato de 1989/1993, apesar de várias vezes ter ficado à beira de atingir esse objectivo, a Figueira deixou de eleger um vereador CDU.

Isso foi positivo para a Figueira? A realidade existente em 2021 é a resposta mais elucidativa e esclarecedora que poderia  ser dada. 
A maioria da minoria que vota no concelho da Figueira, tem optado por votar de maneira igual há cerca de 30 anos a esta parte.
As mudanças que a Figueira precisa, só serão possíveis se na Câmara Municipal acabar o monolitismo do Executivo.
Esta situação só será possível com novos protagonistas no Executivo camarário e  por vereadores que façam a diferença – nomeadamente eleitos da CDU.
A CDU na vereação da Câmara Municipal da Figueira da Foz fará toda a diferença. Em primeiro lugar por não estar comprometida com os interesses dos chamados “donos da Figueira da Foz”. Aqueles que apenas pretendem a vantagem do seu grupo em desfavor do interesse colectivo. Em segundo lugar pela sua linha orientadora de trabalho, honestidade e competência, marcas distintivas da CDU. A que acrescem também  a coragem de denunciar tudo o que configurar oportunismo, compadrio ou favorecimento. Sempre que esteja em causa o interesse colectivo das populações eles estarão atentos e intervenientes. Alguma dúvida sobre estas considerações? Fácil de resolver: basta uma curta reflexão sobre o trabalho e intervenção da CDU nas Autarquias onde tem poder.
 
E chegamos a Bernardo Reis, o candidato à Câmara. Faz parte do colectivo CDU que se apresenta em todos os órgãos autárquicos do concelho da Figueira da Foz, como um projecto distintivo, inseparável dos valores da grande conquista de Abril, que é o Poder Local Democrático.
Bernardo Reis traz a esperança CDU. Se for eleito vereador vai projectar a luta dos que combatendo no dia a dia contraraiam as desesperanças que os tempos difíceis que vivemos tendem a alanvacar. Nestes tempos difíceis, também na Figueira, se os figueirenses assim o entenderem votando na CDU, teremos no executivo camarário alguém que vai estar  com as populações e os trabalhadores a responder aos grandes desafios que temos pela frente: a epidemia, o combate ao medo, a protecção da saúde e dos direitos.
Resumindo: em 2021, votar CDU nas autárquicas é promover o gosto de viver.

Em democracia é assim: temos a opção de apoiar - e dizer porquê. E temos a opção de não apoiar - e dizer porquê.
Quem não percebe isto, não percebe nada de nada, no que à política numa democracia diz respeito.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Publicidade, jornais e blogues...

Na Figueira, os blogues continuam a ser uma vergonha. 
Porém, nem todos. 
Suspeito, no entanto, que os mais vergonhosos possam também ser os mais lidos por quem sente a vergonha na pele.

Quais serão os blogues vergonhosos? 
Presumo que sejam aqueles que incomodam os sem-vergonha...
Os que escrevem sobre os poderes de facto e de direito sobre a gestão da coisa pública e política.
Este espaço, não passa de um contributo, que apenas poderá acrescentar algo à noção de vergonha pública...

A Figueira, em 1997, não era a mesma cidade que é em 2018.
Quando se diz mesma cidade, quer dizer-se  com o mesmo grau de evolução cívica e democrática, o mesmo desenvolvimento económico e a mesma perspectiva geral quanto ao futuro.

Nessa altura, não havia Internet como agora, nem telemóveis ou outros modos generalizados, de simplificar a circulação da informação. O que se podia saber publicamente sobre acontecimentos ligados às coisas públicas da governação e administração geral da pólis, restringia-se à informação provinda de media tradicionais, com destaque para os jornais locais.
Havia 2 rádios - Foz do Mondego e Maiorca - mas completamente controladas:  na Figueira, os que detinham o poder de mandar nos outros, definiam as regras do jogo democrático, executando-as e controlando a sua execução.

As únicas vergonhas públicas expostas, nesse tempo, apareciam nos jornais. 
Melhor, num deles: no Linha do Oeste
Esta publicação, que teve como director o dr. António Tavares, destacou-se pela quantidade de histórias de imoralidades e escândalos que logrou apresentar à consideração pública figueirense. 
Na Figueira, o Linha do Oeste, foi, durante anos, antes do aparecimento da Internet, o veículo de denúncia de desmandos de governação pública e ainda o meio de ajustar contas, preferido, pelas oposições ao poder do momento. 
O Linha do Oeste, na altura, fez oposição política, evidente, através da contestação aos governantes, denunciando os escândalos e os abusos do poder.
Posteriormente, o director do jornal fez parte da classe política - foi vereador da situação e foi mais um, igual aos outros...

Actualmente, na Figueira, que eu saiba, não há, nos jornais, ninguém com interesse político em apear os "reizinhos", para lhes tomar o lugar. 
Há, como sempre houve, jornalistas e jornais com interesses em sobreviver, seja com a publicidade, institucional e privada, seja com as vendas, tendencialmente diminutivas.

Nenhum blogue, incluindo este, existente na Figueira, neste momento, cumpre a mesma função que o Linha do Oeste se propôs, desde o primeiro número. Nenhum blogue, neste momento, é a vergonha que foi o Linha do Oeste, para os poderes constituídos. Nesse jornal, notoriamente, juntava-se o útil da denúncia pública dos desmandos políticos, ao agradável de constituir uma reputação susceptível de encorpar um grupo ou partido político, pronto a disputar o poder executivo - como de facto aconteceu.

Na Figueira, as “campanhas” denunciadas pelos poderes políticos,  antes da Internet, começavam então, no Linha do Oeste, na sua maior parte e na parte mais dolorosa para os executivos da época.
Numa cidade pobre, em 2018, pobre do jornalista que se meta com os poderosos da política local, de modo a assustá-los de verdade... É frito, num instantinho, se tiver por onde possa ser pegado. E a maior parte tem...
O poder figueirinhas não perdoa afrontas, porque a perda do poder, é a perda da imunidade de facto. Trata-se por isso de luta pela sobrevivência em que só os animais ferozes e sem escrúpulos de maior, se safam impunes. Até ao dia em que são devorados pela imprevidência, porque a selva figueirense guarda segredos e, um deles, é a imprevisibilidade do tempo e do clima político.

Mas, voltando ao que interessa: o que continua a ser, na Figueira, em 2018, afinal, esta essência que faltará aos jornais e se pode ler na net, nos blogues que, na opinião do poder, continuam a ser uma vergonha?
Aquilo que diferencia os blogues, de qualidade e interesse, é a  franqueza e a sinceridade, o conteúdo e a utilidade, relevante e interessante para alguma coisa.

Parece-me bem que é isso que falta aos jornais figueirenses. Hoje, como dantes. 
Se formos analisar o passado,  jornais figueirenses que conheço bem - Barca Nova, na década de 70/80 do século passado, e mais recentemente o Linha do Oeste, tinham disso, um pouco mais do que outros. 
Um blogue que se preze, tem de ter disso tudo. O que lhe faltará - e por experiência própria o constato - é  uma equipa que pensa profissionalmente, organiza com meios e produz profissionalmente. 
Um blogue, como este OUTRA MARGEM, é um exercício de artesanato do interesse pessoal de quem o anima. 
Um jornal tem de ser outra coisa: uma obra do colectivo. 
Num jornal, o colectivo vive do que produz. 
Um blogue, produz aquilo de que vive... 

terça-feira, 28 de novembro de 2023

A irrelevância do concelho da Figueira da Foz para o PS

Vão decorridos quase dois anos (15 de Janeiro de 2022), que expliquei no OUTRA MARGEM o que aconteceu ao PSD Figueira, de 2007 para cá, que desembocou no miserável resultado autárquico de 26 de Setembro 2021.

Dois dias depois depois, em 17 de Janeiro de 2022, com a ajuda da entrevista de Raquel Ferreira à Figueira TV, procurei ajudar a compreender a realidade da política figueirense.
A entrevista dada à Figueira TV pela  Raquel Ferreira, uma deputada do PS, passada e futura, que a estrutura partidária local e distrital fez flutuar no vácuo, demonstrou que nos chamados partidos do poder, não há, nunca houve em 47 anos de eleições democráticas, uma visão global para a Figueira, nem da parte do PS, nem da parte do PSD.

O importante são as lógicas pessoais de poder. 
Interessa é o contolo estratégico do Partido. 
Carlos Monteiro, quando chegou a presidente de câmara, deslumbrou-se. Só tarde e a más horas - depois de ter perdido as eleições de 26 de Setembro de 2021 - percebeu que estava a lidar com um monstro. Verificou que sem poder autárquico para poder distribuir as prebendas, era muito difícil e complicado controlar um aparelho partidário interesseiro e voraz, que o via e utilizava - a ele, Carlos Monteiro - apenas como um meio de atingir os seus fins.

Em Janeiro de 2022, o PS  Figueira de Carlos Monteiro encontrava-se na situação em que Duarte Silva, em 2009,  "matou"  o PSD Figueira, com um aparelho partidário controlado por Lídio Lopes, hiper-voraz, mas já sem poder autárquico.

Na Figueira, hoje, temos Santana Lopes no poder, sem ter necessitado dos aparelhos partidários para lá chegar. Santana mostrou que os aparelhos partidários do "centrão", na Figueira, valem pouco e são descartáveis.
Nas próximas eleições, por ser mais confortável, estou em crer que Santana Lopes (se for candidato) vai voltar à "barriga da mãe".

Vou arranjar mais uns "inimigos" no PS figueirense, a juntar ao rol. Mas é o que penso, por isso não vai ficar por dizer.
O PS Figueira, por enquanto,  encontra-se (quase) num beco sem saída.
Este chumbo do PS nacional da inscrição da instalação do bypass (sistema mecânico de transposição de areia) na barra da Figueira da Foz no Orçamento de Estado de 2024, mostrou o quanto o nosso concelho é irrelevante para o PS. Espero que saia caro a quem é responsável político por isso.

O eleitorado tem de abrir os olhos. A reconquista da credibilidade dos políticos e partidos do "arco do poder", na Figueira, tem de passar por uma porta estreita - que é a da coerência com que praticam aquilo que proclamam.