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quinta-feira, 2 de março de 2023

Fica o registo...

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão quase 17 anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridadeContinua a ser...

Neste momento, está-se a fazer alguma coisa...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Já ontem era tarde: a erosão costeira é o tema mais estruturante do concelho da Figueira da Foz, a nível da gestão territorial

Santana Lopes defende intervenção do Presidente da República na defesa da costa

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Arquivo(Foto de Pedro Agostinho Cruz

«O presidente da Câmara da Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, defendeu hoje que Marcelo Rebelo de Sousa devia efetuar um roteiro pela costa portuguesa a alertar para a necessidade do combate à erosão costeira.

Em declarações aos jornalistas, Pedro Santana Lopes, eleito pelo movimento Figueira a Primeira, considerou que se trata de uma “questão tão lancinante”, que o Presidente da República “devia chamar a si o tema”.

O autarca, que falava no final da sessão de Câmara, entende que o combate à erosão da costa portuguesa “é uma causa” e que o Estado devia adotar procedimentos para que a administração central intervenha de forma mais célere.

O Presidente da República devia efetuar um roteiro pela costa para sensibilizar o país e os decisores que gerem os fundos europeus, porque há muito dinheiro para aplicar, mas não se ouve falar da sua aplicação na defesa da costa, que não faz parte do discurso e da preocupação [nacional]”, sustentou.

Salientando que já houve “um Presidente que fez presidência aberta a calcorrear as riquezas geológicas do Cabo Mondego [na Figueira da Foz], Santana Lopes disse, “sem ironia nenhuma”, que a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa “está sempre aberta, pelo país”, e que devia fazer um roteiro pela costa portuguesa.

A erosão costeira e o assoreamento do porto da Figueira da Foz têm sido uma preocupação de Santana Lopes desde o início deste mandato, com o autarca a defender “intervenções integradas” e em tempo útil para não se esbanjarem recursos.

Na reunião de hoje, o presidente do município figueirense disse que recebeu, por escrito, a garantia de que a Agência Portuguesa de Ambiente (APA) vai iniciar este mês a transposição de 100 mil metros cúbicos de areia na área costeira para reforço do cordão dunar, que já esteve prevista para maio e posteriormente para outubro.

A partir deste ano, estava previsto a transferência de 3,2 milhões de metros cúbicos na praia a sul na Cova Gala e dentro do mar, num investimento de cerca de 20 milhões de euros, mas essa intervenção foi adiada pela APA por dois anos.»

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Apesar de todas "as peregrinações" anteriores, a situação no Quinto Molhe continua "IMPRESSIONANTE"... (continuação)

Jot’Alves, na edição de hoje do Diário as Beiras
:
«Peregrinação sem milagre.
Sobretudo nos últimos 10 anos, a Praia da Cova tem sido lugar de peregrinação para políticos e decisores, mas o milagre ainda não aconteceu. Entretanto, as populações junto à costa vivem com o coração nas mãos, temendo que, um dia destes, o mar lhes entre em casa. “Sim, é um local de peregrinação, mas o doutor Luís Montenegro disse que iria estar pelo país, uma semana em cada distrito e está a cumprir. Já é um bom sinal. Espero que aquilo que ele leva desta realidade da costa e dos problemas da economia da Figueira o ajudem a preparar-se para as funções a que se candidata”, ressalvou Santana Lopes. “Conhecendo o doutor Luís Montenegro como conheço, tenho a certeza que vai passar das palavras aos atos”, acrescentou. “Numa altura em que o país tem tantos fundos e há tantos problemas de execução, como é compreensível que o Estado não tenha estas intervenções, aqui, na primeira linha das suas prioridades e que isto não esteja no discurso político de quem decide, de quem comanda, de quem executa? Porque este é um problema das pessoas, do território, do país, da economia”.» 

Nota de rodapé.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Apesar de todas "as peregrinações" anteriores, a situação no Quinto Molhe continua "IMPRESSIONANTE"...

Vídeo sacado daqui
Não pude estar presente na "peregrinação" desta manhã ao Quinto Molhe do presidente do PSD. Na qualidade de habitante de uma freguesia das mais afectadas pela erosão costeira, dado que o que está em causa e em risco, é a segurança de pessoas e bens, quero alertar para o seguinte: o momento não está para politiquices. A erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sério...

Desde 2006 que ando a alertar para o essencial. Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Recordo o meu saudoso Amigo e Mestre nestas coisas de entender o mar, Manuel Luís Pata: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa, deputado PSD - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".

Em vez disso, optou-se por defender o acrescento do molhe norte - e nisso o PSD tem muitas culpas: Duarte Silva, então presidente da câmara foi um acérrimo defensor desta aberração.
Passados estes anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra".
Mais: o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia a norte, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira"
E não foi por falta de avisos que foram cometidos tantos erros de planeamento territorial e urbanístico na Figueira da Foz.

Voltando ao saudoso Mestre  Manuel Luís Pata, uma das vozes discordantes do prolongamento do molhe norte que os decisores políticos não ouviram, como ele aliás, sabia. Um dia, já distante, em finais de janeiro de 2008,  confessou-me: "ninguém ouve".
Como, desde 2006, ninguém tem ouvido, espero, tal como o Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, que Luís Montenegro, se chegar algum dia a formar Governo, "passe das palavras aos actos."

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Erosão costeira: uma preocupação que há muito deveria ser de todos

Via Campeão das Províncias

"O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda quer saber por que razão a solução para os problemas de transposição sedimentar da foz do Mondego, na Figueira da Foz, foi adiada para 2030.

Numa pergunta dirigida ao ministro do Ambiente e da Acção Climática, os deputados salientaram que, em Agosto de 2021, o ‘bypass’ foi mais uma vez reconhecido como a solução necessária para os problemas da foz do Mondego, por um estudo encomendado pela Agência Portuguesa de Ambiente (APA).

“A implementação do sistema de ‘bypass’ chegou a estar prevista para 2024, porém, recentemente, a APA, numa sessão de esclarecimento promovida na Figueira da Foz a 15 de Novembro, informou do adiamento do ‘bigshot’ de areia, para 2025, e do ‘bypass’, que passa a estar previsto apenas para 2030”.


Como andamos a alertar há muito (OUTRA MARGEM, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006), a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...

O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental. Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perdeu-se a oportunidade de resolver o essencial...

A foto de Pedro Agostinho Cruz, dispensa  as palavras...
Por aqui, durante quase 17 anos, tudo foi dito e pode ser consultado... 

Só temos, portanto, de nos congratular com iniciativas parlamentares como a do BE.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Freguesia de S. Pedro está a ser engolida pelo mar há muitos anos

Quase todos sabemos:
- que o processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.

- que a protecção da Orla Costeira Portuguesa sempre deveria ter sido uma necessidade de primeira ordem...

Citando Miguel Figueira: "... a população está numa roleta russa, isto é uma roda da sorte, ou se quisermos de azar. E não pode ser: um dos direitos constitucionais é este direito ao ambiente, à qualidade de vida e à segurança."

Como se os problemas do Quinto Molhe não fossem mais do que suficientes (aqui no OUTRA MARGEM andamos a alertar desde Dezembro de 2006) a Câmara Municipal da Figueira da Foz, em 2019, resolveu do alto da sua maioria absoluta e da sua douta sabedoria, brincar às construções na areia da Praia do Cabedelo...

Eu sei que a memória é curta. E o importante, para certa gente, é sacudir a água do capote. O que foi feito não interessa nada. As responsabilidades, do que foi "obrado" nos últimos 4 anos no Cabedelo, apesar de todos os alertas e avisos, sobram agora para quem veio a seguir. Quem veio a seguir que feche a porta. Quem fez o mal há-de saber fazer a caramunha.

Em política, na Figueira, é assim que as coisas se fazem.

Contudo, vamos ao foco: «atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.»

Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...»

Isto, já alertava um "velho do restelo" chamado António Agostinho, em 11 de dezembro de 2006Recorde-se Camões. "O Velho do Restelo chamou de vaidosos aqueles que, por cobiça ou ânsia de glória, por sua audácia ou coragem, se lançam às aventuras ultramarinas. Simboliza a preocupação daqueles que anteveem um futuro sombrio para a Pátria." 

Daqui a 16 dias já passaram 17 anos. E vamos a ver: nada. Pior: tudo se agravou.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

SOS Cabedelo (e outros) anda há muito a alertar para os problemas da erosão a sul do Mondego


Conforme provam as imagens - e muitos exemplos podem ser conferidos aqui -  as preocupações do SOS Cabedelo, assim como as de mais alguns, com a problemática da erosão a sul do estuário do Mondego, já vêm de muito longe e os alertas e avisos aconteceram antes das obras.
Portanto, essa conversa de "treinadores de bancada" pode servir para tudo, menos neste caso em concreto. A cidadania, arrostando até com ameaças, cumpriu o seu papel. Se, quem de direito, ignorou o contributo dos cidadãos, isso não é culpa de quem tentou evitar este atentado ambiental. 
Continuando a cumprir o seu papel, mais uma vez, "o movimento cívico SOS Cabedelo, da Figueira da Foz, alertou para o risco em que se encontram as praias da costa sul do concelho na madrugada face à previsão de forte agitação marítima para hoje, conjugada com a maré alta que foi às 02H36 da madrugada e volta a registar-se às14H57."
Citando a edição de hoje do Diário as Beiras.
"Estão previstas ondas de seis a 11 metros, disse ontem, na reunião da câmara, o presidente Pedro Santana Lopes, que foi ontem ao terreno de forma preventiva, tendo contactado, ontem, Pimenta Machado, vice-presidente da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), juntas de freguesia daquela área e a proteção civil. 
Em declarações à agência Lusa, Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, deu conta de que as previsões para o estado do mar indiciam uma situação preocupante, que vai afetar as praias do Cabedelo, Cova-Gala, Leirosa e Costa de Lavos. Miguel Figueira lamentou que as praias da costa sul da Figueira da Foz estejam “vulneráveis e desprotegidas” para resistir a fenómenos normais do mar.
Uma política que “vê o mar como inimigo” 
“Estamos fartos desta política costeira, que vê o mar como inimigo e se apronta a atirar-lhes com pedra. A única maneira que temos de fazer proteção costeira é perceber como o mar funciona e trabalhar com ele”, sublinhou. No caso do Cabedelo, cuja intervenção o movimento SOS contesta desde a sua execução, Miguel Figueira defendeu que os galgamentos vão continuar a existir enquanto não for colocada areia à frente da duna primária. 
Críticas também dirigidas à APA
 “A APA deu cobertura a uma intervenção nunca vista em lado nenhum, ao meter areia atrás da duna, que não faz nada, pois tem de ser colocada na praia à frente da duna”, explicou. O SOS Cabedelo tem defendido a construção de um bypass, que faça transferências contínuas de areia, “para que a praia esteja bem nutrida e a dissipação de energias (do mar) se faça muito antes do mar atacar a duna primária”
Outro dos pontos críticos apontados por Miguel Figueira é a praia da Cova- -Gala, que sofreu “intervenções erradas há muitos anos” e que devia receber alimentações de areia no fim do verão, que já não são efetuadas desde 2019. 
O problema da erosão costeira tem sido uma temática bastante discutida na Figueira da Foz, tendo-se realizado no dia 15 uma sessão de esclarecimento com a APA sobre as intervenções previstas para o concelho. Na reunião, o presidente da câmara exigiu celeridade nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou com formas de luta se os processos não avançarem."

Tudo foi dito e escrito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar... Resta-nos a promessa dos paquetes de passageiros e os números das toneladas dos cargueiros...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Milagres

Crónica publicada na Revista Óbvia no mês de Outubro

O milagre de Joaquim Namorado

"Onde o santo punha o pé nasciam rosas.

 ... e o povo lamentava

que não fizesse o mesmo com as batatas."

O milagre da sobrevivência dos reformados em 2023

Para viver em Portugal e na Figueira sempre foi necessário um enorme sentido de humor.

Entretanto, vamos andando ensarilhados em dívidas, públicas e privadas, sem se  vislumbrar como vamos sair da situação de escravos endividados, soterrados vivos por politicas e políticos incompetentes ao longo de dezenas de anos.

Sabemos que isto não vai acabar tudo bem, mas dá jeito acreditar que está a correr mais ou menos...

"Com uma inflação galopante, que o governo estima em 7,4% este ano, embora o Conselho das Finanças Públicas aponte para 7,8%, os pensionistas com prestações de 650 euros brutos vão ter de viver com apenas mais 5,58 euros nos bolsos todos os meses, segundo os cálculos do Dinheiro Vivo com base nas simulações da Ernest & Young (E&Y) para 2023. Significa que cerca de 1,6 milhões de reformados, ou seja, mais de metade dos que irão beneficiar de uma atualização entre 4,43% e 3,53% em 2023, terão um acréscimo líquido mensal de 0,8%. Mais 5,58 euros, portanto."

Como diria a minha avó, "andam a comer-nos as papas na cabeça". Detesto ser tratado como um tolo. Foi como este governo com aquela rábula do adiantamento fez. 

Para já, além de estar tudo cada vez mais caro, o pessoal ter cada vez menos dinheiro disponível, os contextos europeus e mundiais estarem cada vez mais perigosos e  ameaçadores, a  ansiedade vai dar mais lucros às farmacêuticas e às clinicas da psique, e os  livros de tangas de auto ajuda vão subir as tiragens!

Preparem-se para o devir. Em 2023 vamos ter mais do mesmo. Ou pior... 

Para acabar com a politiquice, num assunto tão sério, será preciso acontecer um milagre?

Não sei como é com você, mas a  mim vai-me safando a essência.

E a minha essência esteve, está e estará sempre no mar... 

O mar tranquiliza-me. Como gente do mar que sou, caminhar em direcção a ele, é uma atitude intrínseca. Quase tudo se descortina ao olhá-lo. É um saber de experiências feito, que me foi transmitido pelos mais velhos.

Gosto da orla marítima, sobretudo fora da chamada “época alta”.

Para quem não “vive” o mar, as imagens parecem sempre iguais.

Contudo, garanto que não! Para quem o conhece bem, o mar é sempre diferente. E, também, sempre imprevisível!

Santana Lopes, acusou no final da reunião camarária realizada no passado dia 12 «a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de estar a gozar com a Figueira, ao protelar no tempo intervenções de transposição de areias na zona costeira do concelho: depois do que foi dito [pela APA], tomar uma decisão dessas é gozar com a cara dos figueirenses». Segundo Santana Lopes, «a APA não tem intenção de executar antes de 2025 a transferência de 3,2 milhões de metros cúbicos de areia para sul da Cova Gala, que estava prevista para 2023.»

O efeito não se fez esperar. Horas depois, ainda nesse mesmo dia 12 de outubro de 2022, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, deslocou-se à Figueira da Foz para se reunir com o autarca.

Fonte da autarquia avançou ao DIÁRIO AS BEIRAS que, afinal, aquilo que a APA havia protelado para 2025 será realizado em 2024. 

Por mim, limito-me a lembrar o que ando dizer há vários anos sobre este assunto: dado que o que está em causa e em risco, é a segurança de pessoas e bens, apenas  quero alertar que o momento não está para politiquices. A erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sério. E o inverno está à porta.

Concedam ao rejeitado o milagre de descansar em paz

Em Abril de 2019, quando o falecido João Ataíde deixou a Figueira, para o seu lugar, avançou Carlos Monteiro. 

Politicamente, Carlos Monteiro antes de 2009, de 2001 a 2005, foi membro da Assembleia de Freguesia de S. Julião da Figueira da Foz.  E, de 2005 a 2009, tinha sido membro da Assembleia Municipal da Figueira da Foz. Depois foi vereador do executivo presidido por João Ataíde.

Com a ascensão de Carlos Monteiro a presidente, o provincianismo figueirinhas delirou com a ideia de ser um dos seus a limpar o que foi feito por quem realmente mandou na Figueira, entre outubro de 2009 e abril de 2019.

O resultado de pôr quem não serviu para a freguesia de S. Julião a presidir um concelho viu-se na Figueira nos dois anos que se seguiram.

Com a ida de Ataíde para Lisboa, Monteiro teve o seu momento de deslumbramento. Foi um daqueles momentos raros, um golpe de sorte (se bem me lembro, até houve foguetes...) que acontecem por vezes às pessoas e também aos políticos. Daqueles momentos que fazem tudo ganhar objectivo e sentido - toda a espera, toda a paciência, os sapos engolidos e todo o trabalho, finalmente,  a valerem a pena. 

Contudo, acabou por ser o seu maior momento de azar. Faltou uma coisa: quando foi a votos, mais uma vez, Monteiro não foi validado pelos votantes do concelho. 

O verdadeiro objectivo do medíocre percurso político de Monteiro - ser aceite por uma sociedade figueirense que sempre o rejeitou - não foi alcançado. 

A derradeira meta era vencer essa rejeição. Não o conseguiu.

Que continue o milagre de continuar a haver lugar para o sonho

Escrever é ficar. Se continuo a  escrever, é porque ainda não fui. Ainda aqui estou. 

Já me disseram, olhos nos olhos: "o meu trabalho de sonho era fazer o que você faz".

Os melhores projectos de todos são aqueles que nos põem a pensar e a mexer. Os únicos projectos que vale a pena prosseguir, são os que não nos deixam dormir. 

É o caso do único projecto que sempre tive e continuo a ter: a minha vida, apesar de já terem passado mais de 68 anos.

Basta tão pouco e é tão tanto.

Não sei se me assusto, se me espanto, se me regozijo, se sonho: alguns de vocês conseguem  saber de mim o que eu ainda estou a tentar descobrir. 

Obrigada por me lerem. 

Tal como Martin Luther King "não tenho um plano: tenho um sonho."

Que continua. 

"Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas, sonho que se sonha junto, é realidade."

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Diplomacia e pressão mediática não têm chegado para tentar acelerar as medidas de mitigação da erosão costeira nas praias do sul do concelho...

Como escrevi ontem.
Não chegámos ao ponto crítico em que nos encontramos por mero acaso: foi causa, efeito e consequência de erros sucessivos - alguns deles  estratégicos -, cometidos por responsáveis políticos e técnicos, durante décadas no concelho da Figueira da Foz. 
Se apreensivo e preocupado fui para a sessão de terça-feira no Auditório do Museu, mais apreensivo e preocupado vim depois da realização dessa reunião.

Via Diário as Beiras, edição de hoje, vejo confirmado o desconforto que a prestação dos representantes da APA presentes na reunião me transmitiram. 
«Na sessão pública promovida pelo autarca, com a participação de responsáveis da APA, para a apresentação do calendário das intervenções, Santana Lopes garantiu: “Não vos vamos largar”. E acrescentou que “desde os tempos da faculdade que não falava em outras formas de luta”. Mas, mantendo o contacto visual com os responsáveis da APA, advertiu: “Se for necessário, usaremos outras formas de luta”. Indagado pelos jornalistas, à margem da sessão, sobre que tipo de ações poderá vir a protagonizar, o autarca defendeu que “o efeito surpresa é muito importante para surtir efeito”. Entretanto, aguarda que a APA passe dos estudos aos actos, em tempo útil, porque o avanço do mar tem-se revelado inexorável na ameaça a pessoas e bens da zona costeira. Por outro lado, o presidente da câmara exortou a APA a acionar mecanismos legais que permitem lançar empreitadas sem concurso público, sustentando que a situação da costa figueirense enquadra-se nas circunstâncias excecionais. Isto para acelerar as intervenções, que se revelam urgentes. Santana Lopes defendeu, ainda, o Estado de Emergência. “Para que a APA perceba que esta região está em Estado de Emergência, acelere [as ações] e crie uma equipa especial para esta sub-região do Baixo Mondego”, disse aos jornalistas.»

Para quem não atinja a importância e o alcance político desta posição do Dr. Santana Lopes, lembro: desde que tenho memória, esta é a posição mais reivindicativa e mais clara de um autarca figueirense, perante o poder central, em defesa dos martirizados habitantes da margem esquerda do estuário do Mondego.
Perante a gravidade da situação, o momento não está para hesitações.
A opção é clara: neste caso específico,  temos de nos unir em torno da autarquia figueirense (e do seu líder) - para exigir perante o Ministério do Ambiente, que é quem tem a responsabilidade e os meios para o realizar, aquilo a que temos direito - medidas rápidas, concretas e eficazes que nos tranquilizem e às nossas famílias.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Erosão costeira e o inverno que se aproxima: se preocupado estava, mais preocupado fiquei...

Para quem acompanha, atentamente e com preocupação, há dezenas de anos, o problema da erosão costeira no concelho da Figueira da Foz, verificou o óbvio: de erro em erro, estamos onde estamos em 2022
Se apreensivo e preocupado foi para a sessão de ontem no Auditório do Museu, mais apreensivo e preocupado veio depois da realização dessa reunião.
Não chegámos ao ponto crítico em que nos encontramos por mero acaso: foi causa, efeito e consequência de erros sucessivos - alguns deles  estratégicos -, cometidos por responsáveis políticos e técnicos, durante décadas no concelho da Figueira da Foz. 
Para não nos alongarmos muito, lembramos um - que nem sequer foi referido na reunião de ontem. 
O último, que foi ventilado na reunião de ontem, o que está mais presente e acelerou a erosão costeira a sul do concelho, e que só aconteceu para tentar remediar o erro anterior, foi o acrescento dos 400 metros no molhe norte.
Fica o resumo do que ocorreu na reunião, via Notícias de Coimbra.
«O presidente da Câmara da Figueira da Foz exigiu ontem celeridade à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) nas intervenções de combate à erosão da costa e ameaçou tomar formas de luta se os processos não avançarem.
Numa sessão de esclarecimento com a APA relativa à orla costeira, que decorreu ao fim da tarde de ontem no auditório municipal, Pedro Santana Lopes defendeu que a situação no concelho apresenta “circunstâncias excepcionais”, que podem ser usadas diminuir prazos dos procedimentos legais.
“Estamos em circunstâncias excepcionais, que a lei prevê quando estão em causa vidas humanas, habitações, segurança e risco. Há circunstâncias mais do que ponderosas”, enfatizou o autarca, salientando que o problema da erosão se arrasta há anos, afetando a marina, o porto marítimo e as populações das praias a sul do concelho.
Santana Lopes defendeu mesmo que a APA crie uma comissão para esta “sub-região do baixo Mondego para tudo o que está implicado: erosão costeira, porto e transposição de areias”.
“Que a APA perceba que a Figueira da Foz está em emergência nessas matérias”, frisou o presidente da autarquia figueirense, reconhecendo que existe “estudo e trabalho feito”, mas que falta passar à acção.
Na sua intervenção final na sessão, o autarca disse que o município não quer utilizar “outras formas de luta”, mas que se for preciso serão usadas, arrancando uma grande salva de palmas do público que quase lotou o auditório municipal da cidade.
Relativamente à intervenção que já esteve agendada para maio, de transferência de 100 mil metros cúbicos de areia na área costeira da Cova-Gala, para reforço do cordão dunar, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, disse que a intervenção está iminente, embora a “janela de tempo para intervir é curta e difícil” devido às condições do mar.
Segundo o responsável, o processo concursal está concluído para a intervenção avançar.
O vice-presidente da APA adiantou ainda que está prevista uma resposta de médio prazo, que consiste na construção de um “big shot” que vai transferir 3,3 milhões de metros cúbicos de areia na praia a sul na Cova Gala e dentro do mar, num investimento estimado de 20 milhões de euros, cujo concurso público deverá ser lançado ainda em 2023, após a realização de um estudo de impacte ambiental que dura seis meses.
Como estratégia de longo prazo, Pimenta Machado apresentou uma solução com recurso a um sistema fixo (‘bypass’), “que nunca se fez em Portugal”, previsto para 2030, com um custo estimado de 72,2 milhões.
A sessão ficou marcada por várias queixas de autarcas das freguesias afetadas pela erosão, preocupados com os efeitos do mar no Inverno, operadores comerciais e o movimento SOS Cabedelo, que acusou a APA de estar com uma década de atraso.»

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Barra da Figueira: de erro em erro, estamos em 2022...

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) realiza hoje, pelas 18H00, no Auditório Municipal, uma sessão pública de esclarecimento sobre as medidas que visam mitigar a erosão costeira na Figueira da Foz. 
Há muito que a erosão costeira, a sul do estuário do Mondego, e o crescimento do areal, a norte, é uma fonte de problemas e preocupações a nível local.
Neste momento, os figueirenses anseiam por saber quando será feita a transposição de areia, de norte para sul da barra. 
Vamos ver se com esta sessão se fica a saber, pelo menos, o prioritário: para lá da já prevista transposição de areia, que outras iniciativas estão previstas, visando a protecção da orla costeira e das populações.

No nosso concelho, a erosão costeira está a afectar as praias de São Pedro, Costa de Lavos e Leirosa. A areia que tanta falta faz a sul, sobra no areal urbano: neste momento, a distância entre a marginal oceânica da cidade e o mar deve ultrapassar os 800 metros.
Contudo, existem outros problemas. A Barra da Figueira da Foz, por vontade dos homens, tornou-se numa armadilha mortal para os pescadores.
O aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira"
Em devido tempo, foram feitos avisos a que ninguém, com responsabilidades, ligou. Apesar de algumas  vozes discordantes – principalmente de homens ligados e conhecedores do mar e da barra da Figueira – foi concluído o prolongamento do molhe norte.
"A obra do aumento de quatrocentos (400) metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi exigida, anunciada, e aprovada, em 2006, 2007 e 2008; teve início neste último ano; realizou-se ao longo de 2009; e ficou pronta em 2010 — e, por isso, logo a partir desse ano começou a alterar as condições da deriva sedimentar, e com o tempo acumulou as areias, ao longo dos anos (até começarem mesmo a contornar a cabeça do molhe norte…), e esse acrescido assoreamento das areias levou, concomitantemente, ao consequente alteamento das vagas nessa zona. Um assoreamento que, como era previsível, se avolumou mais e mais, ao longo dos anos. Os resultados não se fizeram esperar."
Tal com este blogue previu há anos (tudo foi dito, tudo se cumpriu), depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do Mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores e a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade.
Agora, que já aconteceu o que era facilmente previsível de prever - o norte da foz, onde em tempos existiu a “Rainha das Praias de Portugal”, transformou-se numa imensidão de areia; na Cova-Gala, na Costa de Lavos e na Leirosa, a falta de areia tornou esta uma ZONA DE RISCO ELEVADO - resta tentar remediar o que ainda for possível.
Na Figueira é assim: andamos sempre a correr a tentar emendar o erro. Fez-se um erro, tenta-se remendar com outro erro. E assim tem sido sucessivamente.
Toda a gente sabe porque se acrescentaram  aqueles 400 metros no molhe norte.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Quinto molhe e Cabedelo: tínhamos um problema, ficámos com dois....

Recordo Manuel Luís Pata, meu saudoso Amigo e Mestre nestas coisas de entender o mar"há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".

Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa, deputado PSD - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas"é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".

Optou-se por defender o acrescento do molhe norte - e nisso o seu partido o PSD tem muitas culpas. Duarte Silva, então presidente da câmara foi um acérrimo defensor desta aberração - passados estes anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra"
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia a norte, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira"
E não foi por falta de avisos que foram cometidos tantos erros de planeamento territorial e urbanístico na na Figueira da Foz.

Voltando ao saudoso Mestre  Manuel Luís Pata, uma das vozes discordantes do prolongamento do molhe norte que os decisores políticos não ouviram, como ele aliás, sabia. 
Um dia, já distante, em finais de janeiro de 2008,  confessou-me: "ninguém ouve".
Recordo, também, algumas frases de Pinheiro Marques numa entrevista dada à Voz da Figueira em 26 de Novembro de 2008 : “os litorais da Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa vão sofrer uma erosão costeira muitíssimo maior, com o mar a ameaçar as casas das pessoas e o próprio Hospital Distrital.
Devido à orientação obliqua do molhe norte, os barcos pequenos, as embarcações de pesca e ao iates de recreio, vão ter de se expor ao mar de través. Poderá vir a ser uma situação desastrosa para os pescadores e os iatistas e ruinosa para o futuro das pescas e da marina de recreio”.
Contra todos os alertas que apelavam ao bom senso a obra fez-se por razões políticas, pois era preciso apresentar obra. Em 2009 houve eleições e aquilo dentro do PSD Figueira era um turbilhão...

Recordo ainda, que não podemos esquecer o dia 11 de abril de 2008, uma sexta-feira.
Apesar dos vários alertas feitos em devido tempo, o prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi adjudicado, um ano depois do lançamento do concurso público que sofreu reclamações dos concorrentes e atrasos na análise das propostas.
A ganância, a falta de visão e bom-senso, a que se juntou a displicência de quem manda, só podiam acabar mal. 
O pior é que, depois da “festa”, sobram os “restos”: vastas áreas degradadas, inestéticas, desocupadas
O litoral português, logo a sul do Mondego, na joia chamada Cabedelo, apresentava um extraordinário conjunto de valores naturais e em bruto, que tornavam este naco de território figueirense apetitoso para os interesses imobiliários.
A gestão socialista fez o que fez ao Cabedelo. Tínhamos um problema: ficámos com dois.

O argumento foi o de sempre: ou o dinheiro é gasto agora e já, ou vai para outro lado.
Neste caso do Cabedelo, o argumento é falso. Basta olhar mais para sul e vê-se a olho nu que havia tanto sítio para gastar os milhões que foram tão mal gastos (o resultado fala por si...). Por exemplo, depois do quinto molhe.

Via Diário as Beiras

terça-feira, 18 de outubro de 2022

A nova administração do porto da Figueira da Foz...

Crónica publicada na edição de Setembro de 2022 da Revista ÓBVIA


A novela da nomeação da nova administração do porto chegou ao fim: o vereador do PS Carlos Monteiro foi confirmado como elemento da nova administração dos portos da Figueira da Foz e Aveiro.

Recorde-se: o nome do ex-presidente da autarquia figueirense para ocupar o cargo, foi sugerido pelo seu sucessor, o independente Santana Lopes, ao ministro Pedro Nuno Santos.

O conselho de administração será liderado por um professor universitário,  Eduardo Feio.

Carlos Monteiro, até agora vereador sem funções executivas na Câmara Municipal da Figueira da Foz, autarquia  que liderou entre 2019 e 2021, e Andreia Queirós, desde 2014 directora financeira e de desenvolvimento organizacional na Administração do Porto de Aveiro, completam a equipa que vai liderar a gestão dos portos de Aveiro e Figueira da Foz nos próximos tempos.

Cumpriu-se o desejo de Santana Lopes – e de outros políticos e agentes económicos locais – de ver na administração portuária um figueirense.

Para a Figueira e para Santana Lopes, a decisão do ministro das Infraestruturas e Habitação de nomear uma nova administração portuária, “é de uma importância política enorme”, já que poderá trazer “mais operacionalidade” nos contactos entre a autarquia e a nova administração do porto da Figueira da Foz.

Recorde-se, que tanto os portos de Aveiro como o da Figueira estavam sem administração, mantendo-se apenas em funções Isabel Moura Ramos, na qualidade de presidente em suplência.


Desde sempre que a Figueira anda à procura de uma solução para a barra.

Existe um estudo, com mais de 100 anos, sobre como melhorar o Porto da Figueira. Quem estiver interessado pode consultá-lo na Biblioteca Municipal, num dos jornais locais de 1914. Esse precioso e importante trabalho, refere a construção de um "paredão a partir do Cabo Mondego em direcção ao quadrante sul". Esse projecto, da autoria do Eng. Baldaque da Silva,  para a construção da obra de um "Porto Oceânico", foi aprovado na Assembleia de Deputados para ser posto a concurso, o que nunca aconteceu, pois foi colocado numa gaveta. 

Neste momento, como as coisas estão na enseada de Buarcos, já não deverá ser possível colocar ali o "Porto Oceânico", uma vez que as construções ocuparam os terrenos necessários ao acesso àquilo que seria um porto daquela envergadura. Porém, o estudo do Eng. Baldaque da Silva poderia servir de base para a construção de um paredão com cerca de 1 800 metros, que serviria para obstruir o acesso das areias à enseada de Buarcos, traria benefícios consideráveis: acabaria o depósito de areias na enseada, barra, rio e praia; ficaria protegida a zona do Cabo Mondego e Buarcos, evitando a erosão das praias da zona e os constantes prejuízos na ida Marginal; serviria de abrigo à própria barra, quando a ondulação predominasse de Oeste ou O/N.

O extenso areal urbano localizado entre o molhe norte e a vila piscatória de Buarcos tem 110 hectares (o equivalente a 154 relvados de futebol), o que significa que metade da cidade caberia na praia.

A quantidade de areia ali depositada nunca foi medida – a praia tem vários metros de altura a nascente e a sul, mas essa altura não é uniforme ao longo do areal – sabendo-se, apenas, que a distância da avenida ao mar ultrapassa os 800 metros no seu ponto mais largo e continua a aumentar.

Se o bypass passar da fase dos estudos e chegar a funcionar, haverá alguma possibilidade dos habitantes da margem sul do estuário do Mondego viverem com mais alguma tranquilidade e da praia da Claridade voltar a viver tempos mais positivos.


A a barra e o porto comercial continuam a ser uma enorme preocupação para os figueirenses e para os responsáveis autárquicos. Numa notícia publicada no Diário as Beiras, no passado dia 9 do corrente mês de Setembro, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Dr. Santana Lopes,  dizia-se “muito preocupado” com a falta de interlocutores no porto no Porto Comercial da Figueira da Foz. 

Santana Lopes lembrou que há investimentos anunciados que devem cumprir calendários. As dragagens de 100 mil metros cúbicos de areia, na barra e no canal de navegação, que serão injectados nas praias do sul do concelho afectadas pela erosão costeira, agendadas para o corrente mês, é um deles. 

“A informação que tenho, [através] das conversas com a Administração Central e regional, é a de que não há interlocução. Neste momento, há um funcionário que está lá, mas a administração demitiu-se. Não sei pormenores, [mas] a administração vai ser substituída”, disse Santana Lopes aos jornalistas. 

De acodo com a notícia do Diário as Beiras que temos vindo a citar, "há vários meses que a presidente do conselho de administração, Fátima Alves, informou a tutela que pretendia sair, o que acabou por acontecer recentemente."

Apesar de não querer criar problemas ao Governo, em 9 do corrente mês, era intenção do Dr. Santana Lopes falar com o ministro da tutela sobre as consequências da falta de administração portuária. “Não posso deixar de dizer, e vou transmitir, de novo, ao ministro Pedro Nuno Santos, as consequências que isto está a ter. Nomeadamente, a intervenção [dragagem de 100 mil metros cúbicos de areia] que está prevista para setembro”. 

 “Para nós, é incompreensível, e já chega de peripécias no Porto da Figueira da Foz e à volta do Porto da Figueira da Foz. Espero que a situação se resolva muito depressa”.


A nova administração já está nomeada. A vida prossegue. O porto comercial, desde sempre, foi fundamental para o desenvolvimento da Figueira. No futuro, também será assim. A composição da futura administração do Porto da Figueira da Foz, que já estava a demorar a ser conhecida, pode vir a clarificar muita coisa. 

Em termos políticos, Carlos Monteiro, que é  membro da nova administração dos portos de Aveiro e da Figueira desde o passado dia 19 , suspendeu o mandato de vereador, não devendo optar pela renúncia. 

Contudo, segundo os elementos disponíveis no momento em que estou a escrever esta crónica (madrugada de 20), Carlos Monteiro, líder local do PS, manterá a sua recandidatura à liderança da Concelhia do PS.

Como sabemos, na corrida à presidência do Secretariado da Concelhia socialista figueirense, além do antigo presidente da Câmara da Figueira da Foz, está também a deputada à Assembleia da República Raquel Ferreira. 

As eleições internas do PS realizam-se a 8 de outubro próximo.


Nota de rodapé.
Entretanto, no passado dia 8 do corrente mês de outubro, Raquel Ferreira venceu o antigo Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, na corrida à liderança da Concelhia do Partido Socialista figueirense.
Carlos Monteiro, que se recandidatava depois de ter perdido a autarquia para Pedro Santana Lopes, e ter recentemente pedido a suspensão do mandato de vereador para assumir o cargo de vogal do conselho de administração do Porto de Aveiro e Figueira da Foz, conquistou 45% dos votos em urna, enquanto Raquel Ferreira obteve os restantes 55%. Votaram cerca de 500 dos 730 militantes com capacidade eleitoral activa (quotas pagas).

sexta-feira, 1 de julho de 2022

"Transferência de areias reagendada para o outono"!..

Mas não é nessa altura que as condições do mar, em muitos dias, complicam o decorrer dos trabalhos?

Fica a pergunta de um leigo. Os especialistas é que sabem da poda...

Via Diário as Beiras

"...estava previsto ser realizado até ao final de maio pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), algo que não aconteceu.
O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, que tem manifestado preocupação com a erosão costeira e o assoreamento da barra, revelou ontem que a transferência de 100 mil metros cúbicos de areia na área costeira para reforço do cordão dunar deverá acontecer em setembro ou outubro."

Nota de rodapé

sábado, 4 de junho de 2022

Esperemos que seja desta: mais do que de palavras, precisamos mesmo é da areia já prometida por diversas vezes


Na edição de hoje do Diário de Coimbra,  podemos ler esta notícia sobre um tema que nos tem feito criar inimigos - principalmente, entre os políticos figueirenses que estiveram no poder anos e anos e pouco fizeram para tentar inverter o rumo  dos acontecimentos que nos fez chegar a 5 de Junho de 2022.

Quem acompanha este blogue sabe que, ao contrário de muitos que se calaram perante os erros cometidos pelo poder central - nesses, sublinho os políticos que passaram pela Junta de Freguesia de S. Pedro, nos últimos 15 anos - somos a voz que nunca se calou, independentemente da conjuntura política local e nacional.  

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006já lá vão quase dezasseis anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridadeContinua a ser... 

Até porque, entretanto, as experiências que se fizeram não resultaram.

Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. 
Especialmente, numa zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...

Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de quase dez anos prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos, por isso,  ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... *

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: tentar sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar. Tudo nos está a ser levado...
Esperemos que seja desta...

* - (IRONIA DO DESTINO. OS MESMOS QUE ME CRITICAVAM POR ESTAR SEMPRE A CRITICAR, SÃO OS MESMOS QUE NOS ÚLTIMOS MESES ME TÊM TENTADO LINCHAR EM PRAÇA PÚBLICA, ACUSANDO-ME DE AGORA NÃO CRITICAR...
SÓ NÃO DIZEM O QUÊ E QUEM.
OS LEITORES QUE COSTUMAM FREQUENTAR O OUTRA MARGEM, SÃO INTELIGENTES E TÊM O PODER DE ANÁLISE SUFICIENTE EVOLUÍDO PARA SABEREM QUE ESTE ESPAÇO CONTINUA IGUAL.
O QUE MUDOU FOI A REALIDADE LOCAL. OS FIGUEIRENSES É QUE FIZERAM AS ESCOLHAS. E EM DEMOCRACIA, GOSTE-SE OU NÃO, QUEM DECIDE É O POVO. 
O QUE ESTÁ À VISTA DE TODOS É QUE QUEM NUNCA SOUBE GANHAR, QUANDO PERDEU FICOU COMPLETAMENTE AZIADO, O QUE AINDA NÃO LHE PERMITIU DIGERIR A DERROTA...).