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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Trânsito, estacionamento e lugares deprimentes... (4)

O Diário as Beiras, na sequência da série em curso na Figueira, "Trânsito, estacionamento e lugares deprimentes...", dá hoje conta do "bode expiatório" encontrado por um quase inanimado Partido Socialista figueirense para "uma manobra de diversão", curiosamente a 3 dias da realização de um acto interno - eleições para a concelhia -, acusando a Presidente de Junta de “não ter mão” no seu executivo e esse ser o mal que assola Buarcos e São Julião desde há dezenas de anos, a maior dos quais tendo precisamente o PS como decisor político autarquico - na Câmara e Freguesia.

Porém, desgraçadamente para Partido Socialista/Secção de Buarcos, o problema da 5 de Outubro, o pretexto encontrado para o ataque politiqueiro à Presidente de Junta de Buarcos e São Julião, tem muitos anos e foi agravado com as obras de requalificação urbana da frente marítima de Buarcos, realizadas por um executivo presidido pelo Parttido Socalista.

Vejamos:

1. Em Agsoto de 2020, Teotótino Cavaco, "considerava a rua 5 de outubro, em Buarcos, uma das varandas privilegiadas do concelho da Figueira, um daqueles espaços que nos convida a agradecer a criação de Deus, a desfrutar da envolvência natural, mas também a refletir na permanente ação humana de transformação do espaço, nalguns casos bem conseguida, mas noutros desgraçadamente infeliz, quando não atentatória.
Duas das razões pelas quais me opus terminantemente ao desenho das intermináveis obras, apresentadas como a 1.ª fase de requalificação urbana da frente marítima de Buarcos (e que já custaram mais de 1,5 milhões de euros) são a falta de estacionamento e a não consideração de aquele espaço tem de continuar a permitir uma ligação fluida entre a Figueira e o cabo Mondego (e a praia de Quiaios, desejavelmente).
Mas manda quem pode, e assim a rua 5 de outubro tornou-se num desordenado parque de estacionamento, não cumprindo eficientemente as suas principais finalidades, a de proporcionar acesso a quem lá vive e/ou trabalha, e a de permitir descansados passeios a pé ou de bicicleta.
Defendo, portanto, que a Câmara deve exercer a sua autoridade administrativa, não para proibir a circulação de viaturas na rua 5 de outubro, mas sim para a limitar, de modo a ficar apenas permitido o acesso aos moradores, aos cidadãos com mobilidade reduzida, aos serviços municipais e de urgência, aos táxis e aos serviços de cargas e descargas, estes em período claramente definido. Mas não é preciso pintar a rua!…"

2. David Monteiro, em Agosto de 2020, na altura membro do executivo da autarquia de Baurcos e São Julião, eleito pelo PS,  opinava: "a Rua 5 de Outubro é um bom exemplo de um património único. Com um potencial turístico, bastante diferenciado daquela que é a nossa concorrência nacional. Aquela que em tempo fora parte da ligação entre a Figueira da Foz e o Cabo Mondego, é hoje uma “varanda” privilegiada para observar o mar e o nosso magnífico areal. Aquando da requalificação daquele espaço, houve várias opções tomadas que são bastante questionáveis".

3. João Vaz, antigo vereador não executivo eleito numa lista do Partido Socialista, igualmente em Agosto de 2020.
"A rua 5 de Outubro em Buarcos deveria ser a via mais elegante, bonita e funcional da cidade. Tem a melhor vista para o mar e a praia. Surge de um longo diálogo histórico entre a proteção da terra perante as investidas do mar. Ou seja, aquela zona social de Buarcos tem todas as condições para singrar e fazer nome na costa Atlântica portuguesa. Contudo, a realidade e a “vivência do espaço urbano” ficam muito aquém das expetativas. Porquê? Simplesmente o desenho da via, a forma como se lida com a presença dos carros é incompetente. Entre o estacionamento ilegal e a circulação indevida, os carros manifestamente degradam o espaço.
A Câmara Municipal tem responsabilidade neste estado de coisas. Há muita inércia no controlo do tráfego, poucas medidas (ou nenhumas) eficazes na sua regulação. Há vários exemplos de centros históricos em que se retirou espaço ao automóvel, e se devolveu as ruas às pessoas com espaços pedonais agradáveis de grande qualidade urbanística, e onde o comércio local prospera."
4. Silvina Queiroz, deputada Municipal eleita pela CDU, datada de Agosto de 2020, considerava a "Rua 5 de Outubro em Buarcos: um puzzle de várias peças, três modos de ordenamento. De leste para oeste o primeiro troço, a partir do final da R. Rancho das Cantarinhas até à rotunda, tem sentido duplo. Aqui a via é interrompida e substituída por calçada. Uns metros além recomeça e até à confluência com a Capitão Guerra tem trânsito no sentido oriente ocidente, não permitindo o acesso a esta artéria; é um beco de limitada utilidade, só acesso a estacionamento.
O facto está a matar os poucos comerciantes instalados, por escassez de clientes. A partir deste local a rua é interrompida de novo, voltando a “acontecer” depois. Até à parte elevada das muralhas são apenas autorizadas cargas e descargas entre as 7 e as 16, por 20 minutos, a fim de abastecer o comércio e com acesso a garagens. Na última parte, em direcção ao Tamargueira, as viaturas circulam em ambos os sentidos nos trezentos metros.
Alterações? A população deveria ter uma palavra. Habitam ali muitos idosos que se a rua for fechada ficarão sem acesso motorizado às habitações, com as dificuldades associadas. Como trazer compras, como deslocar-se à baixa da vila? Com o trânsito proibido nem um táxi poderão chamar. No restante da rua: uma confusão. Junto às muralhas, manter-se-ia certamente o que hoje se “exige”. Sendo uma zona eminentemente turística, não me parece mal que não passem por ali constantemente automóveis, por razões de segurança e saúde. Com esplanadas de restaurantes, desagradável será comer sardinhas “sabendo” a combustível!
E as famílias agradecerão ter as suas crianças, sempre buliçosas e imprevisíveis, protegidas do perigo. Mas com este troço fechado como se procede à ligação com o miolo do casario? Ao abrigo do “excepto residentes” que poderia ser a norma? Depois da “interrupção” a situação manter-se-ia obrigatoriamente igual, a menos que se emendassem os erros cometidos. Impensável não haver acesso ao estacionamento junto ao Caras Direitas, impossível impedir o trânsito da Rancho das Cantarinhas! Será que a rua não é bem isto e o Google Maps está desactualizado? Julgo que não!"
Nota de rodapé.
Eu sei que ter memória na Figueira não interessa a ninguém. 
Especialmente aos artistas que pululam os Partidos Políticos...

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Trânsito, estacionamento e lugares deprimentes...

Há quem diga, e eu sei bem porque o dizem, que os munícipes são todos iguais.
Quem anda por aqui há 7 dezenas de anos, há muito que percebeu que não é bem assim.
Na Figueira, no que ao estacionamento diz respeito, não é bem assim - e em muitos lados. Por exemplo, um cidadão que queira assistir a uma reunião camarária ou da assembleia municipal, se for em transporte próprio e deixar o carro no parque junto à câmara, tem de pagar. E isso coloca, desde logo, um problema: é que nunca se sabe bem o tempo que essas reuniões demoram...
Os membros da câmara e da assembleia, porém, estão isentos desse pagamento. 
Para incentivar a participação cívica dos figueirenses na vida da sua cidade e do seu concelho, não haveria uma maneira de criar um protocolo para facilitar essa benesse aos cidadãos que pretendam participar ou assistir às reuniões de câmara ou da assembleia?
Claro que, eu, ingénuo como sou, não estou  sequer a admitir que isso possa não vir a acontecer por calculismo da outra parte. Isto é, daqueles que não estão interessados na participação democrática e cívica dos cidadãos figueirenses.  
Claro que não estou a dar ideias para tornar utilizável um espaço nobre como o da Praça da Europa, um espaço que depois de ter sido preterido para as festas pela Praça João Ataíde, não serve para nada.
Portanto, que fique bem claro: o melhor é não fazer nada à Praça da Europa
"Para melhor, está bem, está bem, para pior já basta assim".
FIca, porém, uma sugestão.
Para o ano, se assim o entenderem, recoloquem lá a Feira das Feguesias.
O casco velho da cidade e a zona ribeirinha agradeciam.
Pessoas para agradecer, é que já lá devem existir poucas.

Entretanto, existe tanto trabalho pela frente: por exemplo, acessos dignos às praias,  renovação das casas da habitação social, pintura de passadeiras, plantação de árvores e melhoria dos espaços verdes, ordenamento do caravanismo, construção de ciclovias urbanas, transortes urbanos e de ligação às freguesias, etc.
A Praça da Europa, um dos poucos locais na zona ribeirinha citadina que proporciona uma vista ampla para o rio, está bem como está. O local é demasiado valioso e importante para os figueirenses, que dispensa bem que alguém lhe faça o que fizeram ao local entre o Forte de Santa Catarina e a margem do rio.
Está tudo por fazer para repor a ligação da cidade ao rio.





«Parte da ribeirinha praça João Ataíde será ocupada para estacionamento grátis e sazonal, já a partir de julho e até ao fim de época balnear, podendo prolongar-se por mais tempo. O espaço terá capacidade para cerca de duas centenas de viaturas.
Contudo, ressalvou, ao DIÁRIO AS BEIRAS, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, “a praça não será transformada num parque de estacionamento”.
“É uma praça magnífica, com imensa área, muito bem localizada, perto do centro da cidade, perto do Mercado [Municipal], perto da zona náutica e perto da marginal, mas está desaproveitada o ano todo. Às vezes, há a Feira das Freguesias e a passagem de ano. [O resto do ano] está vazia. Tem um café”, sustentou Santana Lopes.
“O seu a seu dono”, o autarca ressalvou que a ideia partiu da presidente da Junta de Buarcos e São Julião, Rosa Batista. “Estávamos a admitir outras possibilidades, e foi quando ela deu essa ideia”, revelou.
A área da praça dedicada ao estacionamento será utilizada para aquele efeito “até ao final do verão ou até quando for preciso”, afiançou Santana Lopes.»
Salvo melhor opinião e com todo o respeito e consideração por quem teve a ideia, a meu ver, o caminho não passará certamente por aqui.
Na Figueira, ao longo de décadas, os políticos não se cansaram de  encher o concelho de lugares deprimentes.

Em tempo.
O parque de estacionamento coberto, integrado no projecto de regeneração urbana da zona do Forte de Santa Catarina, foi inaugurado no verão de 2013: tem 130 lugares. Contudo, 10 + 5 + 19 estão permanentemente reservados!
É grátis e tem capacidade para 130 lugares. Contudo, a Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF) foi um dos parceiros da Câmara da Figueira da Foz para o projecto global, financiado, em cerca de dois terços, por fundos europeus. 
A administração portuária, proprietária do terreno, ficou com 10 lugares. Por sua vez, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Polícia Marítima (PM) celebraram protocolos com a autarquia, ao abrigo dos quais a primeira força de segurança tem direito a cinco lugares e a segunda a 19.

domingo, 30 de junho de 2024

Trânsito, estacionamento e lugares deprimentes... (2)

1. Um comunicado sobre a ocupação de “parte da ribeirinha praça João Ataíde” com “estacionamento grátis e sazonal, já a partir de julho e até ao fim da época balnear, podendo prolongar-se por mais tempo”, dá conta da posição da Concelhia local doPartido Socialista sobre a pretensão camarária de "criar" um parque de estacionamento com capacidade para cerca de duas centenas de viaturas, ocupando parte da Praça João Ataíde.
Para ler clicar aqui.
2. Qual a posição do vereador do PSD, coligado com a FAP, pois ao que circula nos mentideros políticos figueirenses próximos de Ricardo Silva, "constatou-se, pela primeira vez na Figueira da Foz, no presente mandato FAP, pós coligado com o PSD, que se decidiu de forma unilateral, sem diálogo, ou sem verdadeira  ponderação nos problemas que afectam directamente os residentes."
3. Aguarda-se comunicado do PSD/Figueira sobre a hipótese levantada pelo jornal Diário as Beiras de «parte da ribeirinha praça João Ataíde ser ocupada para estacionamento grátis e sazonal, já a partir de julho e até ao fim de época balnear, podendo prolongar-se por mais tempo.»

Nota de rodapé.
Como escrevi recentemente aqui, há quem diga, e eu sei bem porque o dizem, que os munícipes são todos iguais.
Quem anda por aqui há 7 dezenas de anos, há muito que percebeu que não é bem assim.
Agora, parece que há quem diga, que na Figueira os Partidos não podem ser todos iguais: no passado, quando o PS estava no poder, lembro-me de ler inúmeros comunicados do PSD local nas redes sociais sobre os problemas da polis
Agora, há quem pense «que o Partido Socialista da Figueira da Foz deveria reflectir no teor dos seus comunicados antes de "disparar"
Mudam-se os tempos, mudam-se os hábitos?
Uma sessão de Câmara, é uma sessão de Câmara!
Ainda me lembro de vereadores do PSD terem manifestado a intenção de ver discutido em reunião de Câmara um comunicado do PSD/Figueira, no tempo em que Ricardo Silva era o presidente da concelhia.
Na altura, Carlos Monteiro reagiu"O que está (no comunicado do PSD) é uma vergonha absoluta e uma mentira total!”.  “Aquilo que tem acontecido com algumas pessoas que subscreveram a lista (de apoiantes de Pedro Machado) é dizerem-se que não o pretendiam fazer. Não exerci pressão, não falei com ninguém, nem pretendo falar”

"Indagado pelo DIÁRIO AS BEIRAS sobre se, na reunião de câmara, vai apresentar as provas que sustentem as afirmações do comunicado que subscreveu, Ricardo Silva, líder da Concelhia e vereador do PSD, não respondeu à pergunta."

A meu ver, não se deve encarar este episódio como um mero conflito entre facções do PSD e do PS. Em política nem só os factos contam. O contexto em que eles se desenvolvem empresta-lhes muitas vezes significados diversos.
No jogo do vale tudo da politiquice figueirense ganha quem tem mais força? Se a política tivesse moral esta seria a imoralidade desta história?
Embora do meu ponto de vista da maneira errada, na altura fizeram bem em trazer à colação este assunto Carlos Tenreiro e Miguel Babo. Os vereadores Tenreiro e Babo, ao confundirem um tribunal com uma sessão de câmara, deixam no ar o perfume de uma mensagem de solidariedade entre correligionários. 
Talvez, uma mensagem, dou o beneficio da dúvida - errada e injusta. 
Contudo, há sempre quem tenha a percepção que em política, o que parece, é mesmo. 
Como se viu em 2022 na Figueira da Foz...

terça-feira, 2 de julho de 2024

Trânsito, estacionamento e lugares deprimentes... (3)

 * Presidente da Câmara da Figueira da Foz, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, disse que está à espera que o PS esclareça se podem ser utilizados cerca de 300 lugares de estacionamento público no Hotel Eurostars.
* Apesar das tentativas do DIÁRIO AS BEIRAS, não foi possível obter declarações do ex-presidente da câmara Carlos Monteiro. 
* “Se o PS esclarecer se podemos ter ou não os 300 lugares que estão escritos para uso público, no Hotel Eurostars, não são precisos mais [lugares de estacionamento na cidade]. Estamos à espera”, disse Santana Lopes ao DIÁRIO AS BEIRAS.