quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Naufrágio do Olívia Ribau criou ondas de choque na reunião de câmara realizada ontem

foto sacada daqui
Na reunião de câmara realizada ontem, segundo o jornal AS BEIRAS, por iniciativa de Miguel Almeida,  foram debatidas as operações de socorro aos náufragos do arrastão “Olívia Ribau”, tendo o vereador da oposição afirmado que “tudo funcionou mal”
Sublinhou ainda que não existe um plano de emergência para a barra e defendeu que a autarquia deve exigir responsabilidades legais ao Estado, por ainda não ter melhorado as condições de segurança no acesso ao porto da Figueira da Foz. 
“O estudo de impacte ambiental do prolongamento do molhe Norte já falava disto tudo. O problema não está no molhe, está nas consequências, que já se conheciam e ninguém fez nada para as mitigar ou eliminar”, apontou.
(Aqui, como é público, discordo frontalmente de Miguel Almeida, pois aqueles 400 metros de molhe, não são a tal obra mãe, mas a obra MADASTRA. Recordo os avisos feitos em devido tempo por quem sabe.
Na Figueira, há mais de 100 anos que os engenheiros se dedicam a fazer estudos para a construção de uma barra...
Vou recuar até ao já longínquo ano de 1996. 
Manuel Luís Pata,  no extinto  Correio da Figueira, a propósito da obra, entretanto  concretizada, do prolongamento do molhe norte da barra da nossa cidade para sul, publicava isto.
“Prolongar em que sentido? Decerto que a ideia seria prolonga-lo em direcção ao sul, para fazer de quebra-mar.
Se fora da barra fosse fundo, que o mar não enrolasse, tudo estaria correcto, mas como o mar rebenta muito fora, nem pensar nisso!..
E porquê?... Porque, com  os molhes tal como estão (como estavam em 1996...), os barcos para entrarem na barra  vêm com o mar pela popa, ao passo que, com o prolongamento do molhe em direcção ao sul, teriam forçosamente que se atravessar ao mar, o que seria um risco muito grande...
Pergunto-me! Quantos vivem do mar, sem o conhecer?”)
Mas continuando a citar  Miguel Almeida, até porque NA FIGUEIRA E NO PAÍS EXISTE UM GRANDE PROBLEMA: A BARRA, “isto não pode ficar sem assunção de responsabilidades. Não se pode brincar com a vida das pessoas desta maneira”, defendeu Miguel Almeida.

O caldo esteve quase entornado, quando o vereador da oposição questionou o papel dos serviços municipais de Protecção Civil. 
Recorde-se que ainda decorriam as buscas dos cinco pescadores desaparecidos (morreram cinco e sobreviveram dois) e João Ataíde denunciava aos órgãos de comunicação social que não fora informado sobre a alteração do horário do posto local do Instituto de Socorros a Náufragos, que encerra às 18H00. 
Ontem, Miguel Almeida afiançou que o horário já vigorava quando o presidente tomou posse para o primeiro mandato – já lá vão quase 6 anos - e perguntou há quanto tempo não se reúne o Conselho Municipal de Segurança (CMS).
Ficámos a saber que a última  reunião foi há cerca de dois anos. João Ataíde justificou que não voltou a reunir-se porque estava à espera da elaboração do Plano Municipal de Emergência, que deverá ser apresentado no dia 2 de novembro.
Foi aí que as coisas subiram de tom. “Tenho pugnado, junto da administração do porto e da tutela, pelo desassoreamento permanente da barra. Não pode haver a perspectiva economicista que houve”, disse o presidente Ataíde, explicando, por outro lado, que, em caso de naufrágio, é a Autoridade Marítima que assume as operações, e não a Protecção Civil local. “Está a tentar fazer um aproveitamento (político) nefasto da tragédia", acusou João Ataíde, quando Miguel Almeida lhe perguntou se achava normal o CMS estar dois anos sem se reunir.
Esta questão irritou ainda mais João Ataíde. 
“Está a fazer insinuações torpes e graves! Está a insinuar que sou responsável por omissão neste processo!”, interregou o presidente. 
Miguel Almeida rejeitou a acusação e contra-atacou: “Tem de exigir ao capitão do porto que entregue o plano de emergência da barra. O mais grave é que o plano não existe e o presidente da câmara não pode conformar-se com isso!”
(Recordo, para quem não se lembre, que o presidente da Câmara tem a seu cargo a direcção das actividades a desenvolver no âmbito da Protecção Civil, cabendo-lhe designadamente, "criar e dirigir o Serviço Municipal de Protecção Civil Concelhio, procurando garantir a existência dos meios necessários ao seu funcionamento".
Isso passa, entre muitas outras coisas, por "convocar e presidir às reuniões da Comissão Municipal de Protecção Civil", "promover a cooperação de cada organismo ou entidade interveniente, diligenciando assim, o melhor aproveitamento das suas capacidades", "coordenar a elaboração do Plano Municipal de Emergência e promover a preparação, condução e treino periódico dos respectivos intervenientes", "promover e contribuir para o cumprimento da legislação de segurança relativa aos vários riscos inventariados, oficiando para o efeito aos órgão competentes", "promover reuniões periódicas da Comissão Municipal de Protecção Civil, sempre que necessário e no mínimo duas vezes por ano".)
Continuando  com a  reunião de ontem.
João Ataíde mostrou disponibilidade da autarquia para apoiar a Autoridade Marítima com meios de socorro. Por exemplo, indicou, com motas-de-água. Acima de tudo, sustentou o autarca, a cidade tem de ter “um porto seguro”
Neste pormenor, houve unanimidade, assim como no voto de pesar e no minuto de silêncio pelas vítimas mortais. 

Socorro a náufragos  deve ser «uma estrutura única e vertical que superintenda o sector»
Entretanto, reuniram-se ontem ao final da tarde, a pedido da autarquia, representantes da Anopcerco, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias, das associações Pró Maior Segurança dos Homens do Mar, dos Sócio Profissionais da Polícia Marítima e do Centro Litoral OP, assim como o próprio presidente da Câmara, que aprovaram por unanimidade um documento onde sublinham a necessidade de «acabar com a pulverização de tutelas sobre questões do mar», e que o próximo Governo crie «uma estrutura única e vertical que superintenda o sector». João Ataíde, que falou como “porta-voz”, focou ainda da necessidade da criação de uma Comissão para as Políticas do Mar, como uma das comissões permanentes da Assembleia da República e que o ISN seja dotado «de meios técnicos e humanos que permitam às suas estações terem guarnições adequadas, treinadas e em prontidão imediata».
Os oito participantes na reunião, representantes dos pescadores, armadores, Polícia Marítima, Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), contando com o autarca, vão enviar um manifesto a vários ministros, Presidente da República, primeiro-ministro, Associação Nacional de Municípios Portugueses e presidência da República. 
O caderno reivindicativo que resultou da reunião tem seis pontos. Começa por manifestar urgência em dotar o ISN de meios técnicos e humanos, passando para a necessidade de se fazer um “levantamento exaustivo” dos meios de socorro existentes e o seu estado de conservação. Depois, considera fundamental envolver as autoridades portuárias e refere que é premente realizar um estudo sobre a operacionalidade do sistema de busca e salvamento marítimo. O documento aborda ainda a urgência de se proceder a um apuramento das condições de navegabilidade e assoreamento das barras, “com especial atenção para a da Figueira da Foz”. Por outro lado, defende também que é necessário realizar “uma forte campanha de sensibilização junto dos armadores e pescadores sobre medidas de segurança a bordo”. Considera, ainda, que “é importante” criar uma comissão permanente da Assembleia da República para as políticas do mar. Por fim, defende o fim da “pulverização de tutelas” sobre questões do mar, propondo a constituição de uma estrutura única. 
Acerca da segurança a bordo, José Festas, da Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar, considerou que o “colete salva-vidas é como o cinto de segurança: tanto mata como salva”
No caso do naufrágio da Figueira da Foz, disse: "se tivesse sido utilizado, não haveria sobreviventes entre os sete pescadores a bordo"

Estão em curso os trabalhos de remoção do pesqueiro, que se encontra no canal de navegação do porto. No molhe sul, ontem, estava a ser montada a estrutura técnica e operacional para tentar retirar o que resta do Olívia Ribau. 
Vamos ver os ensinamentos que resultaram desta tragédia,  que enlutou e causou enorme consternação na nossa cidade, na zona e em todo o País e o que daqui vai resultar de positivo para o futuro. Todos sabemos, que a barra da Figueira está como está, por vontade e intervenção dos homens.
Recorde-se, que o Ministério Público e a Marinha abriram inquéritos sobre as causas e as operações de socorro. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Estou-me a tornar-me um profissional a escutar a conversa da treta da direita e estou a adorar...

Estive a ouvir até há poucos minutos,  em directo, um debate sobre "os cenários da governação em Portugal", na TVI24, com Isabel Moreira, PS, Joana Mortágua, BE, João Oliveira, PCP, Adolfo Mesquita Nunes, CDS, e Carlos Carreiras, PSD. 
Adorei o nervosismo do Adolfo Mesquita Nunes, que fala e depois não deixa falar ninguém. Até já pediu desculpa, pois até ele já acha que está a falar um pouco mais que os outros!..
Mas não se consegue calar... 
Os nervos não deixam.

Em tempo.
Acabado o debate liguei o computador e encontrei este texto no Jumento.
"A direita tenta passar a ideia de que há extremismo à esquerda e que António Costa optou por uma rotura unindo-se ao extremismo de esquerda e abandonando a sua família natural. A tese do arco da governação assenta no pressuposto de que não há direita e esquerda, há apenas os que governam e os que não podem governar. 

Não importa saber quantos portugueses estão representados e muito menos que 20% dos portugueses sejam considerados de segunda, sem direito a sentirem-se representados no governo. Para a direita a democracia deve estar limitada aos votos dos eleitores de direita e dos eleitores de esquerda que votem no PS e na condição deste partido estar disponível ara aceitar um partido de direita, mesmo minoritário e sem apoio parlamentar.
  
Dizem que o PCP e o BE não aceitam os compromissos eleitorais, mas esquecem que o CDS foi contra a Constituição, dizem ser fieis intérpretes da vontade dos eleitores do PS mas não perguntam aos eleitores do PSD se não se sentem ludibriados por terem eleito deputados de um CDS quase em extinção.
  
Parece que vamos ter um governo radical que defende o caminho da Grécia. E qual é o caminho da Grécia? É mais ou menos o programa e as promessas eleitorais com que Passos Coelho e Paulo Portas apresentaram aos eleitores em 2011. Nesse programa não constavam uma boa parte das medidas adoptadas por Passos Coelho, designadamente, os cortes feitos ao abrigo do famoso desvio colossal. E no que toca a Paulo Portas que agora chora baba e ranho por deixar de estar ao abrigo da protecção do poder, já se esqueceu da sua grande promessa eleitoral de 2011, já está esquecido de quando pedia aos eleitores que votassem nele para poder travar o extremismo de Passos Coelho. Agora os extremistas são os outros.
  
Extremistas são os que perseguiram grupos sociais e profissionais por mero ódio ideológico, concentrando nalguns a maior fatia da austeridade. Extremistas foram os que procuraram dividir o país entre portugueses que produzem e portugueses que são despesa, entre portugueses jovens que trabalham e portugueses velhos que vivem à custa dos primeiros.
  
Perante a consciência pesada em relação ao argumento do extremismo os defensores do arco da governação” tentam reduzir as eleições a uma escolha de programas, pouco importam as maiorias no parlamento pois os eleitores escolheram programas. É um argumento ridículo quando se tornou evidente que a direita usou desde as sondagens à comunicação social numa estratégia de desviar votos do PS ara o PCP e BE.
  
Mas o argumento da escolha dos programas eleitorais tem um outro problema que é o facto de este governo ter esquecido os programas eleitorais e as promessas eleitorais no dia em que tomou posse. Este argumento não tem legitimidade da parte de quem usa os programas eleitorais para ludibriar os eleitores. O PS poderia muito bem responder que o seu programa é o mais abrangente pois não só respeita os seus eleitores, como tem o apoio dos eleitores do PCP e do BE e, mais ainda, corresponde em grande medida ao programa com que a direita ganhou as eleições."

E se pega?..


Com o título “Em Portugal, a união da esquerda faz a força”, o autor do texto, Jean-Yves Camus, saúda a decisão de António Costa de negociar com comunistas e bloquistas. 
O artigo sobre Portugal é um texto de análise política que poderia ser publicado na íntegra em qualquer outro jornal francês da área da chamada “imprensa séria”. Sem a sátira habitual que o caracteriza, o jornal “Charlie Hebdo” desta quarta-feira é muito entusiástico sobre a possível aliança PS/BE/PCP em Portugal e diz que socialistas e toda a esquerda espanhola e francesa deveriam seguir o exemplo do PS português de António Costa. 
 Na ilustração que acompanha o texto - um cartoon da autoria do desenhador Juin - vê-se o líder do PS francês, Jean-Christophe Cambadélis, a dizer que está satisfeito com a realização de um referendo interno sobre a unidade da esquerda no seu país. Com este desenho e o texto, o semanário chama a atenção para o facto de o PS português estar a avançar concretamente para a união da esquerda, ao contrário do partido homólogo francês. 

Via Expresso

Passos Coelho deve mesmo ser indigitado primeiro-ministro...

Para abreviar, por duas razões, que li aqui:

- Para sofrer na Assembleia da República, casa da democracia, a humilhação suprema de ver o Governo por si chefiado chumbado pelos deputados eleitos pelos cidadãos por ter aceitado ir até ao fim com uma farsa cujo desfecho final já era conhecido.

- Para que a opinião pública, depois de doses massivas de agit-prop da direita em tudo o que é canal de televisão e rádio, perceber de uma vez por todas como funciona o sistema parlamentar-constitucional português e afastar de vez a ideia, da mentira tantas vezes repetida que já é verdade, do golpe de estado por parte da esquerda.

Em tempo.
A imagem, onde se nota a falta Miguel Relvas, dá conta,  na perfeição, do estado de alma dos responsáveis pelo retrocesso de décadas do país e foi retirada da primeira página do Público de 21 de Outubro de 2015.

Isto de escrever em jornais não devia ser para todos... (II)


Este é o título de um texto assinado por António Ribeiro Ferreira, jornalista, aliás, um "senhor jornalista", que  deve favores à tutela, nomeadamente ao Ministro Pedro Mota Soares, na qualidade de pai da menina Mariana Ribeiro Ferreira Costa Cabral, presidente do Instituto de Segurança Social, que apesar de não ter a experiência necessária para um cargo desta envergadura, tinha passado pela Acção Social na Vereação de Cascais, tinha o indispensável cartãozinho do CDS-PP, Partido do qual é Vice-Presidente!
Fiquem lá com este naco de prosa teclado por este desesperado "senhor jornalista".
"O golpista António Costa tem de ir a julgamento em Maio. Cavaco Silva não pode ser cúmplice de uma fraude (…). Se o governo da coligação for chumbado pelos golpistas de esquerda (…). Os golpistas de esquerda andam todos contentes (…) na esperança de formarem um governo que seria a maior fraude, o maior golpe, a maior mentira (…) revelam bem o que pensam da democracia (…) neste sítio cada vez mais mal frequentado. O chefe da trupe, o inenarrável António Costa, não olha a meios (…). A fantochada em curso, com Jerónimo Sousa e Catarina Martins a desempenharam na perfeição o papel de coveiros (…) Mentira, mais uma a juntar a todas as outras mentiras e ilusões que estes vendedores de banha da cobra andam a espalhar por este pobre sítio cada vez mais mal frequentado. (…) Os golpistas Costa, Jerónimo e Catarina devem, (…) ser julgados pelo povo. Julgados pelo golpe, pela fraude, pela mentira e pelo maior atentado alguma vez cometido contra a democracia portuguesa. É verdade que o golpista Costa, (…) pode ser imediatamente corrido a pontapé da liderança do PS."
Se querem fruir, em todo o seu esplendor, este texto assinado por António Ribeiro Ferreira, publicado no jornal i, cliquem aqui.

O que está em causa...

Da entrevista de Pedro Nuno Santos a José Alberto Carvalho, no programa 21ª Hora, na TVI24.
Para ver na íntegra clicar aqui.
«Paulo Portas é um monárquico convicto. E não consta que tenha estado no governo a tentar implantar a monarquia em Portugal. O Partido Comunista Português tem a sua visão sobre a Europa e o seu apoio a um governo alternativo não implicará a saída de Portugal do euro ou a rejeição dos nossos compromissos europeus. E por isso nós temos também, de alguma forma, de deixar de levantar fantasmas. Uma parte da direita portuguesa não tem medo que um governo destes corra mal. Não receia nacionalizações ou ocupações de terras. Aquilo de que uma parte da direita tem medo é que resulte. É que ao fim de um ano Portugal não tenha saído do euro, que não se tenha reestruturado a dívida e que as coisas tenham corrido bem. Porque nesse momento o monopólio que a direita hoje tem, de alianças, terminou. O que a direita queria mesmo era governar para sempre. Umas vezes sozinhos, outras vezes com a muleta do Partido Socialista. E isso não vai acontecer.»

Boa noite...

Para alcançar o sonho que considero impossível, vou tentar dormir...

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Momento novo: em democracia governa a maioria...

Costa: "Há condições para que seja formado um governo com suporte maioritário na AR".

Sou filho, neto e bisneto de pescadores...

É com um imenso orgulho que recordo o meu avô paterno Manuel Agostinho da Barbeira, "um dos muitos e Grandes Homens que dedicaram a vida à pesca do bacalhau", pessoa de quem, tal qual a minha prima Odília Agostinho,  "me orgulho muito" Pai do meu Pai José Pereira Agostinho.
Estas são as minhas raízes.
Todos os meus antepassados, tanto do lado paterno como do lado materno, eram todos gente de trabalho, modesta, mas honrada, que nunca obteve um cêntimo que não fosse fruto do suor do seu rosto. Ainda hoje, na minha família, assim continua a ser.
Na minha família, os verdadeiros valores tiveram sempre  valor. 
Esse, é o meu imenso orgulho.

É bom não esquecer...

Para ler, clicar na imagem
O período de "grande vazio" em que a Figueira vive, desde há seis anos a esta parte, isto é, "no vai-se andando", foi antecedido pelo período de "grande cheio", isto é, "no foi-se gastando"... 
Antes de a Figueira ser a capital portuguesa do tédio, tivemos a memorável gestão de Pedro Santana Lopes...

Ainda pode contribuir...

A Naval vai entregar o dinheiro recolhido com as bilheteiras do jogo da Taça de Portugal, frente ao Paços de Ferreira, às famílias das vítimas do naufrágio do arrastão "Olívia Ribau" no próximo domingo, durante o encontro com o Benfica CB. 
Até esta altura, foram recolhidos “cerca de cinco mil euros”, afirmou Vera Azul, administradora da Naval, ao DIÁRIO AS BEIRAS. Um valor que “não satisfez”. “Esperávamos muito mais. Independentemente de as pessoas irem ou não ao estádio, a causa merecia outra atenção”, continuou a responsável. 
Para corrigir a fraca adesão, o clube tem ainda “cerca de mil bilhetes para venda simbólica”, que vão estar disponíveis até esta quinta-feira, a fim de se apurar o maior valor possível.
Pode adquirir os ingressos dirigindo-se à secretaria do clube ou através dos contactos telefónicos 233 422 809 (sede) ou 964 137 575 (Vera Azul). 

«A Europa está a transformar-se num continente anti-democrático onde a força conta mais que a lei»...

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Ainda o naufrágio do "Olívia Ribau", o "silêncio" de João Portugal e a reunião convocada pela Câmara...

Citado do Figueira na Hora.
“Sou Presidente da Concelhia do Partido Socialista da Figueira da Foz e tenho bem clara a noção do que isso representa, o sentido de responsabilidade e a notoriedade que qualquer intervenção minha tem na comunidade local, até pela sua divulgação nos órgãos de comunicação social local e regional.
Tenho também o privilégio de só ter comigo na equipa de liderança do Partido Socialista da Figueira da Foz pessoas de elevada educação, respeito e valores.
No passado dia 6 do corrente mês de Outubro a Figueira da Foz ficou de Luto. Ao final daquele dia negro para a nossa comunidade piscatória, mas também para todo o concelho e Portugal, o arrastão Olívia Ribau levava consigo cinco vidas.
Perante esta tragédia estive sempre em contacto com as entidades no terreno e sempre estive a par da evolução dos acontecimentos.
Tanto eu como elementos da minha equipa acompanhámos com dor esta tragédia.
Enquanto eu conduzir os destinos do Partido Socialista na Figueira da Foz, nunca este utilizará uma tragédia, e esta com perda de vidas, para fazer política ou como oportunidade para o meu nome aparecer nos jornais.
Assim, entendeu o Partido Socialista que a forma de demonstrar aos familiares enlutados a sua verdadeira consternação era o silêncio. Felizmente somos assim, gente com princípios e respeitadora, que entendemos até onde pode ir a política.
Outros entenderam fazer política, não respeitando o luto e a memória dos que nos deixaram mas que permanecerão para sempre presentes e recordados como Homens de Luta pela vida, pelos seus.
Deixo aqui uma profunda admiração pelo Agente da Policia Marítima Carlos Santos que, com a sua coragem e determinação, resgatou dois sobreviventes desta tragédia.
Igualmente Aos Bombeiros Municipais e Voluntários, às Equipas do INEM e a todos os demais envolvidos nas operações neste triste acidente, a minha gratidão.
Sei que para os familiares das vitimas não há palavras suficientes, não há palavras que os confortem mas expresso as minhas Muito Sentidas Condolências.
João Portugal
Presidente da Concelhia do PS – Figueira da Foz”

O silêncio pode ser bom. Contudo, o silêncio pode ser mau. 
A última fronteira da liberdade é o silêncio
Mas, as palavras, mesmo quando as palavras se tornam leves, são importantes. 
Sei que há a fúria dos silêncios e a doçura das ausências.
No momento em que estou a escrever, estou a ver o mar. 
Toldado por nuvens ameaçadoras de chuva. 
O que apetece, quando morrem pessoas, é o silêncio. 
Mas, Eugénio de Andrade libertou as palavras das grilhetas que as prendiam, deixou que elas dissessem tudo o que entendessem, disse-nos, pacientemente, que as palavras não se querem aprisionadas pelo silêncio. 
Foi o que fez agora João Portugal: quebrou o silêncio. 
A morte de pessoas, nas circunstâncias em que tal aconteceu no passado dia 6 de Outubro na Figueira da Foz,  é um assunto de Estado. Haja decência.
Deixe que lhe diga a minha opinião: o Senhor Presidente da Concelhia do PS não deveria ter ficado a assistir "em silêncio" ao que foi acontecendo - e que teve uma gravidade extrema - durante 13 dias. 
O assunto é demasiado sério. Muito mais sério do que o levou a quebrar, agora, o silêncio.

Por maioria de razão todos devemos seguir, com muita atenção, o que vai acontecer nos próximos dias sobre este naufrágio da embarcação «Olívia Ribau», à entrada da barra da Figueira da Foz.
Sabemos já que, no seguimento e tendo presente as críticas sobre o modelo de socorro às vítimas, o presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, convocou uma reunião de trabalho para o próximo dia 21 (quarta-feira) pelas 17h00 nos Paços do Município, com as seguintes entidades:
1. Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias;
2. Associação Sócio Profissional da Polícia Marítima;
3. Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar;
4. Cooperativa de Produtores de Pesca - Centro Litoral OP;
5. Anopcerco;
6. OP Centro.
"O objectivo desta reunião é ouvir os representantes dos pescadores, dos armadores, do pessoal do ISN e da Polícia Marítima tendo em vista o apuramento da situação nacional relativa ao salvamento marítimo”, explicou fonte camarária, segundo pode ser lido também no Figueira na Hora.

É ainda pelo mesmo site, O Figueira na Hora, que fiquei a saber por um comentário assinado por Carlos Silva, que "faz precisamente dois anos que a FIGPESCA - ASSOCIAÇÃO DE PESCADORES E ARMADORES DO CENTRO LITORAL, convocou para uma reunião de trabalho, todas as instituições com responsabilidade diretas ou indiretas na gestão da barra da Figueira da Foz. Para que não restem dúvidas transcrevo a missiva que foi enviada a 6/11/2013. EXMOS SENHORES, A FIGPESCA - Associação de Pescadores e Armadores do Centro Litoral, representa cerca de 50 embarcações a operar, 30 das quais no porto da Figueira da Foz. Na sequência dos últimos acontecimentos, o naufrágio da embarcação "Jesus dos Navegantes", os nossos associados reportaram um conjunto de preocupações e reclamações sobre o estado da barra da Figueira da Foz após as obras de melhoramento, mas também em relação à própria operacionalização da mesma e dos meios de socorro. Assim sendo, gostaria de convidar V/. Ex. para uma reunião de trabalho a ser realizada no dia 20 de Novembro de 2013, Pelas 9.00h da manha nas instalações da DOCAPESCA da Figueira da Foz, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Meios de socorro na barra da Figueira da Foz; 2. Condições de navegabilidade da barra da Figueira da Foz; 3. Meios de salvamento a bordo das embarcações - Formação e Sensibilização; Solicitamos a vossa presença e confirmação da mesma, sendo que, aproveitamos para informar que esta missiva foi enviada para as seguintes entidades: 1. Administração do Porto da Figueira da Foz; 2. Organização de Produtores Centro Litoral; 3. Associação pro Maior Segurança dos Homens do Mar; 4. For-Mar; 5. Câmara Municipal da Figueira da Foz; 6. Capitania do Porto da Figueira da Foz; 7. Docapesca Portos e lotas Contamos com a vossa presença e desde já agradecemos o tempo despendido. Com os melhores cumprimentos, Em, 06/11/2013 Igor Branco (Presidente da FIGPESCA)".
Como se comprovou tristemente no passado dia 6, "passaram-se dois anos e nada foi feito".
E mais não comento, pois quem não anda a fazer política com a desgraça dos outros seguramente sou eu.

O mal menor

Foto do jogo Naval - Benfica em memória das vítimas da traineira
 "Nova  Leirosa" que naufragou junto à barra.
Na foto pode ver-se o internacional José Águas a presentear o filho de uma das vítimas.
Cito o meu Amigo Rogério Neves.
"Segundo números fornecidos pela Direcção da Naval a receita entre os que estiveram no Estádio e aqueles que lá não foram mas adquiriram o seu ingresso rondou os cinco mil euros, num concelho onde existem unidades industriais das maiores da Europa onde existem unidades que facturam milhões por ano, para esses a minha desilusão."
Há muito que não assistia a um jogo de futebol ao vivo. Ontem, porém, fui ver o Naval-Paços de Ferreira a contar para a Taça de Portugal.
A meio da semana passada, quando fui à sede da Naval adquirir o bilhete, tive em atenção o que estava em redor desta partida e não o futebol.
Com o futebol da Naval ando zangado, muito zangado mesmo. Mas, ontem, fui ao desprezado e degradado fui Bento Pessoa.
Pensava que esta jornada de solidariedade faria deslocar muita gente ao futebol.
Desgraçadamente, enganei-me. Na Figueira, nem a solidariedade já é o que foi
A foto acima, recorda a homenagem aos náufragos da "Nova Leirosa", com a realização de um Naval - Benfica em memória das vítimas desta traineira que, há quase 60 anos, naufragou junto à nossa barra.
Nessa altura, o Bento Pessoa esgotou a lotação e, ontem, foi a desolação que eu senti e o Rogério Neves regista no Marcha do Vapor.
Cerca de seis décadas decorridas, após o fatídico naufrágio da traineira "Nova Leirosa", acidente que marcou gerações de figueirenses para o resto da vida, a tragédia repetiu-se, mais uma vez, roubando a vida a  mais cinco homens que procuravam no mar o sustento das suas famílias.

Decorreram cerca de 60 anos. Entretanto, corrigiram-se e revestiram-se de betão as margens do Mondego, fizeram-se e prolongaram-se os molhes, fizeram-se correcções hidráulicas e dragagens várias na barra, destruíu-se a Praia da Figueira, afectou-se as praias a sul do concelho, do Cabedelo à Leirosa. E, no entanto,  toda esta destruição de nada valeu  aos pescadores que continuam a morrer nesta nossa barra...
A morte de pessoas devia, ao menos, servir para sensibilizar "os poderes locais" para mudar o que tem estado mal na Figueira.
Devia ser tão simples quanto isso. A situação das mortes à entrada desta nossa barra, não se deveria limitar ao registo dos números da morte.
Abomino as pessoas que dizem coisas tão bárbaras e pouco humanistas como as que disse o comandante Nuno LeitãoQuestionado sobre o porquê da moto de água apenas ter saído da marina quase uma hora após o naufrágio, já de noite, quando à hora do acidente havia visibilidade, Nuno Leitão respondeu que "foi o tempo necessário para aferir as condições" de actuação dos meios de socorro.  
Não aguento tanta mentira e falta de humanismo. 
É chocante como as pessoas que ocupam os cargos dizem tanto e fazem o mínimo possível pelos outros. 
Comparado com isto, a ausência dos figueirenses ontem do Bento Pessoa, apesar de lamentável, ainda acabou por ser o mal menor em toda esta tragédia, que um dia destes se pode repetir...

Dedicado aos meus amigos que andam em pulgas para saber o que vai acontecer...

"Bem-vindos sejam à semana em que se decidirá o nosso futuro mais próximo. Cavaco Silva terá a sua oportunidade de se despedir em grande indigitando Pedro Passos Coelho para Primeiro-Ministro. A seguir, o PS terá a sua de se definir de uma vez por todas, ou viabilizando o Governo do senhor Presidente, e note-se que apenas é necessário o voto de 9 deputados para que tal aconteça, ou assumindo a responsabilidade de governar à esquerda com a maioria que detém no Parlamento em conjunto com Bloco e CDU. Porventura o sinal mais importante de como tudo isto irá terminar tê-lo-emos lá para Quarta ou Quinta-feira no momento da eleição do Presidente da Assembleia da República, que tanto Poderá ser uma figura do PS com os votos de PSD e CDS como ser uma figura da esquerda com os votos de PS, Bloco e CDU. O que acontecer depois com toda a certeza será uma réplica desta escolha. E será o PS que irá fazê-la. Com o passar dos dias, haverá cada vez mais máscaras caídas pelo chão."
O baile, mais 2 ou 3 dias, vai terminar.

Miguel: o mais extraordinário, é que se o mar continuar a subir, ainda teremos a possibilidade de ver chineses na apanha do arroz de marisco no Baixo Mondego...

A sociedade portuguesa está cheia de mitos urbanos, preconceitos e ignorância. 
Esta crónica de Miguel Almeida, hoje publicada no jornal AS BEIRAS, vem no sentido de alimentar essa situação.
Portugal não estava habituado a discutir cenários eleitorais com a possibilidade de coligações à esquerda. 
O que se passou depois das eleições de 4 de outubro, a meu ver, contribuiu para abrir espaço a uma mudança importante, salutar e enriquecedora para a democracia. 
Caiu por terra a desculpa dos que não votam por que dizem que o seu voto não conta.

“Um governo PSD+CDS e PS não te[ria] nenhumas condições para funcionar”, quem o afirmou foi Pedro Passos Coelho, antes da eleições,  em entrevista ao jornal SOL. 
Segundo o Expresso, depois das eleições, porém,  "Passos perguntou a Costa se quer entrar num Governo com a coligação"
Afinal quem é que anda trair o seu eleitorado?..
Já sei: ainda vão por acabar de dizer que é "pelo superior interesse nacional"...

O discurso do “não há alternativa” é, por definição, uma forma de negar a possibilidade de existir uma sociedade livre e democrática.
Como escreveu no jornal Público JOÃO MARIA DE FREITAS-BRANCO"a esperançosa unidade de esquerda pode acabar por não se concretizar; mas a tentativa de a edificar teve já este grande mérito: fazer cair as máscaras. Um belo contributo para o premente combate ao kitsch político."
A realidade, porém, é esta. 
"Estamos a viver um tempo politicamente interessante, mobilizador, cheio de atractivos, mas também muito perigoso, porque se adensam os riscos de total definhamento da democracia. Como pano de fundo temos uma séria crise da democracia que se tem vindo a intensificar com assustadora celeridade. A estruturação de uma ditadura financeira na Europa tornou-se evidente com o caso Grécia. Já não é necessária grande perspicácia política para compreender que a perda de soberania desagua na extinção da democracia efectiva no interior de cada pátria europeia." 
O Miguel e os da sua área política têm de se habituar à democracia. Por mim, se a PàF ganhou como o Miguel e os da sua área política afirmam, que forme e apresente um governo no Parlamento. Qual é o problema Miguel?

Solidariedade e futebol

foto sacada daqui
A sociedade organizada, dos indivíduos às famílias, das empresas,  dos clubes de futebol e organizações sociais ao Estado, não pode desistir de tecer, e manter activos, os laços de cooperação e solidariedade que, no seu conjunto, dão pelo nome de estado social.