O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
Sabem mesmo, o que gostariam mesmo, mesmo, mesmo de ter no próximo ano?
Têm, mesmo, mesmo, mesmo a certeza? Então, é mesmo, mesmo, mesmo isso que vos desejo para 2022. "Façam o favor de ser felizes". Mesmo, mesmo, mesmo, mesmo...
"Foi inaugurada no passado dia 22, no Quartel da Imagem, a exposição fotográfica «Rostos e Vidas», organizada pelo projecto «Mais Interações em Movimento E8G», no âmbito da iniciativa «Escolhas de Portas Abertas 2021» (EPA21), em colaboração com o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz e o Município da Figueira da Foz.A exposição surge pelo sucesso da campanha levada a cabo na Semana da Igualdade 2021 pelo projecto «Mais Interações em Movimento E8G». É composta por 7 fotografias que incluem frases alusivas aos direitos à educação, habitação, acesso à saúde entre outros, e tem como objectivo sensibilizar toda a comunidade para a importância dos Direitos e Igualdade entre todos. Marcaram presença na inauguração a coordenadora do projeto, Sónia Ruivo, o chefe da Divisão de Educação e Assuntos Sociais, Alexandre Nunes, o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz, a coordenadora da Zona Norte e Centro do Programa Escolhas, Maria de La Salete Rocha Lemos e o Procurador da República do Tribunal de Família e menores da Figueira da Foz, José Mário Nogueira da Costa."
A Figueira, no final do ano de 2021, depois da passagem durante 12 anos do PS pelo poder autárquico, é um caso sério de destruição gratuita de uma cidade. Ao mesmo tempo, é um caso extremo de incompetência recheado de mentiras. Depois de Buarcos, da "baixa da cidade", temos também o Cabedelo. Sem esquecer o Jardim Municipal.
Em linguagem popular da Aldeia, todas as obras em curso no concelho da Figueira da Foz estão empachadas. Será por mero acaso ou obra do destino?
A toda a incompetência juntou-se a mentira sistemática. Lembram-se do folhetim protagonizado pelo dr. Carlos Monteiro sobre os prazos das obras de Buarcos?
Mas, o mais grave foi construir, como é o caso do Cabedelo, onde existem dúvidas se se podia construir, pois tal pode colocar em causa a segurança das pessoas.
A verdade é que surgiram suspeitas sobre o projecto do Cabedelo. Os vereadores da oposição Carlos Tenreiro e Miguel Babo, bem como o SOS Cabedelo, sustentaram que existem ilegalidades na requalificação do Cabedelo, ainda em curso. Os autarcas e o movimento cívico em Abril de 2019 defendiam a suspensão da empreitada, enquanto decorresse a discussão pública da alteração ao Plano de Praia (PP).
Também aqui, a autarquia figueirense não foi sensível, e a obra em pleno verão continuou com todos os prejuízos e transtornos que causou a quem está habituado a frequentar o Cabedelo para fazer praia.
É cada vez mais óbvio que aparentemente estamos perante um grave caso de incompetência e irresponsabilidade. Incompetência, pela maneira como foi conduzido o processo e irresponsabilidade por se construir sem se dar ao trabalho de respeitar as leis. Dizemos aparentemente, porque a autarquia nunca prestou os esclarecimentos que foram sendo solicitados pela oposição, pelo SOS e porque quem se interessa pelo Cabedelo.
Para quem gosta da freguesia de S. Pedro, os últimos anos foram difíceis e dolorosos por constatar que a barbárie e a selvajaria paisagística atingiriam a dimensão actual.
O Cabedelo não escapou - foi também devastado pelo “progresso”. A acção destrutiva que, nestes últimos vinte e tal anos, desabou na Cova e Gala - e que se materializou na forma como se betonizou, se descaracterizou a paisagem e se desfigurou a Aldeia -, empenhou-se, também, em aniquilar o impensável: o Cabedelo.
Onde estiveram os covagalenses?
A VOTAR, APLAUDIR E A LEVAR EM OMBROS OS RESPONSÁVEIS.
As piores oportunidades perdidas são aquelas em que nos dizem depois, sempre depois, que se tivéssemos insistido seriam ganhas. A ignorância é uma bênção, logo, todos os ignorantes podem ser felizes. A ignorância consciente, como opção, é também uma forma de auto-protecção: a informação acelera o medo. Na tarde de hoje, podia ter acontecido uma desgraça: bastava ter ido a passar um veículo na estrada que foi varrida pelo mar... Não aconteceu, felizmente, mas poderia ter acontecido. E nada garante que não aconteça...
No início da segunda década deste século, por “força” da chamada “Reorganização Administrativa do Território”, A Figueira da Foz perdeu quatro das suas freguesias: S. Julião, Brenha, Santana e Borda do Campo, tendo Vila Verde perdido território.
Desde essa hora que defendemos a reposição das freguesias, desde que auscultadas as populações. Está claro, nesta nova hora, que todas se sentem igualmente injustiçadas e dispostas a lutar pela reversão.
A Lei 39/2021, de 24 de Junho, está a escassos dias de ver cumpridos os 180 dias previstos para a sua entrada em vigor.
É tempo, pois, de a Assembleia Municipal se manifestar sobre esta questão que tanto lesou populações do nosso concelho. Daí que hoje assuma o compromisso de tudo fazer para que sejam ultrapassados os constrangimentos já vertidos na referida Lei. É necessário dar voz à insatisfação das populações envolvidas e respeitar-se a vontade dos cidadãos, procedendo à reposição das freguesias em causa.
Durante mais de 4 décadas, Santana Lopes teve um longo e complicado percurso político dentro do PSD.
Depois da saída do seu partido, fundou o Aliança, virou as costas ao Aliança e aproximou-se do PSD nas últimas autárquicas.
Foi apontado a candidato PSD a várias câmaras, mas acabou por voltar à Figueira da Foz como independente.
Santana, goste-se ou não, teve uma vitória em condições muito difíceis, retirando do poder o presidente Carlos Monteiro.
Fê-lo da forma que sabemos: sozinho, com uma equipa fraquinha, numa candidatura independente, em rota de colisão com o seu antigo partido, que tentou fazer tudo para não deixar a sua candidatura ir a votos.
Não menosprezem o actual preside de câmara da Figueira da Foz. Santana Lopes já foi tudo na política: deputado português e europeu, presidente em duas câmaras, secretário de estado, primeiro-ministro.
Teve lugar esta manhã, a cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada da pavimentação da estrada de ligação entre a Rua do Farol Novo, na Murtinheira e a EN109, vulgarmente denominada por estrada “Enforca Cães”.
A obra, orçada em cerca de 766 mil euros, arranca no início do ano e os trabalhos de execução tem a duração prevista de 5 meses e irá contribuir para a ligação mais rápida entre o norte e sul da Serra da Boa Viagem.
"Quando a
vegetação
começou
a crescer,
muitas
vozes se
levantaram
contra o
“fenómeno”. Agora que o areal
continua a crescer por
força do malfadado
prolongamento do molhe
norte, o que provocou que
a nossa barra passasse
a ser a mais perigosa do
País, aquela faixa junto às
Avenidas tem cada vez
tem menor utilização, se
é que alguma vez teve
alguma! O tempo passou
e até coelhinhos já andam
por ali! O pretendido
processo de naturalização da praia parece ter
conquistado adeptos!
Com isto não venho dizer
que se deixe tudo estar
como está. Não. Mantendo a vegetação pobre que
ali cresceu, então que se
aproveite o espaço em
causa para ganhar uma
zona de fruição pública,
acrescentando-lhe as
condições para tal: plantação de espécies resistentes, tipo dunares e outras
igualmente resilientes,
passadiços e passeios,
mobiliário urbano. E que
se não permita depois o
abandono como aconteceu no passado com
a zona do Óasis, onde
havia ratazanas maiores
que os láparos que por ali
assentam arraiais e que
dizimaram a população de
patos. Admira-me como
estes conseguiram sobreviver antes da chegada
dos ratos e com as águas
completamente putrefactas. Tristes experiências
que não podem repetir-se. Urgente a retirada dos
horríveis bancos e mesas
de cimento, um perigo
para as brincadeiras
infantis. Por que não um
concurso de ideias para
a transformação da zona
num espaço agradável
que apeteça frequentar?"
Restrições começam dia 25 com fecho de creches, bares e discotecas. Testes grátis passam a seis por mês e são exigidos em eventos. Lotação de lojas reduz.
«O primeiro-ministro anunciou ontem, terça-feira, que o período de contenção previsto para 2 a 9 de janeiro vai ser antecipado para o dia 25 de dezembro, o que na prática determina o encerramento antecipado de discotecas, bares, creches e ATL, e a obrigatoriedade de teletrabalho. Vai ser preciso testes para quase tudo, exceto lojas, mas estas também ficam com a lotação reduzida. Na passagem de ano estão proibidos os ajuntamentos.
A lista de novas restrições aplica-se ao período entre 25 de dezembro e 10 de janeiro, o que significa que o Natal e a Passagem de Ano voltam a ser celebrados com restrições. "Ainda não é o Natal normal que desejávamos", lamentou o primeiro-ministro, ao anunciar que passa a ser obrigatório teste negativo (PCR ou antigénio) para entrar em alojamentos turísticos, casamentos e batizados, eventos empresariais e espetáculos culturais. Os recintos desportivos já estavam abrangidos. Face a esta exigência, o número de testes mensais gratuitos aumenta de quatro para seis.
Lojas com lotação limitada
A partir de 25 de dezembro, todos os espaços comerciais passam a ter o limite máximo de uma pessoa por cinco metros quadrados para evitar ajuntamentos. Nesse sentido, os saldos depois do Natal foram adiados para 9 de janeiro, bem como o prazo de devoluções e trocas de produtos que foram alargados até 31 de janeiro.
Também será obrigatório o teletrabalho. O programa de apoio à família, que paga dois terços do salário dos pais com crianças até aos 12 anos, irá cobrir o período de Natal.
Algumas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro são específicas para os dias 24, 25, 30 e 31 de dezembro, bem como 1 de janeiro. Nestes cinco dias, o teste negativo passa a ser obrigatório para acesso a restaurantes, casinos e festas de passagem de ano. Na noite de Réveillon são proibidos ajuntamentos com mais de dez pessoas e o consumo de bebidas alcoólicas na via pública.
Não é obrigatório, mas António Costa considera "fundamental" que os portugueses façam um teste antes da consoada, "nem que seja um autoteste". Pediu ainda que não haja grandes reuniões familiares e revelou que vai passar o Natal com mais cinco pessoas.
Retomado lay-off a 100%
Quanto aos apoios, o primeiro-ministro garantiu que as empresas vão ser apoiadas através "do layoff e do programa Apoiar". No primeiro caso, o apoio é de 100% do salário de funcionários e patrões com o negócio encerrado devido às medidas. Já o programa Apoiar está por esclarecer pois, à hora do fecho desta edição, o Ministério da Economia ainda não tinha definido se os moldes são os da versão reforçada de agosto deste ano. Este programa destina-se a pagar despesas correntes como renda, água e luz a empresas com quebras de faturação acima dos 50%. Os setores afetados reclamam mais apoios.
Na conferência de imprensa, António Costa revelou que a função pública terá tolerância de ponto a 24 de dezembro e a 30 de janeiro. Quanto à campanha eleitoral não vai sofrer alterações "porque a Constituição não permite".
Na base das novas restrições está a preocupação dos especialistas com a subida da taxa de incidência, devido à variante ómicron. Costa adiantou que a nova estirpe é "muitíssimo mais contagiosa" que a anterior, a Delta, e representa 46,9% dos contágios de Portugal. No entanto, vai ser de 90% no final do ano, segundo o Instituto Ricardo Jorge. O Governo reunirá com os especialistas a 5 de janeiro para reavaliação das medidas anunciadas.
Qual é a recomendação para as celebrações de Natal?
De uma forma geral, são recomendadas reuniões familiares sem muita gente e evitar espaços fechados, pequenos e pouco arejados e estar sem máscara durante muito tempo. O Governo pede às famílias que façam testes antes da Consoada. E decidiu que o limite máximo de testes gratuitos nas farmácias foi aumentado, de quatro para seis, por pessoa e por mês.
Que medidas vão ser antecipadas?
O período de contenção, inicialmente previsto para a primeira semana de janeiro, foi antecipado para dia 25. O teletrabalho passa a ser obrigatório sempre que as funções o permitam, as creches e ATL vão ter de encerrar (por isso, vai haver apoio à família quando um dos pais tiver de ficar em casa com os menores de 12 anos) e as discotecas e bares já não vão ter festas de fim de ano: encerram e vão ter apoios financeiros. Além disso, o teste negativo que já era exigido para acesso aos estabelecimentos turísticos e de alojamento local, vai também ser obrigatório para eventos familiares, como casamentos e batizados, assim como eventos empresariais e salas de espetáculos culturais.
A partir de quando?
As medidas de contenção que parcialmente anunciadas para janeiro foram antecipadas para vigorarem a partir das zero horas do próximo sábado, dia 25 de dezembro.
Que medidas se mantêm?
Continuam em vigor medidas atualmente em uso, como a apresentação do teste negativo obrigatório para acesso a recintos desportivos.
Há restrições específicas para o Natal e para o Ano Novo?
Nos dias 24 e 25 de dezembro (Natal) e nos dias 30 e 31 de dezembro e 1 de janeiro (Ano Novo), será obrigatório apresentar teste negativo para aceder a restaurantes, casinos e festas de passagem de ano. Será proibido consumir álcool na via pública e, na passagem de ano, ajuntamentos de mais de dez pessoas nas ruas.
As escolas vão reabrir a 10 de janeiro?
O calendário escolar foi ajustado para permitir uma semana de contenção depois das festas, mas o primeiro-ministro admitiu que, face à evolução da pandemia, a data de 10 de janeiro para recomeço do ensino presencial poderá ter de ser reavaliada. Essa análise será feita a 5 de janeiro numa reunião com os especialistas para avaliar a evolução dos números da covid-19.
Como vai ser nas fronteiras e aeroportos?
O primeiro-ministro garantiu que a fiscalização continuará reforçada, após ter apresentado os números desde o início de dezembro: mais de 600 mil passageiros e seis mil voos foram controlados, tendo a falta de teste negativo à covid-19 antes do embarque para Portugal resultado em multas aplicadas a 1400 passageiros e 38 companhias aéreas.
As campanhas vão ter restrições?
António Costa lembrou que, mesmo em estado de emergência, a Constituição determina que as atividades partidárias não podem ser limitadas. Assim, apelou ao "bom senso" dos partidos para ajustarem as suas campanhas.
Haverá restrições às deslocações neste período?
Nada foi anunciado nesse sentido, nem para o Natal, nem para a passagem de ano. Inclusive, a tolerância de ponto que foi concedida aos funcionários públicos (dias 24 e 31), habitualmente justificada pelas deslocações familiares, desta vez foi justificada apenas com a "prática que tem sido seguida ao longo dos anos".»
"É imperioso proteger, conservar e manter a vegetação que foi crescendo ao longo dos últimos 10 anos no areal da praia da Figueira. Destruir o ecossistema dunar será agora um verdadeiro crime contra o património natural.
As dunas formadas no areal têm sido lentamente povoadas por plantas pioneiras que fixam a areia com as suas raízes. São plantas extraordinárias porque têm uma incrível resistência à falta de água doce, às amplitudes térmicas, salinidade e ao excesso de luminosidade.
Poucos decisores políticos locais têm consciência da biodiversidade existente agora no areal e é escassa a informação no local sobre essa riqueza.
Enfatize-se a ameaça do colapso global da biodiversidade. É nosso dever criar nichos ecológicos e fomentar a biodiversidade sempre que possível, e não o contrário, a sua destruição.
A vegetação da praia é ainda fonte de beleza e prazer estético, desde o Estorno até ao Cardo-marítimo que aí proliferam.
A formação do ecossistema dunar resulta de um pequeno investimento no tempo do ex-presidente João Ataíde.
Daí resultou a vivência de um espaço, o areal, que anteriormente era triste e estéril.
Apesar da desejada remoção de areias pelo sistema de bypass (que é bem-vindo), grande parte do areal irá permanecer e haverá uma área consolidada que nunca será removida porque nos protege do mar.
Voltar ao passado, e querer “lavrar” novamente o areal, é absurdo."
19 de dezembro de 2021 Rodrigo de Freitas, aos 85 anos, num exercício de memória enquanto esta responde.
1 – Não é possível esquecer! Não é possível ignorar! Torna-se imperioso e inadiável
lembrar aqueles da sua geração, mas sobretudo os jovens de hoje, detentores do futuro.
Viver, lutar, enfrentar 48 anos duma ditadura fascista salazarista, imposta ao povo
português. Para que conste sobre José Dias Coelho:
Nasceu em Pinhel em 19 de Junho de 1923. Depois de ter passado por várias escolas e
instituições, frequentou com sua companheira Margarida Tengarinha a Escola Superior
de Belas Artes na área de escultura, sendo ambos expulsos e impedidos de ingressar em
qualquer outro estabelecimento de ensino.
Foram demitidos de professores das escolas onde lecionavam. Era corrente em escolas
superiores e universidades assim suceder a quem lutava pelos seus ideais, pela
liberdade, pela igualdade colectiva, contra o obscurantismo e miséria da grande maioria
dos portugueses.
2 – “A MORTE SAIU Á RUA”
Eram cerca das 18h30 de 19 de Dezembro de 1961, quando José Dias Coelho descia a
Rua do Lusíadas para a Rua da Creche, Largo de Stº Amaro, Lisboa. De um carro saltaram
vários indivíduos que o perseguiam. Agarraram-no, encostaram-no à parede e deram-lhe voz de prisão. Resistiu e gritou “É A PIDE! SOU COMUNISTA!”. Foram as suas últimas
palavras. Um dos esbirros da PIDE de pistola na mão deu dois tiros, um deles à queima-roupa. Tombou encostado à parede. Momentos depois os esbirros que o agarravam
meteram-no num carro e rapidamente arrancaram… testemunhas viram-no cair…
Eram
19 horas em todos os relógios…!
3 – Cerca das 20 horas dois indivíduos deixam o corpo moribundo no hospital da CUF.
Tiveram que se identificar. Tratava-se de agentes da PIDE da brigada de José Gonçalves.
4 – No Instituto de Medicina Legal de Lisboa, onde foi autopsiado em 23 de Dezembro
de 1961, os peritos concluíram que a causa de morte foi “um tiro disparado no peito à
queima-roupa com intenção de matar…”
Tratava-se de um crime politico. Os nomes dos
agentes e do responsável dos tiros, vieram a saber-se, após o 25 de abril de 1974,
quando na sede da PIDE na Rua António Maria Cardoso, começou a funcionar a
Comissão de Extinção da PIDE, sob a orientação da Marinha Portuguesas.
5 – DO TRIBUNAL MILITAR DE STª CLARA À FARSA DO JULGAMENTO DOS CARRASCOS
QUE ASSASSINARAM JOSÉ DIAS COELHO.
Em Janeiro de 1967, 16 anos depois do crime realizou-se o julgamento com juízes da
composição mais reacionária do corpo da justiça de Salazar, vindo à memória os juízes
dos tribunais plenários sendo escolhidos a dedo pelo governo e os presidentes
escolhidos pelo ministro da justiça.
A estes “juízes“ políticos, Aquilino Ribeiro, chamou
prostibutários, longe de prever que após o 25 de Abril de 1974 pairaria no ar de alguns
tribunais o fantasma de António Spínola, nomeado presidente da Junta de Salvação
Nacional, instalada no Palácio de Belém. Spínola tudo fez para que a comissão de
extinção da PIDE/DGS não fosse criada e pudesse desempenhar as suas funções com
isenção e verdade… Assim se revelou mais uma vez os “caracteres” e intenções de
Spínola, concretizadas com golpes, ataques e traições a tudo o que o programa do MFA
estava a levar à prática. É esta iminente figura que é louvado a Marechal, dado como
“pai” da democracia. Mas o tempo e a história acabarão por colocar tal marechal na
merecida prateleira do lixo tóxico.
Voltando ao julgamento, após a leitura da sentença, que absolveu os Pides, as pessoas
que assistiram gritaram “Assassinos! Assassinos!”, gerando-se grande confusão no
tribunal. Terminaria a saída da assistência indignada, com alas de Pides na escadaria do
tribunal de Stª Clara, insultando provocatoriamente Margarida Tengarinha e sua
cunhada Maria Adelaide com palavrões dos mais soezes, reles e sórdidos.
Assim, a sentença vergonhosa proferida por juízes reacionários o permitira.
Ainda sob estes acontecimentos, José-Augusto França, historiador e critico de arte
escreveu um artigo no DL em 4 de Fevereiro de 1977, indignado, dedicado a José Dias
Coelho, com o titulo, “O preço da vida de um escultor”.
Todo este dramático acontecimento, terá, sempre, como canção e música “A morte saiu
à rua” que José Afonso dedicou a José Dias Coelho, num acto de coragem e risco,
perpetuando a sua acção política, pela paz, pelos seus ideais, a sua corajosa militância,
a sua coragem, a sua sensibilidade artística, tudo pela liberdade e felicidade do povo do
seu país, e dos povos de todo o mundo, sujeitos às mais indignas formas de opressão e
repressão.
Recordo, mais uma vez, José Dias Coelho, não deixando de registar os testemunhos
vividos e escritos de Margarida Tengarinha, de Manuel Loff, entre muitos outros.
E um apelo faço às novas gerações para meditar, estudar, divulgar,
como foi penoso e arriscado conquistar a liberdade e o sonho que comanda
A VIDA.