sexta-feira, 13 de novembro de 2020

A Comissão Municipal de Protecção Civil, depois de avaliar a evolução da situação epidemiológica no concelho, decidiu aplicar novas medidas


«A Comissão Municipal de Proteção Civil da Figueira da Foz reuniu, ontem, para fazer a “análise da evolução da pandemia e determinar um conjunto de ações para entrarem em vigor no imediato”.
Uma das medidas é a criação de zonas de concentração e apoio, com 67 camas no Colégio de Quiaios, 22 no Centro Social Cova-Gala e 15 nos bangalôs do Parque de Campismo de Quiaios. Encontra-se em fase de adaptação a Casa de Nossa Senhora do Rosário, “onde existirá um acréscimo significativo das capacidades de apoio, em caso de necessidade”
Os profissionais de saúde, à semelhança do que aconteceu na primeira vaga da pandemia, têm à sua disposição bangalôs do Parque de Campismo Municipal. 
“Para a colaboração na execução e/ou implementação dos planos de contingência, a autarquia destacou visitas técnicas conjuntas da Autoridade de Saúde, Segurança Social e Proteção Civil às estruturas residenciais para idosos e visitas técnicas da Autoridade de Saúde e da Proteção Civil aos agrupamentos de escolas".
A autarquia figueirense, diz ainda em nota enviada ao Diário as Beiras, que entre os meses de outubro e novembro, foram realizados 1125 testes serológicos aos ajudantes de acção direta dos lares, bombeiros e Cruz Vermelha. 
O município, informa também, que disponibiliza aos testes rápidos de antigénio, em colaboração com a saúde pública local. 
Está, também, a articular com o ACES do Baixo Mondego o reforço da equipa de saúde de apoio ao município.»

A homenagem de «O Sítio dos Desenhos» a Gonçalo Ribeiro Telles

Gonçalo Ribeiro Telles, teve uma vida de luta pela defesa do ambiente, que durou 70 anos. Morreu com noventa e oito. 
Fernando Campos, no O Sítio dos Desenhos, prestou-lhe aquela que, para mim, foi a melhor homenagem que vi prestar ao militante do ambiente, que teve a infelicidade de viver num "País onde o absurdo faz sentido".
Passo a citar.

"Em 2016 já lhe tinha desenhado este “retrato”, aqui, quando me referi a ele a propósito das tragédias ambientais de verão, de planeamento florestal e de desenvolvimento rural. Continuo a subscrever todas as considerações que me permiti então. Tal como referi, “a Portugal nunca faltaram homens bons e sábios, como Gonçalo Ribeiro Telles. O problema é que num país povoado por uma maioria esmagadora de idiotas eles são vistos, e tratados, como pobres lunáticos.” 
Por isso hoje foi decretado luto nacional e a bandeira está a meio-pau. Mas amanhã continua certamente o plantio anual do eucalipto. 
Estamos em plena estação. 
Há que aumentar o produto interno bruto. Até á desertificação total. Depois da brutalização consumada, decreta-se outra vez luto nacional. Não hão de faltar paus para bandeiras nem para passadiços, de onde turistas alarves possam apreciar devidamente a, digamos assim, paisagem."

Para JMT, já "Chega" de PSD?..

Não se conseguiu melhor que isto, não é João Miguel Tavares?

"Com a provocação leviana no Público de ontem, João Miguel Tavares não só tenta, com a sonsice habitual, esquivar-se ao que está em causa - o abrir de portas do PSD à extrema-direita (e não a legitimidade de o Chega defender as suas posições abjetas) - como relativiza, de forma repugnante, a gravidade da proposta de castração química de pedófilos (equiparando-a às 35 horas da função pública). Terá tentado e não conseguiu, evidentemente, encontrar melhor termo de comparação. E por isso não se surpreendam, como compreensivelmente admite Pedro Marques Lopes, que Tavares venha num próximo artigo a fazer equivalências entre «pena de morte e multas de trânsito»."

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Já cheira e poder e eles estão a chegar-se à frente!..

Em entrevista ao jornal Público, «o vice-presidente do PSD, Nuno Morais Sarmento, não tem dúvidas que Chega tem “posições xenófobas e racistas”, mas o PSD admite apoio do Chega a nível nacional. “O apoio às nossas propostas não se recusa”... 
Pergunta:«André Ventura disse na quarta-feira: “Temos aqui um caminho aberto para podermos fazer um verdadeiro percurso de transformação em Portugal”, saudando Rui Rio. Que caminho é esse?»
Resposta: «Nos termos que descreve, é um caminho que tem de perguntar ao dr. André Ventura. Não faço a menor ideia qual é o caminho. Aliás, faço. Todos conhecemos o programa do Chega. É um caminho comum com o PSD? Não. Se me pergunta se o Chega tem posições xenófobas, tem. Tem posições racistas? Tem.»

"Falta de articulação entre ministérios", disse a senhora vice-presidente...

"Elementos da Câmara Municipal vão reunir hoje com responsáveis dos Ministérios do Ambiente e do Mar, para conversarem sobre o problema da erosão costeira na zona Sul do concelho e tentar que haja «articulação»
«Esta foi uma obra bem feita (sacos de areia), mas pressupunha uma alimentação permanente, através das dragagens e isso foi feito uma vez e não de forma sistemática», disse ao Jornal Diário de Coimbra, a vice-presidente da autarquia, que ontem esteve em S. Pedro, na zona a sul do 5.º molhe, acompanhada pelos autarcas da freguesia, que lhe manifestaram a sua preocupação, com a erosão da costa."

Aos 98 anos morreu o arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles


A sua luta pelo ambiente durou mais de 70 anos. 
Foi um dos principais responsáveis pelo desenho das áreas verdes de Lisboa, de Monsanto às zonas ribeirinhas, oriental e ocidental, do Vale de Alcântara, ao Jardim Amália, no Parque Eduardo VII, sem esquecer o mais antigo Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, que fez em parceria com Viana Barreto, pelo qual recebeu o Prémio Valmor, em 1975, nem projetos noutras zonas do país, como o Vale das Abadias, na Figueira da Foz
Gonçalo Ribeiro Telles nasceu a 25 de maio de 1922, em Lisboa. 
Formou-se em Agronomia e Arquitetura Paisagista em 1950, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. 
Desempenhou diversos cargos políticos e participou na fundação de instituições na área da cultura, como é o caso do Centro Nacional de Cultura, lançado em 1945. Anos mais tarde, em 1969, viria a co-fundar o Partido Popular Monárquico e, em 1993, o Movimento Partido da Terra. Foi o responsável pelo lançamento da política de ambiente em Portugal, cuja legislação incentivou quando passou por vários cargos públicos.
O governo decretou um dia de luto nacional marcado para hoje, quinta-feira.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

As «peocupadíssimas» preocupações dos autarcas do sul, passam pelo silêncio perante as «prioridades» do executio camarário...

 VIA DIÁRIO DE COIMBRA


«Os autarcas do sul do concelho dizem-se "peocupadíssimos"»...
Deixem-se mas é de paleio de chacha e actuem. Mas, para isso era preciso ter estofo, coragem e ter como desiderato defender as populações que vos elegeram.
Por exemplo, desconhecem isto:


 
O povo não abre a pestana e os políticos continuam a fazer o que querem, sem que se consiga perceber as suas prioridades?.. Apesar de indo sendo avisados...

A constante presença dos políticos nos jornais locais chega a roçar a obscenidade

Lido no Diário as Beiras, edição de hoje.


Nota de rodapé.
Permitam uma sugestão: porque é que os senhores autarcas, antes de falarem nas sessões de câmara, não vão ao terreno, para saberem do que falam. 
Eu sou utente do Posto Médico da Cova e Gala e, neste momento, não tenho médico de famíla atribuído. 
Para pedir medicamentos, tenho de ir ao Posto Médico, onde me dão um impresso para preencher com os medicamentos de que tenho necessidade, colocá-lo num envelope, e ficar à espera que me mandem a receita para o telemóvel. 
Depois é aguardar pacientemente. Hoje dia 11 de Novembro de 2020, estou a aguardar a receita referente à solicitação que fiz no passado dia 5 de Novembro de 2020.
E não há falta de médicos na douta e sabedora opinião do vereador Miguel Babo!..
Acesso a consultas nem é preciso acrescentar nada, pois toda a gente sabe o que se passa a nível nacional.
O que não seria se houvesse falta de médicos no concelho da Figueira?
Não há falta de médicos, nem vacinas para quem, prejudicando quem respeita as regras, segue por esquemas baseados em conhecimentos, também políticos,  para ter acesso aos serviços do SNS...

"Portugal não será excepção"


«O acordo que o PSD-Açores fez com o Chega inaugura uma etapa crítica na vida política nacional. O PSD percebeu que só chegaria ao poder em aliança com o segundo partido da direita, e esse partido é o Chega. Para isso, seria preciso que ele se tornasse respeitável, e a oportunidade surgiu com estas eleições nos Açores. Aberto o precedente, agora é só esperar pela oportunidade no Continente, e ela virá na sequência da pandemia.


A ascensão de um partido da extrema-direita era previsível porque o PS apenas faz a gestão, é certo que com alguma sensibilidade social, do capitalismo selvagem instituído na UE, o capitalismo da austeridade inscrita nos tratados. A verdade é que gerir um sistema podre não trava a extrema-direita. Hoje há muitíssima gente farta de esperar por melhores dias, há muitas vidas abandonadas, não reconhecidas, invisíveis, há muitos desiludidos com as promessas não cumpridas da democracia, muitos eleitores dispostos a votar em alguém que dê expressão à sua raiva.»


Nota de rodapé.
Deixo, se assim o entenderem, para uma merecida leitura atenta, um magnífico e lúcido texto de Luís Osório.

Comparar o Chega ao Partido Comunista ou ao Bloco de Esquerda é pornográfico

«1.
Mais pornográfico do que o acordo PSD com o Chega nos Açores – e do reiterar por parte de Rui Rio da disponibilidade para que esse acordo possa ser nacional – é o repetir do argumento de que não faz sentido criticarem o PSD por se aliar ao Chega quando o PS se aliou ao Partido Comunista e ao Bloco de Esquerda.
Um argumento ensaiado por vários comentadores dispersos por aqui e por ali. E repetido até à náusea nas redes sociais por pessoas comprometidas com a possibilidade de uma nova ordem à direita.
O Partido Comunista e o Bloco de Esquerda são tão maus ou piores do que o Chega é o mantra que passou a ser uma palavra de ordem. E é isso que iremos ouvir nos próximos larguíssimos meses.
2.
Comparar um partido com simpatias pelo fascismo, um partido que faz pactos com movimentos populistas em toda a Europa, um partido que deseja o regresso da pena de morte, que quer vigiar muçulmanos e expulsar ciganos, que grita aos quatro ventos que deseja instaurar uma “quarta República” e um partido em que militantes chegaram a defender que as mulheres que abortam deveriam ficar sem ovários não pode ser comparável – nem por brincadeira – ao Partido Comunista.
3.
E o simples facto de isso ser ensaiado por gente do PSD – em nome da ambição do poder, é a triste prova de que em nome da vingança em relação a António Costa irá valer tudo – até um pacto com o demónio.
Vamos lá a ver.
O Partido Comunista é um partido com 100 anos. Ao longo da sua história viu largas centenas de militantes morrerem em nome de uma ideia de libertação do fascismo salazarista.
Enquanto os outros desistiam o PCP manteve-se na luta.
Não desistiu.
Não se rendeu.
Milhares foram torturados, centenas mortos, quase todos viram as famílias ser atingidas, chantageadas, todos deixaram de ter a possibilidade de trabalhar ou de existir como seres humanos.
E nesse combate inclemente contra a ditadura estiveram ao lado e participaram em campanhas políticas de apoio a figuras que não eram comunistas.
Norton de Matos e Humberto Delgado foram apoiados fortemente pelo PCP.
Da mesma maneira que estiveram ao lado de projetos que aglutinavam muitos outros democratas não-comunistas como a CDE (apenas para dar um exemplo)
Já agora, em 1975, no final do PREC, quando todos vaticinavam que o PCP iria tomar o poder por ter, aparentemente, o controle do poder militar e das armas, foi Álvaro Cunhal e o seu secretariado quem travou a possibilidade.
E essa foi a razão para que Melo Antunes, o ideólogo do 25 de Novembro, tenha ido à televisão defender os comunistas e defini-los como essenciais à democracia.
Na história da democracia portuguesa nunca existiu, e já lá vão quase 50 anos, o mínimo deslize institucional. Nos sindicatos ou nas câmaras municipais os comunistas deixaram a sua marca sem nunca colocarem em causa a democracia que ajudaram a fundar.
4.
É chocante ver alguma gentalha comparar os comunistas com o Chega.
Chocante comparar homens e mulheres que se sacrificaram e ofereceram a sua vida, com pessoas como André Ventura e os que o seguem.
Gente como António Dias Lourenço (e poderia falar de tantos outros ou outras), sempre de sorriso franco, sempre capaz e disponível para um abraço, mas sempre com o ímpeto da luta, do combate por uma revolução em que acreditou até regressar à clandestinidade aos 95 anos.
É o que penso quando nele penso. Regressou à clandestinidade, nunca me passa pela cabeça que tenha morrido.
É o que penso, sim.
No seu regresso a Vila Franca e ao Alentejo onde conseguiu que tantas centenas acreditassem que era possível derrubar Salazar (Saramago dedicou-lhe Levantado do Chão). No seu regresso a Peniche onde voltará a dar um salto de 30 metros para as águas de onde nenhum cabrão de nenhum PIDE acreditou que fosse possível escapar. No seu reencontro com o filho de dez anos, António como ele, que viu morrer com uma leucemia. Estava na cadeia e Salazar concedeu-lhe dez minutos para se despedir da criança.
Contou-me, sabem?
É como se o ouvisse. “Custou-me tanto. Queria bater aos guardas, mas seria a última imagem que o filho levava do pai. Tive de me fazer de forte, sorrir e dizer ao António que brevemente nos iríamos voltar a ver”.
Como é possível comparar?
5.
E como é possível comparar o Chega e tudo o que defendem com um partido como o Bloco de Esquerda?
Um partido maioritariamente composto por gente que não viveu em ditadura, composto por jovens anticapitalistas (é certo), mas que mantém na sua matriz o idealismo de Miguel Portas, Fernando Rosas ou Luís Fazenda. E será André Ventura comparável a estes três fundadores ou a Francisco Louçã?
6.
Não sou comunista ou bloquista, mas este é um tempo em que as pessoas têm de perceber muito bem o que está em jogo.
Faz sentido que o PSD esteja magoado com a “geringonça”, sou capaz de compreender com facilidade a acidez. Deve ter custado.
Mas há limites.
E Rui Rio acabou de passar esses limites.
Um partido democrático não se pode coligar ou entender com um partido como aquele.
Não é simplesmente possível.
Porque se for possível então tudo é possível.»

"Restrição à circulação no fim de semana é a medida mais contestada na Figueira da Foz"

Via SICN

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Um texto poético escrito em 5 minutos na esplanada do Cabedelo

Foto António Agostinho

São 17 horas e 40 minutos. Que bem que se está no Cabedelo! 
A sério. Que tarde de sol! 
Que bem que se come por aqui! Que bom e barato é o vinho!..
Não, de facto, desculpem mas começa a ser preocupante. É que não se está nada mal no Cabedelo... Perfeito? Claro que não. 
Mas, na Cova e Gala já vivemos tempos mais difíceis, mais complicados e mais imperfeitos. Já passamos mais dificuldades. Já aguentamos com mais barafunda. Já nos metemos em maiores confusões. O vinho já foi mais martelado. O leite já foi mais aguado e já escasseou mais. O trânsito já foi mais intenso e mais incomodativo. Até os autarcas já foram mais competentes que hoje são! 
Parece quase impossível, mas é verdade: o Cabedelo corre o sério risco de tornar-se como o resto da cidade atingindo as comodidades e o tédio citadino. 
Há nuvens no horizonte. Estamos demasiado bem para o nosso bem. Vem aí borrasca. E da grossa.
Porém, "enquanto o pau vai e vem, folgam as costas"
O bem que se vive ainda no Cabedelo, neste momento, faz lembrar o calor abafado e pegajoso que antecede uma tempestade. 
Vai ser mau de mais. 
P.S. (salvo seja): É poético, não é?

Também na "Figueira da Foz: Turismo e comércio apreensivos com recolher obrigatório"

«Na restauração esperam-se prejuízos elevados, mesmo tratando-se de, para já, de apenas dois fins de semana de fortes limitações à actividade.
“É mais uma machadada muito forte no nosso sector, além daquelas dificuldades que temos mencionado com frequência. Na época baixa, os fins de semana e os feriados são os dias em que temos mais movimento. Assim, não temos condições para trabalhar ao sábado e ao domingo”.
Via DIÁRIO AS BEIRAS o presidente da Associação Figueira com Sabor a Mar, Mário Esteves.»

Desta vez não há tabu: José Esteves, se não acontecer nada de excepcional, vai ser o candidato. E algo me diz que Rui Duarte vai fazer parte da equipa...

Isto foi em 2017. Foto sacada daqui

Segundo o jornal DIÁRIO AS BEIRAS, edição de hoje, o presidente da Junta de Buarcos e São Julião, José Esteves, ainda não decidiu se vai recandidatar-se ao cargo em 2021. “Já fui convidado (pela Secção de Buarcos do PS). Desta vez, contrariamente ao que aconteceu no anterior mandato, as coisas foram feitas com lisura e transparência”, disse o autarca ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
Recorde-se: há quatro anos, o PS esteve dividido entre José Esteves e Rui Duarte. Acabou por avançar o primeiro e desistir o segundo, que foi para administrador executivo da Figueira Domus. 
“Já dei conhecimento do convite ao presidente da Câmara da Figueira da Foz e da Concelhia do partido (Carlos Monteiro). Agora, vamos aguardar. Há factores que têm de estar na balança. Mas ainda há muito tempo para decidir”, acrescentou José Esteves. 
Se não aceitar candidatar-se ao terceiro e último mandato à presidência da mais populosa freguesia do concelho – também já cumpriu um mandato na extinta Junta de Buarcos –, José Esteves terá de recorrer (ou já recorreu?) à inspiração divina para afastar a pressão a que poderá estar sujeito pelo partido. 
A decisão deverá ser tomada até fevereiro.
Para a mera hipóteses de não se recandidatar, José Esteves já tem a sua ideia. Porém, "é uma coisa que não o preocupa".
Não tenho dúvidas que, em 2021, não vai haver disputa entre José Esteves e Rui Duarte. Para o ano, não vão seguir  caminhos diferentes. Rui Duarte é inteligente. José Estevas é mestre de culinária na gestão de uma carreira política. 
E, Rui Duarte, que politicamente não é burro nenhum, deverá, desta vez, ter em atenção o conselho do mestre. Como acabou por ter em 2017. Com bons resultados pessoais, aliás...
Portanto, não me admirará nada que Rui Duarte venha a fazer parte da equipa de José Esteves em 2021...

A democracia defende-se com que defende os valores do regime instaurado em 1926, ou ao lado da quem lutou contra ele?..

A banalização da extrema-direita

«...qualquer entendimento com o Chega, que há meses aderiu oficialmente à família política europeia de Le Pen, Salvini e Wilders, é tão condenável como entendimentos com BE e PCP, que serão tão ou mais extremistas que este.

Esta banalização da extrema-direita, além de indecente e absurda, ignora a história política e legislativa do PSD, que foi acordando e aprovando com o PCP múltiplos diplomas que hoje moldam a nossa sociedade. A começar pela Constituição da República, aprovada por ambos em 1976.

A lista é extensa e abarca várias matérias, legislaturas e lideranças. PSD e PCP aprovaram juntos a Lei de Bases do Sistema Educativo (votada em 1986), a Lei-Quadro da Educação Pré-escolar (1996) e a Lei sobre a Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico (1988).

Aprovaram a Lei de Bases do Ambiente (1987) e a Lei de Bases da Política Florestal (1996). Votaram favoravelmente ambos a Lei-Quadro dos Museus (2004), a Lei de Bases do Voluntariado (1998) e Lei de Bases da Economia social (2013). Aprovaram o Estatuto do Cuidador Informal (2019).

Votaram a favor das leis da educação sexual e planeamento familiar e da protecção da maternidade e da paternidade (1984) e a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos (2012). Aprovaram e propuseram conjuntamente a Lei dos direitos e deveres do utente dos serviços de saúde (2014).

Foram aprovando e redigindo juntos leis, votos e resoluções fundamentais sobre a transferência de Macau para a China (desde 1987) e sobre a luta pela independência de Timor (desde 1990). Aprovaram ambos a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (1997).

PSD e PCP (e BE, a partir da sua eleição) fizeram parte das maiorias que aprovaram a adesão nacional à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação contra as Mulheres (1980) e à Convenção de Istambul, que previne e combate a violência doméstica (2013).

Aprovaram as Convenção da @ilo (International Labour Organization) sobre a liberdade sindical e a protecção do direito sindical (1977) e a relativa às migrações em condições abusivas e à promoção da igualdade de oportunidade e de tratamento dos trabalhadores emigrantes (1978).

Aprovaram juntos as Convenções da ONU dos Direitos das Crianças (1998) e a Convenção Internacional sobre a eliminação de discriminação racial (1982). Aprovaram ambos a Carta Social Europeia (1992) e a Convenção-Quadro Europeia Para a Protecção das Minorias Nacionais (2001).

Votaram conjuntamente a favor da adesão de Portugal à Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1978). Aprovaram a adesão aos pactos das Nações Unidas referentes aos Direitos Civis e Políticos e aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais (1978).

PSD e a "extrema-esquerda" fizeram e aprovaram a Lei da Iniciativa legislativa de cidadãos (2003) e a Lei eleitoral para a Assembleia da República (1979). PSD e PCP aprovaram juntos o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores (1980).

Muito deste quadro legislativo e constitucional teria a oposição do chega. Naturais, óbvias e saudáveis divergências ideológicas à parte, o PSD sabe que a grande maioria da população vê o PCP e o BE como partidos democratas - o que torna perigosa a equiparação com quem não o é.

Dirigentes do PSD vêm agora condenar quem fez legislou com o PCP e BE, procurando desculpar a sua aliança com a extrema-direita. Vêm agora a correr para classificar partidos com quem fizeram a nossa democracia como algo ao mesmo nível de quem preferiria que ela nunca existisse.

Hoje, com todos, festeja a derrota de Trump e dos valores que representa. Em 2013, @RuiRioPSD afirmava: “O que me assusta não é o perigo de uma ditadura clássica, o que me assusta é que não vai haver uma revolução como em 1926 e vamos assistindo à degradação lenta da democracia".

 

Não sei como se trava a alegada "degradação lenta da democracia", mas de certeza que não é ao lado de quem defende os valores do regime instaurado em 1926. É ao lado de quem o derrotou e depois o enquadrou em 1976. E o foi construindo. Para melhor."»

David Crisóstomo no Twitter

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Todos corremos o risco de morrer da mais tenebrosa das mortes: a do esquecimento...

As regras e o seu cumprimento...

 Via Diário as Beiras

E o sul do quinto molhe, a Costa de Lavos e Leirosa a precisarem de areia como «pão para a boca»

Continua a não se conseguir entender nada do que é essencial. 
Via jornal Diário as Beiras.
"A Câmara da Figueira da Foz está interessada em comprar parte da areia, para o reforço dunar da Praia do Cabedelo, no âmbito das obras de requalificação que ali estão a decorrer. Neste momento, a areia para a retaguarda da duna do Cabedelo está a ser extraída do Cabedelinho, mas aquela praia não tem capacidade para fornecer os 80 mil metros cúbicos necessários. Caso não seja possível adquirir areia das dragagens, a autarquia terá de encontrar outra alternativa, que, em última instância, poderá passar pelo areal urbano".

Esqueçam o Jardim Municipal...

Em Junho do corrente ano, a Câmara da Figueira da Foz lançou o segundo concurso para a requalificação do jardim municipal e ruas envolventes. O preço base é de 1,3 milhões de euros. 

Na altura, enquanto estava a decorrer o processo, o presidente Carlos Monteiro disse ao DIÁRIO AS BEIRAS: "há várias empresas a pedirem esclarecimentos sobre a empreitada."


Recuemos, via Diário as Beiras, à reunião de câmara realizada 15 de Julho de 2019.


Tornamos a avançar. Estamos em 2020. 
1. O primeiro concurso ficou deserto. Os potenciais interessados consideraram baixo o valor apresentado pela autarquia para a obra. 
2. "Os 300 mil euros em Março de 2019 passaram a 800 mil em Julho do mesmo ano. Chegamos a Setembro e a requalificação do Jardim Municipal e envolvente, qual leilão, foi arrebatada ontem em reunião de câmara por 1 milhão e 200 mil (com votos a favor de 2/3 da “oposição”, apesar de considerarem o projecto “desnecessário”). Se contarmos com os habituais imprevistos, imponderáveis e rectificações, facilmente chegaremos ao milhão e meio de euros. Estamos a falar de um jardim do tamanho de um campo de futebol. Se um figueirense tem dificuldade em perceber um investimento deste tamanhão, como é que se explica este número ao resto do concelho?"
3. Segundo o apurado pelo OUTRA MARGEMem Janeiro passado já se admitia que o valor podia atingir 1 milhão e 400 mil euros!.. Fora o imprevisível!
4. Seis meses decorridos, em  Junho de 2020, a Câmara da Figueira da Foz lançou o segundo concurso para a requalificação do jardim municipal e ruas envolventes. O preço base é de 1,3 milhões de euros
5. Existirá um montante final a partir do qual já não será possível evoluir? Um ponto em que não seja possível ir mais longe? Qual será esse  ponto final parágrafo da evolução do custo previsto para a obra do jardim, um espaço que foi remodelado em 2005? 

Estamos perante a segunda vaga da pandemia COVID-19. Esta desgraça, que estava a caminho em vários sectores da nossa sociedade, só por causa da queda do turismo, caiu em força na Figueira. Os piores cenários, se ainda não estão, vão ter forçosamente de ser revistos. 
Infelizmente, para pior. 
Não estamos em tempo de carnaval, foguetório, samba e mais obras da treta. Basta o que basta: Buarcos, casco velho da cidade e o Cabedelo. 
Esqueçam o Jardim Municipal. 
Gastaram-se milhões em Buarcos, mas não criámos postos de trabalho. Gastámos milhões no casco velho da cidade, mas não criámos postos de trabalho. Gastámos milhões no Cabedelo, mas não criámos postos de trabalho.    
Bem pelo contrário: estou convicto que nas zonas afectadas pelo deficiente planeamento e execução a "conta-gotas" das obras em curso, liquidaram-se postos de trabalho criando dificuldades de sobrevivência económica a algumas dezenas, pelo menos, de agregados familiares. 
No difícil tempo que passa, na minha opinião, isto é uma obscenidade. 
Não se pense que estou apenas a culpar o executivo do PS. Culpo o executivo PS, culpo a oposição e culpo o eleitorado do concelho da Figueira, que reforçou a maioria absoluta do PS em Outubro de 2017 e continua desinteressada, amorfa, indiferente, sem protesto que se veja contra toda esta estupidez. 
Se não há dinheiro para apoiar as pessoas, as colectividades, as instituições, a manutenção das empresas e dos postos de trabalho, aquilo que realmente cria riqueza e sustenta os habitantes da Figueira, temos dinheiro para obras desnecessárias, só porque são as obras deste regime figueirense no poder desde Outubro de 2009? 
Sinceramente: seria caso para levar a rir, se tal não fosse excessivamente grave.