quarta-feira, 22 de julho de 2020
"Um dia o parque do Cabedelo vai abaixo. Pode ser já a 1 agosto"...
Via Diário de Notícias
«O parque de campismo da praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, tem os dias contados. Se tudo correr como a câmara planeia, as centenas de campistas vão ter de retirar tendas e caravanas até ao final do mês. Uma onda de contestação levanta-se, mas há um projeto de requalificação que está pronto a avançar.
Um diferendo entre a Câmara Municipal da Figueira da Foz e a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal pode levar centenas de campistas a abandonar forçosamente a praia do Cabedelo, já no próximo dia 1 de agosto. Em causa está o programa de requalificação urbana daquela zona balnear - bastante procurada pelos surfistas, mas também cada vez por mais veraneantes -, uma obra que já deveria estar concluída. Apresentada em 2018, o prazo de execução era de 15 meses. Desde o princípio que previa uma intervenção no espaço onde está o parque de campismo, além da criação de 600 lugares de estacionamento, que entretanto cresceram para 1000.
A primeira fase da empreitada (em curso) está orçada em 2,64M€ + IVA e contempla o recuo da estrada e do estacionamento, libertando a frente marítima, conforme aprovação do Plano de Praia, da APA (Associação Portuguesa do Ambiente) e do POOC (Plano de Ordenamento da Orla Costeira).
O parque de campismo Foz do Mondego, que existe no Cabedelo desde os anos 80, é o sonho de qualquer campista ou caravanista: fica praticamente em cima da praia, de frente para o mar. Durante anos manteve-se sob a alçada da gestão portuária do porto da Figueira da Foz, que entretanto comunicou à Federação de campismo que não iria renovar a concessão. A partir daí a concessão tornou-se precária, atribuída mensalmente e não anualmente, como era habitual.
Com a transferência dessas competências para os municípios, a Câmara da Figueira entrou noutro domínio de responsabilidade. "Renovámos essa necessidade de retirada, para podermos executar a obra que estava aprovada, projetada e que vamos executar", disse ao DN o presidente da autarquia, Carlos Monteiro.
O parque sai ou não sai?
"Andámos uma série de tempos em conversações. Chegámos a elaborar um projeto que eles nos enviaram, elaborámos um pequeno esquiço e definimos uma data: 15 de junho, para ver se interessava ou não. Responderam-nos que iam reunir a 7 de julho. Percebemos que a federação não queria ajustar o parque que lá tinha àquilo que eles mesmos nos tinham proposto, e tivemos que passar para o passo seguinte: tomar posse administrativa", acrescenta o autarca. E isso é o que deverá acontecer a 1 de agosto.
Foi precisamente um dia depois, a 8 de julho, que os campistas e trabalhadores do parque receberam uma comunicação da entidade gestora do parque. Nessa carta, assinada por João Queiroz, presidente da direção, a Federação informa os utentes do parque de "todo o processo negocial", informando que vai recorrer à via judicial, através de uma providência cautelar.
Questionado pelo DN, João Queiroz é perentório: "o assunto foi entregue ao nosso Gabinete Jurídico e, segundo informação dos nossos advogados, em 1 de agosto nada vai acontecer. Achamos que ainda pode imperar o bom senso e encontrarmos uma solução que permita ultrapassar este conflito."
Mas essa não é a opinião do presidente da câmara. "Dia 1 o parque passa para a câmara. A licença não foi renovada. E os campistas vão ter que sair", afirma Carlos Monteiro, que fala de um processo de negociação com todas as partes, sublinhando que "a federação foi sendo protelando". Por essa razão, considera que "a revolta dos campistas é fundamentalmente com a Federação, que nunca os pôs ao corrente nem nunca os informou do que se estava a passar. Cobrou-lhe taxas anuais quando sabia que tinha uma licença precária mensal".
A Câmara da Figueira vai tomar posse administrativa do parque. "Os campistas vão ter de sair a 1 de Agosto", diz o presidente.
Requalificar o parque
Sandrina Silva, uma das utentes do parque que desde 2017 mantém lá "uma caravana o ano inteiro", disse ao DN que a primeira comunicação que recebeu da FCMP foi o comunicado de 8 de julho. Tal como muitos outros campistas, deparou-se nos últimos dias com um conjunto de painéis no parque, sugerindo que a responsabilidade estará do lado da Câmara. Na manhã do dia 8, ligou para a Federação, para saber o que se passava, afinal. "Responderam-me que nesse dia haveria de receber um e-mail com a comunicação, e assim foi. Até agora nunca nos tinham feito aviso nenhum".
Tal como uma boa parte dos campistas, Sandrina encantou-se pelo mar do Cabedelo e pelas aulas de surf. Acabou por fazer um contrato anual com o parque, ao preço de 105 euros por mês, para uma caravana. Tal como ela, são muitos os utentes nesta condição. Mas uma volta pelo exterior do parque permite perceber que há quem o utilize bastante. "Mas aquilo não pode ser um bairro habitacional. Não é isso que se preconiza para os parques de campismo", sublinha o presidente da Câmara, que afinal não tenciona acabar, de todo, com um o parque, antes requalificá-lo.
"Aquele espaço não pode ser todo ele utilizado em termos de parque de campismo, ao abrigo do POOC, até no âmbito das alterações climáticas, do recurso estratégico programado", acrescenta Carlos Monteiro. O projeto passa por reduzir a área, dotando-o de bungalows e espaço para caravanas, mas muito mais reduzido.
Carlos Monteiro considera que não seria compatível requalificar o Cabedelo com "o estado de abandono em que aquele parque". Confrontado com o atraso da obra (que já deveria estar concluída), atribui-o ao impasse das negociações com a Federação de Campismo. E diz que equaciona mesmo "colocar uma ação judicial pelo danos causados".
João Queiroz recusa essa responsabilidade. Justifica que "o processo negocial coincidiu com a pandemia, mesmo na sua fase mais aguda, sendo certo que a FCMP não se furtou a diversas deslocações de Lisboa à Figueira da Foz, em inúmeros contactos com a Câmara, a várias reuniões da sua direção, não obstante os prazos curtíssimos, 5 dias, que nos foi imposto para cada passo que foi dado nas negociações".
"Falar em arrastamento neste contexto é , no mínimo, desculpa de mau pagador de quem prefere o conflito, que não desejamos, ao consenso", conclui o presidente da FCMP.
Ordenar o espaço público
A autarquia da Figueira conta abrir parte da zona intervencionada no Cabedelo "até ao final do mês de julho", garante o presidente. Numa praia em que a via de acesso tem apenas uma entrada e saída, o estacionamento desordenado e sobrelotado facilmente tornam o trânsito caótico. Carlos Monteiro adianta que, quando a obra estiver concluída, serão 1000 lugares de estacionamento à disposição de uma praia que este ano tem 4.100 (ou 5,100, dependendo das marés) pessoas de carga máxima, segundo as orientações da DGS.
O recuo estratégico programado (que vai acabar com a atual estrada e passar a fazer o acesso por uma via paralela entretanto já construída) "irá libertar a pressão sobre a linha de costa", garante o autarca. Mas a associação SOS Cabedelo considera que a obra "precisa ainda de muitos ajustes", tal como defende Eurico Gonçalves, presidente daquela organização e proprietário de uma das duas escolas de surf que existem na praia. Como está desde 2012 num espaço provisório (junto ao parque de campismo), não entrou nas negociações com a autarquia, ao contrário do que aconteceu com a outra escola, que acabou por ser indemnizada em 45 mil euros. Também um café que existia na zona intervencionada foi alvo de uma contrapartida no valor de 80 mil euros.
"O nosso foco é o mar"
"Estou expectante. Mas desconfio muito da eficácia desta obra", acrescenta Eurico. A associação a que preside continua "mais preocupada com esta linha de costa e com a preservação das ondas, a que ninguém parece ligar. Só os surfistas e os pescadores compreendem o que tem vindo a acontecer".
Na praia do Cabedelo - que passou a ser vigiada apenas há meia dúzia de anos - "não há semana nenhuma em que os surfistas não tenham que ir buscar alguém ao mar", conta ao DN Miguel Figueira, outro ativista da SOS Cabedelo, um dos autores da exposição "o mar é a nossa terra", que por estes dias está em exposição no CCB. Natural da Figueira da Foz, foi um dos primeiros surfistas no Cabedelo, a par do amigo Eurico Gonçalves. Ambos se lembram ver de ver nascer o parque de campismo, e ambos concordam que assim não pode continuar. Mas lamentam que, em todo este processo, o movimento cívico a que dão corpo nos últimos 10 anos "nunca tenha sido ouvido, ao longo de todo este processo, no âmbito da requalificação", diz Eurico.
A SOS Cabedelo insiste que o foco deve estar no mar. "Tudo o que se passa a sul do Mondego tem impacto até ao Canhão da Nazaré. Por isso insistimos tanto com o fim das ripagens, por isso fizemos uma queixa à Comissão Europeia, por isso vemos as coisas ao contrário: quando nos vêm falar de uma praça do surf, no âmbito da requalificação urbana, o que temos a dizer é que a nossa praça é o mar".
«O parque de campismo da praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, tem os dias contados. Se tudo correr como a câmara planeia, as centenas de campistas vão ter de retirar tendas e caravanas até ao final do mês. Uma onda de contestação levanta-se, mas há um projeto de requalificação que está pronto a avançar.
Um diferendo entre a Câmara Municipal da Figueira da Foz e a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal pode levar centenas de campistas a abandonar forçosamente a praia do Cabedelo, já no próximo dia 1 de agosto. Em causa está o programa de requalificação urbana daquela zona balnear - bastante procurada pelos surfistas, mas também cada vez por mais veraneantes -, uma obra que já deveria estar concluída. Apresentada em 2018, o prazo de execução era de 15 meses. Desde o princípio que previa uma intervenção no espaço onde está o parque de campismo, além da criação de 600 lugares de estacionamento, que entretanto cresceram para 1000.
A primeira fase da empreitada (em curso) está orçada em 2,64M€ + IVA e contempla o recuo da estrada e do estacionamento, libertando a frente marítima, conforme aprovação do Plano de Praia, da APA (Associação Portuguesa do Ambiente) e do POOC (Plano de Ordenamento da Orla Costeira).
O parque de campismo Foz do Mondego, que existe no Cabedelo desde os anos 80, é o sonho de qualquer campista ou caravanista: fica praticamente em cima da praia, de frente para o mar. Durante anos manteve-se sob a alçada da gestão portuária do porto da Figueira da Foz, que entretanto comunicou à Federação de campismo que não iria renovar a concessão. A partir daí a concessão tornou-se precária, atribuída mensalmente e não anualmente, como era habitual.
Com a transferência dessas competências para os municípios, a Câmara da Figueira entrou noutro domínio de responsabilidade. "Renovámos essa necessidade de retirada, para podermos executar a obra que estava aprovada, projetada e que vamos executar", disse ao DN o presidente da autarquia, Carlos Monteiro.
O parque sai ou não sai?
"Andámos uma série de tempos em conversações. Chegámos a elaborar um projeto que eles nos enviaram, elaborámos um pequeno esquiço e definimos uma data: 15 de junho, para ver se interessava ou não. Responderam-nos que iam reunir a 7 de julho. Percebemos que a federação não queria ajustar o parque que lá tinha àquilo que eles mesmos nos tinham proposto, e tivemos que passar para o passo seguinte: tomar posse administrativa", acrescenta o autarca. E isso é o que deverá acontecer a 1 de agosto.
Foi precisamente um dia depois, a 8 de julho, que os campistas e trabalhadores do parque receberam uma comunicação da entidade gestora do parque. Nessa carta, assinada por João Queiroz, presidente da direção, a Federação informa os utentes do parque de "todo o processo negocial", informando que vai recorrer à via judicial, através de uma providência cautelar.
Questionado pelo DN, João Queiroz é perentório: "o assunto foi entregue ao nosso Gabinete Jurídico e, segundo informação dos nossos advogados, em 1 de agosto nada vai acontecer. Achamos que ainda pode imperar o bom senso e encontrarmos uma solução que permita ultrapassar este conflito."
Mas essa não é a opinião do presidente da câmara. "Dia 1 o parque passa para a câmara. A licença não foi renovada. E os campistas vão ter que sair", afirma Carlos Monteiro, que fala de um processo de negociação com todas as partes, sublinhando que "a federação foi sendo protelando". Por essa razão, considera que "a revolta dos campistas é fundamentalmente com a Federação, que nunca os pôs ao corrente nem nunca os informou do que se estava a passar. Cobrou-lhe taxas anuais quando sabia que tinha uma licença precária mensal".
A Câmara da Figueira vai tomar posse administrativa do parque. "Os campistas vão ter de sair a 1 de Agosto", diz o presidente.
Requalificar o parque
Sandrina Silva, uma das utentes do parque que desde 2017 mantém lá "uma caravana o ano inteiro", disse ao DN que a primeira comunicação que recebeu da FCMP foi o comunicado de 8 de julho. Tal como muitos outros campistas, deparou-se nos últimos dias com um conjunto de painéis no parque, sugerindo que a responsabilidade estará do lado da Câmara. Na manhã do dia 8, ligou para a Federação, para saber o que se passava, afinal. "Responderam-me que nesse dia haveria de receber um e-mail com a comunicação, e assim foi. Até agora nunca nos tinham feito aviso nenhum".
Tal como uma boa parte dos campistas, Sandrina encantou-se pelo mar do Cabedelo e pelas aulas de surf. Acabou por fazer um contrato anual com o parque, ao preço de 105 euros por mês, para uma caravana. Tal como ela, são muitos os utentes nesta condição. Mas uma volta pelo exterior do parque permite perceber que há quem o utilize bastante. "Mas aquilo não pode ser um bairro habitacional. Não é isso que se preconiza para os parques de campismo", sublinha o presidente da Câmara, que afinal não tenciona acabar, de todo, com um o parque, antes requalificá-lo.
"Aquele espaço não pode ser todo ele utilizado em termos de parque de campismo, ao abrigo do POOC, até no âmbito das alterações climáticas, do recurso estratégico programado", acrescenta Carlos Monteiro. O projeto passa por reduzir a área, dotando-o de bungalows e espaço para caravanas, mas muito mais reduzido.
Carlos Monteiro considera que não seria compatível requalificar o Cabedelo com "o estado de abandono em que aquele parque". Confrontado com o atraso da obra (que já deveria estar concluída), atribui-o ao impasse das negociações com a Federação de Campismo. E diz que equaciona mesmo "colocar uma ação judicial pelo danos causados".
João Queiroz recusa essa responsabilidade. Justifica que "o processo negocial coincidiu com a pandemia, mesmo na sua fase mais aguda, sendo certo que a FCMP não se furtou a diversas deslocações de Lisboa à Figueira da Foz, em inúmeros contactos com a Câmara, a várias reuniões da sua direção, não obstante os prazos curtíssimos, 5 dias, que nos foi imposto para cada passo que foi dado nas negociações".
"Falar em arrastamento neste contexto é , no mínimo, desculpa de mau pagador de quem prefere o conflito, que não desejamos, ao consenso", conclui o presidente da FCMP.
Ordenar o espaço público
A autarquia da Figueira conta abrir parte da zona intervencionada no Cabedelo "até ao final do mês de julho", garante o presidente. Numa praia em que a via de acesso tem apenas uma entrada e saída, o estacionamento desordenado e sobrelotado facilmente tornam o trânsito caótico. Carlos Monteiro adianta que, quando a obra estiver concluída, serão 1000 lugares de estacionamento à disposição de uma praia que este ano tem 4.100 (ou 5,100, dependendo das marés) pessoas de carga máxima, segundo as orientações da DGS.
O recuo estratégico programado (que vai acabar com a atual estrada e passar a fazer o acesso por uma via paralela entretanto já construída) "irá libertar a pressão sobre a linha de costa", garante o autarca. Mas a associação SOS Cabedelo considera que a obra "precisa ainda de muitos ajustes", tal como defende Eurico Gonçalves, presidente daquela organização e proprietário de uma das duas escolas de surf que existem na praia. Como está desde 2012 num espaço provisório (junto ao parque de campismo), não entrou nas negociações com a autarquia, ao contrário do que aconteceu com a outra escola, que acabou por ser indemnizada em 45 mil euros. Também um café que existia na zona intervencionada foi alvo de uma contrapartida no valor de 80 mil euros.
"O nosso foco é o mar"
"Estou expectante. Mas desconfio muito da eficácia desta obra", acrescenta Eurico. A associação a que preside continua "mais preocupada com esta linha de costa e com a preservação das ondas, a que ninguém parece ligar. Só os surfistas e os pescadores compreendem o que tem vindo a acontecer".
Na praia do Cabedelo - que passou a ser vigiada apenas há meia dúzia de anos - "não há semana nenhuma em que os surfistas não tenham que ir buscar alguém ao mar", conta ao DN Miguel Figueira, outro ativista da SOS Cabedelo, um dos autores da exposição "o mar é a nossa terra", que por estes dias está em exposição no CCB. Natural da Figueira da Foz, foi um dos primeiros surfistas no Cabedelo, a par do amigo Eurico Gonçalves. Ambos se lembram ver de ver nascer o parque de campismo, e ambos concordam que assim não pode continuar. Mas lamentam que, em todo este processo, o movimento cívico a que dão corpo nos últimos 10 anos "nunca tenha sido ouvido, ao longo de todo este processo, no âmbito da requalificação", diz Eurico.
A SOS Cabedelo insiste que o foco deve estar no mar. "Tudo o que se passa a sul do Mondego tem impacto até ao Canhão da Nazaré. Por isso insistimos tanto com o fim das ripagens, por isso fizemos uma queixa à Comissão Europeia, por isso vemos as coisas ao contrário: quando nos vêm falar de uma praça do surf, no âmbito da requalificação urbana, o que temos a dizer é que a nossa praça é o mar".
A requalificação do Cabedelo e os palheiros da Cova...
Em defesa da preservação da história da Cova e Gala
Na nossa vida, há períodos para parar e pensar. Tempos de paragem. Tempos de reflexão. Tempo de olhar o passado, repensar conceitos e olhar para futuro.
Inserir e integrar o passado na realidade do presente.
Há uma luz renovada nas águas do Cabedelo, apesar do sol já ter desaparecido no horizonte. Abandono o Cabedelo, a pé pela praia já escura. Chego à Cova e recordo os palheiros que aqui existiram até meados do século passado.
Na margem sul do Mondego predominavam os extensos campos dunares que se estendiam desde a embocadura do rio, seguindo para sul pelo litoral.
As pequenas povoações piscatórias eram caracterizadas por construções primitivas de madeira, erguidas por estacaria e denominadas de palheiros.
A necessidade de não se distanciarem do mar obrigava a construções adaptadas às condições de instabilidade do terreno para vencerem a dinâmica litoral inerente à acção dos ventos e do mar.
A povoação Cova de Lavos foi um exemplo típico desse tipo de aglomerado de palheiros.
Hoje apenas denominada de Cova, a povoação lembrava uma aldeia lacustre construída sobre uma depressão dunar, em frente ao mar.
Os palheiros da Cova, disseminados por vezes em arruamentos, foram sempre de forma rectangular e chegaram a totalizar as cinco centenas de habitações.
Eram habitados por pescadores oriundos de Ílhavo e constituiram uma das formas mais características de povoamento do litoral português.
Hoje, nada resta dessa recordação...
Com o chegada do turismo e dos banhos de mar, a Cova começou a sofrer uma progressiva urbanização que a descarectizou.
As actividades piscatórias foram relegadas para segundo plano, restando, porém, ainda uma companha em actividade.
Na praia da Cova os palheiros foram substituídos por blocos de apartamentos, sem traça e caracter definidos, o que tornou a Aldeia um espaço ambíguo e sem memória.
Na Cova, sento-me num banco a olhar o mar.
Continua a ser tempo de paragem e tempo de reflexão.
O momento, este momento, é o futuro, que me é permitido viver. E imagino: e se no Cabedelo as Escolas de Surf e os bares que (dizem) lá vão instalar, recuperam-se (com o interior adaptado ao conforto dos tempos modernos) a realidade da traça exterior e a memória que foram os palheiros?
Será que esta sugestão não pode ser ainda inserida na versão final do plano de requalificação do Cabedelo? Espero que os arquitectos, que não sabemos por onde andam, aproveitem a ideia, pois isso seria defender o património cultural da freguesia de S. Pedro e a memória histórica. Mesmo que facturem mais uns milhares de euros, como trabalhos a mais...
Na imagem, para terem uma ideia, mais actual, fica um minucuoso trabalho de uma miniatura/reconstrução histórica dos palheiros, que foram durante muito tempo na Cova a única casa do povoado. Um trabalho excelente, feito com o rigor e a minúcia que é reconhecida há muito ao meu conterrâneo e Amigo Manuel Alberto Afonso.
Na nossa vida, há períodos para parar e pensar. Tempos de paragem. Tempos de reflexão. Tempo de olhar o passado, repensar conceitos e olhar para futuro.
Inserir e integrar o passado na realidade do presente.
Há uma luz renovada nas águas do Cabedelo, apesar do sol já ter desaparecido no horizonte. Abandono o Cabedelo, a pé pela praia já escura. Chego à Cova e recordo os palheiros que aqui existiram até meados do século passado.
Na margem sul do Mondego predominavam os extensos campos dunares que se estendiam desde a embocadura do rio, seguindo para sul pelo litoral.
As pequenas povoações piscatórias eram caracterizadas por construções primitivas de madeira, erguidas por estacaria e denominadas de palheiros.
A necessidade de não se distanciarem do mar obrigava a construções adaptadas às condições de instabilidade do terreno para vencerem a dinâmica litoral inerente à acção dos ventos e do mar.
A povoação Cova de Lavos foi um exemplo típico desse tipo de aglomerado de palheiros.
Hoje apenas denominada de Cova, a povoação lembrava uma aldeia lacustre construída sobre uma depressão dunar, em frente ao mar.
Os palheiros da Cova, disseminados por vezes em arruamentos, foram sempre de forma rectangular e chegaram a totalizar as cinco centenas de habitações.
Eram habitados por pescadores oriundos de Ílhavo e constituiram uma das formas mais características de povoamento do litoral português.
Hoje, nada resta dessa recordação...
Com o chegada do turismo e dos banhos de mar, a Cova começou a sofrer uma progressiva urbanização que a descarectizou.
As actividades piscatórias foram relegadas para segundo plano, restando, porém, ainda uma companha em actividade.
Na praia da Cova os palheiros foram substituídos por blocos de apartamentos, sem traça e caracter definidos, o que tornou a Aldeia um espaço ambíguo e sem memória.
Na Cova, sento-me num banco a olhar o mar.
Continua a ser tempo de paragem e tempo de reflexão.
O momento, este momento, é o futuro, que me é permitido viver. E imagino: e se no Cabedelo as Escolas de Surf e os bares que (dizem) lá vão instalar, recuperam-se (com o interior adaptado ao conforto dos tempos modernos) a realidade da traça exterior e a memória que foram os palheiros?
Será que esta sugestão não pode ser ainda inserida na versão final do plano de requalificação do Cabedelo? Espero que os arquitectos, que não sabemos por onde andam, aproveitem a ideia, pois isso seria defender o património cultural da freguesia de S. Pedro e a memória histórica. Mesmo que facturem mais uns milhares de euros, como trabalhos a mais...
Na imagem, para terem uma ideia, mais actual, fica um minucuoso trabalho de uma miniatura/reconstrução histórica dos palheiros, que foram durante muito tempo na Cova a única casa do povoado. Um trabalho excelente, feito com o rigor e a minúcia que é reconhecida há muito ao meu conterrâneo e Amigo Manuel Alberto Afonso.
terça-feira, 21 de julho de 2020
A reacção do Vereador Miguel Babo à noticia de hoje no Diário As Beiras
Via Carlos Tenreiro - Mudar Porque a Figueira Merece
"Na última reunião de câmara e a propósito da decisão da Câmara Municipal relativamente à decisão de não prorrogar o alvará nº33/2012 que permitia a exploração do parque campismo de Cabedelo pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal fiz uma intervenção em que em primeira instância culpava o executivo pela situação criada ao não ter cumprido o plano dia ARU aprovado por unanimidade, que previa a deslocalização do parque campismo para uma outra zona do Cabelo. Mais, disse que parte do erro tinha passado pela contratação do paisagista Bettencourt, que ficou célebre pela apresentação pública do projecto no Cabedelo onde citou Golfe em vez de Surf e se referiu a uma zona do projecto onde se podia praticar “aquela coisa que tem uma tábua e uma rodas”, não sabendo o nome do Skate para o qual tinha supostamente desenhado uma pista. Ao não colocarem o “novo parque de campismo” na candidatura aos fundos comunitários terão sido os grandes responsáveis pela actual situação no que se refere ao Parque de Campismo. Defendi sempre que os campistas do cabedelo tinham sido, e são, muito importantes, mesmo imprescindíveis, para o Cabedelo, no que diz respeito à sua pacificação e humanização. Disse, quer nesta reunião, quer em inúmeras intervenções anteriores, que a presença destas famílias no Cabedelo, a sua vivência, a sua presença à noite, tão importantes para se evitarem actos marginais naquele lugar, foram fundamentais para a celebrizarão daquele espaço e sucesso que tem junto de quem o visita.
Ficando tudo isto bem claro critiquei de seguida a actuação da FCMP pelo facto de, no meu entender, nunca se ter verdadeiramente importando pelos campistas, que estão e querem continuar a estar, no cabedelo. Basta saber que a referida federação propôs fazer-se um novo parque de campismo em Quiaios. Como facilmente se entende a FPCC não se manifestou preocupada com a presença das pessoas no Cabedelo apenas se manifestou preocupada que as pessoas possam estar num espaço concessionado por eles. Por esta razão, porque defendo que os campistas devem ter o seu espaço no Cabedelo, entendo que será positivo que se remodele o actual parque de campismo, já não havendo a hipótese de o deslocalizar por responsabilidade da CMFF, e que o parque de campismo passe a ser municipal já que é a CMFF que vai fazer a obra e gastar o dinheiro e porque poderá ser a entidade quer mais desinteressadamente poderá cuidar dos interesses do Cabedelo, dos figueirenses e dos campistas.
Esta foi, em síntese, a minha intervenção na CMFF. Não posso pois deixar de ficar indignado que a única coisa que o “Diário das Beiras” no artigo de hoje, terça-feira, 21 de Julho de 2020, tenha referido da minha intervenção ser a minha concordância e apoio ao Presidente Carlos Monteiro na crítica ao procedimento da Federação Portuguesa Campismo e Montanhismo de Portugal."
"Na última reunião de câmara e a propósito da decisão da Câmara Municipal relativamente à decisão de não prorrogar o alvará nº33/2012 que permitia a exploração do parque campismo de Cabedelo pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal fiz uma intervenção em que em primeira instância culpava o executivo pela situação criada ao não ter cumprido o plano dia ARU aprovado por unanimidade, que previa a deslocalização do parque campismo para uma outra zona do Cabelo. Mais, disse que parte do erro tinha passado pela contratação do paisagista Bettencourt, que ficou célebre pela apresentação pública do projecto no Cabedelo onde citou Golfe em vez de Surf e se referiu a uma zona do projecto onde se podia praticar “aquela coisa que tem uma tábua e uma rodas”, não sabendo o nome do Skate para o qual tinha supostamente desenhado uma pista. Ao não colocarem o “novo parque de campismo” na candidatura aos fundos comunitários terão sido os grandes responsáveis pela actual situação no que se refere ao Parque de Campismo. Defendi sempre que os campistas do cabedelo tinham sido, e são, muito importantes, mesmo imprescindíveis, para o Cabedelo, no que diz respeito à sua pacificação e humanização. Disse, quer nesta reunião, quer em inúmeras intervenções anteriores, que a presença destas famílias no Cabedelo, a sua vivência, a sua presença à noite, tão importantes para se evitarem actos marginais naquele lugar, foram fundamentais para a celebrizarão daquele espaço e sucesso que tem junto de quem o visita.
Ficando tudo isto bem claro critiquei de seguida a actuação da FCMP pelo facto de, no meu entender, nunca se ter verdadeiramente importando pelos campistas, que estão e querem continuar a estar, no cabedelo. Basta saber que a referida federação propôs fazer-se um novo parque de campismo em Quiaios. Como facilmente se entende a FPCC não se manifestou preocupada com a presença das pessoas no Cabedelo apenas se manifestou preocupada que as pessoas possam estar num espaço concessionado por eles. Por esta razão, porque defendo que os campistas devem ter o seu espaço no Cabedelo, entendo que será positivo que se remodele o actual parque de campismo, já não havendo a hipótese de o deslocalizar por responsabilidade da CMFF, e que o parque de campismo passe a ser municipal já que é a CMFF que vai fazer a obra e gastar o dinheiro e porque poderá ser a entidade quer mais desinteressadamente poderá cuidar dos interesses do Cabedelo, dos figueirenses e dos campistas.
Esta foi, em síntese, a minha intervenção na CMFF. Não posso pois deixar de ficar indignado que a única coisa que o “Diário das Beiras” no artigo de hoje, terça-feira, 21 de Julho de 2020, tenha referido da minha intervenção ser a minha concordância e apoio ao Presidente Carlos Monteiro na crítica ao procedimento da Federação Portuguesa Campismo e Montanhismo de Portugal."
Merecemos respeito; chega de circo e ajudem-nos com medidas concrectas que até agora não apareceram
"CDS de Ovar recusa participar em cerimónias de "folclore político" com Marcelo"...
"Ovar já deveria ter tido medidas de apoio especiais à economia por parte do Estado, mas temos um Governo que ignora as nossas circunstâncias, que foram diferentes do resto do país, e temos um presidente da Câmara que acolhe esses mesmos governantes porque se fascina com o mediatismo que isso lhe dá, esquecendo-se, porém, que o município sai penalizado com tanta associação à pandemia na comunicação social”, afirma o presidente da concelhia do CDS-PP, Daniel Malícia.
Nessa perspetiva, o presidente da concelhia do CDS informa: “Fazemos questão de nos demarcar deste folclore político que só beneficia o presidente da Câmara para as suas ambições políticas e de nada serve a Ovar”.
"Ovar já deveria ter tido medidas de apoio especiais à economia por parte do Estado, mas temos um Governo que ignora as nossas circunstâncias, que foram diferentes do resto do país, e temos um presidente da Câmara que acolhe esses mesmos governantes porque se fascina com o mediatismo que isso lhe dá, esquecendo-se, porém, que o município sai penalizado com tanta associação à pandemia na comunicação social”, afirma o presidente da concelhia do CDS-PP, Daniel Malícia.
Nessa perspetiva, o presidente da concelhia do CDS informa: “Fazemos questão de nos demarcar deste folclore político que só beneficia o presidente da Câmara para as suas ambições políticas e de nada serve a Ovar”.
Sou um "privilegiado": da janela da minha casa vou poder ver um "investimento de 1,6 ME"...
«Um grupo de empresários vai investir 1,6 milhões de euros na reactivação para fins turísticos da Salina da Gala, na Figueira da Foz, anunciou hoje um dos promotores.
João Girão, da empresa Cristal Salt 2A, disse à agência Lusa que o projecto de recuperação para o turismo da salina, com uma área de 40 mil metros quadrados, na freguesia de São Pedro, abrange “as vertentes pedagógica, histórico-museográfica e da saúde”.
“Estamos a preparar o lançamento da primeira pedra no início de outubro, com a presença de várias individualidades e convidados”, adiantou, para indicar que a iniciativa parte de um grupo de empresários da região de Coimbra empenhados no “renascer da Salina da Gala numa das zonas mais emblemáticas do ancestral e tradicional sector” da exploração do sal.
Os investidores querem “recuperar a antiga salina e a área envolvente”, estando já em curso a primeira fase do empreendimento, referiu o arquitecto João Girão.
Entretanto, “algumas intervenções foram já realizadas com fundos próprios”, devendo os promotores candidatar os restantes investimentos aos apoios financeiros da União Europeia.
“Temos disponibilidade para valorizar este tipo de actividade”, adiantou, ao salientar que o empreendimento turístico revela “manifesto interesse para a promoção e divulgação” da Figueira da Foz, um município do distrito de Coimbra “com pergaminhos conquistados ao longo dos séculos”.
Todas as estruturas do projecto, de acordo com um comunicado da Crystal Salt 2A, “terão a particularidade de retomar o modelo tradicional das construções [em madeira] da Cova Gala, designadas por ‘palhoças’, na metodologia construtiva, ecológica e sustentável, no intuito de preservação dos valores culturais e ambientais”.
Na nota, os promotores realçam que o concelho balnear tem “uma imagem de terra de acolhimento, de sabores, de marnotos, de sal e de pescarias, de peixes e de pescadores, de praias e de mar, de serra e de rio, em que a ‘Rainha das Praias de Portugal’ sabe, com charme e simplicidade, receber, num dos mais notórios destinos, os portugueses e os estrangeiros”.»
Via Notícias de Coimbra
João Girão, da empresa Cristal Salt 2A, disse à agência Lusa que o projecto de recuperação para o turismo da salina, com uma área de 40 mil metros quadrados, na freguesia de São Pedro, abrange “as vertentes pedagógica, histórico-museográfica e da saúde”.
“Estamos a preparar o lançamento da primeira pedra no início de outubro, com a presença de várias individualidades e convidados”, adiantou, para indicar que a iniciativa parte de um grupo de empresários da região de Coimbra empenhados no “renascer da Salina da Gala numa das zonas mais emblemáticas do ancestral e tradicional sector” da exploração do sal.
Os investidores querem “recuperar a antiga salina e a área envolvente”, estando já em curso a primeira fase do empreendimento, referiu o arquitecto João Girão.
Entretanto, “algumas intervenções foram já realizadas com fundos próprios”, devendo os promotores candidatar os restantes investimentos aos apoios financeiros da União Europeia.
“Temos disponibilidade para valorizar este tipo de actividade”, adiantou, ao salientar que o empreendimento turístico revela “manifesto interesse para a promoção e divulgação” da Figueira da Foz, um município do distrito de Coimbra “com pergaminhos conquistados ao longo dos séculos”.
Todas as estruturas do projecto, de acordo com um comunicado da Crystal Salt 2A, “terão a particularidade de retomar o modelo tradicional das construções [em madeira] da Cova Gala, designadas por ‘palhoças’, na metodologia construtiva, ecológica e sustentável, no intuito de preservação dos valores culturais e ambientais”.
Na nota, os promotores realçam que o concelho balnear tem “uma imagem de terra de acolhimento, de sabores, de marnotos, de sal e de pescarias, de peixes e de pescadores, de praias e de mar, de serra e de rio, em que a ‘Rainha das Praias de Portugal’ sabe, com charme e simplicidade, receber, num dos mais notórios destinos, os portugueses e os estrangeiros”.»
Via Notícias de Coimbra
Na Figueira, nem os cães preocupam os eleitores, quanto mais as pessoas!..
Nem todos que se preocupam com o bem-estar animal (...e não têm qualquer problema em reagir a uma notícia como a da barbaridade que aconteceu no passado fim-de-semana com os animais de um canil clandestino), reagem da mesma forma activa e afirmativa a notícias do mesmo teor, se as notícias se referirem sobre decisões políticas com implicações graves no fuuro das pessoas.
Atenção: não estou a desvalorizar o que aonteceu em S. Tirso. Só que na Figueira, as minhas preocupações com o "bem estar animal" são desnecessárias. Na Figueira, até os cães e os gatos vão viver melhor! A notícia está nas BEIRAS de 9 de Outubro de 2018.
"Autarquia vai investir 500 mil euros em novo canil e gatil", pode ver-se numa chamada de primeira página do jornal AS BEIRAS.
Na página 9 pode ler-ser que, "inicialmente, foi indicada a Várzea de Tavarede, mas, neste momento, «o local ainda não está definido, ou seja, a autarquia ainda está a analisar opções».
A câmara garante, no entanto, que «não é intenção construir, num único ano, um megacentro de recolha animal, mas antes definir um terreno que, até ao final de 2018, possa começar a receber as infraestruturas básicas para funcionar e que tenha, também, capacidade para aí se poder adicionar boxes e espaços comuns para os animais que venham a estar sob custódia municipal»."
O vereador do «bem-estar animal» é o Miguel Pereira. Algo se terá entretanto passado, que desconheço, porque passados quase dois anos, nada.
Aliás: rectificando. 1 de julho de 2019, Carlos Monteiro, presidente da câmara.
«O novo canil/gatil municipal poderá ser construído junto ao campo de futebol do Bom Sucesso, no extremo norte do concelho, enquanto o centro de recolha de animais deverá ser instalado no complexo logístico da Câmara da Figueira da Foz, na Várzea de Tavarede, zona urbana. O actual canil, no horto municipal, tem capacidade para 16 animais e alberga cerca de 30, em jaulas exíguas. “Estamos a tratar de termos um canil municipal de alguma dimensão na zona do Bom Sucesso, num terreno que nos parece reunir as condições, e pretendemos construir o centro de recolha central junto ao quartel dos Bombeiros Municipais”, adiantou o presidente da câmara, Carlos Monteiro, ao DIÁRIO AS BEIRAS. “Todos nós queremos que os animais sejam tratados com as melhores condições possíveis. E também queremos que o canil não interfira com a qualidade de vida das pessoas, nomeadamente, em termos de ruído”, defendeu Carlos Monteiro.
Perguntado pelo DIÁRIO AS BEIRAS se concorda com a instalação do canil na freguesia, o presidente da Junta do Bom Sucesso, Carlos Batata, respondeu que “dependerá das contrapartidas”.»
Portanto, tratado que está o "bem estar animal" pela vereação executiva da câmara municipal da Figueira da Foz, perturba-me é dar conta que na Figueira, a maioria não reage sequer a notícias sobre animais e fica imperturbável quando a notícia é sobre humanos.
Alguém, está preocupado, se a câmara muncipal da Figueira da Foz tomar posse administrativa do Parque de Campismo Foz do Mondego, com o que vai acontecer aos trabalhadores que prestam serviço na estrutura, alguns há dezenas de anos?
Reagir a desgraças que acontecem com os animais, socialmente até é mais simpático: está-se em paz e harmonia com o BE e não há o perigo de se estar a alinhar, nomeadamente, com os comunistas...
Atenção: não estou a desvalorizar o que aonteceu em S. Tirso. Só que na Figueira, as minhas preocupações com o "bem estar animal" são desnecessárias. Na Figueira, até os cães e os gatos vão viver melhor! A notícia está nas BEIRAS de 9 de Outubro de 2018.
"Autarquia vai investir 500 mil euros em novo canil e gatil", pode ver-se numa chamada de primeira página do jornal AS BEIRAS.
Na página 9 pode ler-ser que, "inicialmente, foi indicada a Várzea de Tavarede, mas, neste momento, «o local ainda não está definido, ou seja, a autarquia ainda está a analisar opções».
A câmara garante, no entanto, que «não é intenção construir, num único ano, um megacentro de recolha animal, mas antes definir um terreno que, até ao final de 2018, possa começar a receber as infraestruturas básicas para funcionar e que tenha, também, capacidade para aí se poder adicionar boxes e espaços comuns para os animais que venham a estar sob custódia municipal»."
O vereador do «bem-estar animal» é o Miguel Pereira. Algo se terá entretanto passado, que desconheço, porque passados quase dois anos, nada.
Aliás: rectificando. 1 de julho de 2019, Carlos Monteiro, presidente da câmara.
«O novo canil/gatil municipal poderá ser construído junto ao campo de futebol do Bom Sucesso, no extremo norte do concelho, enquanto o centro de recolha de animais deverá ser instalado no complexo logístico da Câmara da Figueira da Foz, na Várzea de Tavarede, zona urbana. O actual canil, no horto municipal, tem capacidade para 16 animais e alberga cerca de 30, em jaulas exíguas. “Estamos a tratar de termos um canil municipal de alguma dimensão na zona do Bom Sucesso, num terreno que nos parece reunir as condições, e pretendemos construir o centro de recolha central junto ao quartel dos Bombeiros Municipais”, adiantou o presidente da câmara, Carlos Monteiro, ao DIÁRIO AS BEIRAS. “Todos nós queremos que os animais sejam tratados com as melhores condições possíveis. E também queremos que o canil não interfira com a qualidade de vida das pessoas, nomeadamente, em termos de ruído”, defendeu Carlos Monteiro.
Perguntado pelo DIÁRIO AS BEIRAS se concorda com a instalação do canil na freguesia, o presidente da Junta do Bom Sucesso, Carlos Batata, respondeu que “dependerá das contrapartidas”.»
Portanto, tratado que está o "bem estar animal" pela vereação executiva da câmara municipal da Figueira da Foz, perturba-me é dar conta que na Figueira, a maioria não reage sequer a notícias sobre animais e fica imperturbável quando a notícia é sobre humanos.
Alguém, está preocupado, se a câmara muncipal da Figueira da Foz tomar posse administrativa do Parque de Campismo Foz do Mondego, com o que vai acontecer aos trabalhadores que prestam serviço na estrutura, alguns há dezenas de anos?
Reagir a desgraças que acontecem com os animais, socialmente até é mais simpático: está-se em paz e harmonia com o BE e não há o perigo de se estar a alinhar, nomeadamente, com os comunistas...
OBRAS NA FIGUEIRA (viver aqui, litoral próspero de outros tempos, significa não ter tradição do exercício da cidadania, de lutas, muito menos manifestações. Aqui, registo um desfile de Abril. Quanto ao 1º de Maio: são sempre os mesmos, a reboque dos sindicalistas resistentes) 2
"Alguém disse, mais ou menos assim, que numa cidade todos sabem o que ela é, mas quando se lhes pede que a definam ninguém o consegue – pelo menos de forma mais ou menos consensual.
Aceitando o exagero, com alguma bonomia, da afirmação anterior, tenho para mim que nos últimos anos tem faltado à Figueira uma equipa camarária à altura dos desafios que um novo paradigma urbanístico pressupõe, seja porque não tem qualquer noção do que significa uma programação pública das intervenções no território, porque não consegue intervir de forma integrada, nem conjunta, nem sequer cumprindo prazos ou orçamentos, e finalmente porque não desenvolve a prática do estabelecimento de parcerias.
A Baixa da Figueira tem sido vítima de intervenções nem sempre felizes, de indecisões, de limitações e de sobre pagamento de estacionamento, de falta de políticas de atração de públicos, de efetiva e feroz concorrência de novos espaços e centralidades, e portanto precisa hoje de uma ação concertada (política, económica e social) que lhe devolva importância, valor, em suma, centralidade.
Assim, como já o defendi em relação à rua da República, não me parece que discutir a pedonalidade ou a pouca iluminação nas ruas resolvam a equação, só por si, mas entendo que estas devem fazer parte de um Plano de Pormenor.
Defendo, portanto, a elaboração de um Plano de pormenor para a Baixa da Figueira, a partir do qual se possa efetivar uma intervenção, sustentada e financiada com fundos públicos e privados, que não só envolva quem já lá vive e/ou desenvolve a sua atividade, mas também quem lá quiser habitar e/ou investir – definindo clara e objetivamente as operações de demolição, de conservação e de reabilitação, as regras para a ocupação e para a gestão dos espaços públicos e privados, a implantação das redes de infra-estruturas, bem como a regulamentação da edificação."
Aceitando o exagero, com alguma bonomia, da afirmação anterior, tenho para mim que nos últimos anos tem faltado à Figueira uma equipa camarária à altura dos desafios que um novo paradigma urbanístico pressupõe, seja porque não tem qualquer noção do que significa uma programação pública das intervenções no território, porque não consegue intervir de forma integrada, nem conjunta, nem sequer cumprindo prazos ou orçamentos, e finalmente porque não desenvolve a prática do estabelecimento de parcerias.
A Baixa da Figueira tem sido vítima de intervenções nem sempre felizes, de indecisões, de limitações e de sobre pagamento de estacionamento, de falta de políticas de atração de públicos, de efetiva e feroz concorrência de novos espaços e centralidades, e portanto precisa hoje de uma ação concertada (política, económica e social) que lhe devolva importância, valor, em suma, centralidade.
Assim, como já o defendi em relação à rua da República, não me parece que discutir a pedonalidade ou a pouca iluminação nas ruas resolvam a equação, só por si, mas entendo que estas devem fazer parte de um Plano de Pormenor.
Defendo, portanto, a elaboração de um Plano de pormenor para a Baixa da Figueira, a partir do qual se possa efetivar uma intervenção, sustentada e financiada com fundos públicos e privados, que não só envolva quem já lá vive e/ou desenvolve a sua atividade, mas também quem lá quiser habitar e/ou investir – definindo clara e objetivamente as operações de demolição, de conservação e de reabilitação, as regras para a ocupação e para a gestão dos espaços públicos e privados, a implantação das redes de infra-estruturas, bem como a regulamentação da edificação."
Via Diário as Beiras
Morreu Luís Filipe Costa, o homem da voz carismática
Jornalista, radialista e realizador de televisão, Luís Filipe Costa tinha 84 anos. Pai do realizador Pedro Costa, era casado desde 1990 com a atriz Isabel Medina.
Alma de jornalista, alma de escritor e alma de cineasta. Na década de 1960 revolucionou o jornalismo radiofónico em Portugal, e influenciou gerações de jornalistas, com um estilo breve, conciso e informativo, que hoje reconhecemos ser o da rádio, mas que foi ele que inventou.
Para saber o filme da sua vida, clicar aqui.
Alma de jornalista, alma de escritor e alma de cineasta. Na década de 1960 revolucionou o jornalismo radiofónico em Portugal, e influenciou gerações de jornalistas, com um estilo breve, conciso e informativo, que hoje reconhecemos ser o da rádio, mas que foi ele que inventou.
Para saber o filme da sua vida, clicar aqui.
Isto, sim, em segurança, é que era diversão a sério...
"42 pessoas vão marcar presença numa festa milionária do sexo, que se realiza este sábado na Comporta. Cada uma irá pagar por uma noite entre 1700 e 3 mil euros e todos farão um teste à Covid-19, mas DGS aponta que o evento é ilegal e ameaça a saúde pública."
Na Figueira, no que à diversão diz respeito, contentamo-nos com pouco - «"sete carrósseis" e uma "roda gigante", bastam.
Não podemos esquecer, claro, é o plano de contingência, "que prevê a instalação de uma zona de desinfeção na entrada do recinto".
Desta forma está tudo sob controle: "as condições de segurança e a limpeza estão garantidas”».
Na Figueira, no que à diversão diz respeito, contentamo-nos com pouco - «"sete carrósseis" e uma "roda gigante", bastam.
Não podemos esquecer, claro, é o plano de contingência, "que prevê a instalação de uma zona de desinfeção na entrada do recinto".
Desta forma está tudo sob controle: "as condições de segurança e a limpeza estão garantidas”».
Estamos a ser testemunhas de um tempo de profundas intenções de transformações no Cabedelo, ainda sem fim à vista...
Torna-se cada vez mais evidente, que só lá vai com a aplicação de medidas violentas «custe o que custar»...
Alguns, já devem andar eufóricos, pois pensam que lhes saíu a taluda.
Para acabar de adubar o caldo, só falta a esta esquizofrenia exigir a nomeação de um coronel que de lápis azul em riste trate dos opositores e lhes negue a palavra e a lucidez em liberdade de resistir a esta paranóia...
Imagem via Diário as Beiras.
Via Diário de Coimbra: "Parque de campismo pode vir a servir de apoio a surfistas".
"O futuro a dar a parte do espaço do Parque de Campismo do Cabedelo (no âmbito da empreitada de requalificação daquela área), ainda não está definido. Uma fracção dos actuais mais de 44 mil metros quadrados à beira mar, será «zona natural» , a outra, cerca de um terço, «ainda vamos estudar o modelo, mas fará sentido ter ali algum apoio a surfistas», mas «apenas por alguns dias, para obrigar a rotação», disse ontem, o presidente, no final da reunião de Câmara, não colocando de parte a abertura de um concurso de concepção, construção e exploração, solução «que não passa por nenhuma concertação com a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP)»."
Alguns, já devem andar eufóricos, pois pensam que lhes saíu a taluda.
Para acabar de adubar o caldo, só falta a esta esquizofrenia exigir a nomeação de um coronel que de lápis azul em riste trate dos opositores e lhes negue a palavra e a lucidez em liberdade de resistir a esta paranóia...
Imagem via Diário as Beiras.
Via Diário de Coimbra: "Parque de campismo pode vir a servir de apoio a surfistas".
"O futuro a dar a parte do espaço do Parque de Campismo do Cabedelo (no âmbito da empreitada de requalificação daquela área), ainda não está definido. Uma fracção dos actuais mais de 44 mil metros quadrados à beira mar, será «zona natural» , a outra, cerca de um terço, «ainda vamos estudar o modelo, mas fará sentido ter ali algum apoio a surfistas», mas «apenas por alguns dias, para obrigar a rotação», disse ontem, o presidente, no final da reunião de Câmara, não colocando de parte a abertura de um concurso de concepção, construção e exploração, solução «que não passa por nenhuma concertação com a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP)»."
Uma história que vem de longe: vai continuar a festa para alguns...
"Portugal vai receber 15,3 mil milhões de euros a fundo perdido"...
"E, portanto, salvo alguma peripécia na tarde de hoje, aquilo com que podemos contar relativamente ao Fundo de Recuperação, no que respeita a Portugal, nas suas diferentes dimensões, é com uma verba de 15,3 mil milhões de euros, que tem execução prevista entre janeiro de 2021 e 2026"...
Lembram-se "dos famosos 9 milhões por dia para as fraudes, o enriquecimento ilícito, o desmantelar da agricultura e das pescas, as apostas erradas - a ferrovia preterida em favor do alcatrão, por exemplo, da ausência de reformas estruturais, do nascimento da lenda e da má-imagem que leva a que agora os holandeses da Holanda exijam contrapartidas?"
Lembram-se?
Eu não: nem um euro desses vi...
"E, portanto, salvo alguma peripécia na tarde de hoje, aquilo com que podemos contar relativamente ao Fundo de Recuperação, no que respeita a Portugal, nas suas diferentes dimensões, é com uma verba de 15,3 mil milhões de euros, que tem execução prevista entre janeiro de 2021 e 2026"...
Lembram-se "dos famosos 9 milhões por dia para as fraudes, o enriquecimento ilícito, o desmantelar da agricultura e das pescas, as apostas erradas - a ferrovia preterida em favor do alcatrão, por exemplo, da ausência de reformas estruturais, do nascimento da lenda e da má-imagem que leva a que agora os holandeses da Holanda exijam contrapartidas?"
Lembram-se?
Eu não: nem um euro desses vi...
Mais uma história de sucesso
Há uma ano, a então "recém contratada apresentadora da SIC Cristina Ferreira, bem como outras figuras da estação televisiva, começou a vender aos espectadores da SIC obrigações SIC que prometem uma taxa de juro anual de 4,5%."
Foi há um ano. "Na altura, a super-endividada Impresa achou por bem dar um salto no escuro.
Só que, quando empresas e países apostam todas as fichas num cavalo, essa estratégia acaba por se revelar muito perigosa.
Portugal está a sentir em recessão e o desemprego como efeitos da ideia estravagante de sermos um país de serviços, baseado na actividade do turismo. A Impresa decidiu apostar tudo na Cristina Ferreira. Até se endividou com a imagem dela. Ao princípio, a coisa funcionou. Depois, a TVI - com dinheiros desconhecidos, embora se saiba que com centenas de milhares de euros públicos... - decidiu fazer o mesmo. E até remodelou as suas chefias.
E como é que ficou quem comprou obrigações SIC?"
Foi há um ano. "Na altura, a super-endividada Impresa achou por bem dar um salto no escuro.
Só que, quando empresas e países apostam todas as fichas num cavalo, essa estratégia acaba por se revelar muito perigosa.
Portugal está a sentir em recessão e o desemprego como efeitos da ideia estravagante de sermos um país de serviços, baseado na actividade do turismo. A Impresa decidiu apostar tudo na Cristina Ferreira. Até se endividou com a imagem dela. Ao princípio, a coisa funcionou. Depois, a TVI - com dinheiros desconhecidos, embora se saiba que com centenas de milhares de euros públicos... - decidiu fazer o mesmo. E até remodelou as suas chefias.
E como é que ficou quem comprou obrigações SIC?"
CTT: trabalhadores suspendem pré-aviso de greve
"Os trabalhadores do CDP da Figueira da Foz, após o início da sua jornada de trabalho (que coincidia com o início da sua luta pelo preenchimento dos postos de trabalho e contratação de trabalhadores que permitisse a sua substituição durante o período de férias), verificaram a existência de 6 trabalhadores com contrato a prazo (1 ainda não colocado, mas já assumido). Destes, dois contratos são a termo incerto para substituição de trabalhadores ausentes por motivo de doença prolongada e acidente, os restantes para substituição de férias, o que se verifica serem em número insuficiente para as necessidades.
Assim, os trabalhadores consideram que apesar da evolução positiva, a mesma não responde às necessidades mínimas para supressão de férias e acréscimo de serviço verificado neste local de trabalho.
Numa postura de procura de resolução do conflito, não cedendo face às reais necessidades, os trabalhadores deliberaram dar à empresa um prazo para proceder às duas contratações não contempladas, pelo que decidem:
Suspender o atual pré-aviso de greve, marcado de 20 a 31 julho de 2020.
Conforme o exposto e caso não seja dada resposta positiva à sua pretensão, os trabalhadores decidem mandatar o SNTCT para colocar um novo pré-aviso de greve com início no dia 10 de Agosto e término no dia 21 Agosto, às duas primeiras horas do seu período normal de trabalho, excepto no dia 14 Agosto que será entre as 9 horas e as 11 horas.
Assim, os trabalhadores consideram que apesar da evolução positiva, a mesma não responde às necessidades mínimas para supressão de férias e acréscimo de serviço verificado neste local de trabalho.
Numa postura de procura de resolução do conflito, não cedendo face às reais necessidades, os trabalhadores deliberaram dar à empresa um prazo para proceder às duas contratações não contempladas, pelo que decidem:
Suspender o atual pré-aviso de greve, marcado de 20 a 31 julho de 2020.
Conforme o exposto e caso não seja dada resposta positiva à sua pretensão, os trabalhadores decidem mandatar o SNTCT para colocar um novo pré-aviso de greve com início no dia 10 de Agosto e término no dia 21 Agosto, às duas primeiras horas do seu período normal de trabalho, excepto no dia 14 Agosto que será entre as 9 horas e as 11 horas.
segunda-feira, 20 de julho de 2020
No Cabedelo, o que nos safa são as casas de banho dos estabelecimentos comerciais...
É triste viver sem ser amado.
Mais triste ainda, é viver em Rio Maior sem ar condicionado.
Muito mais triste, ainda, é dar-lhe a "mijaneira"
nas praias a sul da Figueira...
Imagem sacada daqui |
- mesmo sendo amado,
- mesmo tendo ar condicionado!
É mesmo tramado!..
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