quinta-feira, 9 de julho de 2020

Liberdade: o mais precioso e frágil dos bens.

"Mário Soares tornou habitual a liberdade entre nós. Já não uma causa de combate ou uma promessa de perfeição, mas — simplesmente — um modo de vida habitual que aprendemos a usufruir tranquilamente."
POSSO CONTINUAR A PROTESTAR?

(todas as frases entre aspas e a negrito são de Francisco Sá Carneiro.)

A liberdade quando se tem, em plenitude, não se dá por ela. Quando se começa a perder, quem a ama, percebe de imediato.
"Onde liberdade não há, abuso dela não pode haver." 

A liberdade pertence a todos e exige a igualdade para se realizar.
"O valor essencial da liberdade sem a igualdade torna-se aristocrático privilégio de uns quantos." 

A liberdade não é uma dádiva, nem uma concessão.
"Considero que uma liberdade dependente de poder discricionário do Governo não é uma verdadeira liberdade; fica à mercê do poder." 

Por isso: "o que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob que pretexto for"

O que vai acontecer à Rotunda Mário Silva sita no Cabedelo?..

Imagem sacada daqui

Campanhas (3)

"A Figueira da Foz foi um destino turístico de eleição, sendo que tendo decrescido de importância neste domínio, continua a atrair turistas. É que esta cidade e este concelho são lindos e continuam lindos, apesar das persistentes descaracterizações a que têm sido sujeitos, designadamente a sede do município.
Ao longo de décadas tem imperado o mau gosto em detrimento do que temos de melhor. Basta pensar, a título de exemplo, nas “tampas” colocadas na Rua Bernardo Lopes, fechando a vista lindíssima do rio e da outra margem por meio da implantação de mamarrachos. Aliás, mamarrachos não têm faltado na cidade, o que é tão triste e revoltante! Mas continuamos cá, a cidade e o concelho permanecem e merecem ser visitados. É pois natural que os executivos camarários se preocupem em “chamar” turistas, anunciando as belezas que por aqui moram.
Agora os métodos têm sido, também eles, um exercício de muito duvidoso gosto. A campanha do É Primo e tal e coisa, foi o que foi. Um desastre que nos ficou bastante oneroso. Agora temos uma nova e aplaudo que a Câmara Municipal invista na promoção turística do concelho. O vídeo é interessante até certo ponto e muito há a recuperar e alindar para que aumente a oferta. Mas comparar o nosso património paisagístico com outras partes do Mundo?! Pelo amor de Deus e falo sério!
Então em vez de se apostar na unicidade, na particularidade, na genuinidade, confunde-se tudo para assim atrair turistas?! Juro que comigo não funcionaria e acredito piamente que não funcione com muitos mais. Porque é ridículo e ao invés de valorizador da imagem tem o efeito contrário. Afinal somos iguais a isto e aquilo… Vista uma coisa, nem vale a pena ir a outro sítio. Somos assim iguaizinhos??!
Não subscrevo tal visão! A Florida? O Vietname? (Só se for nos mosquitos que atacam forte ali para os lados de Alqueidão e Maiorca!) Côte d’Azur? Já lá estive e não vi a parecença. Acho mais parecida, já que estamos nesta onda de paralelismos, a portuguesíssima Viana! Estas comparações, que não quero chamar de patetas, são patéticas. Viva a Figueira na sua singularidade!"

Via Diário as Beiras

Progresso? Insucesso? Ou retrocesso?...

Aí pelos idos de 2010, 2011, as Câmaras Municipais (a Figueira também...) colocaram as aldeias às escuras, à noite, desligando as luzes para não gastarem energia. Assim aconteceu na minha aldeia (a excepção, foi a minha Rua). Há sessenta anos atrás, a minha aldeia quase que não tinha electricidade: nem de noite nem de dia.
Em 2011 - basta consultar os jornais - a moda para as mulheres passou pelo retorno do  espartilho e os "soutiens” feitos de materiais duros, como a corticite. Há sessenta anos atrás, as mulheres usavam espartilho.
Aqui há tempo  a Segurança Rodoviária quis  instituir a velocidade máxima de 30 km/h. Era o que acontecia há sessenta anos atrás, quando em vez de automóveis havia carroças.
Devido ao aumento do preço do tabaco, há muita gente que ressuscistou o hábito de fumar  tabaco de enrolar. Tal como era frequente há sessenta anos atrás. 
As cabras voltaram  a ser utilizadas para prevenir os incêndios florestais, mandando-as pastar para as florestas comer aquilo que, não sendo eliminado constitui, um figo à deflagração dos fogos. Foi recuperada uma técnica de sessenta anos atrás.
Tudo isto está aconteceu em nome do futuro, recuperando aquilo que havia no passado.
Há sessenta anos atrás, havia o barco que fazia a travessia entre a Figueira e o Cabedelo. Até hoje, apesar das promessas, não foi reatada a travessia fluvial do Mondego.

Raros são os recantos, como é o caso do Cabedelo, em que as pessoas, quase todas vindas do outro lado da cidade, consegue ter ali uma vivência e uma vida que, em conjunto, faz sentido. E que, por ser diferente e orgânica naquele lugar especial que é o Cabedelo (na sua normalidade quotidiana), emociona e dá paz e harmonia à alma de quem, vindo do lado norte da cidade, a consegue contemplar da outra margem. 
Fala-se muito na requalificação do espaço e menos noutros pormenores felizes e representativos do espírito da zona: os espaços naturais de convívio que lá existem. Não têm a sofisticação – sobretudo e ainda bem - artificiosa dos recriados espaços que, dizem, estar a requalificar, mas são os autênticos do espírito do verdadeiro Cabedelo, que proporcionam, a quem o visita, sentir que está num lugar diferente e especial.
Estão a matar o Cabedelo, aquele local que ainda consegue oferecer essa antiga ilusão que ninguém consegue ver, mas alguns conseguem sentir, que se chama  intimidade - talvez, a mais importante de todas as utopias.


Dois elementos do executivo da junta de freguesia de S. Pedro foram ao local e retiraram a placa. Foram eles, os senhores António Manuel dos Santos Salgueiro, presidente, e Jorge Aniceto Pimentel dos Santos, penso que tesoureiro.
A liberdade de expressão é, na liberdade, um dos direitos mais importantes que se tem.
Sem ela, nada mais existe. O meu entendimento de liberdade, de expressão e opinião, tem no centro o direito de os outros se exprimirem com toda a liberdade, mesmo que isso nos ofenda. O que não era o caso. É o direito de os outros dizerem aquilo que mais nos choca, que quem ama a liberdade defende acima de tudo. Não há relativização possível para este critério. Isto, para quem ama a liberdade, é uma questão de vida ou de morte, pois estamos perante uma questão política.
A liberdade é, por si própria, um bem inquestionável e a sua conquista um motivo de regozijo sem espaço para reticências. Não é uma matéria de direita ou de esquerda.
É um assunto transversal da sociedade.
Como qualificar este processo? Progresso? Insucesso? Ou retrocesso?
O que vai restar? Do que é que as pessoas se vão lembrar?
Não sei se é por ter me ter criado e crescido por ali, "à solta", mas do que me vou lembrar é de uma fatia que vai fazer parte do saque feito ao litoral, desde o Minho até ao Algarve.
A coberto das denominadas requalificações, sítios onde antes, e a pretexto da defesa da natureza, do meio ambiente e da protecção do ecosistema, nem sequer uma tenda de campismo selvagem se podia erguer, estão agora ocupados por urbanizações e resorts, mais as suas piscinas, campos de ténis e campos de golfe.
É disto que me vou lembrar quando pensar no Cabedelo de há 60 anos: da destruição do património natural comum para benefício de uns quantos.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

COVID19: funcionários camarários e vereadores executivos foram submetidos a testes de resultado rápido

Via Diário as Beiras

A Figueira tem de esperar um milagre?..

No passado domingo, dia de calor intenso e sem vento, milhares de pessoas invadiram as praias do concelho da Figueira da Foz. 
Um nadador salvador afirmou ao DIÁRIO AS BEIRAS que, em algumas praias do concelho, “nunca tinha visto tanta gente; nem antes da pandemia”
Contudo houve excepções: em Quiaios, Costa de Lavos e Leirosa,, cumpriu-se o distanciamento social. No areal urbano, devido ao seu tamanho, também não houve excesso de banhistas concentrados.
O nadador-salvador afirmou, ainda ao DIÁRIO AS BEIRAS, que ele e os seus colegas se sentiram “impotentes e preocupados” por assistir, sem poderem fazer nada, ao desrespeito, por parte dos banhistas, das normas de segurança sanitária. “Ninguém respeitava a bandeira da lotação e as praias estavam à pinha”. As fotografias que circulam nas redes sociais confirmam o cenário descrito pelo nadador-salvador.
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o comandante da Capitania do Porto da Figueira da Foz, João Lourenço, reconheceu que, “efetivamente, registou-se uma afluência grande às praias e a Polícia Marítima viu grupos de pessoas que ultrapassavam os valores legalmente impostos, de 20 pessoas”. O militar da Marinha garantiu que, não obstante as acções pedagógicas, aquela força de segurança passará a “actuar em conformidade” com as normas legais.

Faltam 23 dias: e os trabalhadores do Cabedelo?

"A Câmara da Figueira da Foz não renovou a licença mensal, vai proceder à posse administrativa e os trabalhos de demolição avançarão no dia 1 de agosto.
A decisão da autarquia de avançar com a posse administrativa surgiu da ausência de resposta do concessionário à proposta que lhe vem fazendo há mais de um ano. Caso o impasse se prolongue, o município arrisca-se a perder 600 mil euros de fundos comunitários para a empreitada."
Via Diário as Beiras


As obras de requalificação do Cabedelo estão atrasadas. Esse, é um facto indesmentível. A Câmara Municipal da Figueira da Foz, diz que a culpa é da administração do Parque de Campismo do Cabedelo. Isso, já não sei se é rigorosamente assim, pois não conheço os verdadeiros contornos de todo o problema.
As obras da requalificação de Buarcos, estão atrasadas. No casco velho da cidade é o que sabemos e os dramas que por lá existem, nomeadamente na Rua dos Combatentes da Grande Guerra. As obras no Estádio Municipal Bento Pessoa, estão atrasadas. Pelo menos nestas, alguém tem culpa, e não é de certeza a administração do Parque do Campismo do Cabedelo.
Portanto: Na Figueira, existe, na realidade, um problema de gestão das obras camarárias, dos prazos das mesmas e das derrapagens financeiras das mesmas. De quem é a culpa? Compete a quem gere os destinos da Câmara apurar.
Seria interessante haver um livro branco, por exemplo,  sobre a obra do Cabedelo actualmente em curso. Eventualmente, poderia sair algo de positivo para o futuro: eventualmente, um manual de más práticas a evitar na gestão da utilização dos dinheiros públicos.

Na reunião de Câmara da passada segunda-feira ninguém falou dos trabalhadores do Cabedelo. Ninguém falou no sofrimento  destas pessoas. Que têm nome e têm famílias a seu cargo. No inverno são 15. No verão mais de 30. Pessoas, na sua maioria, a quem vai ser extremamente difícil arranjar outro posto de trabalho.
É pouco senhor presidente da câmara e senhores vereadores?...
Vamos ver quantos novos postos de trabalho vão ser criados com os milhões de euros que se vão gastar no Cabedelo... As barracas de farturas e tripas doces que lá se instalaram este ano não podem contar.

Tal como os trabalhadores do Cabedelo  vão atravessar dificuldades, se avançar o arraso e a destruição dos seus postos de trabalho no próximo dia 1 de Agosto, é bom que o senhor presidente da câmara municipal da Figueira da Foz tenha a noção que vai passar tempos difíceis. É claro que pode contar sempre com a imprensa. Os anúncios, um a um, mais manchete, menos manchete, vão continuar a aparecer. Resta saber,  se alguns não serão "fake news"...
Voltando aos trabalhadores do Cabedelo, de que ninguém se lembrou na reunião da passada segunda-feira.
Alguns, os mais idosos,  que já trabalham no Cabedelo há 30 anos, vão passar o resto da vida que lhes resta na angústia de perderem a reforma ou de a verem drasticamente diminuída. Os mais jovens, têm duas soluções: ou vão deixar o seu país em busca de trabalho no estrangeiro;  ou, se ficarem por cá,  vão ficar na expectativa de arranjar um emprego que os fará mergulhar para sempre na espiral da precariedade, da insegurança e da exploração. 



FALTAM 23 DIAS.
“MESTRE MÁRIO SILVA, OS PATOS BRAVOS DO BETÃO JÁ CHEGARAM À TUA PRAIA!!”
10 anos e picos depois, uma câmara que  não é socialista, quer transformar um reduto especial, como ainda é o Cabedelo, em mais um mártir ambiental no nosso concelho, não recuando perante nada, nem mesmo a evidência das coisas, cometendo mais um atentando paisagístico e ambiental.
Recordo a quem de direito, que uma cidade é sempre, pelo menos, dual.
Tem uma zona cosmopolita e tem, por assim dizer, outras mais características, a que se costuma designar como típicas.
O tipicismo é a profunda genuinidade...
É onde reside a alma de uma cidade como a Figueira, a sua verdade que se tem que manter, sob pena dela se descaracterizar.
É isto que o Cabedelo é: genuíno, assim como está, com o Parque de Campismo (melhorado e remodelado, sim senhor...), que foi, já lá vão quase 30 anos, quem deu vida e alma ao Cabedelo, como todas as suas valências, incluindo a onda de surf.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Marcelo Rebelo de Sousa, "presidente de todos os algarvios"...

"O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, participou na noite de segunda-feira, 6 de julho, a convite da presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (VRSA), Conceição Cabrita, num jantar, na praia de Monte Gordo, com o objetivo de impulsionar o turismo na região durante o verão e de promover o Algarve como um destino seguro e atrativo.

O convite foi estendido pelo Presidente da República aos 16 autarcas algarvios e representantes do turismo e hotelaria, que também marcaram presença na iniciativa e apontaram estratégias para o futuro.

Durante o evento, o Chefe de Estado comprometeu-se «a regressar à região, várias vezes, durante as próximas semanas», deixando ainda o compromisso de «apelar aos portugueses para que passem férias no sul» de Portugal.

Numa visita ao passadiço da praia de Monte Gordo, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que é necessário «olhar para a frente e lutar» para o turismo na região superar as perdas causadas pela exclusão de Portugal do corredor aéreo com o Reino Unido."
Via Barlavento
- Por qué no te callas?
Será que as outras regiões do País, nomeadamente a Figueira, não estão com a restauração e a hotelaria em dificuldades e com o desemprego e a miséria a espreitar?..

Campanhas (2)

"A partir dos anos 50, a Figueira tornou-se na “rainha das praias portuguesas” também pela fortíssima publicidade feita através dos mais variados canais nacionais e internacionais, pelo que a legitimidade e a oportunidade do lançamento, pela Câmara Municipal, de uma campanha promocional do concelho da Figueira não está minimamente em causa, sobretudo entendendo-a como integrada na estratégia do Turismo Centro de Portugal.
De facto, é preciso convencer os portugueses, agora mais do que nunca, que a Figueira é o destino mais indicado para desconfinar dos dias da peste. Mas, não questionando quer a legitimidade quer a oportunidade da dita, tenho sérias reservas quanto ao seu conteúdo e manifestas críticas em relação à sua má qualidade técnica.
Quanto ao conteúdo: já aqui o escrevi que na Figueira dos últimos anos as ideias são apresentadas por impulso – sobretudo de calendário partidário e pessoal (e não obedecendo a uma lógica, muito menos pensando em sustentabilidade) – e têm sempre um travo amargo de cópia provinciana, de deja vu… são uns passadiços e um GeoParque no Cabo Mondego “como os de Arouca/do Paiva”, um Museu do Mar “como o de Ílhavo”, uma piscina de marés “como a de Matosinhos”…
Agora, parece que temos um pouco de Havai, de Florida, de Vietname, de Cabo Verde, de Nordeste brasileiro, de Mónaco, de Cote D´Azur… não, a Figueira é Figueira! (já que aqui estamos, que é feito da estratégia de há apenas alguns meses, do eh! primo, da varina e da piscina mar, do abrigo e do escritório, na qual foram gastos muitas dezenas de milhar de euros para promover a Figueira… entre os figueirenses?!…).
Em relação à má qualidade técnica, basta comparar esta campanha com os vídeos de tantos figueirenses, alguns galardoados internacionalmente, que fazem, nas redes sociais, promoção da Figueira, para perceber que, também neste caso, nem sempre o engenho e arte são concedidos por uma qualquer musa."

Via Diário as Beiras

O amor é lindo...



Via Observador"Na sequência destes eventos, depois de serem reveladas supostas irregularidades financeiras envolvendo o ex-monarca, Felipe VI anunciou em março que renuncia a qualquer futura herança a que tenha direito do pai."

Mais um hotel de charme de 4 estrelas e um espaço de restauração...

Figueira, uma matrafona a definhar e a apodrecer, dia a dia, que continua a pensar que o cheiro que exala é Chanel 5...
Imagem via Diário as Beiras

O Senhor vereador veja lá se quer repetir as eleições internas no PSD, até que os militantes decidam aquilo que V. Exa. queria que eles tivessem decidido?..

A lista A, liderada por Ricardo Silva, venceu no passado dia 27 de Junho, as eleições para a concelhia do PSD/FIGUEIRA.
Ontem, no período antes da ordem do dia da reunião camarária, o vereador Miguel Babo, que não é militante, mas foi eleito numa lista PSD, considerou "que a vitória de Ricardo Silva foi o pior que podia ter acontecido à Figueira"!.. 
Muito se aprende nas reuniões da Câmara Municipal.
Uma coisa que a gente vai aprendendo, havendo paciência para assistir, é a disponibilidade desta direita, dita democrática, para o "funcionamento da democracia". A qualidade dos "democratas", desta direita figueirense, dita democrática, é algo que roça o suerrealismo e é deveras surpreendente.

Arquitecto de renome é a exigência....

A foto acima é uma ideia, aliás nada original (já houve a que a imagem abaixo mostra), para o Coreto do Jardim. Têm é de contratar um "arquitecto de renome", para terem a garantia da aprovação.

O vereador Carlos Tenreiro anda com o turbo ligado. Ontem, na reunião de câmara , no período antes da ordem do dia, considerou “inaceitáveis as declarações da deputada municipal da CDU [Silvina Queiroz]” sobre o Ténis Clube da Figueira da Foz (TCFF). Em causa está a intervenção de Silvina Queiroz na Assembleia Municipal da Figueira da Foz. 
Silvina Queiroz, contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS,  disse que “o que está a incomodar o doutor Tenreiro não foi eu ter falado no TCFF, foi eu ter questionado, também, a implantação daquele mamarracho [bar] nas muralhas do Forte de Santa Catarina, que vai ser uma casa de chá de quatro pessoas que estão ligadas à direcção do clube".
Solicitada a esclarecer esta afirmação, a deputada municipal respondeu que “um dos sócios é senhora sua [de Carlos Tenreiro] esposa”.
Carlos Tenreiro respondeu: “Tanto o marido com o filho da doutora Silvina, que são sócios do clube, sabem que o processo do bar foi tratado dentro do clube.
E desconheço a existência de qualquer mamarracho: o que vejo ali é uma obra projetada por uma arquicteto de renome”, concluiu. 
Portanto, já sabem: se o arquitecto for de "renome" na Figueira qualquer mamarracho pode ser aprovado, mesmo que entre em rota de colisão com um edifício classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 1961

FALTAM 24 DIAS....

Imagens via Diário as Beiras


Ennio Morricone

O choque com a realidade

Não é tarefa fácil lidar com a realidade.
Esta coisa de se ter que lidar com o poder, o sucesso e o insucesso, pode agravar o que é penoso, doloroso e irritante. Pode contribuir para a tornar a vida numa coisa doentia e mórbida.
À medida que percorremos o caminho, a vida coloca-nos novos desafios que terão de ser enfrentados. Quando alguém ascende a cargos de responsabilidade, as coisas tendem a complicar-se. Amiúde, o poder sobe à cabeça e acontecem desastres. Muitos, conforme vão subindo, deixam de ligar a pormenores.

Alcançado "o topo", valores como o bem comum e a melhoria social deixam de ser importantes, para dar lugar ao egoísmo virado para dentro de si: os seus  horizontes passam pela prossecução de objectivos pessoais e o benefício “dos seus”  - familiares, amigos ou aliados de circunstância.

Este, é o panorama geral. Contudo, existe uma minoria que pensa e age de forma diferente: vê a ascensão e o poder não como um fim em si mesmo, mas como uma forma de poder contribuir para beneficiar a sociedade. Para isso, coloca o enfoque da sua acção quotidiana na vertente social. Essa minoria não vê o concelho como um exclusivo de certos interesses. 

A Figueira é de todos. Contudo, quem tem governado  não tem tratado todos por igual.
Mudar já é fundamental. Tal mudança implicaria governar o concelho olhando primeiro para as pessoas. 
Esta inevitabilidade não pode continuar a ser colocada em segundo plano. 
Isto, só lá vai através da implantação de um modelo  que coloque o desenvolvimento e a economia ao serviço da população em geral. 
Só assim a Figueira pode  aspirar a ser uma cidade e uma democracia moderna. Se os compromissos entre o poder público são para cumprir, este é o mais importante de todos. Por uma simples razão: primeiro as pessoas.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Campanhas...

"Para quem ainda não viu, a campanha promocional lançada pela Câmara da Figueira começa com uma imagem de campos de arroz. Vietname! Sim, poderia ser, mas não é, na realidade é o Baixo Mondego num dia de Primavera. Precisávamos de recorrer ao Vietname para promover a Figueira e atrair turistas? Penso que não. Mas, será que o “gag” publicitário chama a atenção? Um pouco de Vietname, Copacabana e Havai concentrados num pequeno concelho da costa Atlântica portuguesa? Sim, é apelativo e qualifica-nos numa vertente pouco explorada, a diversidade paisagística de norte a sul, os aspetos peculiares associados a uma terra que fica entre o rio e a serra, no estuário do maior rio nascido em Portugal.
O que o filme promocional também mostra é o que não está lá. E passo a explicar. A Figueira deveria destacar-se, como o Rio de Janeiro, pela beleza e qualidade do calçadão, mas isso não acontece, há zonas péssimas e a intervenção junto às Muralhas de Buarcos não foi a melhor. As ciclovias e a pedonalização estão por concretizar, e já houve tanto tempo e dinheiro para o fazer. Em atalho de foice diga-se que o dinheiro a despender na “enésima reforma do Jardim Municipal” – mais de 1,3 milhões de euros, poderia ser gasto para fazer verdadeiras ciclovias e caminhos urbanos, retirando espaço aos carros. Adia-se o inadiável, protela-se o essencial.
A imagem da Figueira ganha ou perde com este filme promocional? Na minha opinião perde uma oportunidade de mostrar a sua singularidade, enfatizando as qualidades do património natural e a qualidade de vida existente no concelho. Ninguém acredita no filme promocional, nem ninguém vem à procura do Havai na Figueira, mas sim de um local agradável para ir à praia, dar umas voltas de bicicleta, subir o rio e comer um bom peixe acabado de apanhar no mar."
Via Diário as Beiras

A propósito da notícia, que dá conta da proposta de um programa - que vai sair agora - directamente dirigido aos clientes hoteleiros...

Via Diário as Beiras 

Depois de ler, fica uma questão: somos só nós que ao lermos esta notícia ficámos com reservas?
Vejamos, por partes: 
A CMFF diz que está a trabalhar para haver cursos de turismo na Figueira. Quando Jorge Simões afirma “que faltam guias com formação profissional”, damos conta que a realidade é o que é: a Figueira não tem dimensão ou estruturas para promover a massificação do ensino turístico quando a “silly season” na cidade dura apenas 3 meses. Para ter sucesso, um investimento em especilizações na área do turismo teria que passar por níveis de qualificação altos, que permitissem aos formandos vir a trabalhar na cidade ou em qualquer outra parte do país e do Mundo; ou teria que passar por uma revisão na própria estratégia de planeamento turístico para abarcar novos públicos e eliminar a clivagem entre “época alta” e “época baixa”. Será tempo, finalmente, de converter o Coliseu Figueirense na “maior sala de espectáculos coberta da zona Centro”?
No essencial, falta visão, estratégia, objectivos claros? 

Depois, entra-se no capítulo da cultura. Fomos só nos que nos apercebemos que a resposta da CMFF aos hoteleiros acerca da Cultura é um “nim”
O “empréstimo de guias” pela CMFF é absolutamente delirante. A Cultura não é o Turismo: mais, não tem de trabalhar a reboque do Turismo. Contudo, quando o Turismo é um factor de criação de riqueza, a Cultura é mais um elemento essencial do bem-servir. 
Mas como trata a CMFF da sua Cultura? O plano de actividades do Departamento de Cultura parece mais um programa de emprego do que a um projecto estruturado de conservação, conhecimento e promoção dos bens culturais do Concelho.
Olhamos para a Casa do Paço, para a Quinta das Olaias, para o Paço de Tavarede, para o Forte de Santa Catarina, para a Muralha de Buarcos, e vemos que, quando existem programas de visita ou animação, não são regulares, as marcações são difíceis, o pessoal está desmotivado ou simplesmente não conhece aquilo que pretende mostrar.
O planeamento em Cultura - com ou sem Turismo associado - tem a obrigação de promover a investigação e cuidado do património próprio, promover a fruição e a formação dos públicos, e ser sustentável financeiramente, gerando novos recursos. Quando não faltam recursos humanos ao Departamento de Cultura, porque não encontramos à porta dos monumentos os técnicos capacitados à boa informação e comunicação com vários tipos de visitantes? 

Dos percursos de descoberta estabelecidos pelo Município, quantos contam com uma componente de interpretação e contacto com o visitante? O estudo e investimento que foi feito para a sua criação tem tradução directa no número de participantes que deles usufruem, ou eles servem só para cumprir o plano interno de trabalho dos funcionários, garantindo margem para comentar, quando a estatística é desfavorável, que se planeou mas que a “afluência foi fraca”?
Impõe-se a pergunta: a dinamização da Cultura com vista ao Turismo é prioridade para a CMFF?  

Torna-se cada vez mais evidente a necessidade da entrada em funções do Conselho Municipal de Turismo, para que se possa, finalmente, começar a planear o sector. Uma campanha publicitária comparando a Figueira a outros destinos turísticos não basta e – concedo, isto é uma opinião – não faz mais do que navegar uma certa “baixa de expectativas” relativa à possibilidade dos grandes destinos internacionais. A Figueira é mais, vale mais e tem mais do que ser um destino de recurso, como quer fazer passar a campanha, tirando-lhe eficácia na promoção como destino. Concedo: isto é uma opinião. Mas opiniões e gostos devem ser discutidos.
Voltamos sempre à mesma questão local: preciso é haver quem planeie e não vãs promessas e soluções tardias e feitas, como diz o Povo, em cima do joelho.