segunda-feira, 4 de maio de 2020

"Não temos tempo para nada"...

(Esta é uma postagem para quem tem tempo, largueza de horizontes e disponibildade para fundamentar a opinião)...
"Altura para a entrevista com a ministra da Saúde, Marta Temido. Boa noite e bem-vinda a este jornal. Espero ter tempo porque são muitos assuntos que estes dois meses nos trouxeram..."
Foi assim que o pivot Rodrigo Guedes de Carvalho (RGC), da cadeia SIC, inicou a entrevista no Jornal da Noite de sábado.

Mas depois, RGC ocupou onze (11!) minutos (transcrito em anexo) num interrogatório desnorteado e sem chá, cheio de si e na 1ª pessoa, enervado - "eu estou a falar de saúde pública", "estou-lhe a perguntar se...", "não foi isso que eu perguntei..", "Isto não é uma questão de concordar ou de deixar de concordar", "mas a celebração da UGT interessa pouco para uma ministra da Saúde" -, marcado por preconceitos sobre o 1º de Maio da CGTP e os 73 anos de Jerónimo de Sousa, semelhantes aos do seu ex-patrão (e corroborados por Marques Guedes na edição de domingo na SIC). De tal forma, que acabou por ouvir a ministra dizer: "O estado de calamidade não é uma emergência totalitária. É uma emergência sanitária". RGC fugiu de um tabuleiro onde caíra para procurar outro onde engasgasse a ministra, perdeu o controlo das emoções e perdeu até notícias - como aquela em que a ministra deu a entender que, se não há 13 de Maio em Fátima, é porque a igreja católica não quer, o que, aliás, veio a confirmar-se ontem, e ainda mais no acordo entre o governo e a igreja católica como se soube hoje. 

Enfim, depois de um mau serviço jornalístico durante onze (11!) penosos minutos e de vergonha alheia, RGC rematou...:


"Muito bem, avancemos, senão não vamos ter tempo para nada"!! 
RGC pode não entender o papel constitucional que as organizações sindicais têm. Pode não perceber a teoria geral do papel das organizações na sociedade, a ponto de as comparar às pessoas que querem visitar a família. Pode não entender a necessidade que certas pessoas sentem desde o século XIX de celebrar o 1º de Maio, dê por onde der. Pode não perceber a densidade histórica da data, destilada por décadas de lutas, sacrifícios, vidas perdidas, dádivas humanas, contra a desigualdade, pelo direito a uma vida. Pode nem se lembrar do objectivo dessa luta lançada nos Estados Unidos no 1º de Maio de 1886, a que nem dá importância alguma - oito horas diárias de trabalho. E pode até nem relacionar que, por acaso, após 135 anos, essa reivindicação continua ser mais do que actual em Portugal, quando o trabalho extraordinário já é, em certos casos, mais barato do que em período normal de trabalho! 

Mas por tudo isso, deixo-lhe a circular oficial da Federação dos Sindicatos, de Novembro de 1885. Pode ser que ecoando estas frases com 135 anos, com a força que têm, pelo tempo e pelo tom, pela actualidade das suas palavras (apesar dos anacronismos) se aperceba das ridículas perguntas que fez sobre se era legal terem sido trazidos camionetas do Seixal para a Alameda... 




Camaradas trabalhadores,
Chegámos à época mais importante da história do trabalho. A questão é esta: entregamo-nos a um qualquer azar providencial para fixar a jornada de trabalho de oito horas ou contamos com as nossas forças, preparamo-nos para a luta e arrancaremos a jornada de oito horas àqueles que, por ignorância ou egoísmo, se opõem à sua adopção a 1 de Maio de 1886?
Se os assalariados estiverem unidos neste ponto e se se prepararem com fundos suficientes para aguentar a tempestade durante pelo menos um mês, eles trarão a vitória consigo. O trabalho agindo em unidade, tal como o capital, é todo poderoso. Ele pode impor reivindicações justas por meios pacifícos e legais. Unidade na acção e poupanças suficientes para manter o lobo em respeito durante um período curto, é tudo o que precisamos.
O movimento, para vencer, deverá abraçar todas as classes assalariados, de modo que os produtores não produzam senão quando as reivindicações forem aceites e os seus objectivos conseguidos. 
Trabalhadores:
O vosso dever junto de vós próprios, da vossa família, da prosperidade está claramente definido. Poupem uma determinada soma, metam dois dólares por semana, comprem mantimentos até 1 de Maio de 1886 e estarão em posição de ultrapassar a derrota. Eis o dever de cada um.
Mas qual é o dever das corporações e das sociedades? Que cada organização escolha um comité, para preparar os homens no seu ofício especial, envolvendo os sindicalizados e os não sindicalizados, no maior número possível para exigir as 8 horas em Maio de 1886.
Conseguir as vantagens de uma redução de trabalho quer dizer um trabalho mais regular e melhor remunerado, uma mais longa existência para os trabalhadores, façamos alguns sacrifícios. É tempo de agir.
Vinte anos de paz num país como o nosso, sem epidemias, sem exército permanente considerável, sem uma marinha dispendiosa, e sem que o pesado fardo do trabalho tenha sido aligeirado, mesmo quando por todo o lado a máquina poupa-trabalho é introduzida e que as ruas estejam pejadas de trabalhadores sem trabalho.
É aos trabalhadores e às sociedades que incumbe a tarefa de reduzir as horas de trabalho e de equilibrar o fardo da produção social.
Com a unidade na acção e 35 dólares de economia por cada trabalhador, poderemos levantarmo-nos e e vencer o capital. Tentemos a luta. Preparemo-nos!

ANEXO
Entrevista à ministra Marta Temido, na SIC:  

RGC: O que achou da forma da celebração da CGTP em Lisboa?
MT: Estava em linha com a excepcionalidade prevista no decreto presidencial que se referia ao estado de emergência e que contenmplava uma excepção para a celebração do Dia do Trabalhador. E que referia que deveriam ser respeitadas regras de distanciamento, sanitárias.
RGC: Na verdade, o decreto coloca nas suas mãos e na directora-geral da Saíde definir as regras. Diz apenas que essa comemoração deve ter em conta os limites de saúde pública, No limite, foi a senhora e a directora-geral da Saúde que acharam que aquela celebração se podia fazer assim. Mas são cerca de mil pessoas.
MT: Quem estabeleceu os limites, as condições em que a celebração foi efectuada foi a estrutura sindical que optou por esta forma de celebração. (...) Outras estruturas sindicais optaram por outra forma de celebração. Aquilo que o decreto presidencial referia era a possibilidade de, mesmo em estado de emergência, era assinalar o dia...
RGC: Violou  as regras.. .
MT: ... dentro das regras definidas pelas autoridades  de saúde competentes. E portanrto, as autoridades de saúde competentes avaliaram a situação e imposeram determinadas restrições que são conhecidas de todos: o distanciamento, a protecção, o evitar de multidões, de aglomerações de pessoas...
RGC: E acha que aquilo que se viu ali não foi uma multidão, uma aglomeração de pessoas?
MT: Foi um número significativo de pessoas, superior ao número regra, mas um número enquadrado naquilo que era uma sinalização de uma data. Sei que há quem gostasse que tivesse sido de outra maneira, sei que outras estruturas sindicais optaram  por fazer a celebração de uma outra maneira e provavelmente...
RGC: [interrompendo] Então porque é que não deixou as pessoas virem para  a rua no 25 de Abril?
MT: ... há muitas opiniões contraditórias...
RGC : [interrompendo] Porque é que não deixou as pessoas virem para  a rua no 25 de Abnril?
MT: O que me parece relevante é que a forma como foi assinalado do dia foi ordeira, foi pacifica, e o que eu gostaria de sinalizar é que não tivemos, por exemplo, eventos com distúrbios como aconteceu noutros paises europeus... 
RGC: [interrompendo] Sim, mas uma coisa não tem nada a ver com outra: eu estou a falar de saúde pública, não estou a falar de intervenções policiais. Falou-me do decreto de estado de emergência onde nada se refere a excepções de cidadãos nestes três dias passarem de concelhos para concelhos. E no entanto, à frente de toda a gente, vieram camionetas pelo menos do Seixal e outros locais. Não era possível a CGTP ter feito uma manifestação só com pessoas do concelho de Lisboa que é bastante grande?
MT: Isso é algo que tem de perguntar à CGTP. O Ministério da Saúde, as autoridades de saúde têm é de definir regras para a realização de determinadas iniciativas, nos termos em que os poderes democráticos as aprovem. O senhor Presidente da República [PR], o Governo, a Assembleia da República  entenderam que o Dia do Trabalhador devia ser sinalizado. Houve uma estrutura que entendeu ter pessoas na rua, dentro de determinadas regras que são as regras sanitárias que temos estabelecidas. Pode-se concordar mais, pode-se concordar menos, pode-se achar que poderia ter sido feita de outra maneira...
RGC: [interrompendo] Isto não é uma questão de concordar ou de deixar de concordar. Estou-lhe a perguntar se nestes três dias 1, 2 e 3 foi ou não proibido pelo PR que as pessoas se desloquem para fora dos seus concelhos.
MT: Não, foi pelo Governo.
RGC: Ou pelo Governo.
MT: Foi estabelecido que nestes 3 dias...
RGC: [interrompendo] E no entanto...
MT: que são dias que, num contexto normal, aproveitaríamos parta visitar amigos, para visitar a familia, para passarmos à beira-mar...
RGC: [iomterrompendo] E aquelas pessoas que não poderam fazer...
MT: Bom, o que estamos a falar é de indivíduos e dos seus gostos pessoais ou de uma entidade que para todos os efeitos é uma entidade representativa dos trabalhadores e que entende fazer uma sinalização do Dia do Trabalhador...
RGC: [interrompendo] Mas porque é que têm mais direitos que todos os portugueses?
MT: As instituições têm sempre uma forma de representação social que os indivíduos não têm. Poder-se-á dizer : "Por que é o Natal é mais importrante do que o aniversário de qualquer um de nós individualmente considerado? Porque são momentos sociais...
RGC: [Interrompendo] E acha que a Igreja Católica é uma instrituição?
MT: Naturalmente.
RGC: Por que é que a Fátima, que é um lugar muito maior do que a Alamada de Lisboa, não se pode aplicar estas regras das filas bem separadas e as pessoas ficarem bem separas umas das outras?
MT: Mas É possível que se possam aplicar essas regras se...
RGC: [interrompendo] Ai é possível?
MT: Se essa for a opção das celebrações que - tanto quanto é do conhecimentro daquilo que foi conversado - a opção este ano seria outra... 
RGC Mas vimos aqui o bispo de Leiria dar a coisa como perdida, dizer que infelizmente este ano não vai poder ser assim...
MT: Repare, a propósito do Dia do Trabalhador, para a mesma forma de expressão que o decreto presidencial tinha que era a celebração do Dia do Trabalhador, duas estruturas sindicais, optaram por fazer uma celebração de uma forma distinta. Portanto...
RGC: Mas a celebração da UGT interessa pouco para uma ministra da Saúde, estamos a falar de saúde pública. Estamos a falar de exemplos que vão sendo dados aos portugueses. E estamos a reparar que há algumas excepções. Mas não quero insistir neste ponto, mas num outro ponto que também tem a ver com o mesmo dia. Jerónimo de Sousa esteve presente, tem 73 anos e ele respondeu que "a idade não é critério absoluto para determionar o risco. A senhora ministra da Saúde concorda?
MT: Concordo, a idade não... 
RGC [interrompendo] Ai não?
MT: é um criteério absoluto para determinar  o risco. A idade é um critério de risco por si só. Mas não é absoluto. Nós sabemos...
RGC: [Interrompendo] Aqui estamos no campo da retórica, não é?
MT: Não é retórica: é uma realidade que está por detrás do factor 70 anos e do facto 70 anos com melhor saúde ou pior saúde.
RGC: A realidade é que, por causa do decreto do estado de emergência e do facto de factor de risco dos 70 anos... [lê] "ficam sujeitos a dever especiao de protecção, alinea a) os maiores de 70 anos". Isto foi o primeiro decreto do estado de emergência. E nós temos, eu já vi, agentes de segurança falarem com pessoas que eles percebem que eles têm mais de 70 anos e dizerem-lhes que eles têm o dever de regressar à sua casa.
MT: Vamos lá ver. As pessoas acima de uma certa faixa etária têm um risco por si só acrescido. A opção do nosso Estado foi semprte a sugerir às pessoas tinham um dever especial de se salvaguardarem. Mas não de as impedir de sair à rua. Parece-me que isso seria, por si só, desproporcional e eventualmente até ferido de outros problemas. Aquilo que temos de ter em presença é quem, ainda hoje a OMS tem um documento especifico a propósito das pessoas de maior idade neste contexto de doença que sabemos que é potencialmente mais agressiva para elas. Mas nós temos de perceber que não é o único critério.
RGC: Muito bem. 
MT: E não podemos confinar as pessoas só porque têm mais...
RGC: [Interrompendo] Certo...
MT: ... de 70 anos, ficaram reclusas...
RGC: [Interrompendo] Então...
MT:... ao seu domicílio
RGC: [Interompendo] Então podemos ter agora os portugueses com mais de 70 anos a dar a mesma resposta, que será aceite pelas autoridades e compreendida pela ministra da Saúde.
MT: No contexto actual, sabemos que o dever que impende sobre todos os portugueses é o dever civico...
RGC: [Interrompendo] Não foi isso que eu perguntei..
MT: de recolhimento. Mas esta é a resposta.
RGC: Pronto, pronto...
MT: Esta é a resposta.
RGC: Então avancemos. Falamos aqui de Fátima. A senhora ministra abriu aqui a porta, afinal, de uma peregrinação a Fátima...
MT: Não abri.
RGC: Não abriu?
MT. Nâo.
RGC: Então formulo-lhe a pergunta: Por que é que em Fátima as pessoas, os peregrinos não podem estar lá presentes a ouvir a missa?
MT: Vamos lá ver: Se essa for a opção de quem organiza as celebrações - de celebração do 13 de Maio - onde possam estar várias pessoas desde que sejam respeitadas as regras santárias - isso é uma possibilidade. Agora cada organização de uma iniciativa tem de fazer um juízo de valor sobre aquilo que entende que são os riscos que vai correr. E pode haver entidades que entendam que aquilo que está em causa é compatível com determinadas regras e outras que não...
RGC: [Interrompendo] O mesmo que se aplica aos estádios de futebol?
MT: O estado de emergência, o estado de calamidade não é - como já disse - uma emergência totalitária. É uma emergência sanitária. E portanto as regras são sempre utilizadas com a proporcionalidade necessária à protecçãos anitária. Mas não mais do que isso. 
RGC: Muito bem. Campos de futebol, são também terrenos abertos. Podem também ter público?
MT: Não.
RGC: Porquê?
MT: Porque a opção neste momento será eventualmente a de não ter público. Mais uma vez, vamos fazer uma construção de medidas ao longo do tempo, que garantam a maior normalidade possível, mas num contexto que não é o regular, o normal, aquele que desejaríamos. E também porque avaliamos, os peritos, os organizadores avaliam aquilo que são...
RGC: [interrompendo] Eu quando estou a falar de público no futebol não estou a falar obviamente do estádio cheio. Mas aquela proporção que não se sabe qual será - um terço, dois terços - e pessoas separadas. Por que não é possível?
MT: São aspectos que estão eventualmente a ser ponderados num contexto, não daquilo que está em cima da mesa, porque aquilo que está em cima da mesa eventualmente serão jogos à porta fechada.
RGC: Muito bem, avancemos, senão temos tempo para nada."


Via Ladrões de Bicicleta

Já passou a emergência, já só estamos em estado de calamidade...

Via Diário as Beiras
Imagem sacada daqui

"A temperatura, ontem, na Figueira da Foz, rondava os 30 graus e houve quem não resistisse em refrescar-se no mar. À tarde, no pico do calor, havia mais gente nas praias urbanas e zonas de sombra do que a caminhar nas ruas, o que não quer dizer que houvesse uma multidão de banhistas. Poderiam ser (muitas) mais pessoas, se não estivesse proibida a circulação entre concelhos. O fim do estado de emergência e o início do estado de calamidade coincidiu com um fim de semana de elevadas temperaturas na Figueira da Foz. Na marginal oceânica, que se prolonga desde o Cabo Mondego até ao molhe Norte, não eram muitos os que se atreviam a passear num dia abrasador. Os que decidiram esticar as pernas, porém, bastava desviar o olhar para a praia e viam que houve quem tivesse uma ideia mais… refrescante. Na pequena, urbana e ribeirinha Praia do Forte, vizinha da praça que também adotou o nome das antigas instalações militares de Santa Catarina, onde as ondas Oceano Atlântico não chegam, vários banhistas e um par de cães que estavam com os donos receberam a visita de dois elementos da Polícia Marítima (ver vídeo). Os agentes da autoridade, no entanto, deslocaram-se ao areal para exercer pedagogia sobre as regras do estado de calamidade nos espaços públicos."

Eu jogador de matraquilhos me confesso...

A partir de uma notícia no Notícia de Coimbra

Proximidade social complica regresso das competições de matraquilhos


Dado que o futebol de primeira vai ser reaberto não compreendo que "as competições de matraquilhos, que foram suspensas devido à pandemia de covid-19, porque a “proximidade obrigatória” dos quatro jogadores em equipas de dois, num espaço fechado, complica o seu reinício".
Por mim, não me importo de jogar ao ar livre... E se dois jogadores por equipa, na modalidade de matraquilhos, é uma multidão, não me importo de jogador mano a mano...

domingo, 3 de maio de 2020

Para acabar de vez com a polémica sobre a comemoração do 1º. de Maio de 2020, seriedade intelectual e política, exige-se...

A favor: PS, PSD, BE, PAN e CDS
 Para ver melhor, clicar na imagem
"Portanto a CGTP, central sindical afecta ao partido que votou contra o prolongamento do estado de emergência - o PCP, organiza uma manif no Dia do Trabalhador com base no decreto presidencial aprovado no Parlamento com os votos a favor dos partidos que estavam contra a realização da manif. Confusos?"

DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA: «sem informação livre e plural não há democracia»

Nunca se deve dar por garantida a liberdade de imprensa. Há riscos "imperceptíveis" para a verdade e o pluralismo, que podem condicionar a “independência” dos media face a poderes políticos e económicos.

População revoltada corta estrada na Praia da Leirosa


"Na Praia da Leirosa viveram-se ontem momentos de tensão. Logo pela manhã, os sinos tocaram a rebate (por duas vezes), depois de a população ter dado conta que várias viaturas (não foi possível apurar quantas, entre oito e dez) tinham os pneus cortados, que as hortas tinham sido (de novo) vandalizadas e alguns animais de criação mortos. Foi a “gota de água”, numa situação que já há muito tempo ameaçava transbordar, alegadamente, devido a uma família de etnia cigana. Mas, após uma reunião, as pessoas acabaram por desmobilizar. Só que, ao início da tarde, voltaram à “carga” e cortaram a estrada."
Via Diário de Coimbra. Leia a notícia completa na edição em papel.

Alegria no trabalho: é preciso reabrir a economia...

Empresa na Azambuja com 30 casos de Covid-19 fechou para testar funcionários

«...a empresa "cumpre todas as regras de segurança e higiene", Luís de Sousa (presidente da câmara da Azambuja), que  explicou que muitos dos funcionários residem fora da Azambuja e deslocam-se para o local de comboio, meio de transporte onde considera que são contagiados.
"Vêm de comboio. As carruagens vêm cheias. Como se costuma dizer, parecem sardinhas em lata. É natural que haja contágios", afirmou o autarca, acrescentado que já foi pedido à CP que aumentasse o número de carruagens.

“O Turismo pós COVID-19” -Impacto e Futuro na Figueira da Foz

A Conferência Online com a participação do Dr. Pedro Machado, Presidente do Turismo Centro Portugal e do Dr. Vítor Pereira Consultor em Turismo Sustentável – Ecoturis, pode ser vista aqui.

sábado, 2 de maio de 2020

Da série fuga para a frente...(Esperemos que a promessa do multiusus tenha sucesso, ainda que a esperança não seja muita...) 6

"Considero que faz falta um pavilhão multiusos na Figueira da Foz. Não uma obra megalómana, como alguns defendem ou redundante como outros proclamam.
O município precisa de um local fechado, com condições térmicas e acústicas, onde se possam praticar vários tipos de desporto, desde o basquetebol, ao voleibol, andebol, ginástica, futsal, ténis de mesa, judo, karaté, ou até remo indoor. Sendo, portanto, polivalente e munido de bancadas suficientes para receber assistência de provas desportivas de nível regional e nacional, ou mesmo internacional.
Este pavilhão deveria servir também para outros eventos não desportivos, como algumas conferências, mostras e eventos culturais. Devendo ter uma ocupação diária plena, tal como tem hoje o CAE noutras vertentes.
Não obstante, não será uma prioridade a curto prazo, uma vez que, em contrapartida, não haverá financiamento comunitário para este tipo de investimento, no próximo quadro de apoio, sendo necessário recorrer em exclusivo ao parco orçamento municipal. Há, certamente, outros equipamentos mais prementes neste momento, tal como uma piscina municipal pública na cidade. Aliás, este pavilhão, deveria ser construído em local próximo e complementar à futura piscina, tentando otimizar os estacionamentos necessários, devendo ambos estar localizados numa zona central próxima das escolas.
Por outro lado, há outros equipamentos no concelho que vão servindo para colmatar as necessidades que surgem, otimizando ao máximo o seu uso. Temos, obviamente, os pavilhões polidesportivos associados aos diversos agrupamentos escolares, o pavilhão Galamba Marques do GCF e alguns equipamentos das diversas associações desportivas.
Há também um outro equipamento com muito potencial para ser transformado e renovado, dando-lhe novas utilizações. Refiro-me ao Coliseu Figueirense, que é um espaço com uma identidade muito própria, um edifício com valor patrimonial, com história, que poderá ser adaptado para outros usos, mesmo sem ser coberto. Poderia receber concertos, feiras, exposições, e até alguns eventos desportivos! Em conclusão, o pavilhão multiusos é necessário, mas será, provavelmente, um investimento a médio prazo!"
Via Diário as Beiras

Deve ser maior que o Sunset e ainda estão vender bilhetes...

Se quer comprar bilhete clique aqui...

Álvaro Covões dá como certo o cancelamento do NOS Alive 2020 ... Este ano, o NOS Alive deveria acontecer entre 8 e 11 de Julho...

"São mulheres, ganham pouco mais de 600 euros e não abandonam o barco"

Uma chamada de primeira página do Diário de Notícais de ontem, que é uma vergonha para Portugal.
"Nos lares e nos hospitais, a maioria dos trabalhadores são mulheres e a maioria ganha pouco mais que o salário mínimo. Mesmo assim não desarmam. No Dia do Trabalhador, três delas falam da luta que travam e da desvalorização e invisibilidade que muitas vezes sentem."

Comemorações do 1º. de Maio em tempo de pandemia

 FOTO: ANTÓNIO COTRIM/LUSA, via TVI

"Simpatizantes da CGTP-IN durante as comemorações do 1º de Maio, Dia Mundial do Trabalhador, na Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa, 01 de maio de 2020. Uma celebração diferente do habitual, com regras de distanciamento, devido à pandemia do coronavírus Covid-19."

Webinar «O Turismo pós COVID-19» - Impacto e futuro na Figueira da Foz


O PSD da Figueira da Foz irá promover, hoje, sábado, dia 2 de maio, pelas 16h30, a videoconferência temática Webinar, através da plataforma Zoom e Facebook, com o tema «O Turismo pós COVID-19» -Impacto e futuro na Figueira da Foz.
A conferência online, aberta à participação em geral, terá a participação de Pedro Machado (presidente do Turismo Centro Portugal e de Vítor Pereira (consultor em Turismo Sustentável – Ecoturis).
O evento será transmitido pelas 16h30, na plataforma Zoom e com emissão em directo através da página Facebook do PSD Figueira da Foz.
Inscrições: https://bit.ly/inscricao-zoom
Link :
https://www.facebook.com/301673686659954/posts/1439881926172452/?sfnsn=mo

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Da série fuga para a frente...(Esperemos que a promessa do multiusus tenha sucesso, ainda que a esperança não seja muita...) 5

"O nosso concelho possuí múltiplos pavilhões desportivos, espalhados um pouco por todo o território. Contabilizamos com facilidade os 7 pavilhões escolares, o pavilhão do antigo colégio de Quiaios e os 4 principais pavilhões de clubes e associações. As instalações do Sport Clube de Lavos, o pavilhão do GRV, a estrutura do Caras Direitas e o Pavilhão Galamba Marques, propriedade do Ginásio. No total são 12 pavilhões com condições mínimas para praticar desportos coletivos e individuais dos mais variados.

Porém, algumas destas infraestruturas já começam a demonstrar o peso da idade, adicionado ao facto de não possuírem sequer as dimensões e marcações necessárias para a prática das principais modalidades. Assim, considero, que dado este contexto, faz sentido pensar num novo pavilhão multiusos ou então numa ampla renovação do património já existente.

Como já referi numa crónica anterior, uma das infraestruturas que tem feito falta, é um espaço fechado com dimensão para receber congressos. A construir-se um pavilhão multiusos, este tipo de eventos deve ser uma finalidade do mesmo. Saliento também que este mesmo pavilhão deveria ser pensado por forma a colmatar determinadas falhas na oferta desportiva do concelho.

Seria interessante que uma das cabeceiras do campo tivesse espaço para colocar marcações de um court de ténis, que as laterais fossem revestidas de tartan para treinos cobertos de atletismo e que fosse criado um espaço exclusivo para os atletas de competição do concelho, onde pudessem fazer preparação física acompanhados pelos seus treinadores.

Em suma, para mim um pavilhão municipal faz todo o sentido. Se este for projetado, deve procurar servir o máximo de finalidades possíveis. Dado o investimento de base, acredito que este deva ser o caminho. Se não for este o intuito do projeto e simplesmente considerar-se que é apenas necessário mais uma instalação desportiva, considero que seria mais interessante utilizar o dinheiro a renovar as infraestruturas já existentes, em especial as das escolas agrupadas, que após a delegação de competências passaram a ser geridas pelo município."
Via Diário as Beiras

Reflexão


A Figueira é um concelho acolhedor e agradável. Não pelas oportunidades e o rendimento médio de quem vive do seu trabalho e nem pela dignidade com que os seus habitantes são tratados por quem governa o concelho. 

É bom viver cá pelo clima (tirando o vento...), pela localização, pelas praias (especialmente, as situadas a sul do estuário do Mondego), pela diversidade ambiental (rio, mar, campo, serra), mas não pela forma como é gerida ou pela riqueza que distribui à maioria dos seus habitantes.

Dos políticos nem vale a pena falar. Não tiveram rasgo nem competência para conduzir os destinos do concelho em tempos normais, não é agora, que estamos a viver esta tremenda pandemia, que podemos contar com eles. 

Muitos de nós vamos ser atirados para a pobreza. Vamos ter sectores fechados e sem grandes perspetivas de obterem receitas significativas nos próximos  meses. Teremos algumas empresas em agonia se não mesmo à beira da falência e trabalhadores com reduções de rendimentos ou mesmo sem rendimentos e sem quaisquer hipóteses de encontrarem trabalho.

Neste dia 1º de Maio de 2020, temos à nossa frente  um cenário muito complicado, havendo mesmo o risco  de virmos a enfrentar problemas sociais e humanos muito sérios. 
O que poderia fazer um autarca perante este cenário? 
Por aqui, a sua  preocupação é ele próprio e a sua sobrevivência como presidente da autarquia. Prepara a sua candidatura, inunda as páginas da comunicação social de autopromoção, mesmo no 25 de Abril.

Andaram a gastar fortunas para haver carnaval na Figueira todos os dias, dinheiro esse que agora faz falta, coisa que eles terão difilcudade em perceber, pois têm vencimentos acima da média que obteriam se não fossem políticos. 

Neste 1º de Maio de 2020, que cada um de nós fique em casa e que aproveite para fazer uma reflexão. Pensem, mas pensem bem,  em como todos nós poderíamos contornar o buraco em que meteram o concelho, tornando-o incapaz de promover a criação de riqueza, a sua distribuição pelo emprego, pela competência e pela  justiça social. 

Uma memória deste dia há 47 anos



"Às 2:50 minutos do 1º de Maio de 1973, as Brigadas Revolucionárias executaram uma das suas acções mais espectaculares, da qual resultou a destruição de dois andares do Ministério das Corporações (actual Ministério do Trabalho e da Segurança Social), na Praça de Londres em Lisboa.
Explicaram mais tarde em comunicado (que pode ser lido AQUI, na íntegra): «O Ministério das Corporações é, por um lado, o instrumento mais directo dos patrões portugueses e estrangeiros, que através dele fixam as condições de trabalho do proletariado – salários, horários – enfim, exploração e repressão (…); e, por outro, um instrumento de exploração directa dos trabalhadores, através da Previdência (…) que fornece serviços de Saúde e Previdência miseráveis.»
Durante a tarde, foram recebidos telefonemas com falsos alertas de bomba em várias grandes empresas de Lisboa. Veio a saber-se depois que se tratara também de uma iniciativa ligada às Brigadas Revolucionárias, cujo objectivo era «libertar» mais cedo os trabalhadores para que pudessem participar na manifestação.

Facto demasiado grave e espectacular para que a censura o silenciasse, foi noticiado nos meios de comunicação social e objecto de todas as conversas, num dia quem que se preparavam manifestações proibidíssimas, precedidas por largas dezenas de detenções, como a CNSPP (Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos), de 09.05.1973 veio a relatar:
«Tem-se verificado, nas últimas semanas, um acentuado agravamento da repressão política no nosso país: com o pretexto de impedir quaisquer manifestações públicas por ocasião do 1.º de Maio, procedeu a Direcção-Geral de Segurança à prisão indiscriminada de um elevado número de pessoas, em várias localidades e pertencendo aos mais diversos sectores de actividade profissional. Só durante o período que decorreu de 7 de Abril a 7 de Maio tem a CNSPP conhecimento de terem sido presas 91 pessoas, cujos elementos de identificação se possuem já. Sabe-se, no entanto, que muitas outras dezenas de pessoas foram detidas (...)
As forças policiais desencadearam, nos primeiros dias deste mês, uma desusada onda de violência. No 1.° de Maio, as zonas centrais da cidade de Lisboa e Porto foram teatro de grandes concentrações por parte das forças das diversas corporações policias e parapoliciais (com agentes fardados e à paisana). No Rossio e em toda a área circundante essa presença não se limitou ao papel de intimidação ou de repressão, mas adquiriu características de verdadeira agressão: espancamentos brutais e indiscriminados, grande número de feridos, dezenas de prisões. Dessa agressão, foram vítimas muitos trabalhadores, assim como estudantes e outras pessoas que se limitavam a passar pelo local»."

Quando a luta aquece, vê-se quem escolhe o PS!..

Irão passar a jogar de máscara?

"Há coisas que custam a entender. Uma delas foi o anúncio, feito ontem pelo Governo, do regresso (sem espectadores) das competições referentes à primeira liga a partir do último fim de semana do mês que agora começa. É uma excepção dentro da excepção, pois os campeonatos das restantes modalidades colectivas (andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins, voleibol) já tinham sido declarados concluídos por via administrativa, sem haver campeão designado. Se esta disparidade já era digna de suscitar críticas, maior contestação deve merecer o duplo critério reservado ao futebol profissional: as regras agora anunciadas aplicam-se apenas ao primeiro escalão e não ao segundo. Em nome de equidade desportiva?
O mais incompreensível, para mim, é que este anúncio seja divulgado no mesmo pacote de medidas que reforçam as acções profilácticas no combate ao coronavírus.
Faz algum sentido decretar-se o uso obrigatório de máscaras no comércio, nos transportes públicos e em muitos locais de trabalho para prevenir a expansão da pandemia e autorizar-se em simultâneo o regresso da principal competição de futebol, desporto de permanente contacto físico e sem possibilidade de imposição de regras de "distanciamento social", desde logo nos balneários?
Antecipo a resposta: não, não faz.
Que exemplo dá o futebol à sociedade, com o beneplácito do Governo? Antecipo também a resposta: um péssimo exemplo. A menos, claro, que os futebolistas passem a jogar de máscara.  


ADENDA - Recordo que em França, na Holanda e na Bélgica o futebol profissional terminou antes de concluído o calendário previsto para as competições. E a Itália prepara-se para seguir o mesmo rumo, enquanto a Juventus antecipa que renunciará ao título sem jornadas disputadas em campo."