Via Quiaos Beach |
terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
A estátua do pescador no centro da rotunda...
É fácil fazer demagogia em política. Ainda é mais fácil quando se está no poder.
Aliás, a jogada pode ser tão perfeita, que nem chega a ser demagogia.
Quando alguns políticos transmitem algumas mensagens, via rádio, televisão, jornais ou redes sociais, ouvimos o que eles querem que nós pensemos que estão a dizer, quando sabem que estão dizendo algo, por vezes, bem diferente. O político poderá dizer sempre que não mente, nós é que fomos parvos e pensámos ter ouvido outra coisa.
Um bom exemplo de mentir, sem mentir, foi dado no domingo passado pelo presidente da Câmara da Figueira no decorrer da conferência de imprensa que se realizou nos Caras Direitas, depois das boas vindas dadas a Noémia Costa e João Baptista reis do carnaval Buarcos 2020 (“O Carnaval é, declaradamente, de Buarcos, mas tem-se aberto ao concelho através da participação das colectividades”, Carlos Monteiro).
Mas vamos ao que interessa. Cito o Diário as Beiras de 2 de Fevereiro de 2020, página 8.
"Numa terra de pescadores, na conferência de imprensa, lançou-se a rede sobre as obras da frente marítima de Buarcos. Carlos Monteiro adiantou que a estátua do pescador regressará ao centro da rotunda que lhe dá nome até 15 de junho. O autarca ressalvou, contudo, que há concurso de obras públicas que ficam desertos e que continua a faltar mão de obra."
Para o figueirense comum, normalmente distraído, a estátua do pescador regressar ao centro da rotunda, que é onde está, só que da rotunda que existia naquele local, antes desta infeliz intervenção em curso, até 15 de junho, é executar obra. Só que há concursos públicos que ficam desertos e falta de mão de obra...
Ficou aberto o caminho para que alguns tivessem ficado com a falsa ideia de que tudo está a decorrer em bom ritmo nesta obra. O que na realidade não acontece, nem nesta nem em nenhuma actualmente em curso no concelho da Figueira da Foz. Só que o presidente da câmara é político. E adiantou que há concursos públicos que ficam desertos e falta de mão de obra... Isto, para que em 15 de junho próximo, ninguém possa dizer que mentiu.
No fundo, acabou por não garantir quando vai haver estátua do pescador no centro da rotunda.
Na Figueira é sempre carnaval...
Aliás, a jogada pode ser tão perfeita, que nem chega a ser demagogia.
Quando alguns políticos transmitem algumas mensagens, via rádio, televisão, jornais ou redes sociais, ouvimos o que eles querem que nós pensemos que estão a dizer, quando sabem que estão dizendo algo, por vezes, bem diferente. O político poderá dizer sempre que não mente, nós é que fomos parvos e pensámos ter ouvido outra coisa.
Um bom exemplo de mentir, sem mentir, foi dado no domingo passado pelo presidente da Câmara da Figueira no decorrer da conferência de imprensa que se realizou nos Caras Direitas, depois das boas vindas dadas a Noémia Costa e João Baptista reis do carnaval Buarcos 2020 (“O Carnaval é, declaradamente, de Buarcos, mas tem-se aberto ao concelho através da participação das colectividades”, Carlos Monteiro).
Mas vamos ao que interessa. Cito o Diário as Beiras de 2 de Fevereiro de 2020, página 8.
"Numa terra de pescadores, na conferência de imprensa, lançou-se a rede sobre as obras da frente marítima de Buarcos. Carlos Monteiro adiantou que a estátua do pescador regressará ao centro da rotunda que lhe dá nome até 15 de junho. O autarca ressalvou, contudo, que há concurso de obras públicas que ficam desertos e que continua a faltar mão de obra."
Para o figueirense comum, normalmente distraído, a estátua do pescador regressar ao centro da rotunda, que é onde está, só que da rotunda que existia naquele local, antes desta infeliz intervenção em curso, até 15 de junho, é executar obra. Só que há concursos públicos que ficam desertos e falta de mão de obra...
Ficou aberto o caminho para que alguns tivessem ficado com a falsa ideia de que tudo está a decorrer em bom ritmo nesta obra. O que na realidade não acontece, nem nesta nem em nenhuma actualmente em curso no concelho da Figueira da Foz. Só que o presidente da câmara é político. E adiantou que há concursos públicos que ficam desertos e falta de mão de obra... Isto, para que em 15 de junho próximo, ninguém possa dizer que mentiu.
No fundo, acabou por não garantir quando vai haver estátua do pescador no centro da rotunda.
Na Figueira é sempre carnaval...
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020
Calma, a Figueira não é o Texas: foi apenas (mais) uma facadinha numa cidade considerada segura
"Pelas 21:00 do dia 2 de fevereiro, com conhecimento de que estariam a ocorrer desavenças entre vizinhos, a PSP da Figueira da Foz deslocou-se ao local na tentativa de os sanar.
Ao chegar ao local a PSP constatou que o suspeito, um homem de 42 anos, teria feito um disparo para o ar com uma arma de fogo e agrediu um homem de 19 anos que necessitou de receber tratamento hospitalar.
Uma vez que o agressor não se encontrava no local foi-lhe movida uma perseguição que culminou com a sua interceptação na zona do Alto do Forno (Figueira da Foz).
O suspeito estava a conduzir um automóvel e foi mandado parar. Acatou a ordem e foi sujeito ao teste de alcoolemia e a uma revista de segurança.
Acusou uma TAS de 2,24 g/l e na sua viatura foi possível encontrar uma arma de fogo calibre 6.35 mm. O suspeito não é titular de licença de uso e porte de arma, pelo que a mesma está ilegal."
Da série na Figueira é sempre carnaval...
... telenovelas, uma «estória que já vem de longe»...
O Teu Olhar, tanto quanto se sabe, não teve custos para o contribuinte...
... em 2020, mudaram os custos: "autarquia vai contribuir com 90 mil euros (mais IVA) e prestar apoio logístico à telenovela da SIC..."
A Figueira da Foz não é uma cidadezinha qualquer, no que à cultura diz respeito...
João César Monteiro passa a ser nome de auditório do Centro de Artes e Espectáculos.
... mais do que uma homenagem, espero que esta iniciativa faça parte de um trabalho mais abrangente que a obra de César Monteiro merece e que está por fazer: "manter vivos na Figueira os filmes e a obra de João César Monteiro".
... mais do que uma homenagem, espero que esta iniciativa faça parte de um trabalho mais abrangente que a obra de César Monteiro merece e que está por fazer: "manter vivos na Figueira os filmes e a obra de João César Monteiro".
«A autarquia atribuiu o nome de João César Monteiro ao pequeno auditório do CAE. Na cerimónia, que teve lugar no passado sábado, participaram a realizadora e viúva do cineasta figueirense, Margarida Gil, e o filho de ambos, Pedro Monteiro. Foram anfitriões o presidente da câmara, Carlos Monteiro, e o vereador da Cultura, Nuno Gonçalves.
Margarida Gil revelou que um dos desejos de João César Monteiro era fazer um filme sobre a sua infância na Figueira da Foz. E acrescentou que a atribuição do nome do cineasta àquela sala do CAE “honra mais [a memória dele] do que se fosse no Centro Cultural de Belém ou na Gulbenkian”. Para Carlos Monteiro, o homenageado “vai sempre ficar na memória dos figueirenses”.»Da série, a Figueira está sem chama. Os figueirenses, parecem-me desiludidos, resignados e cansados...
PEDONALIZAR
"A sobrevivência do comércio na emblemática rua da República depende da “vivência do espaço urbano”, sejam residentes ou visitantes.
Os exemplos de outras cidades semelhantes evidenciam esse percurso histórico, sem a pedonalização os centros históricos definham, afogados em carros, ruído e poluição.
Bastará ir a Espanha e verificar como, e o que se fez: retirou-se espaço ao automóvel, devolveu-se a cidade às pessoas, os espaços pedonais são agradáveis e com grande qualidade urbanística.
Na Figueira, a rua da República é um exemplo de estagnação. Há carros estacionados em cima do passeio, atravessam-se onde podem, impedem a circulação pedonal.
As autoridades olham para o lado. Alguns comerciantes também não ajudam, estacionam em frente ao estabelecimento, retirando lugar ao cliente. Simultaneamente os parques de estacionamento
de proximidade, alguns a menos de 200 metros, estão quase vazios. Uma rebaldaria absoluta que afasta as pessoas.
Estamos em 2020, precisamos de alterar paradigmas.
“Estacionar” não pode ser encarado como um direito, mas com uma ocupação de espaço urbano que é escasso, a partilhar entre as pessoas, bicicletas, motas, carros e os transportes públicos. Necessitamos de retirar espaço ao automóvel, “obrigar” as pessoas a andar mais a pé e de bicicleta, criando hábitos
saudáveis.
Pedonalizar a rua da República? Sim, é esse o caminho a trilhar com comerciantes, residentes, envolvendo-os num trabalho árduo de anos, para que a comunidade compreenda e aceite que estaremos a deixar uma “cidade” melhor.
Pedonalizar garantindo um mínimo de estacionamento de proximidade a quem lá reside, atraindo mais gente para as centenas de alojamentos devolutos. Pedonalizar tem que ser melhorar a qualidade
das ruas que desembocam na rua da República, muitas delas degradadas, sem investimento público há décadas.
O município nestas ruas limita-se a colocar asfalto e a tapar buracos, nem sequer as árvores são cuidadas devidamente."
Via Diário as Beiras
"A sobrevivência do comércio na emblemática rua da República depende da “vivência do espaço urbano”, sejam residentes ou visitantes.
Os exemplos de outras cidades semelhantes evidenciam esse percurso histórico, sem a pedonalização os centros históricos definham, afogados em carros, ruído e poluição.
Bastará ir a Espanha e verificar como, e o que se fez: retirou-se espaço ao automóvel, devolveu-se a cidade às pessoas, os espaços pedonais são agradáveis e com grande qualidade urbanística.
Na Figueira, a rua da República é um exemplo de estagnação. Há carros estacionados em cima do passeio, atravessam-se onde podem, impedem a circulação pedonal.
As autoridades olham para o lado. Alguns comerciantes também não ajudam, estacionam em frente ao estabelecimento, retirando lugar ao cliente. Simultaneamente os parques de estacionamento
de proximidade, alguns a menos de 200 metros, estão quase vazios. Uma rebaldaria absoluta que afasta as pessoas.
Estamos em 2020, precisamos de alterar paradigmas.
“Estacionar” não pode ser encarado como um direito, mas com uma ocupação de espaço urbano que é escasso, a partilhar entre as pessoas, bicicletas, motas, carros e os transportes públicos. Necessitamos de retirar espaço ao automóvel, “obrigar” as pessoas a andar mais a pé e de bicicleta, criando hábitos
saudáveis.
Pedonalizar a rua da República? Sim, é esse o caminho a trilhar com comerciantes, residentes, envolvendo-os num trabalho árduo de anos, para que a comunidade compreenda e aceite que estaremos a deixar uma “cidade” melhor.
Pedonalizar garantindo um mínimo de estacionamento de proximidade a quem lá reside, atraindo mais gente para as centenas de alojamentos devolutos. Pedonalizar tem que ser melhorar a qualidade
das ruas que desembocam na rua da República, muitas delas degradadas, sem investimento público há décadas.
O município nestas ruas limita-se a colocar asfalto e a tapar buracos, nem sequer as árvores são cuidadas devidamente."
Via Diário as Beiras
"Destruição" do Cabedelo segue aos solavancos...
Imagem via Diário as Beiras |
A incompetência; a soberba; o saloísmo; os maus arquitectos; o falso tradicionalismo; a mania do luxo e da
pompa das elites; as obras de fachada;
e, acima, de tudo a falta de carinho e amor pelo que é essencial na vida das pessoas estão a fazer o seu caminho no nosso concelho.
O tipicismo é a profunda genuinidade... É onde reside a alma
de uma cidade como a Figueira, a sua verdade, que se tem que manter, sob pena
dela se descaracterizar.
É isto que o Cabedelo é: genuíno, assim como está, com o
Parque de Campismo, que foi, já lá vão quase 30 anos, que deu vida e alma ao
Cabedelo, como todas as suas valências, incluindo a "maluca" onda de surf, apesar de
pessoas como as que compõem o actual executivo camarário, a terem liquidado.
A ganância ainda vai acabar por dar cabo disto tudo...
Para quem gosta da freguesia de S. Pedro, é difícil e
doloroso constatar que a barbárie e a selvajaria atingiriam a
dimensão actual - a que se vai seguir ainda -, quando o que resta de teoricamente
protegido - o Cabedelo - for também
devastado pelo “progresso”.
domingo, 2 de fevereiro de 2020
Na Figueira é sempre carnaval...
Carlos Monteiro divulgou a intenção da autarquia em ter “o pescador no centro da rotunda” antes de 15 de julho...
"A reposição da estátua do Pescador em Buarcos, Figueira da Foz, distrito de Coimbra, e edificação de um novo conjunto arquitectónico adjacente irá custar ao município cerca de 100 mil euros, anunciou hoje o presidente da Câmara."
"A reposição da estátua do Pescador em Buarcos, Figueira da Foz, distrito de Coimbra, e edificação de um novo conjunto arquitectónico adjacente irá custar ao município cerca de 100 mil euros, anunciou hoje o presidente da Câmara."
Parabéns ao GIS
"Há 100 anos, um grupo de homens, imbuídos de um espírito solidário e altruísta, corajosos e certos do seu propósito, não se limitaram a sonhar e concretizaram. Assim, nasceu o Grupo de Instrução e Recreio da Praia de Buarcos. Honra aos seus Fundadores.
100 anos de entrega a causas solidárias, desde a sua origem até aos dias de hoje.
Estes 100 anos representam um património histórico, cultural e social considerável.
Falar do G.I.S. é sentir o coração na boca, é sentir a força das ondas do mar, a cada volta que a vida nos prega, é sentir o vento norte que nos eleva.Uma palavra de enorme gratidão, a todos que ao longo destes anos, nos têm acompanhado, nesta caminhada associativa. Sem o vosso apoio e companheirismo, não teria sido possível esta longevidade, nem a concretização de tantas realizações."
"O Grupo Instrução e Sport (GIS) da Praia de Buarcos foi ontem pequeno para acolher tanta gente e tanta emoção. E o caso não era para menos, já que celebrou cem anos de vida activa e sempre intimamente ligada ao pulsar da comunidade em que se insere, antigamente tipicamente piscatória, hoje já nem tanto, mas que mulheres e homens do grupo “Praia Mar” fazem questão de exibir, nos cantares e nos trajes “domingueiros” que envergam em palco."
100 anos de entrega a causas solidárias, desde a sua origem até aos dias de hoje.
Estes 100 anos representam um património histórico, cultural e social considerável.
Falar do G.I.S. é sentir o coração na boca, é sentir a força das ondas do mar, a cada volta que a vida nos prega, é sentir o vento norte que nos eleva.Uma palavra de enorme gratidão, a todos que ao longo destes anos, nos têm acompanhado, nesta caminhada associativa. Sem o vosso apoio e companheirismo, não teria sido possível esta longevidade, nem a concretização de tantas realizações."
via Diário de Coimbra |
Da série, na Figueira é sempre carnaval...
OS BARRIGUDOS TAMBÉM TÊM DIREITO À VIDA... NA FIGUEIRA É SEMPRE CARNAVAL. BOM CARNAVAL 2020 A TODAS E TODOS... |
Hoje é domingo gordo |
"A autarquia vai contribuir com 90 mil euros (mais IVA) e prestar apoio logístico à telenovela da SIC “Terra brava”, tendo como contrapartida gravações em vários locais do concelho, de março a maio, e o retorno promocional da Figueira da Foz. O município teria de pagar 100 mil euros em dinheiro, mas a participação do Casino Figueira, que recebe filmagens, oferece um espectáculo de Marco Paulo para uma das cenas e fornece refeições até cinco mil euros, baixou a factura do município em 10 mil euros.
Além daquela verba, e de acordo com o contrato a que o DIÁRIO AS BEIRAS teve acesso, a autarquia assegura, também, isenção de taxas municipais, licenças e estacionamento e paga à PSP. Àqueles benefícios, acrescenta-se o alojamento para 50 pessoas por dia, em 18 quartos duplos e 14 individuais, durante nove noites.
O protocolo assinado entre a autarquia e a produtora da telenovela prevê, ainda, o fornecimento de contactos com colectividades com experiência na área da figuração e indicar locais, conteúdos e eventos da cidade para as filmagens. Por outro lado, disponibiliza um interlocutor para acompanhar a produção durante a permanência no concelho. As contas do apoio logístico não estão fechadas, uma vez que a câmara está em contacto com potenciais parceiros que possam fazer baixar os custos."
sábado, 1 de fevereiro de 2020
Da série, o areal urbano está assim por erros e falta de visão do homem... (6)
"Soltem as areias", por Ana Oliveira
"Na Figueira da Foz nunca nada foi fácil e no que se refere à imagem da nossa cidade a história nunca relatou muitos consensos. A questão do areal urbano não é exceção, porque a solução para este espaço tem, seguramente, duas visões, bem distintas uma da outra.A primeira visão, da autoria do executivo socialista, teve a sua concretização mitigada em 2016. Uma solução a que se deu o nome pomposo de “Requalificação e valorização da frente mar e praia”. Projeto esperado com muita expectativa por todos os figueirenses, pois sendo a única obra do município, verdadeiramente pensada e idealizada, num valor que ultrapassou os dois milhões de euros seria, no mínimo, de impressionar os mais críticos!
Perante isto, qual foi, afinal, a solução encontrada pela Câmara Municipal? Será que a intenção foi fomentar o turismo? Só se for com a entrada para o recorde do Guiness do maior parque de merendas à beira mar da Europa, mas, para isso, convinha aumentar os bancos e mesas de cimento! Ou o intuito era a criação de riqueza através da atração de investimento e por sua vez criar postos de trabalho? Perante aquilo que é visto só me ocorre dizer que a intenção seria criar parcerias com empresas de fabrico de chapéus de sol ou de protetores solares. Confesso que desta solução milionária não vislumbro muito mais do que exponho!
A segunda visão para o areal urbano é valorizar a nossa praia e a nossa cidade. Sou defensora desta ideia e igualmente defensora de não “enterrar dinheiro na areia”. Neste sentido, nada melhor que a fase que atravessamos, onde se discute o Orçamento do Estado para, quem lidera os destinos do nosso concelho, pressionar e “influenciar” o governo central a definir e aumentar verbas especificas para uma estratégia global, estruturada que retarde e minimize os efeitos da erosão costeira e que sirva também, de uma vez por todas, para realizar o reclamado e prometido estudo para avaliar mecanismos de transposição de areias. No fim de contas, a solução é só uma: soltem as areias e devolvam-nos a bela Figueira de outros tempos!"
"Desafios em vez de soluções", por Ana Carvalho
"Normalmente, pedimos soluções para resolver problemas e situações negativas. Por isso, como princípio de conversa, esclareço, desde já, que não considero que o areal da praia da Figueira da Foz tenha de ser um problema ou algo negativo. Pelo que substituo a palavra solução por desafio.
E o primeiro grande desafio que se coloca aos figueirenses é mesmo a mudança de paradigma relativamente ao areal. Por que não passar a ver a dimensão do nosso areal como uma vantagem, largando de vez o saudosismo que tanto nos bloqueia? Ao contrário de quase todas as praias urbanas da Europa, a nossa tem um incrível areal que protege a cidade, com uso público, ganho ao domínio marítimo, pelas razões antrópicas que todos conhecemos. Mesmo no pico do verão, estando a decorrer em simultâneo um festival de música que nos traz 100 mil pessoas e um torneio mundial de râguebi, conseguimos estar descansadamente na nossa toalha a ler um livro ou a jogar à bola no areal com os nossos filhos. Isto não é um ponto forte!?
Segundo desafio, reconhecer o quanto o areal já é aproveitado e pode continuar a ser. Diariamente, vemos centenas de pessoas a caminhar ou a andar de bicicleta nas novas ciclovias e passadiços. Algo que vai incrementar, ainda mais, com a ajuda das Figas. Todos os anos, tem aumentado o número de eventos desportivos de praia, desde o râguebi, ao vólei, ao futevólei e ao futebol, sendo esta praia a casa da final da Euro Beach Soccer League. Terceiro desafio que lanço é à própria APA, para permitir os usos que gostaríamos de ver na praia. Desde colocar mais estabelecimentos de apoio à praia, desportivos e de lazer, percebendo, de uma vez por todas, que esta praia é, de facto, diferente de todas as outras.
Há, no entanto, outras praias no concelho que, essas sim, têm o grave problema de falta de areia e é para isso que tem de haver soluções: executar a retirada de três milhões de metros cúbicos de areia do norte do molhe norte e colocar nas praias a sul até à Leirosa, e definir, finalmente, a solução sistemática que garantirá a transposição de areias regular que evitará a erosão costeira a sul e o aumento do areal a norte. Aceitam os desafios?"
Nota via OUTRA MARGEM.
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados 10 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra".
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira".
E não foi por falta de avisos que foram cometidos tantos erros de planeamento territorial e urbanístico na na Figueira da Foz.
Voltando ao saudoso Mestre Manuel Luís Pata, também sempre uma das vozes discordantes do prolongamento do molhe norte. Um dia, já distante, em finais de janeiro de 2008, confessou-me: "ninguém ouve". “A Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. ”
Foram estes “Molhes” que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “ Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… "Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!.."
Ah, pois é: ninguém o ouviu e agora temos as consequências...
Com tanta falta de areia a sul - e isso é problema... até foi permitido que a areia da Praia da Figueira fosse salvar praias espanholas:
"(…) Os que não conseguem lembrar o Passado estão condenados a ter que o repetir (…)"…
- George Santayana, 1905
"(…) Que os homens não aprendem muito com as lições da História é a mais importante de todas as lições que a História tem para ensinar (…)"…
- Aldous Huxley, 1959
"Na Figueira da Foz nunca nada foi fácil e no que se refere à imagem da nossa cidade a história nunca relatou muitos consensos. A questão do areal urbano não é exceção, porque a solução para este espaço tem, seguramente, duas visões, bem distintas uma da outra.A primeira visão, da autoria do executivo socialista, teve a sua concretização mitigada em 2016. Uma solução a que se deu o nome pomposo de “Requalificação e valorização da frente mar e praia”. Projeto esperado com muita expectativa por todos os figueirenses, pois sendo a única obra do município, verdadeiramente pensada e idealizada, num valor que ultrapassou os dois milhões de euros seria, no mínimo, de impressionar os mais críticos!
Perante isto, qual foi, afinal, a solução encontrada pela Câmara Municipal? Será que a intenção foi fomentar o turismo? Só se for com a entrada para o recorde do Guiness do maior parque de merendas à beira mar da Europa, mas, para isso, convinha aumentar os bancos e mesas de cimento! Ou o intuito era a criação de riqueza através da atração de investimento e por sua vez criar postos de trabalho? Perante aquilo que é visto só me ocorre dizer que a intenção seria criar parcerias com empresas de fabrico de chapéus de sol ou de protetores solares. Confesso que desta solução milionária não vislumbro muito mais do que exponho!
A segunda visão para o areal urbano é valorizar a nossa praia e a nossa cidade. Sou defensora desta ideia e igualmente defensora de não “enterrar dinheiro na areia”. Neste sentido, nada melhor que a fase que atravessamos, onde se discute o Orçamento do Estado para, quem lidera os destinos do nosso concelho, pressionar e “influenciar” o governo central a definir e aumentar verbas especificas para uma estratégia global, estruturada que retarde e minimize os efeitos da erosão costeira e que sirva também, de uma vez por todas, para realizar o reclamado e prometido estudo para avaliar mecanismos de transposição de areias. No fim de contas, a solução é só uma: soltem as areias e devolvam-nos a bela Figueira de outros tempos!"
"Desafios em vez de soluções", por Ana Carvalho
"Normalmente, pedimos soluções para resolver problemas e situações negativas. Por isso, como princípio de conversa, esclareço, desde já, que não considero que o areal da praia da Figueira da Foz tenha de ser um problema ou algo negativo. Pelo que substituo a palavra solução por desafio.
E o primeiro grande desafio que se coloca aos figueirenses é mesmo a mudança de paradigma relativamente ao areal. Por que não passar a ver a dimensão do nosso areal como uma vantagem, largando de vez o saudosismo que tanto nos bloqueia? Ao contrário de quase todas as praias urbanas da Europa, a nossa tem um incrível areal que protege a cidade, com uso público, ganho ao domínio marítimo, pelas razões antrópicas que todos conhecemos. Mesmo no pico do verão, estando a decorrer em simultâneo um festival de música que nos traz 100 mil pessoas e um torneio mundial de râguebi, conseguimos estar descansadamente na nossa toalha a ler um livro ou a jogar à bola no areal com os nossos filhos. Isto não é um ponto forte!?
Segundo desafio, reconhecer o quanto o areal já é aproveitado e pode continuar a ser. Diariamente, vemos centenas de pessoas a caminhar ou a andar de bicicleta nas novas ciclovias e passadiços. Algo que vai incrementar, ainda mais, com a ajuda das Figas. Todos os anos, tem aumentado o número de eventos desportivos de praia, desde o râguebi, ao vólei, ao futevólei e ao futebol, sendo esta praia a casa da final da Euro Beach Soccer League. Terceiro desafio que lanço é à própria APA, para permitir os usos que gostaríamos de ver na praia. Desde colocar mais estabelecimentos de apoio à praia, desportivos e de lazer, percebendo, de uma vez por todas, que esta praia é, de facto, diferente de todas as outras.
Há, no entanto, outras praias no concelho que, essas sim, têm o grave problema de falta de areia e é para isso que tem de haver soluções: executar a retirada de três milhões de metros cúbicos de areia do norte do molhe norte e colocar nas praias a sul até à Leirosa, e definir, finalmente, a solução sistemática que garantirá a transposição de areias regular que evitará a erosão costeira a sul e o aumento do areal a norte. Aceitam os desafios?"
Nota via OUTRA MARGEM.
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados 10 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra".
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira".
E não foi por falta de avisos que foram cometidos tantos erros de planeamento territorial e urbanístico na na Figueira da Foz.
Voltando ao saudoso Mestre Manuel Luís Pata, também sempre uma das vozes discordantes do prolongamento do molhe norte. Um dia, já distante, em finais de janeiro de 2008, confessou-me: "ninguém ouve". “A Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. ”
Foram estes “Molhes” que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “ Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… "Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!.."
Ah, pois é: ninguém o ouviu e agora temos as consequências...
Com tanta falta de areia a sul - e isso é problema... até foi permitido que a areia da Praia da Figueira fosse salvar praias espanholas:
"(…) Os que não conseguem lembrar o Passado estão condenados a ter que o repetir (…)"…
- George Santayana, 1905
"(…) Que os homens não aprendem muito com as lições da História é a mais importante de todas as lições que a História tem para ensinar (…)"…
- Aldous Huxley, 1959
França e Espanha colaboraram com Rui Pinto, Portugal pediu a sua extradição da Hungria e engavetou-o
As algemas de Rui Pinto
"Vemo-lo na televisão. Não esconde a cabeça, não parece estar envergonhado, ou arrependido, de algo que tenha feito. Pelo contrário. Mas vemo-lo algemado, como escreveu Pacheco Pereira, como não vemos os maiores criminosos do país, e menos as mediáticas figuras acusadas ou condenadas. As algemas de Rui Pinto são, de certa forma, um retrato da cobardia do nosso país. Na política, na Justiça, na sociedade.Rui Pinto cometeu vários crimes. É indiscutível que violar a correspondência e a privacidade escondida no computador de cada indivíduo ou empresa é, claramente, um crime. Mas todo o direito se baseia em algo que não podemos esquecer: o conflito de valores. Do mesmo modo que quem mata em legítima defesa não é necessariamente assassino, quem viola a privacidade e com esse ato revela um ato corrosivo da sociedade não pode ser tratado, apenas, como um criminoso de quem não se quer saber as revelações que obteve. Dir-me-ão que ele o fez também em benefício próprio. Não duvido. Mas cabe, igualmente, à Justiça separar o trigo do joio. No caso de Rui Pinto temos muito mais trigo revelado do que o joio que ele representa."
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