quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

"Ano Novo", via poesia

Apesar das dificuldades actuais,
desejo  um bom Ano Novo!
Oxalá quem governa o Povo,
consiga fazer mais...

Fernando Pessoa, no poema abaixo, deixou a mensagem que a vida não muda se não a fazemos mudar...

Ficção de que começa alguma coisa!
Nada começa: tudo continua.
Na fluída e incerta essência misteriosa
Da vida, flui em sombra a água nua.
Curvas do rio escondem só o movimento.
O mesmo rio flui onde se vê.
Começar só começa em pensamento.

Já Luís Vaz de Camões escrevia:

Jamais haverá ano novo,
se continuar a copiar os erros dos anos velhos.

Voltando a Fernando Pessoa:

De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

PARA TERMINAR BEM 2019

Na Figueira não é sempre carnaval para todos...


FOTO Ricardo Nascimento
Aspecto de uma das ruas da baixa da Figueira da Foz, cortada ao trânsito e cheia de obstáculos para os peões  
"Os trabalhos de requalificação da baixa da Figueira da Foz iniciaram-se há um ano, mas pouco depois pararam porque a empresa que as iniciou entrou em falência, levando ao atraso da execução da obra. Situação que deixa revoltados os moradores e comerciantes de São João do Vale.

"Isto é um estaleiro de obras a céu aberto e ao abandono", lamenta Álvaro Fernandes, de 67 anos, morador e comerciante na Rua dos Combatentes.

"Vivemos aqui encurralados", diz, revoltado, o empresário, que alerta ainda para a falta de segurança. "Se for preciso aqui vir um camião dos bombeiros ou ambulância não pode, isto está assim há mais de um ano".

Na zona os comerciantes vão somando os prejuízos com uma queda na facturação que atinge os 100%. É o caso de Carlos Lourenço, que recorreu à banca para abrir uma pastelaria que entretanto vai fechar: "não consigo fazer face aos encargos, isto está às moscas porque os clientes não conseguem passar", lamenta o jovem empresário. Transtornos que são sentidos por Maria Pinto, dona de uma loja de ferragens e material eléctrico: "perdemos clientes e queremos carregar ou receber material e não podemos".

Júlio Nicolau, dono de um restaurante, lembra que "é assim há 17 meses, em junho as obras pararam e deixaram os esgotos a céu aberto, era um cheiro horrível, só ratos e ratazanas. Pedem-nos mais 15 meses, que é para isto estar pronto para as eleições autárquicas", acusa o empresário. A Câmara dá razão às queixas e diz que tem "pressionado no sentido de que as obras estejam concluídas o mais rápido possível", disse ao Correio da Manhã o autarca Carlos Monteiro."

Divirtam-se...

Jorge Jesus foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique por ter feito o que tinha que fazer em termos profissionais. Isso faz de alguém herói?

Via Paulo Morais

"Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Jorge Jesus. Os políticos portugueses sempre se tentaram apropriar dos sucesso dos ídolos de futebol, fazendo-se fotografar ao lado de futebolistas, treinadores e dirigentes do futebol. É próprio dos países mais atrasados, mais um sintoma de subdesenvolvimento."

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Político do ano 2019 na Figueira

Em Abril passado, quando João Ataíde deixou a Figueira, para o seu lugar, avançou Carlos Monteiro. Politicamente, antes de 2009, de 2001 a 2005, foi membro da Assembleia de Freguesia de S. Julião da Figueira da Foz. E, de 2005 a 2009, foi membro da Assembleia Municipal da Figueira da Foz.
Com a ascenção de Carlos Monteiro a presidente, o provincianismo figueirinhas delirou com a ideia de ser um dos seus a limpar o que foi feito por quem realmente mandou na Figueira, entre outubro de 2009 e abril de 2019.
Com a ida de Ataíde para Lisboa, Monteiro teve o seu momento de deslumbramento. A notícia deixou-o eufórico. Tem, segundo ele, motivos para sorrir a bem sorrir: ganhou o dia, senão uma nova vida política. Foi um daqueles momentos raros, um golpe de sorte (também pode ser de azar...) que acontecem por vezes às pessoas e também aos políticos. Daqueles momentos que fazem tudo ganhar objectivo e sentido - toda a espera, toda a paciência, os sapos engolidos e todo o trabalho, finalmente, a valerem a pena.
Falta, porém, Monteiro sentir-se validado pelos votantes do concelho. O verdadeiro objectivo do medíocre percurso político de Monteiro, ser aceite por uma sociedade figueirense que sempre o rejeitou. A derradeira meta é vencer essa rejeição.
Há uma razão que orienta os passos dos políticos. O Povo, na sua imensa sabedoria, tem sempre razão. 2021 é já um dia destes...

Espera dos Reis Magos vai ser no Jardim Municipal!..

Pelo Hospital Distrital da Figueira da Foz: há razão para tanto optimismo "expectável"?..

Via Diário de Coimbra
"Se 2019 foi um “ano bom” para o Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), e só não foi melhor devido ao reflexo da tempestade “Leslie”, com prejuízos que ultrapassaram o milhão de euros – apenas comparticipados pelos seguros em 380 mil – tendo a restante verba sido «acomodada» com verbas próprias, pois não houve «aumento por parte da tutela para esse fim» - 2020 é «expectável» que seja ainda melhor. A convicção é do presidente do conselho de administração, que elenca algumas das “conquistas” alcançadas."

Nota.
O importante é que nos conheçamos, que tenhamos interiorizado aquilo que é verdadeiramente importante para nós.
Confesso que, na qualidade de cliente da casa,  estou com certas dificuldades em entender o optimismo "expectável" do senhor presidente do conselho de administração.
Antes do mais, porque este Governo prossegue o objectivo assassino do centrão político: ou somos desportistas radicais, ou não nos vão permitir sobreviver acima dos projectos deles para este país.
O desmantelamento do SNS prossegue. 


Recordo:138,30 EUROS de taxas moderadoras!..

domingo, 29 de dezembro de 2019

O meu Povo. Gente que viveu antes de mim na Aldeia.

A foto é de 1943 e foi sacada daqui.
Este, é o meu Povo. Gente que viveu antes de mim na Aldeia.
Homens, mulheres e crianças com sofrimento visível na face.
Gente que teve uma vida difícil, onde a pobreza fazia parte do seu dia a dia.
Não por sua culpa, mas sim por culpa dos miseráveis que governaram este País durante séculos.
Este Povo, Gente que viveu antes de mim na Aldeia, o meu Povo, foi sempre gente  de coragem.
É maravilhoso ter muitos pobres a quem dar sopa, porque quem dá sopa aos pobres pratica a caridade e quem pratica a caridade está na graça de Deus.
É por isso que os cretinos actuais exultam com a sopa dos pobres. 
Porque sabem que na bicha da sopa só estarão os filhos dos outros. 

Esta Gente, o meu Povo, Gente que viveu antes de mim na Aldeia, vivia na miséria, morria cedo, comia mal, não tinha direito à saúde nem à educação. Na sua esmagadora maioria era analfabeta, doente e subdesenvolvida.
Como diziam as senhoritas da elite figueirense da altura -  "credo que porcos, feios e maus que eles são"!..
Por isso, quem sabe, porque viveu lá, como era a vida da esmagadora maioria dos covagaleneses, do tempo de Salazar e Caetano, não tem saudades.

... uma cidade portuguesa tão bonita como era a Figueira...

foto sacada daqui
"Confesso que nunca fui apreciador do "mais do mesmo" e, muito menos, admirador do seu humor...
Mas, eles não se cansam. E, passados 40 longos anos, querem continuar o "mais do mesmo"...
Esta cidade tem algo de muito especial. 
A explicação, possivelmente, terá a ver com o tipo de luz que temos, único e resplandecente,  que lhe é dado, não pelos imensos espelhos de água naturais, que são o estuário do Mondego,  que a bordeja de leste a oeste, ou do Atlântico, que lhe define a linha do horizonte a oeste, mas sim, pelo espelho de água junto ao Forte de Santa Catarina, magnífico e  perfeito, como são todas as obras do actual presidente da câmara,  que permitiram que em pouco mais de sete anos, tivesse sido possível estender a todo o concelho o reflexo radioso e pujante de uma governação camarária com a assinatura de João Ataíde e da sua extraordinária equipa de colaboradores."


Excerto de uma postagem de 6 de Março de 2017.
OUTRA MARGEM, UM BLOGUE QUE JÁ VEM DE LONGE...
Na Figueira, depois de 45 anos a brincar com a gente, já que os figueirenses não se fartam, PS + PSD já se deviam sentir, eles próprios, um pouco saturados...

A realidade do Baixo Mondego foi visitada por Marcelo após as cheias...

Via RTP
"Ouvi dizer que temos de sair daqui: vamos para onde, para onde vamos? Ele disse que temos de sair daqui?", pergunta uma senhora.
Resposta de Marcelo: "o senhor ministro já esclareceu isso..."
E que tal umas rodas Senhor Presidente...

A vida prega cada partida!..

Há uns anos, por motivos profissionias, vivi alguns anos na freguesia mais a sul do concelho de Rior Maior: Arrouquelas.
Fiz lá um Amigo para a vida: o Sr. Zé. Depois do regresso à Aldeia, de vez em quando, ia visitá-lo e almoçava com ele.
A vida, porém, prega partidas.
Ontem, acompanhado do João Paulo Romão e do irmão, o Luis Romão, fomos a Arrouquelas, para surpreender o Senhor Zé e ir, mais uma vez, conviver um pouco e almoçar com ele.
O Senhor Zé era um antigo emigrante na Alemanha, que regressou a Portugal e ao torrão natal da esposa, após a reforma. Vivia sozinho, após a morte da mulher da sua vida. Há 15 dias deu uma queda em casa. Um vizinho ainda o levou ao hospital de Santarém. Entretanto, faleceu.
Ia fazer uma surpresa ao Sr. Zé, um grande Amigo que me acolheu e me ajudou a integrar em Arrouquelas, quando há uns anos atrás, por razões profissionais, vivi lá algum tempo.
Ia fazer uma surpresa ao Sr Zé. Mas, o surpreendido fui eu.
A partir da esquerda: eu, o Sr. Zé e o João Paulo Romão.
Ontem, o Sr. Zé pregou a partida e faltou...
O passar dos anos tem este problema: acrescentamos mortes.
Basta, apenas, o passar dos segundos, dos minutos, dos dias, dos meses, dos anos. Numa palavra: o passar do tempo.
Finam-se os que já existiam antes de nós, partem amigos de surpresa e terminamos relações que acreditámos serem eternas. No lugar disto tudo, passa a existir um espaço feito de boas e más memórias, estilhaços e saudades de pessoas e de sítios onde nos sentimos bem. À medida que avançamos na idade, a nossa vida mais parece uma terra de fantasmas. Por um lado trágica e inquietante. Por outro lado, saudosamente bela.
O passar do tempo, entre outros tem este este problema: traz as más notícias, o encolher dos dias, as despedidas, a pesada recordação das memórias e do passado.
Ontem, ia fazer uma surpresa ao Sr Zé. O surpreendido fui eu. Descanse em paz meu Amigo. Jamais o esquecerei. Um dia destes vou fazer o que ontem não consegui: vou a Arrouquelas, não a sua casa buscá-lo para irmos almoçar, mas visitá-lo à sua última morada...
Até um dia destes Sr. Zé.

sábado, 28 de dezembro de 2019

Morreu o cantor belga Art Sullivan, autor de "Petite Demoiselle"


Nascido em Bruxelas, teve o seu período áureo na década de 1970 e 
morreu por cancro do pâncreas. Tinha 69 anos. Foi muito popular em Portugal.

"A situação parece muito grave"...

BPN: um problema que já vem de longe...

Em finais de Dezembro de 2010 a situação era esta:

"Até 2017, a Parvalorem costumava receber do Estado 300 milhões de euros ao ano. Agora, recebe o dobro, confirma a DGO, tutela das Finanças.
Costumava ser no final do ano, mas em 2019 aconteceu em junho. O ministro das Finanças, Mário Centeno, deu luz verde para emprestar mais 600 milhões de euros à Parvalorem, um dos veículos financeiros que herdou os activos mais complicados e problemáticos do antigo BPN."
OUTRA MARGEM, um blogue que já vem de longe...

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

A solução para as inundações no Baixo Mondego? Rever a obra que mudou o curso do rio

Via Jornal Público

«...o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Carlos Mineiro Alves, defende que é altura de “revisitar o que está feito”. Com a tecnologia e modelos actuais, “há maneiras de simular melhor as situações”, explica, defendendo que, assim, torna-se mais fácil de pegar no projecto, “estudá-lo de uma ponta à outra e ver como se comporta o rio num cenário mais gravoso”. É essa análise que vai permitir perceber que medidas tomar.»

Felizmente que ainda "Há gente que sabe o que diz".

As Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2020 da Câmara Municipal de Coimbra foram chumbadas hoje na Assembleia Municipal

Se "não há plano", modelo ou "calendário", porque falou?.. Calado, era um poeta!...

Via Observador

«Depois de afirmar que as aldeias afectadas pelas cheias do Mondego nos dias anteriores “vão ter de ir pensando em mudar de sítio”, o ministro do Ambiente e Acção Climática veio explicar melhor o alcance da declaração.

Em declarações feitas esta sexta-feira aos jornalistas, João Matos Fernandes, garantiu que “não há nenhum plano”, “modelo” ou prazo para deslocalizar as aldeias mais afectadas. No entanto, manteve a tese de que “uma boa parte” daquelas aldeias “estão numa zona de risco de inundação”, acrescentando que foi um “desafio” que lançou às pessoas para “reflectirem isso elas próprias”

Felizmente que ainda "Há gente que sabe o que diz".