Notícia de hoje no jornal Diário de Coimbra...
Emigrantes que doaram pinheiros “desiludidos”
"Afinal, os 32 mil pinheiros marítimos adquiridos pela comunidade emigrante em Nogent sur Marne (França), que foram entregues na sexta-feira à Câmara Municipal, não vão poder ajudar a reflorestar as matas nacionais (que integram a Rede Natura), por indicação do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), porque, segundo apuramos, existem regras muito próprias (regulamentação), e só podem ser colocadas plantas certificadas em Portugal, o que não é o caso, uma vez que os pinheiros foram adquiridos em França."
domingo, 4 de novembro de 2018
sábado, 3 de novembro de 2018
Pelos PSD´s/FIGUEIRA...
Na última edição do Dez & 10, ao calhar na conversa o PSD/FIGUEIRA, afirmei: "na Figueira existe três PSD´s, os três vereadores municipais são a prova disso"...
Hoje, na página do facebook Carlos Tenreiro - Mudar Porque a Figueira Merece, que é vereador na oposição e foi o candidato PSD à Câmara, encontrei esta postagem.
Também hoje, mas na página da Comissão Política do PSD da Figueira da Foz, encontrei um comunicado que vale a pena ler com atenção.
Encenação Demagógica e Populista
"A Comissão Política do PSD da Figueira da Foz, já tinha regozijado o projeto de solidariedade para a Figueira da Foz, com a oferta de 32 mil pinheiros marítimos, com objetivo de serem plantados por parte do Município Francês, da Associação Franco-Portuguesa Cultural e Desportiva Estrelas do Mar e, da comunidade Portuguesa e Figueirense.
A Câmara Municipal da Figueira da Foz, devia ter tratado da iniciativa da Comunidade Francesa com Respeito, Consideração e Elevação e não ter deixado uma imagem negativa para os Portugueses e Figueirenses de Nogent-Sur-Mame.
Mais uma vez revelou, a incompetência do Dr. Carlos Monteiro e Vereador Miguel Pereira, tratando do assunto como mais uma manobra política demagógica e populista, anunciando somente que fazem, não passando de encenação, sem resultados.
Aqui sem réstia de dúvidas, mentiram aos Figueirenses e à comunidade Francesa, anunciaram que os Pinheiros seriam plantados na zona envolvente à Lagoa, mas afinal o ICNF não permite!
Assistimos a improvisos de quem não fez, nem faz o trabalho de casa, revelando a falta de planeamento sobre os locais próprios para plantar árvores.
Dada a importância da iniciativa da Comunidade Francesa e perante o comportamento leviano do Executivo, dada a justificada ausência do Dr. João Ataíde, que não quis ser cúmplice, o PSD exige a retirada de funções de quem gere o pelouro, visto o Sr. Presidente frequentemente criticar as correntes Populistas e de Demagogia, então deverá começar desde já, dentro do seu Executivo.
Pelo exposto, o PSD vem exigir, a elaboração de um relatório com a discriminação da localização onde vão ser plantados os 32 mil Pinheiros Marítimos e posteriori informação e justificação à comunidade Francesa.
Por último e não menos importante, o PSD exige a colocação de uma placa para posterior informação da oferta por parte da Comunidade Nogent-Sur-Mame, para que no Futuro os descendentes tenham possibilidade de saber onde estão plantadas os 32 mil Pinheiros."
Nota de rodapé.
Esta confusão, para mim, está claríssima!
PSD/FIGUEIRA: 1, 2, 3?... Ou ainda há mais?
Ou, então, a política na Figueira é um mundo de doidos!..
Hoje, na página do facebook Carlos Tenreiro - Mudar Porque a Figueira Merece, que é vereador na oposição e foi o candidato PSD à Câmara, encontrei esta postagem.
Também hoje, mas na página da Comissão Política do PSD da Figueira da Foz, encontrei um comunicado que vale a pena ler com atenção.
Encenação Demagógica e Populista
"A Comissão Política do PSD da Figueira da Foz, já tinha regozijado o projeto de solidariedade para a Figueira da Foz, com a oferta de 32 mil pinheiros marítimos, com objetivo de serem plantados por parte do Município Francês, da Associação Franco-Portuguesa Cultural e Desportiva Estrelas do Mar e, da comunidade Portuguesa e Figueirense.
A Câmara Municipal da Figueira da Foz, devia ter tratado da iniciativa da Comunidade Francesa com Respeito, Consideração e Elevação e não ter deixado uma imagem negativa para os Portugueses e Figueirenses de Nogent-Sur-Mame.
Mais uma vez revelou, a incompetência do Dr. Carlos Monteiro e Vereador Miguel Pereira, tratando do assunto como mais uma manobra política demagógica e populista, anunciando somente que fazem, não passando de encenação, sem resultados.
Aqui sem réstia de dúvidas, mentiram aos Figueirenses e à comunidade Francesa, anunciaram que os Pinheiros seriam plantados na zona envolvente à Lagoa, mas afinal o ICNF não permite!
Assistimos a improvisos de quem não fez, nem faz o trabalho de casa, revelando a falta de planeamento sobre os locais próprios para plantar árvores.
Dada a importância da iniciativa da Comunidade Francesa e perante o comportamento leviano do Executivo, dada a justificada ausência do Dr. João Ataíde, que não quis ser cúmplice, o PSD exige a retirada de funções de quem gere o pelouro, visto o Sr. Presidente frequentemente criticar as correntes Populistas e de Demagogia, então deverá começar desde já, dentro do seu Executivo.
Pelo exposto, o PSD vem exigir, a elaboração de um relatório com a discriminação da localização onde vão ser plantados os 32 mil Pinheiros Marítimos e posteriori informação e justificação à comunidade Francesa.
Por último e não menos importante, o PSD exige a colocação de uma placa para posterior informação da oferta por parte da Comunidade Nogent-Sur-Mame, para que no Futuro os descendentes tenham possibilidade de saber onde estão plantadas os 32 mil Pinheiros."
Nota de rodapé.
Esta confusão, para mim, está claríssima!
PSD/FIGUEIRA: 1, 2, 3?... Ou ainda há mais?
Ou, então, a política na Figueira é um mundo de doidos!..
"Cale-se"!...
"Calem-se: o povo é quem mais ordena"
Há muitos anos, em 1973, em plena ditadura militar no Brasil, Gilberto Gil e Chico Buarque participaram em duo num concerto em que seria suposto cantarem “Cálice”, uma canção escrita pelos dois expressamente para essa ocasião.
Previamente ouvida pela censura, a canção foi de imediato proibida.
Para encurtar a estória...
Os dois, contra as ordens recebidas, acabaram a cantá-la, em palco, apenas com a letra tartamudeada, entrecortada repetidamente pela palavra “cálice”, que faz realmente parte da letra... Mas que na pronúncia brasileira resultou num provocador “Cale-se!”, cantado até que a organização lhes foi desligando os microfones um a um.
O segundo vídeo, serve para quem ainda não tenha ouvido, ficar a conhecer...
Há muitos anos, em 1973, em plena ditadura militar no Brasil, Gilberto Gil e Chico Buarque participaram em duo num concerto em que seria suposto cantarem “Cálice”, uma canção escrita pelos dois expressamente para essa ocasião.
Previamente ouvida pela censura, a canção foi de imediato proibida.
Para encurtar a estória...
Os dois, contra as ordens recebidas, acabaram a cantá-la, em palco, apenas com a letra tartamudeada, entrecortada repetidamente pela palavra “cálice”, que faz realmente parte da letra... Mas que na pronúncia brasileira resultou num provocador “Cale-se!”, cantado até que a organização lhes foi desligando os microfones um a um.
O segundo vídeo, serve para quem ainda não tenha ouvido, ficar a conhecer...
Terá o anfitrião feito "o trabalho de casa"?..
"O município de Nogent-Sur-Marne e a Associação Franco-Portuguesa Cultural e Desportiva Estrelas do Mar, sediada naquele município francês, entregaram ontem à autarquia 32 mil pinheiros marítimos, um por cada habitante do concelho gaulês. As árvores destinam-se à reflorestação das áreas ardidas no incêndio de outubro do ano passado e às que foram afectadas pela tempestade “Leslie”. Após a recepção da delegação vinda de França, no salão nobre dos paços do concelho, foi plantada uma árvore em frente ao edifício da câmara. A seguir, a comitiva deslocou-se à Lagoa da Vela, onde, a título simbólico, foram plantadas várias dezenas de pinheiros, fornecidos pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), porque aquele tipo de árvores francês não pode ser plantado nas zonas protegidas portuguesas, por, ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, não ser igual ao português. Os 32 mil pinheiros vindos de França, esses, foram encaminhados para o parque municipal de campismo, onde permanecem até ser ativado o plano de reflorestação das áreas onde serão plantados, fora da Rede Natura e zonas protegidas. A autarquia está a criar parcerias para a plantação dos pinheiros franceses em áreas fora das zonas naturais protegidas e sob alçada do ICNF." - Via DIÁRIO AS BEIRAS
Os visitantes tiveram como anfitrião o vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro.
Recorde-se que, recentemente, o PSD/FIGUEIRA denunciou que "a preocupação é tanta com a reflorestação que Câmara Municipal tem inscrito em Plano e Orçamento para 2019 para “Requalificação das Lagoas e Serra Boa Viagem apenas 100 €."
Os visitantes tiveram como anfitrião o vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro.
Recorde-se que, recentemente, o PSD/FIGUEIRA denunciou que "a preocupação é tanta com a reflorestação que Câmara Municipal tem inscrito em Plano e Orçamento para 2019 para “Requalificação das Lagoas e Serra Boa Viagem apenas 100 €."
Bodyboard: Mariana Silva conquista título nacional de sub-14
A jovem atleta da Associação de Bodyboard Foz do Mondego (ABFM), da Figueira da Foz, Mariana Silva, venceu no passado dia 1 de novembro, o Circuito Nacional de Formação sub-14 de Bodyboard, cuja 4.ª e última etapa decorreu na Póvoa do Varzim.
Mariana Silva terminou em 2.º lugar, na Póvoa de Varzim, consumando assim a conquista do título de campeã nacional de bodyboard feminino sub-14.
Registe-se que "a tempestadeLeslie não foi simpática para a sede da Associação, que ficou totalmente destruída após a passagem de ventos acima dos 170 km/h."
Via ABFM - Associação de Bodyboard Foz do Mondego
Mariana Silva terminou em 2.º lugar, na Póvoa de Varzim, consumando assim a conquista do título de campeã nacional de bodyboard feminino sub-14.
Registe-se que "a tempestadeLeslie não foi simpática para a sede da Associação, que ficou totalmente destruída após a passagem de ventos acima dos 170 km/h."
Via ABFM - Associação de Bodyboard Foz do Mondego
Comissão Política Concelhia do CDS-PP da Figueira da Foz quer que o Executivo Municipal preste contas aos Figueirenses!
Miguel Mattos ChavesPresidente da Comissão Política Concelhia da Figueira da Foz do CDS-PP |
No entanto, não pode deixar de registar "que o abate indiscriminado de árvores sãs, a mando da Câmara Municipal, é inadmissível.
É inadmissível porque, após uma tragédia que dizimou grande parte do património arbóreo do concelho, se esteja a usar esta tempestade como desculpa para o abate de árvores sãs, que tanta contestação tem justamente gerado por parte da população."
Num momento em que, a seu ver, "toda a oposição se tem abstido de fazer aproveitamento político da tragédia, seja o Executivo Camarário a fazê-lo, tentando fazer passar despercebido um acto criminoso, contestado pela população e prejudicial para o ambiente."
A terminar a nota informativa, de que publicamos uma síntese, a Comissão Política Concelhia do CDS-PP da Figueira da Foz, afirma que "após a conclusão dos trabalhos de reabilitação é necessário que o Executivo Municipal preste contas aos Figueirenses de tudo o que se passou!
Quando já era clara a falta de capacidade governativa deste Executivo, foi num momento de tragédia que o seu pior veio ao de cima!"
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
«ARCO DA GOVERNAÇÃO EM PORTUGAL FOI COMPRADO PELA EDP»...
"Câmara Municipal tem inscrito em Plano e Orçamento para 2019 para «Requalificação das Lagoas e Serra Boa Viagem apenas 100 €.»"
Foto Figueira na Hora |
Sobre o assunto, o PSD/FIGUEIRA publicou um comunicado que passamos a transcrever.
"Em Outubro de 2017, a Figueira da Foz teve uma enorme “Perda Ambiental” na “Mata Nacional das Dunas de Quiaios” e zona envolvente à “Lagoa da Vela”.
A Comissão Política do PSD da Figueira da Foz, regozija-se com projeto de solidariedade para a Figueira da Foz, por parte do Município Francês de Nogent-Sur-Mame, Associação Franco-Portuguesa Cultural e Desportiva Estrelas do Mar, e da comunidade Portuguesa, em menos de um ano conseguiram angariar 7.000 €, para adquirir 32 mil Pinheiros Marítimos, tanto quanto os habitantes de Nogent.
O PSD da Figueira da Foz, lamenta que a Comunidade Portuguesa e o Município Nogent-sur-Mame, tenham sido mais diligentes que a própria Câmara Municipal da Figueira da Foz, em matéria de reflorestação.
Os Figueirenses recordam-se bem, que foi esta Câmara Municipal Socialista, que deixou a Lagoa da Vela ao completo abandono, antes e depois do Incêndio de 2017, apenas temos assistido promessas, a preocupação é tanta com reflorestação que Câmara Municipal tem inscrito em Plano e Orçamento para 2019 para “Requalificação das Lagoas e Serra Boa Viagem apenas 100 €.”
Pelo exposto, qualquer cidadão consegue ver a falta de sensibilidade em matéria ambiental, por parte de quem esta à frente do destino deste concelho, que se encontra completamente à deriva..."
De Espinho até Caminha, o litoral português pode enfrentar uma autêntica onda de demolições...
Via SOS CABEDELO. Para ver o vídeo clicar aqui. |
Parece-me que foi George Bernard Shaw que disse: "não paramos de brincar porque envelhecemos; envelhecemos porque paramos de brincar..."
Brincar e saber brincar é importantíssimo em todas as situações e fases da vida.
Não penso que a seriedade na vida, seja incompatível com uma ou outra brincadeira.
Na passada quarta-feira, diverte-me à minha maneira: a dizer a verdade.
É a brincadeira mais engraçada que conheço.
No meu conceito de vida saudável está o saber brincar...
Na quarta-feira passada podia ter brincado mais?...
Podia. Mas, entre outras coisas não houve tempo...
Não penso que a seriedade na vida, seja incompatível com uma ou outra brincadeira.
Na passada quarta-feira, diverte-me à minha maneira: a dizer a verdade.
É a brincadeira mais engraçada que conheço.
No meu conceito de vida saudável está o saber brincar...
Na quarta-feira passada podia ter brincado mais?...
Podia. Mas, entre outras coisas não houve tempo...
Bissaya Barreto e a história de Abel, o grande líder da leprosaria de Salazar
Numa crónica publicada recentemente no DIÁRIO AS BEIRAS, José Fernando Correia, escreve sobre o professor de Medicina Bissaya Barreto.
Durante muito tempo, apenas se enfatizou a parte da biografia que dizia respeito à sua amizade com Oliveira Salazar e à circunstância de ter sido uma personalidade que ocupou determinadas funções de natureza técnico-corporativa, no Estado Novo.
Todavia, sabe-se hoje que Bissaya Barreto, foi dos vultos mais radicais do republicanismo do seu tempo, quando era jovem.
Fica um dos episódios mais esquecidos da história portuguesa do século xx, a leprosaria de Salazar, contado por Luis Osório, que tem Bissaya Barreto como um dos principais protagonistas.
"Salazar, a conselho de Bissaya Barreto, escolheu a aldeia fantasma da Tocha para construir uma das mais modernas leprosarias da Europa.
Os protagonistas foram Salazar, o eminente médico Bissaya Barreto e centenas de figurantes. Bissaya ficou conhecido por ser o primeiro salazarista de que houve memória: na universidade costumava dizer a António que este ainda marcaria o país.
Tinha razão. Salazar fê-lo e o médico seguiu-lhe o rasto; sob a protecção do presidente do conselho tornou-se influente e criou um novo conceito de saúde onde leprosos, tuberculosos e dementes passaram a ter sítios com condições humanas, mas longe da vista das populações. Assim nasceram o sanatório de celas, o hospital dos covões e numerosos orfanatos, bairros económicos e até o célebre portugal dos pequeninos. Não querendo comparar Salazar com Hitler, Bissaya foi uma espécie de Albert Speer português. Se Salazar moldou a alma portuguesa, o outro ajustou-a a um corpo feito de pretensa caridade.
A extraordinária história de Abel Almeida.
Conheci-o há quase dez anos e não tenho a certeza se é vivo ou morto.
Era uma criança de 14 anos quando uma brigada o apanhou em Arganil. Um qualquer vizinho denunciara que o rapaz era leproso e, sem o deixarem despedir-se da família e dos amigos, encaminharam-no para o hospital do rego, em Lisboa. Ali ficou dez anos, ali se apaixonou pela Deolinda, ali julgou passar todos os dias do resto da sua vida.
Mas Bissaya Barreto tinha outras ideias. Convencera Salazar a decretar que todos os leprosos fossem encerrados no mesmo sítio e o mais longe dos olhares. Escolheu-se a aldeia fantasma da Tocha, entre Aveiro e a Figueira da Foz, e construiu-se uma das mais modernas leprosarias que a europa vira até então: 15 hectares com todas as condições.
É um dos episódios mais esquecidos. Dezenas de brigadas médicas, acompanhadas por polícias, passaram o país a pente fino e internaram centenas de portugueses. Após identificados e colocados na carrinha, os seus bens eram queimados. Se tivessem filhos saudáveis, estes deveriam ser entregues a instituições sociais ou ficar em casa de familiares.
O regime decretou – e Bissaya Barreto defendeu que era a única forma de oferecer alguma dignidade a pessoas vítimas do ostracismo da comunidade. Por isso, as rádios oficiais pediam aos cidadãos para denunciarem os sítios onde viviam leprosos; por isso, arrombavam portas e empurravam os doentes para as carrinhas. O ministério do interior organizou os procedimentos e comunicou ao país que, finalmente, aqueles cidadãos teriam também direito a uma vida «digna e prazenteira».
Em 1947, quando os leprosos ultrapassavam o portão do hospital Rovisco Pais sabiam que a sua vida terminara. Deixavam de poder perguntar pelos filhos e o passado era reduzido a cinzas. Logo à entrada os homens eram separados das mulheres. Bissaya Barreto, naqueles primeiros meses, explicava pessoalmente a todos os leprosos o manual de procedimentos e o código de disciplina. Dentro do hospital estava instalado um posto da gnr onde trabalhavam 17 guardas-civis armados com paus. Desde o primeiro dia, os doentes apelidaram-nos de ‘guardas de pau’.
Abel já completara os 24 anos quando o levaram do Rego para a Tocha. Chegou já de madrugada – e, na manhã seguinte, o director falou-lhe a ele e aos novos da obrigação da missa aos domingos, do cinema uma vez por semana, do trabalho pelo qual ganhariam um ordenado, do desporto para quem o pudesse praticar.
– E Deolinda? – perguntou ele.
O contacto entre homens e mulheres não seria admitido em caso algum, respondeu o director.
Aos domingos, Abel esperava-a por entre grades e, à sua passagem, gritava-lhe promessas. depois, durante a semana, esgotava-se nos requerimentos em folhas de 25 linhas e tentava arregimentar apoios.
Anos durou a sua luta. O responsável pela segurança, Santos Silva de sua graça, condenou-o algumas vezes a cumprir pena na solitária, cubículo onde não entrava uma réstia de luz. Ele nunca desistiu. E a festa foi grande quando, dez anos depois, em 1957, pôde casar com Deolinda numa cerimónia dentro do Rovisco Pais.
Chegaram a estar na Tocha mais de mil internados. A década de 60 foi, talvez, o período de ouro da leprosaria. Muitos eram ainda jovens o suficiente para aguentar as drageias de sulfona e as diálises sem perda irremediável de energia. Abel transformou-se num verdadeiro líder: forçou a administração a fundar um jornal, a que chamou a luz, mas ao fim de poucos números um conflito entre si e o padre Gabriel, o censor, terminou com a aventura. Abel queixou-se aos responsáveis de que era impensável alguém que não dominava bem o português mexer nos textos de uma maneira tão desbragada. A luz acabou – e o padre não haveria de ficar muito tempo na Tocha.
A 25 de abril de 1974 os doentes acordaram com notícias da revolução. Quase todos tomaram partido pelos capitães. Para aqueles homens e mulheres, o estado novo era o responsável pela morte dos seus passados. Juntaram-se e formaram uma comissão de crise. António Coelho, leproso que depois militou no partido comunista, desejava uma sublevação que implicava fechar a porta aos funcionários e administradores. abel silva não concordou. explicou que nas alturas mais complicadas era fundamental manter a cabeça fria; ora, infelizmente eram doentes e precisavam de cuidados.
Decidiram organizar-se para receber uma unidade do movimento das forças armadas – que escolheria Abel como representante da revolução. Ele levou a sua responsabilidade a sério, organizou as pessoas por comités e delegou responsabilidades – mas depois desse primeiro contacto nunca mais o mfa, ou qualquer outro poder, entrou no Rovisco Pais."
Durante muito tempo, apenas se enfatizou a parte da biografia que dizia respeito à sua amizade com Oliveira Salazar e à circunstância de ter sido uma personalidade que ocupou determinadas funções de natureza técnico-corporativa, no Estado Novo.
Todavia, sabe-se hoje que Bissaya Barreto, foi dos vultos mais radicais do republicanismo do seu tempo, quando era jovem.
Fica um dos episódios mais esquecidos da história portuguesa do século xx, a leprosaria de Salazar, contado por Luis Osório, que tem Bissaya Barreto como um dos principais protagonistas.
Imagem sacada daqui |
Os protagonistas foram Salazar, o eminente médico Bissaya Barreto e centenas de figurantes. Bissaya ficou conhecido por ser o primeiro salazarista de que houve memória: na universidade costumava dizer a António que este ainda marcaria o país.
Tinha razão. Salazar fê-lo e o médico seguiu-lhe o rasto; sob a protecção do presidente do conselho tornou-se influente e criou um novo conceito de saúde onde leprosos, tuberculosos e dementes passaram a ter sítios com condições humanas, mas longe da vista das populações. Assim nasceram o sanatório de celas, o hospital dos covões e numerosos orfanatos, bairros económicos e até o célebre portugal dos pequeninos. Não querendo comparar Salazar com Hitler, Bissaya foi uma espécie de Albert Speer português. Se Salazar moldou a alma portuguesa, o outro ajustou-a a um corpo feito de pretensa caridade.
A extraordinária história de Abel Almeida.
Conheci-o há quase dez anos e não tenho a certeza se é vivo ou morto.
Era uma criança de 14 anos quando uma brigada o apanhou em Arganil. Um qualquer vizinho denunciara que o rapaz era leproso e, sem o deixarem despedir-se da família e dos amigos, encaminharam-no para o hospital do rego, em Lisboa. Ali ficou dez anos, ali se apaixonou pela Deolinda, ali julgou passar todos os dias do resto da sua vida.
Mas Bissaya Barreto tinha outras ideias. Convencera Salazar a decretar que todos os leprosos fossem encerrados no mesmo sítio e o mais longe dos olhares. Escolheu-se a aldeia fantasma da Tocha, entre Aveiro e a Figueira da Foz, e construiu-se uma das mais modernas leprosarias que a europa vira até então: 15 hectares com todas as condições.
É um dos episódios mais esquecidos. Dezenas de brigadas médicas, acompanhadas por polícias, passaram o país a pente fino e internaram centenas de portugueses. Após identificados e colocados na carrinha, os seus bens eram queimados. Se tivessem filhos saudáveis, estes deveriam ser entregues a instituições sociais ou ficar em casa de familiares.
O regime decretou – e Bissaya Barreto defendeu que era a única forma de oferecer alguma dignidade a pessoas vítimas do ostracismo da comunidade. Por isso, as rádios oficiais pediam aos cidadãos para denunciarem os sítios onde viviam leprosos; por isso, arrombavam portas e empurravam os doentes para as carrinhas. O ministério do interior organizou os procedimentos e comunicou ao país que, finalmente, aqueles cidadãos teriam também direito a uma vida «digna e prazenteira».
Em 1947, quando os leprosos ultrapassavam o portão do hospital Rovisco Pais sabiam que a sua vida terminara. Deixavam de poder perguntar pelos filhos e o passado era reduzido a cinzas. Logo à entrada os homens eram separados das mulheres. Bissaya Barreto, naqueles primeiros meses, explicava pessoalmente a todos os leprosos o manual de procedimentos e o código de disciplina. Dentro do hospital estava instalado um posto da gnr onde trabalhavam 17 guardas-civis armados com paus. Desde o primeiro dia, os doentes apelidaram-nos de ‘guardas de pau’.
Abel já completara os 24 anos quando o levaram do Rego para a Tocha. Chegou já de madrugada – e, na manhã seguinte, o director falou-lhe a ele e aos novos da obrigação da missa aos domingos, do cinema uma vez por semana, do trabalho pelo qual ganhariam um ordenado, do desporto para quem o pudesse praticar.
– E Deolinda? – perguntou ele.
O contacto entre homens e mulheres não seria admitido em caso algum, respondeu o director.
Aos domingos, Abel esperava-a por entre grades e, à sua passagem, gritava-lhe promessas. depois, durante a semana, esgotava-se nos requerimentos em folhas de 25 linhas e tentava arregimentar apoios.
Anos durou a sua luta. O responsável pela segurança, Santos Silva de sua graça, condenou-o algumas vezes a cumprir pena na solitária, cubículo onde não entrava uma réstia de luz. Ele nunca desistiu. E a festa foi grande quando, dez anos depois, em 1957, pôde casar com Deolinda numa cerimónia dentro do Rovisco Pais.
Chegaram a estar na Tocha mais de mil internados. A década de 60 foi, talvez, o período de ouro da leprosaria. Muitos eram ainda jovens o suficiente para aguentar as drageias de sulfona e as diálises sem perda irremediável de energia. Abel transformou-se num verdadeiro líder: forçou a administração a fundar um jornal, a que chamou a luz, mas ao fim de poucos números um conflito entre si e o padre Gabriel, o censor, terminou com a aventura. Abel queixou-se aos responsáveis de que era impensável alguém que não dominava bem o português mexer nos textos de uma maneira tão desbragada. A luz acabou – e o padre não haveria de ficar muito tempo na Tocha.
A 25 de abril de 1974 os doentes acordaram com notícias da revolução. Quase todos tomaram partido pelos capitães. Para aqueles homens e mulheres, o estado novo era o responsável pela morte dos seus passados. Juntaram-se e formaram uma comissão de crise. António Coelho, leproso que depois militou no partido comunista, desejava uma sublevação que implicava fechar a porta aos funcionários e administradores. abel silva não concordou. explicou que nas alturas mais complicadas era fundamental manter a cabeça fria; ora, infelizmente eram doentes e precisavam de cuidados.
Decidiram organizar-se para receber uma unidade do movimento das forças armadas – que escolheria Abel como representante da revolução. Ele levou a sua responsabilidade a sério, organizou as pessoas por comités e delegou responsabilidades – mas depois desse primeiro contacto nunca mais o mfa, ou qualquer outro poder, entrou no Rovisco Pais."
"Centeno tem mérito de ter gerido a Geringonça e controlado os apetites"...
A vida não é justa para todos: que pena Centeno não ter conseguido controlar os apetites da EDP...
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
"A Câmara Municipal da Figueira da Foz, na qualidade de membro da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas, organiza o 2.º Seminário Nacional de Adaptação Local às Alterações Climáticas no próximo dia 16, no Centro de Artes e Espetáculos (CAE). Os trabalhos contam com a participação do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e do presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta.
Nas sessões, abertas ao público e com entrada livre, participam ainda diversos autarcas portugueses e oradores especialistas. O seminário destina-se a debater temas como a elaboração de estratégias municipais de adaptação às alterações climáticas, comunicação, educação ambiental e sensibilização para os riscos climáticos. Os riscos costeiros, os recursos hídricos, a floresta, os incêndios florestais e a cidadania são outros dos tópicos em debate.
Entretanto, no âmbito do seminário, o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz mostra a exposição “Alerta Costeiro”, evidenciando os efeitos da erosão costeira na margem sul da Figueira da Foz e os efeitos da tempestade “Leslie” no concelho. Por sua vez, de 12 a 16, alunos das escolas secundárias Cristina Torres e Joaquim de Carvalho, parceiros do Conselho Local de Acompanhamento, expõem um conjunto de trabalhos alusivos ao tema do seminário."
Via DIÁRIO AS BEIRAS
Nas sessões, abertas ao público e com entrada livre, participam ainda diversos autarcas portugueses e oradores especialistas. O seminário destina-se a debater temas como a elaboração de estratégias municipais de adaptação às alterações climáticas, comunicação, educação ambiental e sensibilização para os riscos climáticos. Os riscos costeiros, os recursos hídricos, a floresta, os incêndios florestais e a cidadania são outros dos tópicos em debate.
Entretanto, no âmbito do seminário, o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz mostra a exposição “Alerta Costeiro”, evidenciando os efeitos da erosão costeira na margem sul da Figueira da Foz e os efeitos da tempestade “Leslie” no concelho. Por sua vez, de 12 a 16, alunos das escolas secundárias Cristina Torres e Joaquim de Carvalho, parceiros do Conselho Local de Acompanhamento, expõem um conjunto de trabalhos alusivos ao tema do seminário."
Via DIÁRIO AS BEIRAS
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