terça-feira, 25 de abril de 2017

11 anos

Quando se trata de mulheres, a melhor maneira de um homem se lembrar do aniversário delas para sempre, é esquecer-se uma vez...
Com blogues não sei como isto funciona...
Porém, como mais vale prevenir do que remediar, cá ficam assinalados os onze anitos deste OUTRA MARGEM.
Ando há 11 anos nisto: a cavar, a cavar e a cavar... E a divertir-me.
Resta-me, ao fim deste tempo todo, continuar a cavar... E, claro, a divertir-me.
OUTRA MARGEM ainda é relativamente jovem, apesar de no mundo virtual se envelhecer mais depressa do que no mundo real...

Sim eu sei: isto não é romântico,  mas tem sido divertido e profundo. Sobretudo, tem dado muito trabalho.
Acreditem, pois é a verdade...
E falar sobre a verdade, em Portugal, na Figueira e na Aldeia, a 25 de Abril de 2017,  é difícil e é perigoso!..
Não sei se vocês conseguem ver, mas eu reparo: todos os dias, no telejornal, aparece gente ferida, torturada e morta em nome da verdade! 

Não posso prometer nada.
Apenas que a escrita continua, percorrendo o nobre caminho de Servir com a Matriz daquele que foi o País de Abril... 
Pergunto aos que têm reservas mentais ao 25 de Abril: onde é que acham que estariam hoje, se o 25 de Abril não tivesse acontecido?..

Hoje, apesar de todos os atropelos cometidos pelos chamados partidos do arco do poder, em Portugal, na Figueira e na Aldeia, pode-se viver em Liberdade, (não duvidem, a maioria é que vivi tolhida pelo medo...)
Apesar de tudo, hoje, não é o mesmo que era antes de Abril de 1974.

Por aquilo que vou ouvindo por aí, percebi há muito que a memória de Abril precisa de uma intervenção urgente. 
Andam por aí muitas "estórias" mal contadas...
O problema é mesmo esse - "estórias" mal contadas. Sobretudo, redutoras, mentirosas e omissas. 
25 de Abril, Sempre!

OUTRA MARGEM perfaz hoje 11 anos.
Nasceu no tempo da inocência das redes sociais. 
Entretanto, cresceu. E, tal como eu, vai envelhecendo. 
Porém, tem resistido bem melhor do que eu próprio supunha à "moda" do facebook, porventura, porque quem vem até aqui depara no OUTRA MARGEM com informação verdadeira e descomprometida com todos os poderes.

Porque hoje é um dia especial, permitam, a terminar, um desabafo.
Na barba e na têmpora estou a ficar com cabelos brancos!

25 de Abril de 2017, 43 anos depois do 25 de Abril de 1974

Hoje, quero a alegria de volta.
Hoje, quero tudo, porque considero que tenho direito a tudo.
Hoje,  quero deixar de esperar, pois já esperei tempo de mais.
Hoje, quero sentir-me alegre. 
Totalmente: isto é, por dentro e por fora.
Hoje, quero estar orgulhosamente cego.
Hoje, quero sentir-me o que sou: vermelho.
Hoje, quero ir com paixão ao que desejo. 
E com igual desprendimento. 
Ou assim, ou escravo. 
Hoje, quero os resultados do meu investimento.
Porque hoje quero sentir-me cego, sei que os resultados do meu investimento estão nas vossas mãos, pelo que não é fácil esquecer que a transformação depende das nossas mãos.
Hoje, quero a alegria de volta. 
Hoje, quero tudo.
Hoje, é dia de cantar Grândola Vila Morena!

segunda-feira, 24 de abril de 2017

25 de Abril, Dia da Liberdade "O dia inicial inteiro e limpo"...

Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade, Liberdade... 
Há 43 anos, mais ou menos por esta hora, os capitães de Abril ultimavam os preparativos para a Revolução que nos restituiu a Liberdade. 
Estarei eternamente grato a esses homens.
Ao 25 de Abril estão ligadas diversas canções.
Fica um delas.


(Volto daqui a pouco)

É preciso mesmo um BASTA inteligente nas "dentadinhas" dadas ao Horto. Do jeito que estão "comendo", não vai sobrar nada pra nós...


A Figueira figueirinhas, morna e das meias tintas

"do sumséte ao fiúzingue e ao espelho d'água, ou a metáfora da figueirinha loira"...
A Figueira dos figueirinhas não consegue chegar lá...
Ainda pior que a convicção do não, difícil de entender e suportar, é a incerteza do talvez, é a desilusão do quase!
É o que incomoda na Figueira dos figueirinhas, que  entristece, que se não matar, vai moendo...
A Figueira dos figueirinhas continua a ser o que sempre foi: uma cidade que poderia ter sido e nunca conseguiu ser... 

Quem quase ganhou, continua a tentar e a ir a jogo...
Quem quase amou ainda ama. 
Basta pensar nas oportunidades que escaparam entre os dedos da Figueira dos figueirinhas, nas oportunidades  que se perderam por medo, nas ideias que nunca passaram do papel por essa maldita mania de viver no pseudo conforto das meias tintas, para perceber em que cidade vivemos - a Figueira dos figueirinhas...

Mas o que leva os figueirinhas a escolher viver uma vida morna?
A resposta, está estampada na distância com que olham os outros e na frieza dos seus sorrisos, na frouxidão dos abraços (um abraço tem de ser sentido e forte...), na indiferença das saudações  - "os bons dias",  quase que são sussurrados...
À Figueira dos figueirinhas, tem sobrado covardia e falta coragem - até para ser feliz!

O figueirinhas resguarda-se. Sabe que a exposição pode trazer chatices, a paixão queimar, o amor enlouquecer e o desejo trair a comodidade da sua vidinha...
Talvez, esses fossem bons motivos para decidir entre existir e viver, entre experimentar a alegria e a dor.
Mas não são.

Ao contrário daquilo que nos inculcam na mente, desde pequeninos, se a virtude estivesse  no meio, o mar da Figueira dos figueirinhas não teria ondas, os dias seriam todos nublados e o arco-íris não teria os magníficos tons que tem quando visita a Figueira dos Figueirinhas.
Mas, o figueirinhas, gosta da estabilidade (seja lá isso o que for...) que não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma a sua vidinha, apenas vai ampliando o vazio que carrega dentro de si.
O figueirinhas, opta pelo comodismo da derrota prévia, à ousadia de tentar a vitória, desperdiçando, desde logo, a oportunidade de a poder alcançar.

O figueirinhas desconhece que para os erros existe uma coisa que se chama perdão, que para os fracassos existem sempre novas oportunidades e que para os amores impossíveis a possibilidade de novas tentativas...

O figueirinas não percebeu (ou não quer...) que de nada adianta cercar um coração vazio ou economizar na alma.
Depois, sobram as consequências: a saudade sufoca. A rotina acomoda. O medo impede de tentar.
O figueirinhas só vai saber tarde de mais que, embora quem quase morre está vivo, quem quase vive, já morreu.

Quem pode. Pode.

Via AS BEIRAS

Figueira, cidade (sociedade) dos gatos...



Já há muito tempo que não comia uma banana.
Aconteceu ontem, por mero acaso...
E foi assim, por mero acaso que, nesta manhã, dou comigo a pensar que a banana se tornou um fruto demasiado precioso para simbolizar esta cidade. 

O fungo da foleirice invadiu tudo. 
O concelho devia ser evacuado para ser devidamente desinfectado.
Estou tão optimista, que já dou como dado adquirido que não serve de nada escolher entre um Ataíde e um Tenreiro. 
Estou a começar a equacionar, seriamente, que o único protesto decente é conseguir ir contribuindo para que a Figueira e o concelho, um dia, fiquem entregues aos seus ratos.
Que constituem uma maioria completamente absoluta.
Têm é de se unir...

SOS CABEDELINHO


domingo, 23 de abril de 2017

Vamos então discutir o PDM... (35 )

A Assembleia Municipal da Figueira da Foz, realizada no passado dia 3 do corrente, foi uma sessão azarada para todos os que lá estivémos, em especial para o presidente Ataíde: quando tentava saír do lugar onde se encontrava, a bancada destinada ao executivo, deu uma queda aparatosa. 
Na altura, estava no uso da palavra a deputada Silvina Queiroz. A sessão foi interrompida, cerca de um quarto de hora. Felizmente, apesar da espetacularidade e do aparato do trambolhão do presidente Ataíde, o autarca não sofreu ferimentos, a não ser, ao que deu para perceber, num joelho. 

Nota de rodapé.
"Ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo."
Normalmente, neste provérbio, interpreta-se borracho como designação de «pombo novo, implume ou sem a plumagem completa, que ainda não voa», como o demonstra o seguinte contexto, registado por Gabriela Funk e Mattias Funk no Dicionário Prático de Provérbios Portugueses (Lisboa, Edições Cosmos, 2008):
«[...] Sempre ouvi dizer que "ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo". Mas (permita-me/permitam-me maior abrangência), senhores Professores Doutores regionais, César já não é menino e muito menos gorducha avezinha a preparar-se para o voo [...].»
A expressão «gorducha avezinha a preparar-se para o voo» confirma a definição de borracho como «pombo novo» e não como «bêbado», ébrio».

Breve apontamento sobre a ternura

Por onde anda a ternura? 
Que é feito dela? 
Nos dias que passam, só a vemos num ou noutro apontamento de alguém mais sensível! 
Desapareceu da nossa conviviabilidade. 
Tornaram-nos números.
E os números não se compadecem com a ternura...

A ternura, a meu ver, não é um sentimento.
Porém, é uma maneira de estar na vida que fortalece qualquer relação.
A ternura é das coisas mais belas que podem ser vistas por um ser humano.
É, também, das mais fáceis de serem mostradas ao outro,  porque é traduzível em actos concretos. 
E há tanta forma de demonstrarmos a nossa ternura!

Hoje de manhã, no decorrer do meu passeio matinal, encontrei este casal estrangeiro, calmamente sentado a olhar o mar do meu Cabedelo enquanto iam tomando o pequeno almoço.
Há muito que percebi, que as melhores coisas das nossas vidas não são adquiridas pelo dinheiro.
A ternura e a beleza são duas delas.
Só na Aldeia consigo encontrar  momentos como este, de ternura e beleza, em harmonia com a natureza.
Não me roubem a beleza deste olhar, para me darem o contraste,  com a  feia imagem de mais um muro, daqueles que enxameiam a cidade.

Só uma paisagem destas nos pode fazer sentir a entrega. 
A partilha sublime. 
A fome de pele. 
O desejo anunciado. 
Um amor que se exibe. 
Um sorriso. 
Um amparo que se oferece. 
No fundo, o que todos queremos: um assomo de felicidade...

Porque a beleza também pode ser isto: um conceito complexo e profundo, capaz de nos surpreender se estivermos atentos...

... Ela, qual borboleta,
rompeu o casulo.
Libertou-se.
Irá conseguir voar?

E Ele?

Está sem pele...

Nota de rodapé.
Ajuda
"Porque o amor é simples, 
Vale a pena colhê-lo. 
Nasce em qualquer degredo, 
Cria-se em qualquer chão. 
Anda, não tenhas medo! 
Não deixes sem amor o coração!" 

Miguel Torga, in Diário (1945) 

Bom domingo

A cigarra e a formiga...

Pois...
Podia acrescentar muita coisa...
Mas, não vou dizer nada.
Muito menos, recontar a fábula da cigarra e da formiga...
Até porque, do meu ponto de visto, a formiga apenas trabalhava, porque não sabia cantar!
Portanto, por hoje, passo a citar, com a habitual e devida vénia, João Vaz, consultor de sustentabilidade.
O texto foi ontem publicado no jornal AS BEIRAS...

"Descrever a Figueira da Foz a um estrangeiro que vive afastado do mar é um desafio fascinante. Podemos começar pelo lado mágico do Oceano Atlântico. Todos os dias são diferentes, muda a cor, a intensidade das ondas e alteram-se as marés. Uma dinâmica muito própria de uma massa de água com vida, tão indomável quanto serena e apaziguadora. É um prazer renovado ver os barcos a entrar e sair da barra. Os cascos enormes, em aço, pesados e lânguidos, dos cargueiros que levam as «exportações portuguesas» para o resto da Europa. As traineiras e barcos de pesca, atraindo gaivotas, trazendo peixe fresco até terra. Além da proximidade da praia e do rio, a Figueira tem a beleza das matas e salinas, a conjugação de um clima ameno com uma terra diversificada e frutuosa. Deve haver poucos locais na Europa com uma tamanha «biodiversidade», tanto biológica como estética. Uma verdadeira dádiva da Natureza, em especial para aqueles de nós (ainda poucos e cada vez em menor número) que sentem uma ligação mágica ao chão que pisam e às flores que espontaneamente brotam nas areias da praia e nos passeios da cidade. Neste cenário de riqueza natural, torna-se difícil explicar ao estrangeiro que a cidade tem um grave défice urbanístico. Milhares de casas, prédios e edifícios continuam abandonados, os espaços verdes estão ameaçados de conversão …em «Shopping» e mais «casas»."

sábado, 22 de abril de 2017

Vamos então discutir o PDM: um apelo à Nossa Senhora de Fátima?..

"Cara Isabel. O PDM está em discussão pública. Já temos 400 participações escritas. Este período de quase 3 meses de discussão é precisamente para todos terem a oportunidade de se pronunciar. Participe!!"

"Não está sequer em causa a venda do horto. Está em causa o PDM para todo o concelho e que salvaguarda muito mais os valores naturais do que o anterior."

Segundo o apurado pela  ANC - Caralhete News,  estas pérolas são da autoria da Exmª. Senhora Vereadora Ana Carvalho, feitas há poucas horas, na página da Isabel Maranha. 
Faz lembrar um apelo à Irmã Lúcia!.. 
Vimo-las como um apelo genuíno, note-se, feito à esposa da "Nossa Senhora de Fátima" (Fernando Cardoso) a pedir a participação desta na discussão do PDM e, indirectamente, à intervenção divina da Santa.
Estamos em ano das comemorações do centenário das aparições...
Faz todo o sentido.
E é absolutamente brilhante!..

SOS Cabedelo contesta projecto de intervenção da APA

A praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, vai ser alvo de uma intervenção por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), mas o SOS Cabedelo está contra o projecto. 
A SOS Cabedelo fala de “um ataque à praia” e questiona a técnica de ripagem, a constituição de o que diz ser uma nova duna e a construção de um muro de betão. “Este tipo de intervenção é completamente errado”, referem Miguel Figueira e Eurico Gonçalves, membros da associação. Os activistas da associação criada em 2009 consideram que as intervenções reduzem a dimensão da praia e põem em causa a qualidade das ondas com a construção de um muro “supostamente para proteger o estacionamento que vai desaparecer dali”
A Câmara Municipal da Figueira da Foz tem uma intervenção planeada para requalificar aquela zona no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). 
A zona dunar do Cabedelo é artificial, tendo sido construída nos anos 1960 para proteger um bairro de pescadores que já não existe.

Via jornal PÚBLICO.

Eu, a tentar subir para uma carruagem que vai contribuir para fazer descer a Figueira ainda mais!..





O homem sensato adapta-se ao respeito pela natureza. O homem insensato teima em tentar adaptar a natureza aos seus interesses imediatos...

foto António Agostinho
O contraste, visto desta outra margem, choca! 
As torres de betão, do lado de lá, mostram, pelo menos a mim, uma paisagem  ressentida pelo mal que lhe fizeram ao longo dos últimos cerca de 50 anos.. 
Olha-se, desta outra margem para o outro lado, e vê-se cimento! 
É claustrofóbica esta paisagem citadina, onde a harmonia  deu lugar a paralelepípedos erguidos ao alto, onde pessoas foram encaixadas. 
Sombras de tristeza invadiram a cidade! 
E conseguiríamos viver sem isto? 
Acredito que, um dia, o Homem vai conseguir.
Contudo, antes, o homem vai esgotar, até à última, a oportunidade de estragar e  poluir a Figueira, em troca do vil metal... 
Somos absolutamente incorrigíveis, não é senhor presidente Albino Ataíde e membros da sua maoiria absoluta?

Bom sábado


Apetece ouvir esta música. Sobretudo, porque é música que quase ninguém ouve!..
Apetece mais: deixar-me ir no embalo, mexer-me ao som dela, sei lá, bailar, dançar, porque não, bater os dedos marcando os compassos, trauteá-la baixinho... 
A letra emociona!
No fundo, vivê-la, pois todos vivemos e fazemos nossas as canções que nos tocam! Ou que nos têm vindo a tocar ao longo da vida... 
Esta canção, nas vozes do Fausto e do Zeca, ouve-se até ao fim, de um fôlego, e fica-se sem grande coisa a dizer... 
A não ser que é pena ter acabado este momeno tão belo.
E é assim tão belo, para mim, porquê?
Pois: é belo porque sinto que é belo. 
Mas isso chega para definir o belo?
Para mim, neste caso, sim. Porque gosto de viver de sentimentos, de estados de espírito... De sorrisos! 
Ouçam este momento musical: garanto que é belo. Ponto final parágrafo.