segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O enorme contributo de Mário Soares, para o tipo de sociedade em que vivemos em 2016, não pode ser esquecido...

Uma das pessoas que passou no último sábado pelo Hospital da Cruz Vermelha para confortar a família de Mário Soares foi a jornalista Maria Elisa. A jornalista, que entrevistou muitas vezes o antigo Presidente da República, deu um testemunho emocionado sobre o papel de Soares na história da Democracia portuguesa. Disse aos jornalistas: “tenho medo que as gerações mais novas não percebam o quão importante foi Mário Soares”.
No Portugal de hoje, os cidadãos, a meu ver acertadamente, como é o caso da Maria Elisa,  têm medo do futuro. 
Já os políticos - conhecemos tantos... -, costumam ter mais medo do passado...

Quem sai aos seus, não é de Genebra...

Teotónio Cavaco, deputado municipal do PSD, na crónica que hoje assina no jornal AS BEIRAS.
..."por “governar” entendemos por exemplo administrar; reger; dirigir; ter autoridade sobre; regular o andamento de; conduzir para…; já o “deixar-se governar” pode ser entendido como confiança em; estar por conselhos, direcções, mandados de; mas também demitir-se de intervir; aceitar passivamente o governo de; ser mantido, sustentado; perder autonomia; delegar acefalamente a sua vontade.
Há, na foz do Mondego, quem por governo entenda luzinhas e foguetes, saltos e decibéis, inauguraçõezitas e anúncios de Obra que nunca concretizarão, festa e festança com a Dona Constança.
Há, na foz do Mondego, quem se deixe governar sem se questionar sobre a razão do incompreensível atraso do PDM, sobre a modestíssima verba do PEDU, sobre a altíssima taxa de desemprego, sobre a inexistente política de mobilidade no concelho, sobre a incapacidade para atrair investimento, por exemplo.
Alguns dizem que há, na foz do Mondego, um povo estranho que quer assim continuar a ser governado… talvez não, Dona Constança!"

Nota de rodapé.
“Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!” – esta frase, normalmente atribuída ao general romano Galba em carta enviada ao seu Imperador, no Séc II antes de Cristo, referia-se à tribo guerreia dos Lusitanos, comandados nomeadamente por Viriato, os quais habitavam uma parte do actual território nacional e que ofereceram acesa resistência às poderosíssimas legiões romanas."
Já o figueirense, a exemplo da enguia, como bom descendente de gente que sempre esteve ligada ao mar, sabe movimentar-se como ninguém em líquido inorgânico...

Política figueirense: a silly season fora da época... (VII)

A 27 do mês passado, perante o problema que o PS tem para as autárquicas do próximo ano em Buarcos/S. Julião, atravessei-me, para sugerir a solução.
"Manter José Esteves como cabeça de lista  a Buarcos/S. Julião e avançar com Rui Duarte para vereador da Câmara Municipal da Figueira da Foz, na lista do PS"...

Na política, a vida é um risco permanente. 
Há uma ténue linha que separa o sorriso da amargura!
É natural, pois, dada a minha reconhecida independência e imparcialidade em relação aos partidos do "arco do poder" figueirense, esta desinteressada "colaboração" com o PSD/Figueira. 
Como observador minimamente atento, entendo e compreendo que os militantes, simpatizantes e alguns dirigentes do PSD estejam fartos  das lamechices e lamúrias de Passos Coelho e anseiem soluções.
Mas, também, não é  preciso exagerar. Exigir a sua  candidatura à câmara de Lisboa é tentar humilhá-lo exageradamente, pois creio que a derrota seria estrondosa.
Assim, que tal "quem de direito" convidar Passos Coelho para se candidatar à presidência da câmara da Figueira da Foz.
A Figueira, ao passo que para quem é de cá, é esquiva, misteriosa e fugidia, por outro lado, para quem vem de fora, costuma ser agradável.
Tem ainda a particularidade de oferecer boa qualidade de vida, própria de uma cidade pacata e com charme, politicamente apetecível, como bem sabem Cavaco Silva e Santana Lopes...

Escusam de agradecer.
Fico a aguardar o feed back...

domingo, 18 de dezembro de 2016

Estamos a chegar ao Natal...

Que me perdoem os Sportinguistas (também sou...), mas não resisto! 
A tradição continua a ter o seu peso e a ser o que era...
A uma semana do Natal, o Sporting perde em casa com o Braga, cai para 4.º e fica a oito pontos do Benfica...
E o treinador já não é nenhum menino, mas continua a ser Jesus!

Idoso morreu sozinho em casa com hipotermia

Que raio de democracia é esta, em que mais de 50% do eleitorado perdeu a crença?..
"Morreu Manuel Escobar, 68 anos, deficiente motor, residente em Pombal, Alfândega da Fé, que há vários meses vinha pedindo a institucionalização num lar de idosos. Perdeu a vida, na sexta-feira, após ter dado entrada no hospital em situação de hipotermia."

Anda há um ano a tentar suicidar-se politicamente... E, um dia, vai acabar por morrer!


Nota de rodapé.
Como entendo Passos Coelho!..
Aos anos que o euromilhões me anda a sair sempre ao lado... 

Tavares não se pode se queixar deste amigo...

João Vaz, via AS Beiras:
"Na sua coluna de opinião, Isabel Maranha Cardoso critica a forma como a cultura e as artes surgiram na cidade. Afirma que “estatuária avulsa, pintura mural nem sempre apropriada, azulejaria se calhar desnecessária” entre outros aspectos são “enfeites” de gosto duvidoso. Discordo. Azulejaria é bem-vinda na Figueira, os vários locais preenchidos por azulejos ficaram esteticamente mais interessantes, desde os acessos ao Bairro Novo (escadarias) até ao muro do cemitério de Buarcos.

A “estatuária avulsa” (bustos de figuras políticas? a famosa “Preguiça”?) nas Abadias é um conjunto de esculturas de grande qualidade estética. E nos Jardins, as figuras colocadas trouxeram vida e cultura aos espaços. Neste capítulo a Câmara mostra arrojo, e bom gosto, dinamizando novas formas de expor e promover a “Arte Pública”.

A Câmara Municipal faz um bom trabalho na divulgação cultural e artística. Os murais, presentes nas escadas do Museu, paredes devolutas do Bairro Novo, frente do CAE,.etc. deram vida às estruturas e são obras esteticamente apelativas. Correspondem àquilo que se faz em toda a Europa, de Lisboa a Varsóvia. Bansky também é artista! (e vale milhões….)

Há muito conservadorismo na forma como as pessoas encaram a arte e a sua inserção no meio urbano. António Tavares, o vereador da Cultura, soube vencer a resistência à mudança dos padrões estéticos, aproximando-nos da Europa cosmopolita e moderna. Bem haja."

Nota de rodapé.
Com todo o respeito e consideração pela opinião do João Vaz, eu tenho amigos reais, não  como eu imagino que eles são na política activa...
Mas, também entendo perfeitamente o João Vaz: milhões de  pessoas têm um mesmo amigo imaginário... 
E, a isso, chamam religião!..

Bom domingo

sábado, 17 de dezembro de 2016

As novas vias pedonais da praia à noite...

Passear, à noite, pelas novas vias pedonais da outrora Praia da Claridade, agora Praia da Calamidade, é termos a possibilidade de nos maravilharmos com a imagem que a foto sacada ao blogue do João Vaz mostra. 
O figueirense comum dirá que "é lindo"
Não haverá, para o figueirense comum, outra palavra mais impressiva e chave para exprimir o que sente perante esta imagem: "lindo"!
E o que é "lindo", para o figueirense comum, deve ser "lindo" mesmo... 
Presumo que não seja preciso escrever mais nada...
Toda a gente, incluindo eu, entende o adjectivo que bem poderia ter a qualidade de substantivo.

Que é feito do Passos audacioso que vergou Portas e Cavaco?..

"PSD disposto a negociar apoio a Assunção Cristas em Lisboa" - Jornal Público

Nota de rodapé.
Isto tem nome: "Cobardia política em todo o seu esplendor".

Poucas vezes interrompi a normalidade deste blogue, mas hoje é obrigatório fazê-lo...

"Conheço o António há umas décadas e enfrentamos juntos muita coisa. Entre nós nasceu e ainda hoje se mantém uma sólida amizade e penso que foi com ele que iniciamos uma aprendizagem de "escrevinhadores" em que tivemos o mesmo mestre, José Fernandes Martins.
Pela sua lucidez, poder de análise e sobretudo pela sua postura de seriedade e honestidade sou um leitor assíduo dos seus escritos e como o considero um homem de memória e fiel aos princípios de Abril, hoje tomei a liberdade de editar este seu texto que não é nem mais nem menos do que um grito de revolta contra aqueles que juraram defender os princípios de Abril mas todos os dias os colocam em causa."

Em tempo.
Não são precisas muitas palavras, para mostrar ao Rogério Neves, velho companheiro da vida e da escrita,  o quanto me sensibilizaram as  palavras que hoje me dirige no seu Marcha do Vapor.
Obrigado.

Da série, que certamente irá ter novos episódios, grandes primeira páginas!..

O melhor jogador do mundo de futebol de praia esteve ontem na Figueira da Foz, onde começou a brilhar ao serviço da seleção, no “Mundialito”.
A visita, a convite do presidente da câmara, João Ataíde, teve como pretexto a possibilidade de vir a dinamizar a modalidade na cidade, como o DIÁRIO AS BEIRAS adiantou em primeira mão. 
“É um sentimento de regresso a uma casa que, apesar de não ser minha, considero minha”, declarou Madjer ao jornal.
Madjer frisou ainda que “a Figueira da Foz é uma cidade com uma tradição enorme no futebol de praia”.

Entretanto, a agitação e propaganda da malta escolhida pelo bom povo para governar o concelho, continua a promover a governação rigorosa da Pólis – a tal que diminui a despesa e aumenta a receita. 
Entretanto, a agitação e propaganda da malta escolhida pelo bom povo para governar a Pólis, continua a promover o desporto no concelho, a tal promoção que faz com que faz que reste um único problema - ter pessoas, de todas as faixas etárias, a ter condições cada vez mais miseráveis para praticar deposto.
Mas, isso não deve ser lá muito importante: o povo gosta é de ir no embrulho - presumo que seja fetiche nacional, incluindo as ilhas adjacentes. 
Contra factos não há argumentos. 

Memória de uma Figueira gratificante

"Esplanada, americano e praia por perto... Uma Figueira de outros tempos..."
Sentimo-nos bem (eu, pelo menos sinto),  quando olhamos para um sítio do qual podemos escrever,  que dá um excelente postal ilustrado. 
Mas, essa beleza que apreciamos e que é tão importante nas nossas vidas, não vem apenas do lugar, mas, também, da vida que  pode ser sentida olhando para o tal postal ilustrado.
É um misto de tudo isto, a meu ver, que torna este local, que existiu na Figueira, tão gratificante para a memória!

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA FIGUEIRA DA FOZ

Lembram-se da propaganda em 2015:  "a Figueira da Foz dá mais um passo no domínio da eficiência energética na iluminação pública. A zona poente da Rua da República bem como toda a Rua Fernandes Tomás estão agora dotadas com LEDs de alta eficiência. Futuramente outras zonas serão abrangidas com iluminação Led, com o objectivo de reduzir os custos energéticos do município."
E o que aconteceu agora na entrada da cidade: postes novos,  postes velhos! 
E a máquina da propaganda falhou!..
Após outros casos, onde foi propagandeado a instalação de led,  com o intuito de poupar na conta luz, era de esperar nesta reabilitação instalar led nestas novas luminárias...
Mas tal não aconteceu...
O que irá acontecer no futuro - era assim que estava ontem à noite esta entrada da cidade - é 50 % das luminárias estarem apagadas, como acontece em quase toda a cidade.
Olhem que bonito cartão de visitas!
E assim se perdeu uma bela oportunidade de melhorar a eficiência energética na iluminação pública no concelho e a redução dos custos energéticos da autarquia.
Refira-se que o led é uma das mais importantes inovações que aconteceu na iluminação desde a invenção da eletricidade. Ilumina durante mais de 20 anos, pode ser integrado em lâmpadas, o que permite novos designs e usa uma pequena parte da energia das lâmpadas incandescentes.

Mar dum cão no Cabedelo

Foto António Agostinho. Mais fotos aqui.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Convento de Seiça...

"Essa história ainda hoje tem muito por esclarecer, é uma história onde lendas se cruzam com a realidade" - Rui Curado da Silva.

Políticos: apoiem as bactérias. Vão por mim: elas são a única cultura que a grande maioria dos vossos eleitores têm!


Nota da rodapé.
A cultura deste país, passou  para os estádios de futebol e para os programas baratos da TV...
Senhores políticos deste País: por isso, é isso que tem de continuar a ser apoiado com os milhões disponíveis...

O que vai ser da Figueira?..

foto antónio agostinho
É isso mesmo que me preocupa, Exas. e senhores deputados municipais, na sua maioria, políticos de aviário  - o futuro, nosso, da cidade e do concelho!..
Claro que desejo que seja o melhor possível, já que não tenho tendências masoquistas. 
Agora, querer saber dele, é muito diferente. 
Não acredito em quem está a preparar o nosso futuro, no presente.
Por outro lado, estou muito pouco interessado em saber o que me reserva o futuro, com gente como a maioria dos membros que compõem a Assembleia Municipal, como políticos que estão a dar um contributo - ainda que, felizmente, irrelevante - na sua construção.
Eles sabem lá o que foi o 25 de Novembro? Eles sabem lá quem foi Fidel?
E, no entanto, votam!..

Vamos ter eleições, presumo que em outubro do próximo ano, e queria deixar claro que estou, desinteressadamente, interessado nelas. 
Gostava de poder votar em políticos que fossem políticos, mas, isso, ao que julgo saber, é um bem escasso na Figueira. 
Não quero mais alternância, sem qualquer alternativa... 
Desculpem, mas estou farto...
Da maioria dos políticos figueirenses que conheço - e conheço muitos... - só acredito numa coisa de tudo o que dizem: o que eles dizem uns dos outros...

Estes, na sua maioria, políticos de aviário, precisavam era de  recuar uns anos, até antes do 25 de Abril de 1974, para saberem o que era viver num País onde não havia liberdade. Onde existia censura, a actividade política, associativa e sindical era quase nula e controlada pela polícia política, havia presos políticos, a Constituição não garantia os direitos dos cidadãos, Portugal mantinha uma guerra colonial e encontrava-se praticamente isolado na comunidade internacional. Onde a informação e as formas de expressão cultural eram controladas, fazia-se uma censura prévia que abrangia a Imprensa, o Cinema, o Teatro, as Artes Plásticas, a Música e a Escrita. 
Onde, realmente, não havia Liberdade.

Onde a actividade política estava condicionada, não existiam eleições livres e a única organização política aceite era a União Nacional/Acção Nacional Popular. Onde a oposição ao regime  autoritário de Salazar e depois de Marcelo Caetano, era perseguida pela polícia política (PIDE/DGS) e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio.
Onde os oposicionistas, sob a acusação de pensarem e agirem contra a ideologia e prática do Estado Novo, eram presos em cadeias e centros especiais de detenção (Caxias, Aljube Tarrafal). 
Onde, realmente, não havia Liberdade nem Democracia.

Onde a Constituição não garantia o direito dos cidadãos à educação, à saúde, ao trabalho, à habitação. Não existia o direito de reunião e de livre associação e as manifestações eram proibidas. 
Onde, realmente, não havia Liberdade.

Portugal estava envolvido na guerra colonial em Angola, na Guiné e em Moçambique, o que gerou o protesto de milhares de jovens e se transformou num dos temas dominantes da oposição ao regime, com especial realce para os estudantes universitários.
Onde não havia Liberdade nem Paz.

Hoje, é difícil imaginar como era Portugal antes do 25 de Abril de 1974. 
Mas, se pensarmos que, por exemplo, as escolas tinham salas e recreios separados para rapazes e raparigas, que muitos discos e livros estavam proibidos, que existiam nas Rádios listas de música que não se podia passar, que havia bens de consumo que não se podiam importar, que não se podia sair livremente do país, que sobre todos os rapazes de 18 anos pairava o espectro da guerra, será mais fácil compreender porque é que a Mudança  teve de acontecer e como é que Portugal se tornou diferente. 
Por exemplo, uma coisa simples e comezinha, como a Borda do Campo ainda sonhar em voltar a ser freguesia, isso deve-se ao 25 de Abril de 1974.

E, pergunto eu na minha santa e ingénua ignorância: sabem V. Exas., senhores deputados municipais, na sua maioria, políticos de aviário,  quem foram os que dentro do País lutaram, chegando alguns a pagar a ousadia com a própria vida?
Sabem V. Exas., senhores deputados municipais, na sua maioria, políticos de aviário, quem foram os maiores lutadores para mudar tudo no Portugal Amordaçado que existia antes do 25 de Abril de 1974?
Pois, temos pena: foram os comunistas portugueses quem realmente mais lutou num País sem Liberdade, sem Democracia, sem Educação, sem Saúde, sem Habitação, sem Paz e onde o Trabalho era miseravelmente remunerado. 

À pois, Suas Exas., senhores deputados municipais, na sua maioria, políticos de aviário: ser velho ainda continua a ser a única possibilidade descoberta para se poder viver muitos anos...