terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Marcelo, o candidato, na SIC
Ontem na SIC, Marcelo, o candidato, comparativamente ao ex-comentador Marcelo, ficou a perder: os cuidados e a contenção a que se vê agora obrigado, é um fato que não lhe assenta bem.
Fez lembrar o Paulo Rangel nas constantes presenças na televisão: depois dos quilos que perdeu, parece que ficou a boiar dentro do corpo.
Pelo menos no pequeno ecran, Rangel dá a ideia que, depois da cura de emagrecimento, ficou com um corpo desfasado no novo visual.
O mesmo se passa com o ex-comentador Marcelo, agora o candidato da direita a PR.
Fez lembrar o Paulo Rangel nas constantes presenças na televisão: depois dos quilos que perdeu, parece que ficou a boiar dentro do corpo.
Pelo menos no pequeno ecran, Rangel dá a ideia que, depois da cura de emagrecimento, ficou com um corpo desfasado no novo visual.
O mesmo se passa com o ex-comentador Marcelo, agora o candidato da direita a PR.
Comunicado do PSD/Figueira sobre a Protecção Civil no concelho
Na foto, o Comandante Operacional Municipal, acompanhado pela comitiva do PSD |
Nesta visita fomos acompanhados pelo Sr. Comandante Operacional Municipal (Nuno Osório) onde este manifestou uma serie de preocupações, nomeadamente, de que o recente e inaugurado quartel ainda está em fase de implementação, ou seja, a obra ainda não está entregue ao Município, no entanto, já fora inaugurada, apesar de ainda persistirem obras de acabamento.
O Sr. Comandante referiu que todos os equipamentos já se encontram no quartel, no entanto não existe local de armazenamento de material, assim como não foi previsto local de oficinas, estando a ser estudada uma solução de contentores.
Recordando palavras do Sr. Presidente da Câmara, onde “afirmou a existência de um corpo municipal com 32 bombeiros, dos quais 8 em permanente piquete para garantir uma intervenção rápida” confirmamos que Sr. Presidente, mais uma vez, não sabe os meios que tem ao seu dispor, pois o Comandante do corpo de bombeiros municipais referiu, que cada piquete tem apenas 6 elementos (o mínimo exigido por lei).
Nesse seguimento e visto que na referida reunião de Câmara não falou nesse facto, foi-nos transmitido nesta visita que a auto-escada dos BMFF está inoperacional.
De facto, sentimo-nos bem mais tranquilos com as palavras produzidas pelo comandante dos BMFF e que denotam um vasto conhecimento dos meios ao seu dispor, o mesmo não acontece relativamente às declarações proferidas pelo presidente de Câmara, sendo este último quem detém a competência e autoridade em matérias de protecção civil.»
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
A Fátima Lopes pode resolver...
Hoje, no DN, Marco António Costa, Vice-presidente do PSD, acusa o PS de ter chegado ao poder "por arranjo administrativo-político-partidário".
Para Marco António Costa, 1.747.685 (um milhão, setecentos e quarenta e sete mil, seiscentos e oitenta e cinco votos), escrutinados numa coligação do PSD/CDS, é uma «maioria», comparativamente e em relação à «minoria» de 2.819.697 (dois milhões, oitocentos e dezanove mil, seiscentos e noventa sete) de votantes no conjunto de partidos que apoiam o actual governo, também, eles uma coligação!..
Como "o respeito impecável pela democracia" é "fundamental", o que fazer para acabar com este trauma da direita?..
Se eu pudesse, levava-os à máquina da verdade da Fátima Lopes...
Em tempo.
"Os deputados da Coligação PSD/PP foram eleitos com apenas vinte mil votos cada; mas já o Bloco de Esquerda precisou de trinta mil. E o único deputado do PAN necessitou mesmo de setenta e cinco mil votos para a sua eleição".
Paulo Morais, hoje, no Público.
Para Marco António Costa, 1.747.685 (um milhão, setecentos e quarenta e sete mil, seiscentos e oitenta e cinco votos), escrutinados numa coligação do PSD/CDS, é uma «maioria», comparativamente e em relação à «minoria» de 2.819.697 (dois milhões, oitocentos e dezanove mil, seiscentos e noventa sete) de votantes no conjunto de partidos que apoiam o actual governo, também, eles uma coligação!..
Como "o respeito impecável pela democracia" é "fundamental", o que fazer para acabar com este trauma da direita?..
Se eu pudesse, levava-os à máquina da verdade da Fátima Lopes...
Em tempo.
"Os deputados da Coligação PSD/PP foram eleitos com apenas vinte mil votos cada; mas já o Bloco de Esquerda precisou de trinta mil. E o único deputado do PAN necessitou mesmo de setenta e cinco mil votos para a sua eleição".
Paulo Morais, hoje, no Público.
domingo, 6 de dezembro de 2015
A água parece um espelho
foto sacada daqui |
A velha doca que desapareceu nos primeiros anos da década de 80 do século passado.
Na minha memória, esta imagem continua presente, como se ainda lá estivesse.
Radicalismo
Estamos num num país em que a direita se recusa a ser de direita, porque é facilmente associada ao salazarismo e à opressão das liberdades.
Seguindo o ensinamento de Napoleão Bonaparte, “nunca se deve interromper um inimigo enquanto ele estiver no processo de auto-destruição”.
Seguindo o ensinamento de Napoleão Bonaparte, “nunca se deve interromper um inimigo enquanto ele estiver no processo de auto-destruição”.
sábado, 5 de dezembro de 2015
Na terra dos autarcas "ronaldos"...
Imagem sacada daqui |
Na terra dos autarcas "ronaldos", as regras, para o tamanho das placas, têm de passar a ser muito bem definidas.
Não podemos correr o risco de, para os "ronaldos" das pontas, deixar de ter espaço na placa para o nome completo...
Imaginemos, que este plantel de "ronaldos", era uma equipa de futebol de 5...
Teriam de usar manga comprida, o que, nos nossos pavilhões, sem ar condicionado, seria sempre uma enorme maçada e um desconforto terrível...
Não se fazem omeletes sem ovos.
A imagem, que saquei ao jornal AS BEIRAS, é uma pequena notícia que é um retrato acabado da minha cidade e do meu País.
«Diogo Lima, 21 anos, trabalhador-estudante, é o novo presidente da Concelhia da Figueira da Foz da JS. Foi eleito com (apenas) 16 votos, num universo de 260 eleitores, encabeçando lista única.
O novo líder socialista imputa a escassa participação ao afastamento dos jovens da política. “As pessoas estão completamente afastadas e, por outro lado, nos últimos anos, não houve nada que ligasse os jovens locais à JS”.
A notícia termina com a esperança renascida do novo líder da jotinha socialista na Figueira.
“Acredito que, com o PS no Governo, possamos despertar mais interesse nos jovens”, disse...»
Recordo uma passagem de uma postagem de março deste ano, neste blogue.
«Não é só na Figueira que existem aviários de candidatos a "tachos" e a políticos. Portugal, todo ele, incluindo as ilhas adjacentes, é um enorme aviário de candidatos a "tachos" e a políticos.»
Tal como na vida das pessoas normais - a maioria de nós, aqueles que nunca foram "jotinhas"... - também na vida dos "jotinhas", coisas que não foram aprendidas em criança, dificilmente se aprendem em adulto.
Sobre os anos que me restam, poucas ilusões já tenho.
Nunca vivi tendo como objectivo principal: “o que eu quero é ser feliz”.
Neste país, nesta cidade e nesta Aldeia, ser feliz nunca me pareceu um objectivo viável.
A minha vida passou sempre por outra utopia: “viver em paz”.
Isto, porque sempre soube - e continuo a saber - que quem governa realmente, são pessoas muito inteligentes, que por serem muito inteligentes não precisam de praticar o mal, basta-lhes manipular alguém para que o faça por eles.
É esse o papel dos "jotinhas"...
Não se fazem omeletes sem ovos.
«Diogo Lima, 21 anos, trabalhador-estudante, é o novo presidente da Concelhia da Figueira da Foz da JS. Foi eleito com (apenas) 16 votos, num universo de 260 eleitores, encabeçando lista única.
O novo líder socialista imputa a escassa participação ao afastamento dos jovens da política. “As pessoas estão completamente afastadas e, por outro lado, nos últimos anos, não houve nada que ligasse os jovens locais à JS”.
A notícia termina com a esperança renascida do novo líder da jotinha socialista na Figueira.
“Acredito que, com o PS no Governo, possamos despertar mais interesse nos jovens”, disse...»
Recordo uma passagem de uma postagem de março deste ano, neste blogue.
«Não é só na Figueira que existem aviários de candidatos a "tachos" e a políticos. Portugal, todo ele, incluindo as ilhas adjacentes, é um enorme aviário de candidatos a "tachos" e a políticos.»
Tal como na vida das pessoas normais - a maioria de nós, aqueles que nunca foram "jotinhas"... - também na vida dos "jotinhas", coisas que não foram aprendidas em criança, dificilmente se aprendem em adulto.
Sobre os anos que me restam, poucas ilusões já tenho.
Nunca vivi tendo como objectivo principal: “o que eu quero é ser feliz”.
Neste país, nesta cidade e nesta Aldeia, ser feliz nunca me pareceu um objectivo viável.
A minha vida passou sempre por outra utopia: “viver em paz”.
Isto, porque sempre soube - e continuo a saber - que quem governa realmente, são pessoas muito inteligentes, que por serem muito inteligentes não precisam de praticar o mal, basta-lhes manipular alguém para que o faça por eles.
É esse o papel dos "jotinhas"...
Não se fazem omeletes sem ovos.
Um exemplo de mau profissionalismo
Segundo informação dada ao Diário de Notícias por uma fonte do Executivo socialista, o Orçamento do Estado para 2016 não tem nada preparado, nem mesmo a informação básica.
Não basta ter ganho eleições, ter uma licenciatura e ter sido governante.
Não bastam 4 anos a governar e 10, 15, 20, ou mais anos de experiência política.
Profissionalismo, em política, é trabalhar melhor e mais rápido, agilizar processos, antecipar problemas, provisionar as ferramentas adequadas para uma tarefa e usá-las.
No fundo, ter o trabalho organizado, para que o profissional que se segue possa prossegui-lo.
É isso que se exige a um profissional competente...
Ainda para mais, quando o que está em causa é Portugal.
Não basta ter ganho eleições, ter uma licenciatura e ter sido governante.
Não bastam 4 anos a governar e 10, 15, 20, ou mais anos de experiência política.
Profissionalismo, em política, é trabalhar melhor e mais rápido, agilizar processos, antecipar problemas, provisionar as ferramentas adequadas para uma tarefa e usá-las.
No fundo, ter o trabalho organizado, para que o profissional que se segue possa prossegui-lo.
É isso que se exige a um profissional competente...
Ainda para mais, quando o que está em causa é Portugal.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Cumprir a meta do défice é uma tarefa “exigente e de difícil concretização”...
A avaliação é da
Unidade Técnica de Apoio Orçamental, que fez contas aos primeiros
nove meses do ano.
Até setembro, o Estado terá tido um
défice de 3,7 por cento, o que torna “exigente e de difícil
concretização” a meta dos 2,7 estipulada pelo Governo de Passos
Coelho para o ano. A UTAO avisa ainda que Portugal terá de crescer
mais de 0,6 por cento no último trimestre para que a economia cresça
os 1,6 por cento previstos pelo anterior executivo. As más notícias
não acabam por aqui: a unidade técnica alerta que o executivo já
gastou mais de dois terços da almofada financeira.
Tudo
visto e resumido, sobra uma mão cheia de nada e outra de coisa
nenhuma: uma margem orçamental praticamente esgotada,
a famosa "almofada", reduzida a ar e vento.
Nada
que surpreenda como herança dum governo Passos/Portas...
Desde 2011, tanta austeridade para quê?
Os cofres do Estado, afinal, estão vazios. E o mais grave, é que os bolsos dos portugueses ainda mais vazios estão.
Os cofres do Estado, afinal, estão vazios. E o mais grave, é que os bolsos dos portugueses ainda mais vazios estão.
O pin de Passos - "chefe de governo"...
O desespero de Passos Coelho e Portas em regressar ao poder começa a roçar o desespero.
Eles sabem, melhor do que ninguém, que se este novo governo conseguir durar até 2017, o destino mais que certo, pelo menos no PSD, serão as eleições internas...
Entretanto, "até que volte a ter uma maioria de deputados que lhe dêem esse poder, Passos bem poderá guardar o pin que continua a ostentar na lapela e passar a tratar por Primeiro-ministro o Primeiro-ministro agora investido no pleno exercício de funções, porque a figurinha que está a fazer só serve para lembrar aquela que outro, antes dele e da democracia, já fez quando entrou em negação ao saber que tinha Caetano como Chefe do Governo."
Neste momento, só me apetece parafrasear um excelente conhecedor do bom povo: aquele banqueiro que no começo da austeridade disse - "Aguenta, aguenta!"
Eles sabem, melhor do que ninguém, que se este novo governo conseguir durar até 2017, o destino mais que certo, pelo menos no PSD, serão as eleições internas...
Entretanto, "até que volte a ter uma maioria de deputados que lhe dêem esse poder, Passos bem poderá guardar o pin que continua a ostentar na lapela e passar a tratar por Primeiro-ministro o Primeiro-ministro agora investido no pleno exercício de funções, porque a figurinha que está a fazer só serve para lembrar aquela que outro, antes dele e da democracia, já fez quando entrou em negação ao saber que tinha Caetano como Chefe do Governo."
Neste momento, só me apetece parafrasear um excelente conhecedor do bom povo: aquele banqueiro que no começo da austeridade disse - "Aguenta, aguenta!"
A propósito da falta de sucesso das livrarias...
Não consigo pensar em cegos sem me lembrar duma frase de Benjamin Péret (cito-a de memória, como acontece com tudo o resto): “Não é verdade que a mortadela é fabricada por cegos?” Para mim, esta afirmação, sob a forma de pergunta, é tão certa como uma verdade do evangelho. Claro que algumas pessoas podem achar absurda a relação entre os cegos e a mortadela, mas para mim é o exemplo mágico duma frase totalmente irracional que é brusca e misteriosamente fulminada pelo estrondo da verdade.
Luis Buñuel, O meu último suspiro
Na passada terça-feira, o escritor de sucesso António Tavares, no diário As Beiras, publicou a crónica que pode ser lida na imagem da direita.
Como escreve no seu blogue Fernando Campos, "trata-se de uma lamentação pela morte das livrarias.
O cronista, que sabe exactamente o número de livrarias que existem em Portugal (e quantas fecharam em Espanha, quantos livros se editaram e se importaram etc., etc., ) - lamenta muito o seu triste fim – refere mesmo que “há hoje cidades que já não têm livrarias na verdadeira acepção da palavra”; mas depois sugere que não deixa de se viver por isso. A seguir interroga-se sobre como se repõe a “identidade que se vai perdendo e que se sabia ter qualidades” e remata com uma graçola sonsa: diz que lhe perguntam onde se vende o “seu” livro e que, “desfasado” que é do mundo, responde perplexo: “nas livrarias!”.
Reparem como o político florentino que subiu a pulso, estrategicamente, com o discurso sempre semeado de números exactos, em ponto de rebuçado, naquela ênfase de rigor tão do agrado do seu público alvo, os pacóvios, é afinal tão “desfasado” do mundo. Nunca vi um escrito que ilustrasse tão bem um espírito."
A prosseguir o seu texto, o Fernando conta um episódio divertido e peculiar.
"Três dias antes porém, de esta crónica me aparecer à frente para que a bebesse com os olhos, estava eu a aparar umas guias que as minhas roseiras lançam para a rua quando se acercou de mim o carteiro e me perguntou, um tanto constrangido, se eu quereria por obséquio adquirir um livro uns tantos euros abaixo do valor cobrado nas livrarias; e, tirado de dentro de um envelope, mostrou-me um exemplar do prémio Leya deste ano, O coro dos defuntos, de António Tavares. Explicou-me depois, embaraçado, que agora aquilo fazia parte das suas obrigações. Declinei educadamente e o pobre homem lá se foi embora, com o dever cumprido."
Continuando a citar a prosa deliciosa do Fernando.
"Não sei, devo dizer, se António Tavares é um bom escritor. Adaptei, faz já quase trinta anos, dois contos seus (um deles muito bom) para banda-desenhada e fiz a cenografia da sua primeira peça levada à cena (bastante mázinha por sinal, um monólogo em verso branco vagamente existencialista do qual não percebi peva) porque há coisas que, com vinte anos, se fazem por amizade. Com o fim da nossa amizade perdi, confesso, o interesse por tudo o que lhe concerne, incluída a sua obra, digamos assim, literária.
O que me obriga, de vez em quando, a manifestar-me a seu respeito é o facto de ele se ter tornado um político relevante (é vereador da cultura e vice-presidente da minha autarquia) e de o seu pensamento, ou pelo menos a sua opinião pública, digamos assim, me aparecer à frente dos olhos de cada vez que me pretendo informar sobre os factos da terra que habito.
Não sei, por isso, se o que Tavares escreve hoje é literatura. Mas se for o que publica no “jornal” As Beiras, parece-me mais mortadela."
Depois de ler o saboroso texto do Fernando, dei comigo a pensar.
Ainda sou do tempo em que, alguns, ousavam ensaiar o discurso anti partido socialista figueirense.
Mais tarde, porém, o sucesso passou, precisa e exactamente, por se alimentarem do poder que diziam abjurar.
António Tavares, é um desses.
Que mais não seja, por isso, merece admiração pelo sucesso...
Ao longo da vida, apesar de tudo, sempre fui aprendendo algumas coisitas.
Luis Buñuel, O meu último suspiro
Na passada terça-feira, o escritor de sucesso António Tavares, no diário As Beiras, publicou a crónica que pode ser lida na imagem da direita.
Como escreve no seu blogue Fernando Campos, "trata-se de uma lamentação pela morte das livrarias.
O cronista, que sabe exactamente o número de livrarias que existem em Portugal (e quantas fecharam em Espanha, quantos livros se editaram e se importaram etc., etc., ) - lamenta muito o seu triste fim – refere mesmo que “há hoje cidades que já não têm livrarias na verdadeira acepção da palavra”; mas depois sugere que não deixa de se viver por isso. A seguir interroga-se sobre como se repõe a “identidade que se vai perdendo e que se sabia ter qualidades” e remata com uma graçola sonsa: diz que lhe perguntam onde se vende o “seu” livro e que, “desfasado” que é do mundo, responde perplexo: “nas livrarias!”.
Reparem como o político florentino que subiu a pulso, estrategicamente, com o discurso sempre semeado de números exactos, em ponto de rebuçado, naquela ênfase de rigor tão do agrado do seu público alvo, os pacóvios, é afinal tão “desfasado” do mundo. Nunca vi um escrito que ilustrasse tão bem um espírito."
A prosseguir o seu texto, o Fernando conta um episódio divertido e peculiar.
"Três dias antes porém, de esta crónica me aparecer à frente para que a bebesse com os olhos, estava eu a aparar umas guias que as minhas roseiras lançam para a rua quando se acercou de mim o carteiro e me perguntou, um tanto constrangido, se eu quereria por obséquio adquirir um livro uns tantos euros abaixo do valor cobrado nas livrarias; e, tirado de dentro de um envelope, mostrou-me um exemplar do prémio Leya deste ano, O coro dos defuntos, de António Tavares. Explicou-me depois, embaraçado, que agora aquilo fazia parte das suas obrigações. Declinei educadamente e o pobre homem lá se foi embora, com o dever cumprido."
Continuando a citar a prosa deliciosa do Fernando.
"Não sei, devo dizer, se António Tavares é um bom escritor. Adaptei, faz já quase trinta anos, dois contos seus (um deles muito bom) para banda-desenhada e fiz a cenografia da sua primeira peça levada à cena (bastante mázinha por sinal, um monólogo em verso branco vagamente existencialista do qual não percebi peva) porque há coisas que, com vinte anos, se fazem por amizade. Com o fim da nossa amizade perdi, confesso, o interesse por tudo o que lhe concerne, incluída a sua obra, digamos assim, literária.
O que me obriga, de vez em quando, a manifestar-me a seu respeito é o facto de ele se ter tornado um político relevante (é vereador da cultura e vice-presidente da minha autarquia) e de o seu pensamento, ou pelo menos a sua opinião pública, digamos assim, me aparecer à frente dos olhos de cada vez que me pretendo informar sobre os factos da terra que habito.
Não sei, por isso, se o que Tavares escreve hoje é literatura. Mas se for o que publica no “jornal” As Beiras, parece-me mais mortadela."
Depois de ler o saboroso texto do Fernando, dei comigo a pensar.
Ainda sou do tempo em que, alguns, ousavam ensaiar o discurso anti partido socialista figueirense.
Mais tarde, porém, o sucesso passou, precisa e exactamente, por se alimentarem do poder que diziam abjurar.
António Tavares, é um desses.
Que mais não seja, por isso, merece admiração pelo sucesso...
Ao longo da vida, apesar de tudo, sempre fui aprendendo algumas coisitas.
Uma
delas é esta: não é possível argumentar com o sucesso.
Quando analisamos um caso de sucesso político, que teve um desfecho positivo e feliz, apesar dos desvios aos princípios que foram cometidos durante o caminho, é inútil apontar esses desvios porque, em última análise, alguém vai sempre invocar o sucesso do resultado para demonstrar que não houve qualquer desvio ou erro.
O sucesso arrasa quaisquer desvios ou erros que, por ventura, tenham sido cometidos durante o processo.
Por
causa disso, quando asso sardinhas, não mudo de roupa até ao fim do
dia: ter a roupa a cheirar a sardinha assada, é meio caminho andado
para fazer sucesso junto das gatas aqui da Aldeia.
Quando analisamos um caso de sucesso político, que teve um desfecho positivo e feliz, apesar dos desvios aos princípios que foram cometidos durante o caminho, é inútil apontar esses desvios porque, em última análise, alguém vai sempre invocar o sucesso do resultado para demonstrar que não houve qualquer desvio ou erro.
O sucesso arrasa quaisquer desvios ou erros que, por ventura, tenham sido cometidos durante o processo.
Como eu compreendo a azia da direita...
Passos:
“Espero que tenham a dignidade de devolver a palavra ao povo”...
Pois é: perder o "instrumento" que nos últimos 4 anos esteve ao serviço de determinados interesses dói muito...
A quantidade de "coisas" que se perderam foi enorme!
“Espero que tenham a dignidade de devolver a palavra ao povo”...
Pois é: perder o "instrumento" que nos últimos 4 anos esteve ao serviço de determinados interesses dói muito...
A quantidade de "coisas" que se perderam foi enorme!
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