"Nos dias que correm a
competitividade entre
municípios é cada vez
maior e sem espaço para experimentalismos e falhas. A
câmara municipal anunciava
para este ano um maior investimento nas festas joaninas,
principalmente no fogo de
artifício e nas marchas populares. Houve de facto, maior
número e mais qualidade nas
marchas deste ano, quando
comparado com o ano anterior, e o espectáculo pirotécnico
também não defraudou as
expectativas. Mas é inadmissível que milhares de pessoas
tenham regressado às suas
casas, sem ter podido assistir
ao fogo de artifício que só foi
lançado já passava das duas
da manhã. Como também
não se percebe, como é que
a iluminação de São João,
nas poucas ruas que tiveram
direito a tanto, foram ligadas
apenas no próprio dia 23.
Nestas festas, como infelizmente, em muitos outros
casos, cumprem-se os “serviços mínimos”, sem rasgo nem
imaginação. Mas claro, como
estamos no verão, “siga a
banda” porque em Setembro
voltamos à realidade."
Em tempo.
Crónica de Miguel Almeida, hoje no jornal AS BEIRAS.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Já que estamos em época de transferências: "o dinheiro foi para outros bolsos"...
"Há quem não tenha percebido porque é que as alterações na Taxa Social Única causaram, em 2012, tamanha indignação. Foi porque sintetizavam a frase dita, um ano antes, pelo primeiro-ministro: “Só vamos sair da crise empobrecendo.”
A estratégia corresponde a dois ajustamentos simultâneos: na redução dos custos de trabalho, para diminuir os custos de produção e aumentar as exportações; e na redução do poder de compra, para diminuir o consumo interno e as importações.
Mas, ao tirar ao trabalhador para dar ao patrão, a alteração da TSU proposta em 2012 deixava também evidente uma das duas grandes transferências de recursos a que estamos a assistir: do trabalho para o capital.
A proposta que agora é apresentada parece menos maligna.
Os descontos dos patrões são reduzidos, os dos trabalhadores ficam na mesma.
Mas esta alteração aumenta, no conjunto dos descontos, a proporção que está a cargo do trabalhador. E põe em causa a sustentabilidade da segurança social, levando inevitavelmente a novos cortes nas pensões, que também são rendimento do trabalhador.
O que não tiram agora vão tirar depois."
Daniel Oliveira
A estratégia corresponde a dois ajustamentos simultâneos: na redução dos custos de trabalho, para diminuir os custos de produção e aumentar as exportações; e na redução do poder de compra, para diminuir o consumo interno e as importações.
Mas, ao tirar ao trabalhador para dar ao patrão, a alteração da TSU proposta em 2012 deixava também evidente uma das duas grandes transferências de recursos a que estamos a assistir: do trabalho para o capital.
A proposta que agora é apresentada parece menos maligna.
Os descontos dos patrões são reduzidos, os dos trabalhadores ficam na mesma.
Mas esta alteração aumenta, no conjunto dos descontos, a proporção que está a cargo do trabalhador. E põe em causa a sustentabilidade da segurança social, levando inevitavelmente a novos cortes nas pensões, que também são rendimento do trabalhador.
O que não tiram agora vão tirar depois."
Daniel Oliveira
Siga a farsa
Resta-nos continuar a empobrecer e esperar por Outubro…
Tudo está no seu lugar: o PSD está no lado do costume; o PS
está no lado do costume…
"Se temos maus políticos é porque os portugueses
querem, se temos más políticas é porque os portugueses querem”... É bom que daqui por 4 meses não seja esquecido que "pode haver falta de verba, mas existem prioridades"...
“A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental. Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...”
Este alerta Outra Margem tem quase 10 anos, como podem comprovar clicando aqui.
No sábado passado, dirigentes da Concelhia da Figueira da Foz do PSD e deputados eleitos por Coimbra pelas listas do mesmo partido visitaram as obras de protecção da costa em São Pedro, Lavos e Leirosa.
O líder local dos social-democratas, Manuel Domingues, e o deputado Maurício Marques lembraram que esta intervenção era reclamada há vários anos. Não obstante a crise, realçaram.
No entanto, os dois políticos reconheceram que estavam a falar de obras urgentes, quase concluídas, porque falta ainda realizar as estruturais, para a segurança de pessoas e bens e protecção da orla marítima.
José Elísio, presidente da Junta de Lavos, independente, não podia estar mais de acordo com os visitantes. “Estas obras são as indispensáveis e há 10 anos que eram sucessivamente prometidas e adiadas”, frisou.
De resto, segundo o jornal AS BEIRAS, os presidentes das freguesias do sul do concelho concordam que esta intervenção de emergência não deve substituir as obras de fundo que a costa reclama.
Sabemos que estamos em campanha eleitoral, mas ainda bem que a erosão costeira é uma preocupação do PSD figueirense e dos presidentes das juntas das freguesias do sul do nosso concelho.
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental. Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova. Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...”
Este alerta Outra Margem tem quase 10 anos, como podem comprovar clicando aqui.
No sábado passado, dirigentes da Concelhia da Figueira da Foz do PSD e deputados eleitos por Coimbra pelas listas do mesmo partido visitaram as obras de protecção da costa em São Pedro, Lavos e Leirosa.
O líder local dos social-democratas, Manuel Domingues, e o deputado Maurício Marques lembraram que esta intervenção era reclamada há vários anos. Não obstante a crise, realçaram.
No entanto, os dois políticos reconheceram que estavam a falar de obras urgentes, quase concluídas, porque falta ainda realizar as estruturais, para a segurança de pessoas e bens e protecção da orla marítima.
José Elísio, presidente da Junta de Lavos, independente, não podia estar mais de acordo com os visitantes. “Estas obras são as indispensáveis e há 10 anos que eram sucessivamente prometidas e adiadas”, frisou.
De resto, segundo o jornal AS BEIRAS, os presidentes das freguesias do sul do concelho concordam que esta intervenção de emergência não deve substituir as obras de fundo que a costa reclama.
Sabemos que estamos em campanha eleitoral, mas ainda bem que a erosão costeira é uma preocupação do PSD figueirense e dos presidentes das juntas das freguesias do sul do nosso concelho.
Syriza política alternativa contra Austeridade
"Esta não é a Europa dos fundadores, é a Europa dos partidos
mais conservadores, com os socialistas à arreata. Não terá um bom fim e, nessa
altura, muita gente lembrará a Grécia.
Bater nos gregos tornou-se uma espécie de desporto nacional.
Tem várias versões, uma é bater no Syriza, outra é bater nos gregos
propriamente ditos e na Grécia como país. As duas coisas estão relacionadas,
bate-se na Grécia porque o Syriza resultou num incómodo e, mesmo que o Syriza
morda o pó das suas propostas, – que é o objectivo disto tudo, – o mal-estar
que existe na Europa é uma pedra no orgulhoso caminho imperial do Partido
Popular Europeu, partido de Merkel, Passos e Rajoy e nos socialistas colaboracionistas
que são quase todos que os acolitam. É isto a que hoje se chama “Europa”.
A Grécia é a Grécia, muito mais parecida com Portugal
naquilo que é negativo que os que hoje lhe deitam pedras escondem, e bastante menos
parecida com Portugal, numa consciência nacional da soberania, que perdemos de
todo. No dia da vitória do Syriza, o que mais me alegrou, sim alegrou, como
penso aconteceu a muita gente, à esquerda e à direita, não foi que muitos
gregos tenham votado num “partido radical” ou num programa radical, ou o
destino do Syriza, mas sim o facto de que votaram pela dignidade do seu pais,
num desafio a esta “Europa” que agora os quer punir pelo arrojo e insolência.
Nisso, os gregos deram uma enorme lição aos nossos colaboracionistas de
serviço, que andam de bandeirinha na lapela."
A Figueira e o mar... (II)
A situação que esteve iminente, em 1997, de se fazer desaparecer,
de vez, os seis exemplares antigos de
arquitectura naval — barcos tradicionais, incluindo um "Meio
Batel-do-Sal", verdadeiro, e um "Barco-da-Arte", grande, da
Leirosa (e que haviam antes sido seleccionados, obtidos, e estudados, para fins
museológicos, pelo próprio Arq. Octávio Lixa Filgueiras, a maior autoridade
científica, em Portugal, sobre arquitectura naval tradicional em madeira) —, os
seis exemplares antigos de arquitectura naval que então estavam em processo de
destruição, desde há anos, no pátio interior do Museu Municipal da Figueira da
Foz.
domingo, 28 de junho de 2015
Morrer a tentar viver...
Maria da Glória escolheu Sousse em memória do marido, das
férias felizes que ali passaram os dois.
Era a primeira viagem que esta mulher
de 76 anos fazia depois de ter ficado viúva há dois anos.
Morreu ao 5º. dia de
férias...
Maria da Glória foi a portuguesa que morreu no ataque
terrorista na Tunísia.
Viajou para recordar um amor...
O seu amor.
Tinha ficado viúva recentemente e resolveu
escolher como destino aquele onde tinha sido feliz com o seu marido.
Tão simples quanto isto.
Uma história de amor.
Dizem que estes senhores são "socialistas" e verdadeiros "democratas"!..
"Tsipras falhou o alvo: apostou em ser anti-Merkel" - Francisco Assis, eurodeputado do PS!..
Decisão do governo grego "é muito lamentável" - Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo!..
A Figueira e o mar...
Navio "JOSÉ CAÇÃO", o último bacalhoeiro da Figueira da Foz, numa foto tirada a 14 de Maio de 2002 |
Estávamos em 1998 na Figueira da Foz.
Santana Lopes tinha tomado posse de presidente da Câmara
Municipal há poucos meses.
Com o apoio do Centro de Estudos do Mar - CEMAR, uma
comissão de cidadãos (constituída por Manuel Luís Pata - que, então, estava a
publicar os seus livros sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, e já era associado do CEMAR - e pelos últimos Capitães figueirenses desse navio: o Capitão Marques Guerra e o Capitão Abreu da Silva) desenvolveu esforços
para tentar salvar da destruição e da
sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o
"José Cação", antigo "Sotto Mayor").
Com o declínio das pescas portuguesas, fruto em grande parte da adesão à União Europeia, após o falhanço da tentativa levada a cabo nos anos de 1998 e 1999 de transformar este navio em museu - a Câmara da Figueira presidida então por Santana Lopes não apoiou a iniciativa da sociedade civil - o “José Cação” acabou na sucata por volta de 2002-2003.
Recordo, um pequeno excerto de uma interessante crónica de Manuel Luís Pata, publicada no jornal O Figueirense, em 2.11.207, que pode ser lida na íntegra aqui.
"A pesca do bacalhau foi a indústria que mais
contribuiu para o desenvolvimento da Figueira da Foz. Nas campanhas de 1913/14
foi este o porto que mais navios enviou à Terra Nova (15 navios), ou seja,
quase metade de toda a frota nacional. Hoje o que resta? Nada de nada!”
Foi assim que as coisas se passaram, mas tudo poderia ter
sido diferente. Recordo as palavras do vereador então responsável, Miguel Almeida de seu nome: “esta
proposta (a oferta do navio que o dr. António Cação fez em devido tempo à Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida na altura por Santana Lopes) foi o pior que nos podia ter
acontecido”.
Como disse na altura Manuel Luís Pata, “nem toda a gente
entende que na construção do futuro é necessário guardar a memória”. sábado, 27 de junho de 2015
Os políticos são como o vinho: há sempre uma altura em que azedam de vez…
A empresa municipal de habitação social e o banco do Estado renegociaram dois empréstimos. Um deles, no valor de 7,5 milhões de euros, foi contraído em 2002, era de curto prazo, e devia ter sido liquidado em seis meses. Porém, devido ao esforço financeiro que implicava, a empresa municipal entrou em incumprimento. O valor da nova mensalidade foi definido em função da capacidade financeira da Figueira Domus, cuja dívida global ascende aos 12 milhões de euros.”
Em tempo.
O troca-tintas do "leme" já está no lote…
À atenção dos votantes...
Em tempo.
"O chefe de gabinete do primeiro-ministro, o diplomata Gilberto Jerónimo, vai ser colocado como embaixador na UNESCO em Paris depois de o actual Governo cessar funções. A embaixada de Portugal na Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura havia sido encerrada pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas no início de 2012, a pretexto de poupança de custos. A representação passou desde então a ser assegurada pelo embaixador na capital francesa."
Isto, é apenas uma notícia do Expresso de hoje, não é campanha eleitoral...
Aliás, como se facilmente se dá conta, Passos é amigo do seu amigo: reabrir uma embaixada só para dar um tacho ao seu adjunto, é obra.
Não se cuidem não...
Em Abril de 2011, Pedro Passos Coelho foi a uma escola nos arredores de Lisboa, já em plena pré-campanha eleitoral. As crianças perguntaram-lhe se era verdade que ele tinha intenções de acabar com o subsídio de Natal.
"Nada disso, isso é um disparate". E para melhor rejeitar tão "disparatada" ideia, Pedro Passos Coelho não hesitou em acusar José Sócrates de ser o autor dessa invenção como sendo do PSD. Um "disparate", sublinhe-se, que um grupo de crianças também concordou.
Pode ser ouvido no vídeo clicando aqui, com as vozes das crianças e a rejeição convicta de Passos Coelho.
É sempre bom, nestas alturas de pré-campanha eleitoral, recordar estes pequenos disparates que se dizem na caça ao voto.
Depois de ganhar as eleições, em Outubro desse mesmo ano de 2011, Passos Coelho anunciou o fim dos subsídios de Natal e de Férias para salários acima dos 1000 euros na Função Pública.
Reparando bem, a visita à escola aconteceu no dia 1 de Abril. Dia das mentiras. Ou Passos Coelho estava a brincar com as crianças ou foi ainda mais maquiavélico: disse a verdade, era um disparate, de facto, cortar UM subsídio. Nos DOIS é que estava a verdade.
"Nada disso, isso é um disparate". E para melhor rejeitar tão "disparatada" ideia, Pedro Passos Coelho não hesitou em acusar José Sócrates de ser o autor dessa invenção como sendo do PSD. Um "disparate", sublinhe-se, que um grupo de crianças também concordou.
Pode ser ouvido no vídeo clicando aqui, com as vozes das crianças e a rejeição convicta de Passos Coelho.
É sempre bom, nestas alturas de pré-campanha eleitoral, recordar estes pequenos disparates que se dizem na caça ao voto.
Depois de ganhar as eleições, em Outubro desse mesmo ano de 2011, Passos Coelho anunciou o fim dos subsídios de Natal e de Férias para salários acima dos 1000 euros na Função Pública.
Reparando bem, a visita à escola aconteceu no dia 1 de Abril. Dia das mentiras. Ou Passos Coelho estava a brincar com as crianças ou foi ainda mais maquiavélico: disse a verdade, era um disparate, de facto, cortar UM subsídio. Nos DOIS é que estava a verdade.
DISTINÇÕES HONORÍFICAS E HOMENAGENS PARA NOVENTA E OITO [98] ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E PESSOAS NA FIGUEIRA DA FOZ…
foto de Pedro Agostinho Cruz, que me convidou para o acompanhar na entrega, que fez no passado dia 9 a este velho e incansável lutador pelo progresso da nossa Figueira, de um exemplar do ALERTA COSTEIRO 14/15. |
Nos últimos dias, através dos jornais e outros órgãos de
informação, tomámos conhecimento de que, comemorando-se em 24.06.2015 o dia
anual do Município da Figueira da Foz (Portugal), para além dos habituais
festejos e folias de praia, localmente tradicionais — e também uma
"Procissão e tradicional Benção do Mar" [sic]... (que, de facto, não
tem nada de verdadeiro, pois é uma mentira que foi inventada, para ser
"tradicional", por volta do ano de 1998 [!], ao mesmo tempo da
preparação da Expo de Lisboa…) —, foi também agora celebrada, nesse mesmo dia
24.06.2015 (numa cerimónia solenizada à maneira local, numa instalação que
parece que se chama "Centro de Artes e Espectáculos Pedro Santana
Lopes"...), uma atribuição de distinções honoríficas, e homenagens, conferidas
a noventa e oito (98) entidades, instituições e pessoas individuais desta
cidade (segundo o jornal, tratou-se de "...98 entidades repartidas entre
funcionários do Município, entidades e personalidades figueirenses, PMEs",
etc.).
O Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de
Albuquerque (CEMAR) — a pequena associação científica privada que, neste ano de
2015 (desde 27 de Janeiro), por acaso, está a celebrar os vinte (20) anos da
sua fundação (pois foi criada, por escritura pública assinada no salão nobre da
Câmara Municipal da Figueira da Foz, em 27.01.1995, e tendo como primeira sede
o Forte de Santa Catarina, na Foz do Mondego) —, congratula-se portanto com o
facto de que, ao que parece, nesta cidade, são consideradas como existentes e
como homenageáveis (e em números tão significativos) tantas entidades,
instituições e pessoas que tão publicamente se prestigiam localmente como
merecedoras de tais distinções e homenagens municipais. Mas não pode, nem deve,
deixar de lamentar que não tenha sido tida em conta a sugestão, que atempada e
discretamente havíamos formulado (perante quem havíamos julgado que dirigia e
representava a cidade), de que fosse homenageado, em vida, neste ano de 2015,
um homem como o nosso Exº. Amigo (e Associado Honorário do CEMAR) Senhor Manuel
Luís Pata, o homem a quem a Figueira da Foz deve um capítulo tão importante da
sua História Marítima como é a publicação dos três volumes sobre a Pesca do
Bacalhau pelos Navios Figueirenses (uma actividade que, no passado, foi tão central,
tão importante e tão emblemática para a economia, a sociedade e a identidade
local figueirense); e a quem a Figueira da Foz deve o esforço para a
organização do movimento cívico que, ingloriamente, tentou salvar da destruição
o último navio bacalhoeiro figueirense (o "José Cação", antigo
"Sotto Mayor", que acabou por ser entregue para a sucata); e a quem a
Figueira da Foz deve (em parceria com o seu conterrâneo Capitão João Pereira
Mano) o esclarecimento do equívoco e do erro científico (que, nas últimas
décadas do século XX, estava cada vez mais disseminado, avolumado, e
generalizado… por estar a ser doutoralmente repetido a partir dos
"milieus" da "comunidade científica"…) de se andar a chamar
"Xávega" [sic] e "Barco da Xávega" [sic] à "Arte"
e ao "Barco da Arte" ("Barco do Mar") da Beira Litoral;
etc..
Enfim, o Senhor Manuel Luís Pata, neto, bisneto e trineto de
pescadores, a quem a Figueira da Foz deve tudo isso, e muito mais do que isso,
pela sua voluntariosa e inglória tentativa de defesa do Património Local, ao
longo de muitas décadas.
A quem a Figueira da Foz deve e, infelizmente, vai continuar
a dever.
De facto, o nosso Exº. Amigo Senhor Manuel Luís Pata, um
homem corajoso, e de opiniões desassombradas — e que, por isso, na Figueira da
Foz, é alguém que sempre muito admirámos, e continuamos a admirar —, é o homem
que em 1997, 2000, 2002, 2003, havia coligido, publicado, e re-publicado (com a
nossa colaboração, do CEMAR, que nos orgulhamos de então ter prestado) os
livros, que vão ficar para sempre, sobre a Figueira da Foz e a Pesca do
Bacalhau. E é o homem que, em 1998-1999, tentou em vão salvar da destruição o
último navio figueirense (e com uma denúncia cívica que, em 07.09.1998, chegou
a ter que ser feita em conferência de imprensa realizada na rua, na via
pública, à porta do Museu e Auditório Municipal…! [em mesas, e cadeiras,
fornecidas, à última hora, pelo Centro de Estudos do Mar...], devido à
proibição de utilização desse Auditório Municipal...). E é o homem que, além
disso — para além dessa sua defesa do Património Cultural e Histórico —, teve
sempre também a coragem de se manifestar em defesa do Património Natural e
Ambiental… apontando a catástrofe da acumulação das areias represadas pelo
molhe norte do porto comercial da Figueira da Foz (as areias que, ao longo das
últimas décadas, cada vez mais, afastaram a cidade do mar, destruíram o turismo
urbano, e fizeram falta, dramaticamente, nas outras praias, escavadas e
ameaçadas, do sul da Foz do Mondego).
E é o homem que, já antes disso, em 17.10.1997, se havia
prontificado a testemunhar, corajosamente, a destruição dos seis (6) exemplares
antigos de arquitectura naval — barcos tradicionais, seleccionados, obtidos, e
estudados, para fins museológicos, pelo próprio Arq. Octávio Lixa Filgueiras (a
maior autoridade científica, em Portugal, sobre arquitectura naval tradicional
em madeira…) —… os seis (6) exemplares únicos e insubstituíveis (incluindo um
"Meio Batel-do-Sal", verdadeiro… e um "Barco-da-Arte",
grande, da Leirosa…) que foram destruídos no pátio interior do Museu Municipal
da Figueira da Foz.
Não somente pela publicação dos seus três volumes, mas
também por todas estas outras razões, acima citadas — pela denúncia da
destruição do património de Arquitectura Naval local, e pela denúncia da
destruição do património ambiental marítimo (aquilo que, nas suas próprias
palavras, veio a ser, em frente à Figueira da Foz, "a Praia da
Calamidade"… —, Manuel Luís Pata, descendente de uma das primeiras (se não
a primeira) família de patriarcas pescadores ilhavenses que no século XVIII
criaram as povoações a sul da Foz do Mondego (Cova, Gala, etc.), é credor de um
reconhecimento, na sua cidade, que ainda não lhe foi prestado.
Pela nossa parte — pela parte do Centro de Estudos do Mar -
CEMAR (em que, desde há muitos anos, já nos orgulhávamos de o ter como
associado) —, fizemos o que nos competia: neste mesmo ano de 2015, em
29.03.2015 (por ocasião do vigésimo [20º] aniversário do próprio Centro de
Estudos do Mar, que, neste mesmo ano de 2015, estamos a celebrar), atribuímos
ao Senhor Manuel Luís Pata o título de "Associado Honorário" do
CEMAR, pelo seu Mérito Cultural e Histórico (mérito, acrescido, de alguém que é
um autodidacta).
Não é demais repetir que, para além dessas matérias
culturais, também nas outras matérias, as do Património Natural e Ambiental
(dinâmica sedimentar das areias, porto comercial errado, erosão costeira), foi
Manuel Luís Pata quem chamou as coisas pelos seus nomes — chamou bois aos
bois... —, pronunciando-se sobre o maior e o mais grave de todos os problemas
da Figueira da Foz, o problema que levou à decadência e ao desaparecimento, no
todo nacional, desta região e desta Cidade de Mar.
O problema que, ainda hoje (e, agora, mais do que nunca),
continua a ser decisivo, momentoso, e grave, para o Presente e o Futuro da
Figueira da Foz e da sua praia… Mas perante o qual, em vez de se procurarem e
se encontrarem quaisquer soluções verdadeiras e efectivas, só se têm aumentado,
acrescentado, e avolumado, os maiores erros vindos do Passado… Assim se
agudizando as contradições, eternizando os impasses, e se originando as
situações insustentáveis, absolutamente previsíveis, e de extraordinária gravidade
(que nenhuma hipocrisia pseudo-"ambientalista" vai poder disfarçar),
que cada vez mais se aproximam, nos desenlaces do futuro próximo dessa
"Praia da Calamidade" que é, infelizmente, a da Figueira da Foz.
Em suma, para além da dramática gravidade da catástrofe
cultural que é o estado de destruição, abandono, e desprezo, do Património
Cultural e Histórico Marítimo da Figueira da Foz (uma área em que este homem,
só, absolutamente autodidacta, e descendente de Pescadores, fez o que pôde, e
fez muito, somente com os seus próprios meios, enfrentando todas as
contrariedades que lhe foram movidas nos círculos que eram supostos defender e
preservar esse Património Cultural), também acerca da calamidade ambiental
irresolúvel em que a Figueira da Foz desde há décadas se encontra sepultada
(com toda a gente a fingir que não vê, quando a areia, tanta, está à frente dos
olhos…) foi Manuel Luís Pata quem tomou sempre posição pública,
voluntariosamente, corajosamente, à sua maneira.
Foi ele quem disse o essencial: "a Figueira da Foz
virou costas ao Mar…!".
É essa coragem que distingue a verdadeira intervenção e
serviço de utilidade pública (e da parte de quem nem sequer recebe, para fazer
tal intervenção cultural ou ambiental, quaisquer remunerações, reformas, etc., pagas
com dinheiro público…!). É a coragem de quem tenta voluntariosamente ser útil à
sua terra, metendo ombros a tarefas e a obras que são trabalhosas e meritórias
(em vez de viver simplesmente em agrados e ambições de carreirismo pessoal, em
intrigas políticas fáceis, nos bastidores, acotovelando à esquerda e à direita,
à sombra do poder do momento). É a coragem de quem é capaz de se pronunciar,
não menos voluntariosamente, sobre tudo o que é verdadeiramente importante, não
receando, para isso, tocar nas feridas dos assuntos verdadeiramente graves e
polémicos (em vez de mostrar a cara em artigos de jornal para escrever sobre
insignificâncias pessoais e diletantismos, "culturais",
pseudo-"progressistas").
É a coragem — típica de Pescador…? (mesmo quando um pouco
brusca…?) — de quem é capaz de tentar mesmo fazer alguma coisa, a sério (mesmo
que não consiga…)… e, para isso, é capaz de tentar enfrentar, de frente,
qualquer vaga, seja de que tipo for. Em vez de viver no (e do) manhoso
tacticismo, no (e do) elogio mútuo, no (e do) tráfico de influências, nos
bastidores do poder que anseia e rodeia, e ao qual espera chegar rodeando.
Enquanto todos os verdadeiros problemas, os do Presente e do
Futuro, culturais ou ambientais, ficam por resolver (e, por isso, se agravam)…
e todos os verdadeiros patrimónios, os do Passado, culturais ou ambientais, se
vão perdendo com o tempo ("como neve diante do sol")... Enquanto as
nuvens negras das catástrofes, quer culturais e sociais, quer ambientais e
ecológicas, se avolumam, em dias de sol, no horizonte próximo.
A Cultura e a Natureza estão, talvez, estranha e
paradoxalmente ligadas de uma forma muito íntima, de maneira muito simbólica:
quem sabe se, um dia, na luxuosa pobreza extrema, e na merecida desgraça
última, quando se enfrentar as vagas assassinas de um tsunami que venha a
devastar uma área de ocupação humana ao nível do mar — mas… será possível que
haja alguém que, em pleno século XXI, esteja a querer legitimar
("ecologicamente"…!!!), e a, assim, adensar e avolumar (!) uma
ocupação humana (dita "turística", e "cultural"… e, até,
"ambiental"…! [e, na verdade, pré-imobiliária…?!]) ao nível do mar…?!
—, irá ser lembrada, e recordada, com saudade, a geometria fina e a silhueta
esguia, cortante, dos antigos "Barcos-da-Arte" ("Barcos-do-Mar"),
em "meia-lua"… Que, nesse dia, já não existirão… nem existirá ninguém
que os saiba construir...! (embora, provavelmente, vá continuar a existir gente
funcionária e política, paga com dinheiro público, que estará pronta para
tentar continuar a viver à custa dessas tais matérias, "culturais", e
"ambientais", dos barcos antigos, e das praias ecológicas…).
Com o nosso Exº. Amigo Senhor Manuel Luís Pata, aprendemos,
há muito tempo, o lema que ele sempre proclama (e que nós sempre repetimos):
"O Mar não gosta de cobardes… não gosta de quem lhe vira as costas…".
Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR)
sexta-feira, 26 de junho de 2015
O tempo não está para ingenuidades...
O ex-presidente do PSD e protocandidato presidencial não admite deixar de ser comentador político na campanha. Marcelo Rebelo de Sousa vai manter o seu espaço semanal de comentário político na TVI, ao domingo à noite, mesmo durante o período da campanha para as eleições legislativas. Questionado pelo SOL, o professor justifica que nunca interrompeu os seus comentários políticos durante nenhuma campanha.
«Nunca interrompi noutras campanhas anteriores. Eu e o dr. Marques Mendes vamos continuar firmes», justifica. Os dois comentadores são militantes e ex-líderes do PSD e são actualmente os únicos que mantêm espaços de comentário político em canal aberto.
E assim vamos andando, sem esperança de qualquer futuro com esperança de dignidade...
Esta maltinha é igual
à outra que passou. Chegados ao poder, criaram empregos e mordomias para os seus, enquanto
alargou o saque fiscal, empobreceu um país já de si pobre e aumentou o alastramento da miséria em ritmo acelerado.
Cortes e despesa inútil, continua a ser o dia a dia.
São especialistas em fazer de conta. Lembram-se das viagens em classe
turística, da redução do número de freguesias!..
Tudo medidas com que este
elenco de cómicos pretendia ofuscar a anterior e impagável gestão socialista.
Os municípios, os que gerem os orçamentos e gastam dinheiro
em festas e carnavais e merdas do género, esses mantiveram-se todos, pela razão
simples de que são os maiores empregadores - em especial dos filiados nos
partidos que detêm o poder a nível local.
Há cerca de 4 anos era difícil imaginar que uma cambada pior
do que a anterior viesse tomar conta do poder. Era muito difícil imaginar que
depois de um engenheiro habilidoso viesse um charlatão que fizesse do engenheiro
manhoso quase um anjinho.
Todavia, eles aí estão…
“A direita tem o poder e com a ajuda da troika teve todo o
poder, governou à margem da Constituição, contou com um presidente mais dócil
do que o Américo Tomás, não precisou da PIDE para meter quase todos os
jornalistas na linha. Enquanto isso, a oposição tem demonstrado uma ingenuidade
ou mesmo um oportunismo arrepiante. A comunicação social é obediente, os
ex-líderes do PSD são falsos comentadores…”
Portanto, fica o aviso: “as próximas eleições não são para ingénuos”.
Portanto, fica o aviso: “as próximas eleições não são para ingénuos”.
L'état c'est moi...
A ministra da Justiça está a utilizar dirigentes da Administração Pública para analisar o programa eleitoral socialista e identificar as medidas que já foram, ou vão ser tomadas pelo seu Governo. O PS está "perplexo". Hoje, na audição parlamentar com Paula Teixeira da Cruz, vai exigir explicações para esta inédita iniciativa ,que pretenderá esvaziar as ideias do maior partido da oposição em ano de eleições legislativas.
O caso está também a gerar muito incómodo entre alguns dos altos responsáveis do ministério da Justiça que foram confrontados com a ordem.
DN
DN
Isto é tão imperfeito que mete nojo...
"Em Portugal, impõe-se a
austeridade, mas ouve-se
os milhões que a “indústria” do futebol “produz” e
mostram-se a destruição e
abandono da Zona Industrial
de Coimbra, as cerâmicas
encerradas na Marinha
Grande, as filas para conseguir, pelo Serviço Nacional
de Saúde, uma colonoscopia, etc., etc..
Há uma tristeza mansa no povo português: vivemos um tempo cinzento, embora o sol brilhe. Vivemos um tempo ambíguo, equívoco, no qual tendem a nascer novos salvadores de difícil credibilidade.
Mas - há sempre um mas - o futuro estará nas nossas mãos."
António Augusto Menano, hoje no jornal AS BEIRAS
Há uma tristeza mansa no povo português: vivemos um tempo cinzento, embora o sol brilhe. Vivemos um tempo ambíguo, equívoco, no qual tendem a nascer novos salvadores de difícil credibilidade.
Mas - há sempre um mas - o futuro estará nas nossas mãos."
António Augusto Menano, hoje no jornal AS BEIRAS
quinta-feira, 25 de junho de 2015
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