domingo, 3 de maio de 2015

A importância dos dedos, numa manhã de um domingo de maio com chuva persistente...

Neste domingo de uma manhã de maio, a chuva persistente arrasa com a paciência a qualquer um.
Um gajo rasga a máscara que tapa o pudor e expele a brutalidade de um “merda pró tempo”.
Isto, porque está bem disposto, pois se não estivesse, era provável que o rol do dicionário vernacular fosse vomitado, em três tempos, pelos beiços a espumarem.
Neste domingo, pelo menos de manhã, a Aldeia encolhe-se no aconchego do sossego do lar.
A minha voz, tal como a de qualquer cidadão normal, podia não existir.
Há muitos anos, na Aldeia, houve uma barreira que a tentou cilindrar na montanha da liberdade vigente na Aldeia: “todos ao monte e fé em Deus”!
Mas, com os dedos, criei esta ferramenta para poder continuar a gritar e viver a  LIBERDADE.

Neste domingo, pelo menos de manhã, a Aldeia encolhe-se no aconchego do sossego do lar. 
Mas, de tarde, mesmo que continue a chover, as portas das casas vão abrir-se. De lá vão sair os esfomeados pela LIBERDADE, os presos à máquina do trabalho, que durante a semana os ocupa por largas horas, como se o inferno lhes sugasse o sorriso aos poucos.
O compromisso planeado pelas responsabilidades do calendário, mesmo ao domingo, permanece na mente de cada um de nós.
Amanhã, segunda-feira, acordamos com um abanão furioso. Faça chuva ou faça sol, temos de sair cedo de casa.
Para quem ainda consegue trabalhar neste país e nesta Aldeia, é o início de mais uma semana de labuta e de luta.
Ainda ressacados pela mágoa, temos de nos fazer à vida, com o entusiasmo de quem se atira para um abismo fundo.
A vida, tal como a labuta e a luta, faça chuva ou faça sol, continua...
  
Se é certo que o Povo da Aldeia perdeu um monumento, que era um poço ainda nos resta AS ALMINHAS!..
Já que o crescimento da Aldeia não aconteceu com um plano que a conseguisse preparar para o futuro, respeitando o seu passado, os nossos filhos vivem numa Aldeia igual a tantas outras, que nos dias que passam praticamente nada reflecte da sua história.
Ao menos, respeitem AS ALMINHAS!  
Será que somos uma terra de alarves e não temos civilização para fazer respeitar a memória espiritual do que nos foi legado e era um património vivo daquilo que fomos?
Nós, na Aldeia temos tão pouco!..

sábado, 2 de maio de 2015

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Porque hoje é sábado - que é o dia da semana depois de quinta e sexta...

A dor de hoje, será alegria amanhã.
De tudo o que existe, nada escapa à transfiguração e à mudança.
Nesta manhã de sábado, 2 de maio de 2015, olho para a Aldeia e pressinto que já está a sonhar com o verão - gosto de acordar com o optimismo no pensamento.
Num dia como o de hoje, sonhar com o verão, só pode ser mesmo um exercício de memória...
Mas, nem todos conseguem fazê-lo. Para se ter memória, é preciso ter colocado os sentidos na direcção das coisas.
Olho para dentro e recordo que os dias foram passando e tomaram conta do meu corpo, envelhecendo-o.
Mas, a minha memória continua viçosa e a mente está fresca e sorri - nada a conseguiu ainda obrigar a ter pensamentos grisalhos.
Acabei de acordar, para mergulhar directamente na manhã fria e cinzenta deste sábado.
O vidro da janela está inundado pela humidade, como se estivéssemos ainda no inverno – e já é primavera!
Olho através do vidro da janela do meu quarto, inundado pela humidade, e dou conta que o céu está cheio de nuvens.
A Avenida onde moro – a 12 de Julho, a maior Avenida da minha Aldeia – só tem ainda carros.
Não é de estranhar - é sábado, dia de futebol.
Logo mais os cafés vão encher-se para ver na televisão aquilo que o meu povo gosta: futebol.
Na televisão, neste momento, está a dar uma notícia, a que não presto atenção, sobre uma polémica qualquer entre Jesus e o treinador do Porto – qualquer coisa relacionada com troca de nomes...
Os pontapés e as cabeçadas dos milionários, a meu ver, logo mais, é que vão ser importantes, pois alimentam o pensamento e os sonhos do meu povo.
Não ajudam a sair da crise, é certo. Mas, para a maioria de nós, os pontapés e as cabeçadas dos milionários – por isso, é que eles são milionários - servem para esquecer os nossos problemas e, sobretudo, permite-nos insultar uns senhores que, antigamente, só vestiam de preto ou branco.  

sexta-feira, 1 de maio de 2015

A ausência de vergonha na cara é total: nem se dão ao esforço de disfarçar...

Liberdade - mesmo que a justiça não seja realizada, a liberdade preserva o poder de protesto contra a injustiça e ainda pode contribuir para salvar a Aldeia...

A exposição que esteve montada, à porta fechada, no Mercado de São Pedro, das 17 às 21 horas, do dia 27 de fevereiro, uma sexta-feira. Como se pode verificar, não existem legendas, como foi insinuado ontem na Assembleia Municipal pelo presidente da junta de S. Pedro, António Salgueiro. A exposição era para ter sido inaugurada às 10 horas do dia seguinte.
Na passada quinta-feira, 30 de de Abril, como faço quando posso, subi até ao salão nobre dos paços do concelho para assistir à Assembleia Municipal.
Tive uma enorme surpresa, ao deparar com a discussão de uma moção apresentada pela deputada municipal Ana Oliveira, com o seguinte teor:

"No passado mês de Fevereiro do presente ano, o fotojornalista Pedro Cruz foi convidado pelo Presidente da junta de freguesia de São Pedro a realizar uma exposição da Freguesia de são Pedro, tendo o autor atribuído lhe o nome de “Alerta Costeiro 14/15”.

Esta exposição mostrava imagens que documentam a erosão do litoral costeiro, em especial a zona da freguesia de S. Pedro.

Nas vésperas da inauguração, a exposição do fotojornalista foi cancelada, alegando o presidente de junta do partido socialista, que a mesma estava politizada, mostrando, no nosso ponto de vista, uma verdadeira barreira à liberdade de expressão.

O que é certo, é que, com este infeliz desfecho e tal como o artista comunicou numa rede social, “O alerta foi dado” e mais do que nunca a população e as várias entidades com responsabilidades sobre o assunto “Olharam com olhos de ver” para o real problema que aquela freguesia e que o concelho da Figueira da Foz está a sofrer com esta constante devastação da zona costeira.

Neste sentido propunha à Assembleia Municipal, que pelo impacto e para mantermos viva a nossa preocupação sobre a solução deste assunto, que convidassem o fotojornalista Pedro Cruz a realizar a exposição “Alerta Costeiro 14/15” nos Paços do Concelho."

Na votação verificou-se um empate:16 votos a favor, 16 contra e 1 abstenção. 
O Presidente da Assembleia Municipal teve de decidir com o seu voto de qualidade.
Sobre as ilações políticas a tirar, não me vou pronunciar: deixo isso a quem de direito. 

Sobre este assunto, recordo que as fotos da “A EXPOSIÇÃO CENSURADA PELO PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE S. PEDRO, em finais do passado mês de fevereiro, podem ser vistas clicando aqui. O comunicado emitido pelo presidente da Junta de S. Pedro, António Salgueiro a propósito do cancelamento da exposição fotográfica ALERTA COSTEIRO 14/15, emitido na altura, pode ser lido clicando aquiA estória é curta e está contada aqui
Portanto, quem estiver de boa fé, tem os elementos para construir uma opinião fundamentada.

Esta estória exemplar, a meu ver, demonstra, quarenta e um anos depois da queda da ditadura de Salazar e Caetano, como este país continua afinal igual a si próprio e ao que sempre foi: um pobre e bisonho paraíso paroquial para pequenos chefes labregos que - no seu boçal entendimento, certamente inebriado pelo esplendor do mando - pensam que podem apagar figuras de uma paisagem.
Mas, também, demonstra que há algo - para além do talento, claro - que um artista consciente, ainda que pobre, nunca admite que lhe seja escamoteado: o orgulho e o amor-próprio.

O senhor presidente da junta de S. Pedro, pelo que disse na passada quinta-feira na Assembleia Municipal da Figueira da Foz, passados mais de 2 meses, continua sem perceber o óbvio.
A exposição era do artista: na totalidade - no talento e nos custos.
A Liberdade é isto, senhor presidente.
“Seu” era o espaço do Mercado de São Pedro.
O senhor presidente, por não gostar de uma fotografia que fazia parte da narrativa do fotojornalista, entendeu interditar o acesso ao espaço. Problema seu, caro presidente da junta.
Neste momento, a exposição do Pedro Cruz já foi mais longe do que o senhor pensa. E não vai ficar por aqui.

Já passaram 41 anos do 25 de abril de 1974.
Quem mora em S. Pedro e recorda Abril, sente que celebra um acontecimento já longínquo - daqueles que começam a ressoar a liturgia morta. Essa é, infelizmente, a realidade. Mas a memória tem de ser avivada,  sempre que  estiver em causa a questão da Liberdade. A dignidade não tem preço e, em democracia, a comunidade não pode perdoar a indignidade de quem governa.

V. Exa., na sessão da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, realizada no passado dia 30 de Abril de 2015, mesmo descontando que não tem vocação para discursar, falou sem dizer nada perceptível, nem, ao menos uma palavra autêntica de arrependimento. Na Assembleia Municipal da Figueira da Foz, V. Exa. foi aos limites da náusea, sem carisma, nem dignidade institucional – e estava lá, como deputado municipal, por ser presidente, com maioria absoluta, da freguesia da minha Aldeia.
Senti-me muito mal representado como freguês de S. Pedro. 
Admito que o momento foi difícil para V. Exa. Contudo, a grandeza dos homens emerge nos momentos difíceis.
V. Exa.,  pelo que disse na Assembleia Municipal, desconhece a palavra grandeza, só conhece a palavra poder. Desconhece a palavra dignidade, só conhece a palavra arrogância. Desconhece a palavra humildade, só conhece a palavra vingança. 
Depois do que aconteceu na Assembleia Municipal da Figueira da Foz, parece-me que no mais alto forum político de debate concelhio, a recuperação da imagem do presidente da junta de freguesia de S. Pedro – que é V. Exa. - não tem retorno. 

Antes tivesse permanecido calado.
Num palco da política – e a Assembleia Municipal da Figueira da Foz é o maior palco político do nosso concelho - os discursos valorizam-nos ou desvalorizam-nos. E a  postura, as palavras e a falta de ideias dele, na qualidade de presidente da junta de S. Pedro, não foram um bom sinal. 
E, depois, como acontece com todos os fracos, a sua atitude foi boçal, imprevidente e insensata.
Tive pena de V. Exa., principalmente quando disse – ou deu a entender - que a exposição tinha legendas, o que, como sabe, é uma completa e real mentira. Ponto.
Como escreveu um dia Albert Camus: “É horrível ver a facilidade com que se desmorona a dignidade de certos seres. Vendo bem, isso é normal visto que a dignidade em questão apenas é mantida por eles através de incessantes esforços contra a sua própria natureza.”   

1º. de Maio na Figueira da Foz

Da comemoração do  Dia do Trabalhador na Figueira da Foz, recordo o 1 de Maio de 1974 - o mais memorável dia do trabalhador  da história figueirense que eu vivi.
O povo desceu à rua para celebrar a Liberdade. 
As fotos dão conta da adesão em massa da população do concelho aos festejos. 
Tal como na nossa cidade,  o primeiro 1.º de Maio, depois do 25 de Abril, levou milhões de portugueses às ruas. 
Celebravam a liberdade e uma mudança económica e social que, afinal, nunca se concretizou. 
Esses milhões de portugueses - figueirenses incluídos - foram os verdadeiros protagonistas do primeiro 1.º de Maio em Liberdade vivido pela minha geração.

Associação Naval 1º. de Maio

Parabéns pelos 122 anos: “obra sonhada do povo, erguida pelo povo, mantida pelo povo – será eterna como a alma do próprio povo.”

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Frente ao mar, no último dia de Abril de dois mil e quinze

Numa Terra que mais parece um covil,
neste último dia do mês de Abril,
de dois mil e quinze,
frente ao mar
da Cova d´Oiro
dou comigo a perguntar:
quando é que na Terra da fraternidade,
que tem como primeira figura uma esfinge,
quando é que, enfim,
acorda esta gente
e manifesta vontade urgente
de mudar?..
Isso, sim
seria para todos nós,
incluindo os avós,
o verdadeiro tesoiro...

Em tempo.
Cresci, tornei-me adulto e estou a envelhecer, a ouvir dizer que aquilo que não nos mata torna-nos mais fortes.
Começo a acreditar o contrário: aquilo que não nos mata torna-nos muito mais fracos...

Não te pões a milhas e continuas a ser alvo do meu escárnio...

“É como digo, o senhor de esquerda não tem nada. O senhor bloguista é um REACIONÁRIO mascarado de vermelho para descrédito da verdadeira esquerda.”
Este elevado e corajoso naco de prosa, faz parte – é a parte que me contempla, por isso a única que publico – de um comentário anónimo que procura atingir de forma vil e cobarde uma figura pública figueirense.
Tal como já o informei aqui, pode telefonar-me para uma amena cavaqueira sobre o que lha vai na alma.
Quanto ao resto, eventualmente para seu sossego e descanso, asseguro-lhe duas coisas:
1ª. - mesmo que eu fosse careca e ruivo, jamais usaria um capachinho vermelho. 
2ª. - nunca jogo na roleta russa. Portanto, nunca irei apostar no rosa à espera que saia o vermelho. 

Raios partam esta abulia que nos cerca...

As “nossas” elites sempre foram uma vergonha.
No último século, aos anos do negrume seguiram-se anos de euforia.
Aos anos de euforia seguiram-se anos de quebra.
Aos anos de quebra seguiram-se anos de mediania.
Aos anos de mediania seguiram-se anos de mediocridade.
Aos anos de mediocridade seguiram-se anos de abulia.
E aqui chegados, com a cabeça entre as orelhas, mais espantalhos do que gente, aceitamos tudo.
Tudo!..
E ninguém nos vai acudir.
Nem nós próprios, que continuamos a vegetar, quais carneiros mal mortos...
Estamos no país que, no início deste ano, regateou um aumento do salário mínimo nacional de € 20 brutos - de € 485 para € 505!..
E foi porque estamos em ano de eleições...
O salário mínimo nem devia existir, porque é prejudicial para a economia e pernicioso para os desempregados blah-blah-blah, pardais ao ninho, etc. e tal...
E estamos no país em que há quem receba quase 1,5 milhões de euros!
Apesar de estar "tudo ao contrário", que bom para eles. 

Nota breve:
- para ler melhor a crónica de Rui Curado da Silva, publicada no jornal AS BEIRAS, basta clicar em cima da imagem. 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

A rede de transportes que já foi privatizada...

foto sacada daqui
A reportagem da TVI sobre o grupo Barraqueiro, que detém a Rede Nacional de Expressos e a Rodoviária, pode ser vista clicando aqui.
Tive oportunidade de vê-la em directo: desde motoristas a conduzirem durante mais de 20 horas ininterruptas, dias seguidos (quem recusar é ameaçado de despedimento), a fraudes com o sistema de fiscalização e controlo, o grupo Barraqueiro  pratica um manancial de irregularidades que podem colocar em risco a segurança e a vida das pessoas.
Ainda bem que prosseguem as privatizações no sector dos transportes...

Para perceber como funciona isto a que chamam imaginação: a seguir, coiso e tal e no fim, vocês vão ver, acaba tudo bem...

"DESTRUIÇÃO CONFIDENCIAL DE DOCUMENTOS", é nome de EMPRESA!..

Abril, não é só uma palavra

Durante algum tempo, muitos   acreditaram que era possível cumprir Abril.
Só por isso, valeu a pena a vida de muitos da minha geração, incluindo a minha.
Considero-me, também por isso, um felizardo. Tive a felicidade de viver esse tempo exaltante e histórico e continuar a ter a capacidade de acreditar.
Em quê? - perguntarão.
Desde logo, em mim - sempre consegui recomeçar depois de falhar as tentativas anteriores.
E tem sido isso, no fundamental e sobretudo, que me ajudou a ser, dentro do que é possível ser a cada um de nós, o que sempre quis ser: livre.
No sábado passado, à noite, estive em Buarcos, no Teatro do Grupo Caras Direitas para “Respirar Abril”.
No final, depois da actuação dos artistas, esperei que alguém se lembrasse de cantar Grândola, o que não aconteceu.
Não se cantou. E foi pena. Cantar a Grândola, seja em que dia for, nunca pode ser encarado como uma coisa de gente senil ou tontinha.
No fundo, para a maioria dos que estiveram sábado passado à noite no Grupo do Teatro Caras Direitas, o espírito do 25 de Abril é uma nostalgia, nada mais. 
Não quero com isto dizer, que para a maioria dos que lá estiveram, nos quais até me incluo, o 25 de Abril não continue a ser uma data especial, um símbolo do que este país poderia ter sido.
Contudo, aos momentos de exaltação colectiva, como aconteceu a seguir ao 25 de Abril de 1974, a história mostra que se seguem sempre momentos perversos, favoráveis, como sublinha o eng. Daniel Santos na crónica publicada no jornal AS BEIRAS, aos que para quem "a política deixou de ser a arte de governar para decair num jogo ... de palavras".
É nestes momentos que a natureza humana revela todo o seu esplendor e sabemos que na Terra não existem paraísos.
Aos tristes, como eu, que também não conseguem acreditar na possibilidade de outros paraísos, resta-lhes fazer das fraquezas forças e, tanto em actos como em intenções, comemorar o 25 de Abril todos os dias.  

Os dados são de 2009 e 2010... Que interessante não seria conhecer os valores de 2014, depois de 3 anos e picos de Passos e Portas!..

1% dos portugueses tem 21% da riqueza do país

Depois dos contos governamentais para crianças sobre recuperações fantásticas, a realidade narra-nos histórias diferentes e aparentemente mais credíveis que a literatura infantil cor-de-laranja.
A fonte é a insuspeita Rádio Renascença
Se a riqueza em Portugal representasse 1 euro, 1% da população tinha 21 cêntimos e 99% tinham os restantes 79 cêntimos. Esta é uma das conclusões da tese de mestrado do jornalista da Renascença Paulo Ribeiro Pinto.
"Uma pequena parte da população portuguesa detém muita riqueza, muito património. Essa pequena parte – 1% – detém mais de 21% da riqueza líquida das famílias. Não é que isso esteja fora da média da União Europeia, por exemplo, mas a questão é perceber se essa média é a média que nós, enquanto sociedade, gostaríamos que fosse".
É, segundo o autor, a primeira tentativa para estudar a riqueza das famílias portuguesas.
O estudo foi feito com base no Inquérito à Situação Financeira das Famílias, realizado pelo Banco Central Europeu, com dados de 2009 e 2010.

Projecto de requalificação do areal urbano: afinal, era areia a mais para a camioneta da câmara...

A vereadora Ana Carvalho. Foto AS BEIRAS
Já não se consegue esconder mais aquilo que está à frente dos olhos de toda a gente e que foi previsto pelo Laboratório de Engenharia Civil nos anos 60 do século passado: “a erosão costeira da duna, a sul do 5º. Molhe entre o 5º. Molhe e a Costa de Lavos”
Segundo o que a vereadora Ana Carvalho revela hoje em declarações ao jornal AS BEIRAS, “estão a decorrer contactos com a APA para a transferência de areia da praia urbana para sul". A proposta da câmara "aponta para cerca de 500 metros cúbicos por ano". Para Ana Carvalho, "quanto mais depressa o processo se iniciar, melhor, lembrando, por outro lado, que existem apoios europeus disponíveis para o efeito.”

Na mesma entrevista, a vereadora Ana Carvalho informa "que a Câmara da Figueira da Foz deixou cair a segunda fase da beneficiação do areal urbano para uma próxima e eventual oportunidade. Esta etapa incluía o Anel das Artes, um anfiteatro redondo, e uma piscina".
A intervenção que está na ideia da Câmara realizar, "fica reduzida à ciclovia, via pedonal, pista de atletismo, reparação dos espaços desportivos e dos passadiços (e construção de outros) e intervenção nas valas de Buarcos que atravessa o areal".

Tudo leva a crer que chamada “segunda fase” caiu. “O touril está muito próximo e, apesar de ser privado, pode vir a ter uma utilização mais pública”, disse Ana Carvalho ao jornal. E acrescentou: “Se calhar, o Anel das Artes não faz sentido”.
Sobre a piscina afirmou: “Já temos a piscina mar, mas acho que há necessidade de haver uma piscina com todas as condições na cidade, mas não é obrigatório que seja no areal”.
Porém, a realidade é que a câmara se viu confrontada com o “convite” da APA para esquecer as duas estruturas, cujos materiais de construção que teriam de ser utilizados, além da volumetria dos imóveis, não se enquadravam nos apertados requisitos deste organismo do Estado.
Caso insistisse no anfiteatro e na piscina, a câmara corria o risco de nem a primeira fase – e, pelos vistos, única – ver aprovada.

Ana Carvalho confirmou ao jornal AS BEIRAS que as obras de valorização do areal urbano deverão arrancar até ao final do ano.
Entretanto, a vegetação que a autarquia está a deixar crescer na antepraia vai manter-se, não obstante a contestação de muitos figueirenses. Aliás, até deverá ser reforçada, com a “plantação de algumas árvores”.
Para a vereadora, “a vegetação – só Ana Carvalho deve acreditar nisto!.. - vai permitir que não haja areia nos campos de jogos e na ciclovia”.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Na comidinha, a Figueira é um destino de sucesso garantido...

A Figueira com Sabor a Mar vai realizar, de 8 a 10 de maio e de 4 a 6 de setembro, a Feira Sabores Terra e Mar, no pavilhão do parque das Gaivotas. 
O serviço de restauração é assegurado por cinco dos 15 restaurantes que participam nos festivais gastronómicos da associação. A animação do espaço, as diversas demonstrações, degustações e os “preços promocionais” das ementas justificam a entrada de um euro, com direito a um café ou uma água. No entanto, para Mário Esteves, presidente da Figueira com Sabor a Mar, a justificação é outra: “são cobradas entradas para fins estatísticos”. 
Uma espécie de estacionamento pago no parque do Hospital! 

Confrontado com a interrogação - "duas feiras sobre o mesmo tema no espaço de quatro meses não serão feiras a mais?" -  Mário Esteves respondeu que “é um ensaio, é um teste que estamos a fazer”. 
Pela notícia que li no jornal AS BEIRAS, fiquei a saber que a primeira serve jantar no dia inaugural, almoço no último e as duas refeições no segundo. 
Para sublinhar e destacar a qualidade e o sucesso dos certames realizados na Figueira da Foz, o presidente da Junta de Buarcos, José Esteves, arruma a questão com esta simplicidade: “não devemos nada a outras cidades que também fazem festivais”. 
Já para João Ataíde, presidente da Câmara da Figueira da Foz, “o sucesso garantido do evento” passa pelo modelo de “auto-organização”. 
“A Figueira da Foz tem características muito próprias, vai consolidando o seu espaço. Estas iniciativas vêm no momento certo. Estamos a apresentar o que de melhor temos”, sublinhou o autarca, depois de ter falado sobre o crescimento do turismo em Portugal. 

Sobre sucessos gastronómicos, por experiência própria, apenas posso garantir aos leitores deste espaço, que a parte boa de ter a roupa a cheirar a sardinhas é o sucesso que faço junto dos gatos aqui da minha avenida.

Será que o último 25 de Abril foi o último 25 de Abril cavaquista?...


Cuidado com a linguagem, pois o novo acordo ortográfico é muito traiçoeiro... (5)

Neste blogue, nunca se ligou ao acordo ortográfico.
Por muitas razões. Nomeadamente, porque prefiro escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais.
Por exemplo:
Antes do acordo ortográfico escrevia-se “Alto e pára o baile.” 
Significava  mais ou menos deixem-se de merdas, tenham juizinho  e vão mas é trabalhar!..
Com o novo acordo ortográfico escreve-se “Alto e para o baile.”
O que pode ser entendido como deixem-se de merdas, desbundem  e gozem mas é a vida!..