sábado, 25 de abril de 2015

Assim, a esperança, a cada dia que passa, morre a uma velocidade alucinante e isso não pode acontecer...


Depois da proposta conjunta apresentada pelo seu partido, PSD e CDS para controlar a cobertura eleitoral feita pela imprensa, António Costa aproveitou o 25 de Abril para nos presentear com a habitual hipocrisia do PS.
Abril é o que quisermos fazer dele.
Contém, em cada um de nós, as diversas gerações a que pertencemos.
Considero-me um produto Abril, que o mesmo é dizer, considero-me uma prova da Liberdade que Abril nos trouxe.
Evidentemente, com sonhos e anseios por cumprir. Mas, também com desencantos e frustrações.
Porém, não podemos esquecer Abril de 1974 – um momento histórico que, para quem o viveu e protagonizou, não pode permitir que o tempo o apague.
Esquecer Abril de 1974, é ignorar a melhor parte de nós.
Do passado, mas, sobretudo, do futuro ainda por fazer cumprir.
Neste momento, em que estamos a descrever uma curva muito apertada, sinuosa e difícil de percorrer, temos de conseguir ser dignos de manter vivo o sonho de um Povo que precisa, mais do que nunca, de novos ventos que o continue a alimentar. 
25 de Abril, Sempre!

9 anos a roer o silêncio!..


No dia em que este blogue comemora 9 anos de existência, fica um agradecimento e um abraço para todos aqueles - e muitos são - que por aqui vão passando...

Ser livre, além de complicado é, também, muito difícil: se a isso estivermos dispostos, é um ideal a atingir que nunca atingiremos plenamente; é uma luta diária, implacável e com momentos de desalento, que põem a nu as nossas limitações e fraquezas. 
Existem algumas alegrias associadas, mas parecem durar menos do que as tristezas. 

Por vezes, pergunto-me se não seria melhor viver uma qualquer ilusão anestesiante, mas não foi essa a minha escolha.
Como, há muito, desisti de tentar mudar algo por dentro dos partidos, ando por aqui há 9 anos a tentar colocar pedrinhas na engrenagem desta malfadada engrenagem -  e nem um convite... 
Nem, ao menos, pra "açeçôre"...

Sempre gostei de escrever. 
Já escrevi para muitos lados: jornais nacionais, jornais distritais, jornais e rádios locais.
Há 40 anos que ando nisto. E vou continuar, até que os dedos me impeçam. 
Escrevo porque sempre gostei, porque sempre me apeteceu – portanto, desde que me lembro, sempre escrevi.

9 anos passaram desde o dia 25 de Abril de 2006, dia em que publiquei a postagem nº. 1 deste blogue!.. 
9 anos passam depressa, ou devagar, conforme se ocupa o palco ou a plateia. 
Na plateia 9 anos são uma eternidade. 
Porém, para quem durante 9 anos alimentou todos os dias esta janela com vista para a rua com o prazer de escrever palavras e mostrar imagens neste modelo simples e directo de comunicar, 9 anos passaram depressa. 
A prová-lo ficam as 13903 postagens que editei no decorrer destes 9 anos!..
Foi obra.
O que escrevo, como escrevo, sobre o que escrevo o que escrevo, só me responsabiliza a mim.
Da responsabilidade de quem aqui vem de livre vontade, é o que lê - ou, melhor, o que interpreta do que lê daquilo que escrevo.

Continuem a aparecer.
9 depois, OUTRA MARGEM continua um blogue condenado à fama póstuma...
Prometo continuar ruim, mas, um dia, eu sei, será o silêncio a roer-me a mim.

A olhar para o 25 de Abril. Sem esquecer o 24...

foto de António Agostinho
Pelo estudo e a experiência ficamos a saber que nunca as revoluções são o que parecem e nem aconteceram como mais tarde as contam.
Portanto, também com a Revolução dos Cravos, quando esse tempo chegar, assim acontecerá.
Para mim, que vivi o 25 de Abril de 1974 com 20 anos, o património cívico e simbólico do 25 de Abril está em processo de delapidação continua e continuada há muitos anos.
Os responsáveis, foram os partidos que passaram pelo poder desde o 25 de Novembro de 1975.
Passados 40 anos, desaguámos numa espécie de consensualização do 25 de Abril - que foi o que acabou por acontecer com o 5 de Outubro, que continua a ser comemorado, mas que foi completamente secundarizado.
O PS diz que gosta de comemorar o 25 de Abril... Mas, ao longo destes últimos 40 anos, quando esteve no poder, cometeu enormes perversões ao seu verdadeiro espírito.
Por via disso, perdermos um conjunto de direitos e de conquistas, que as lutas que desembocaram no 25 de Abril de 1974 nos trouxeram.
Neste momento, por exemplo, vivo numa cidade onde um executivo PS me proíbe o acesso a uma reunião camarária, das duas que realiza por mês.
Portanto, continua a ser necessário gritar: VIVA O 25 DE ABRIL, SEMPRE!
E não esquecer o 24...
Nesse tempo - lembro-me bem... - não se podia escrever em Liberdade...
Nesse tempo - tinha eu 20 anos e por isso lembro-me bem - o serviço militar e a guerra faziam parte do horizonte imediato para início de vida dos jovens, que o deixavam de ser a partir dessa idade.
Nesse tempo - lembro-me bem - adivinhei que um Regime Político estava condenado quando o Estado perde capacidade de encontrar salvação para o País que serve.
Neste momento, é o que sinto que está a acontecer à democracia partidária desta segunda República, dominada pelo rotativismo partidário de um bloco central de interesses - que é o regime que sobrou do verdadeiro 25 de Abril, após o 25 de Novembro de 1975.
Não sei muito da matéria, mas tenho a sensação de que estamos a assistir à repetição da história da primeira República que desembocou no 28 de Maio.
Espero estar enganado...  

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A verdadeira Festa sempre aconteceu na rua

«As comemorações do 25 de Abril, no sábado, são duas, e definem a divisão do País. As "oficiais", em circuito fechado, vão dar azo a que o dr. Cavaco repita o chorrilho de inocuidades. Sem cravo na lapela, para não ofender os que restam, o cavalheiro, melancólico e soturno, parece deslocar-se para um funeral. Há uma certa verdade no quadro: ele não tem nada a ver com aquilo e, notadamente, está ali a fazer um frete. A Associação 25 de Abril, como o tem feito, vai estar ausente, alguns senhores ostentarão o cravo, toque de "A Portuguesa", e a festa acaba, como se fora o cenotáfio de um morto, porém empalhado.»  
Baptista Bastos in O Grito de um VivaCM 22abr2015.

Dado que as eleições estão à porta, olhem que leitura tão interessante!..

“Somos O Que Escolhemos Ser”, é a história de Passos contada por uma assessora do PSD!..
Espero que não tenha esquecido isto...

As vantagens do futebol de cinco é que se está em todas as jogadas que dão golo...

Ilegalidade na contratação de avençado por parte da Junta de Freguesia de Buarcos e São Julião: 

O executivo da JF durante o mês de Abril de 2014 aprovou em acta um contrato de avença com um antigo elemento que compunha o executivo da extinta Junta de Freguesia de Buarcos, António Ceia Lima, para fiscalizar obras, com o pagamento da quantia mensal de 200,00€. Dado o facto do referido avençado estar inscrito como reformado pela Segurança Social, o referido contrato é ilegal pela existência de incompatibilidade dos reformados poderem auferir remunerações por parte de entidades publicas - art.78º da Lei 83-C/2013(OE para 2014) -. 
A questão foi suscitada pela bancada do PSD, tendo o Presidente da JF reconhecido a situação. Desde o mês de Junho de 2014 que se vem verificando a referida ilegalidade. 

(Via Figueira na Hora)

A erosão a sul pode esperar?.. Depois não digam que foram apanhados de surpresa...

Aquilo que há muito temia está a confirmar-se: a situação, preocupante e perigosa, da orla costeira a sul do quinto molhe, na orla costeira da freguesia de S. Pedro continua a ser branqueada e mal avaliada pelos órgãos de informação e por quem de direito – poder local e central.  
Hoje, porém, já não se consegue esconder aquilo que está à frente dos olhos de toda a gente.  A  intervenção humana tem vindo a acelerar a erosão costeira da duna, a sul do 5º. Molhe entre o 5º. Molhe e a Costa de Lavos e a duna, naquele local, desapareceu. 
E isso era perfeitamente previsível: o Laboratório de Engenharia Civil previu isso mesmo nos anos 60 do século passado.
Numa sessão pública realizada em março, na Junta de Freguesia de S. Pedro, promovido pelo Bloco de Esquerda, o dr. Filipe Duarte Santos (Grupo de Trabalho da Orla Costeira) considerou que a melhor solução para a defesa da orla costeira é repor a praia. No caso da nossa freguesia passa por “transportar” a areia da praia da Figueira, retida pelo molhe norte – problema que os 400 metros construídos na última intervenção agravaram – para as praias de S. Pedro. 
Hoje, é notícia de primeira página no jornal AS BEIRAS, algo que  vai inviabilizar a defesa e protecção das praias a sul: a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) aprovou o projecto de requalificação do areal urbano, apresentado pela Câmara da Figueira da Foz. 
Numa primeira fase, a autarquia vai construir uma pista de atletismo, uma via mista para ciclistas e peões, um novo parque de skate, reformular o sistema de passadiços de madeira e reabilitar os espaços desportivos. As valas de Buarcos e da Ponte do Galante vão ser soterradas. As obras do projecto global de requalificação do extenso areal deverão arrancar até ao final do ano, prevendo-se que fiquem concluídas dentro de 12 meses. Têm um orçamento de dois milhões de euros, que a autarquia vai buscar ao Turismo de Portugal, que acumula verbas das contrapartidas da zona de jogo. A intervenção tem como eixo fundamental a via clicável e pedonal, que vai dividir o areal urbano em duas partes – a antepraia e a zona de banhos. O “Anel das artes”, um anfiteatro redondo, bem como outras propostas recentemente apresentadas pela autarquia, na sequência da reformulação do projecto vencedor do concurso de ideias que lançou no anterior mandato, ficam para uma fase posterior. 
É fácil de deduzir, portanto, que o problema da erosão a sul da barra do Mondego terá de esperar... 
Esperemos é que haja tempo. Depois, não digam que não foram avisados. Aproveito para recordar o que me tem dito ao longo dos anos o velho e experiente Manuel Luís Pata, nas inúmeras e enriquecedoras conversas que ao longo da vida com ele tenho tido:  “a Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. Na sua opinião, a única obra do homem  de que deveríamos ter orgulho e preservá-la, foi a reflorestação da Serra da Boa Viagem por Manuel Rei. Fez o que parecia impossível, essa obra foi reconhecida por grandes técnicos de renome mundial. E, hoje, o que dela resta? – Cinzas!..”

quinta-feira, 23 de abril de 2015

25 de Abril, Sempre!.. Fascismo nunca mais...

O PÚBLICO apurou que, seja com a lei em vigor ou com as novas regras de cobertura jornalística das eleições e referendos que está a ser negociada na Assembleia da República pelo PSD, PS e CDS, boa parte dos associados da Plataforma de Media Privados (PMP) já decidiu não fazer a cobertura durante a pré-campanha e a campanha eleitoral. Falta apenas a Rádio Renascença dar a conhecer sua decisão à direcção da Plataforma.
Tendo em conta que o acordo entre os três partidos é mais do que suficiente para fazer aprovar a lei, é de esperar que nos ecrãs da SIC, TVI e CMTV, em rádios como a TSF, em jornais como o PÚBLICO, Diário de Notícias, Jornal de Notícias, Correio da Manhã, Expresso, ou revistas como a Visão e a Sábado, possam não existir notícias sobre a campanha eleitoral durante todo o Verão deste ano.
Esta decisão e as justificações do sector serão comunicadas ao Presidente da República na próxima terça-feira, numa audiência da Plataforma com Cavaco Silva, em Belém. Luís Nazaré, director executivo da Plataforma, recusou fazer qualquer declaração sobre o assunto ou sequer comentar o projecto de lei, adiantando apenas que aquela associação “veiculará a sua posição durante a próxima semana”.
Em causa está a proposta do PSD, PS e CDS de alterar, de alto a baixo, a lei da cobertura jornalística das eleições e referendos, que se preparam para aprovar nas próximas semanas, de forma a ser aplicável já nas legislativas.

Planos de cobertura informativa com visto prévio
A principal novidade é a obrigação, que passa a existir sobre todos os órgãos de comunicação social, de apresentar “planos de cobertura dos procedimentos eleitorais” a uma comissão mista que junta Comissão Nacional de Eleições (CNE) e Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), que tem de os validar, numa espécie de visto prévio.
Estes planos, que têm de ser apresentados antes de terminar o prazo para apresentação de candidaturas, devem incluir o “modelo de cobertura das acções de campanha das diversas candidaturas”, assim como a previsão de entrevistas, debates, reportagens alargadas, emissões especiais ou “outros formatos informativos” de forma a assegurar a igualdade das candidaturas.
De acordo com a lei, estes planos têm que ser entregues “antes do início do período de pré-campanha”. Ora, pelas novas regras propostas, o período de pré-campanha começa do dia a seguir a terminar o prazo da entrega das candidaturas. O que significa que os media terão que fazer os planos de cobertura sem saberem sequer quantos e quais os candidatos.
Tendo em conta os diferentes prazos para a apresentação de candidaturas às legislativas, presidenciais, autárquicas e europeias, os media teriam que planificar ao detalhe a sua programação com uma antecedência de pelo menos 30 a 55 dias. Hoje em dia, as TV são obrigadas a entregar à ERC a programação com apenas 48 horas de antecedência.
Quem não cumprir esta obrigação ou o plano apresentado incorre em coimas entre 5 mil e 50 mil euros, além de mil euros por dia no atraso do cumprimento, depois de notificado pela comissão mista para o fazer.
É no âmbito desta lei que se prevê também que pode haver debates apenas entre os candidatos dos partidos com assento parlamentar (ou já com assento no órgão de soberania a que se destinam as eleições) durante a pré-campanha, como o PÚBLICO noticiou na semana passada.
A maioria e o PS estão em negociações com o PCP. João Oliveira, líder da bancada comunista, disse ao PÚBLICO que só amanhã, sexta-feira, o partido tomará a sua decisão.
O bloquista José Soeiro afirmou desconhecer a última versão em discussão mas o partido, que se retirou da mesa das negociações logo no início, irá esperar que a proposta final seja entregue formalmente na Assembleia da República. “Daremos as nossas propostas no momento da discussão parlamentar, em plenário e em comissão”, prometeu José Soeiro.
O Bloco é pelo princípio da “não exclusão dos pequenos partidos” e defende que se os partidos com representação parlamentar estão a fazer uma lei que abrange os que não estão no Parlamento, então também deveriam ouvir estes últimos. “Para se saber que sugestões têm os partidos sem representação parlamentar e sobre como consideram que se garante o princípio do tratamento de igualdade de oportunidades”, acrescenta.

O lado B da democracia



Um dos lados negros do momento que vivemos em Portugal, que ainda queremos de Abril, é a confusão de ódios pessoais com as posições institucionais. 
O caso mais conhecido foi o de Saramago.
Mas, houve mais: a Presidência da República ignorou o Grammy atribuído a Carlos do Carmo. 
Parece que há uma confusão total ente os ódios pessoais do cidadão e político com as funções institucionais, um sinal da falta de dimensão da actual Presidência da República. 
Pelos vistos, graças aos portugueses, é fácil chegar a Belém...
O difícil é ter classe para lá estar!
Basta olhar para Cavaco Silva, um político há 40 anos no poder - e sempre escolhido pelos portugueses.

Conselhos marginais

Um dia quiseram que Charles Bukowski (cuja imagem de alcoólico e poeta maldito foi forjada nas experiências sórdidas por que foi passando ao longo da vida, desde empregado de limpeza a carteiro, fez de tudo para sobreviver até alcançar o reconhecimento por aquilo que escrevia), desse conselhos aos jovens e mais velhos escritores.
A nudez crua e a ironia que caracterizam Bukowski e fazem dele um escritor diferente, ficou patente nas respostas:

P - Qual é o seu conselho para os escritores jovens?
- Bebam, fodam e fumem muitos cigarros.
- Qual é o seu conselho para os escritores mais velhos?
- Se ainda estão vivos, não precisam do meu conselho.

Salazar morreu como um privilegiado...

De Salazar, que morreu há quase 45 anos, em 27 de julho de 1970, ficou a imagem do todo poderoso Presidente do Conselho que esteve no poder 40 anos.
Ditador, patriota, fascista, conservador, nacionalista, autoritário, frio, cerceador da liberdade, salvador da Pátria, saneador das finanças públicas, provinciano, quase asceta e exemplo de honestidade e probidade - de António de Oliveira Salazar tudo se disse e o seu contrário, conforme as tendências da moda e as simpatias políticas de quem o qualifica. 
3 de Agosto de 1968, foi a data em que ao todo poderoso Presidente do Conselho, quando gozava um período de férias, no forte de Santo António do Estoril, o inesperado aconteceu. 
Não se saberá nunca se foi por descuido, desequilíbrio - ou por mera debilidade da cadeira de lona. 
O que é certo é que bateu violentamente com a cabeça no chão de pedra. Nunca mais recuperou. 
Morreu dois anos depois. 
O regime ainda lhe sobreviveu mais quatro anos
Até à morte, que aconteceu a 27 de Julho de 1970, ficou na tesura.
Daí, sobrou o mito de que morreu pobrezinho.
Mas a estória tem andado mal contada.
Não terá sido bem assim...
Leiam a crónica de Rui Curado da Silva, publicada no jornal AS BEIRAS, e ficam a perceber porquê.

Esta nossa barra... (X)

Extracto de uma carta dum VELHO SENHOR CHAMADO MANUEL LUÍS PATA, publicada no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção Fala o Leitor, com o título: “Erosão das Praias”.
"Foram estes “Molhes” que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!... É urgente contratar técnicos credenciados, de preferência Holandeses, para analisarem o precioso projecto elaborado pelo distinto Engenheiro Baldaque da Silva em 1913, do qual consta um Paredão a partir do cabo Mondego em direcção a Sul, a fim de construir um Porto Oceânico junto ao Cabo Mondego e Buarcos. Este Paredão, sim, será a única obra credível, não já para o tal Porto Oceânico mas sim para evitar que as areias vindas do Norte, se depositem na enseada, que depois a sucessiva ondulação arrasta-as e deposita-as na praia da Figueira, barra e rio."

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Andamos a lembrar pouco Abril cá pela Figueira...

Na obra teatral "Um Violinista no Telhado", Tevye é o leiteiro e judeu que vive na aldeia de Anatevka na Rússia em 1905. Trabalha arduamente, quase de sol a sol, para que nada falte à mulher e às suas cinco filhas. No entanto, no país, começam a soprar ventos pré-revolucionários que, mais tarde ou mais cedo, irão chegar à aldeia e alterar radicalmente as vidas e também os costumes e tradições dos seus habitantes. “O Violinista no Telhado”, porém, acaba por ser uma situação que nos afecta a todos, apesar de se passar numa comunidade judaica. Fala de famílias e de crenças. Portanto, “O Violinista no Telhado” não é só uma obra que pode ser entendida pela comunidade judaica. É uma peça que tem emocionado muita gente pelo mundo inteiro. Tevye é um pobre judeu. Pai de cinco filhas, mora numa pequena Aldeia, onde a maioria das pessoas são simples e, tal como ele, vivem acima de tudo condicionados pela tradição. Todavia, à medida que suas filhas se vão apaixonando, Tevye começa a sentir na pele as mudanças ideológicas que começam a “minar” a nova geração. Como homem de bom coração, deseja em primeiro lugar o bem de suas filhas. Porém, mesmo para ele, tudo tem limites. No fundo, o que Tevye teria desejado que tivesse mudado, é que as mudanças lhe tivessem proporcionado um pouco de mais bem estar económico.

O PS continua na mesma...

Em 2015, 41 anos depois do 25 de Abril de 1974, somos 10 milhões. Largos milhares de nós sem emprego. Milhões de nós a viverem abaixo do limiar da pobreza. Centenas de milhares de jovens a terem de emigrar e os que ficaram estão sem perspectiva de vida. As ruas estão cheias de sem-abrigo. Os velhos estão a morrer sem assistência ou a serem mal assistidos na morte.
Creio que nada é mais humilhante para a “esquerda” (leia-se PS) que esteve largos anos no poder e o “seu” 25 de Abril, do que esta simples constatação.

António Costa disse há tempos que se se pensasse como este governo, se acabaria a agir como este governo. 
Ontem, na apresentação do relatório onde se vai basear o programa eleitoral do PS, ao insistir no tema TSU e numa versão “mais moderada” da austeridade, ficou patente aquilo que já se sabia: que não consegue pensar fora do centrão ideológico e, pelo que disse o próprio António Costa, este PS acabará como acabou o PS Sócrates - a agir como este governo.
Do ponto de vista político, este PS já começou a dar tiros nos pés. Legitimou a pretensa pertinência de Passos Coelho em ter voltado ao tema TS: ao ter apresentado uma versão moderada da estratégia do PSD, acabou a caucionar  a acção governativa destes 4 anos.
Tudo como dantes: cá para mim, o prometido ligeiro alívio da austeridade só existe, por enquanto, porque o PS ainda está na oposição.

O povo é povo porque não percebe uma data de coisas. E como o povo não percebe uma data de coisas, o povo vai continuar a ser povo e a ser utilizado. 
Ora, era o que mais faltava. Quem manda, manda. E é muito mais fácil mandar quando se circula num bom carro. Com um bom carro, nota-se logo a diferença. O político fica cheio de confiança, chega mais rápido e começa a mandar com muito mais qualidade.
O povo, pode não perceber logo isso, porque o povo demora a perceber uma data de coisas, mas percebe logo que para mandar com mais qualidade é preciso que o político chegue montado num bom carro.

aF243


Corrida de carretas em Vila Verde