quinta-feira, 23 de abril de 2015

O lado B da democracia



Um dos lados negros do momento que vivemos em Portugal, que ainda queremos de Abril, é a confusão de ódios pessoais com as posições institucionais. 
O caso mais conhecido foi o de Saramago.
Mas, houve mais: a Presidência da República ignorou o Grammy atribuído a Carlos do Carmo. 
Parece que há uma confusão total ente os ódios pessoais do cidadão e político com as funções institucionais, um sinal da falta de dimensão da actual Presidência da República. 
Pelos vistos, graças aos portugueses, é fácil chegar a Belém...
O difícil é ter classe para lá estar!
Basta olhar para Cavaco Silva, um político há 40 anos no poder - e sempre escolhido pelos portugueses.

Conselhos marginais

Um dia quiseram que Charles Bukowski (cuja imagem de alcoólico e poeta maldito foi forjada nas experiências sórdidas por que foi passando ao longo da vida, desde empregado de limpeza a carteiro, fez de tudo para sobreviver até alcançar o reconhecimento por aquilo que escrevia), desse conselhos aos jovens e mais velhos escritores.
A nudez crua e a ironia que caracterizam Bukowski e fazem dele um escritor diferente, ficou patente nas respostas:

P - Qual é o seu conselho para os escritores jovens?
- Bebam, fodam e fumem muitos cigarros.
- Qual é o seu conselho para os escritores mais velhos?
- Se ainda estão vivos, não precisam do meu conselho.

Salazar morreu como um privilegiado...

De Salazar, que morreu há quase 45 anos, em 27 de julho de 1970, ficou a imagem do todo poderoso Presidente do Conselho que esteve no poder 40 anos.
Ditador, patriota, fascista, conservador, nacionalista, autoritário, frio, cerceador da liberdade, salvador da Pátria, saneador das finanças públicas, provinciano, quase asceta e exemplo de honestidade e probidade - de António de Oliveira Salazar tudo se disse e o seu contrário, conforme as tendências da moda e as simpatias políticas de quem o qualifica. 
3 de Agosto de 1968, foi a data em que ao todo poderoso Presidente do Conselho, quando gozava um período de férias, no forte de Santo António do Estoril, o inesperado aconteceu. 
Não se saberá nunca se foi por descuido, desequilíbrio - ou por mera debilidade da cadeira de lona. 
O que é certo é que bateu violentamente com a cabeça no chão de pedra. Nunca mais recuperou. 
Morreu dois anos depois. 
O regime ainda lhe sobreviveu mais quatro anos
Até à morte, que aconteceu a 27 de Julho de 1970, ficou na tesura.
Daí, sobrou o mito de que morreu pobrezinho.
Mas a estória tem andado mal contada.
Não terá sido bem assim...
Leiam a crónica de Rui Curado da Silva, publicada no jornal AS BEIRAS, e ficam a perceber porquê.

Esta nossa barra... (X)

Extracto de uma carta dum VELHO SENHOR CHAMADO MANUEL LUÍS PATA, publicada no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção Fala o Leitor, com o título: “Erosão das Praias”.
"Foram estes “Molhes” que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!... É urgente contratar técnicos credenciados, de preferência Holandeses, para analisarem o precioso projecto elaborado pelo distinto Engenheiro Baldaque da Silva em 1913, do qual consta um Paredão a partir do cabo Mondego em direcção a Sul, a fim de construir um Porto Oceânico junto ao Cabo Mondego e Buarcos. Este Paredão, sim, será a única obra credível, não já para o tal Porto Oceânico mas sim para evitar que as areias vindas do Norte, se depositem na enseada, que depois a sucessiva ondulação arrasta-as e deposita-as na praia da Figueira, barra e rio."

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Andamos a lembrar pouco Abril cá pela Figueira...

Na obra teatral "Um Violinista no Telhado", Tevye é o leiteiro e judeu que vive na aldeia de Anatevka na Rússia em 1905. Trabalha arduamente, quase de sol a sol, para que nada falte à mulher e às suas cinco filhas. No entanto, no país, começam a soprar ventos pré-revolucionários que, mais tarde ou mais cedo, irão chegar à aldeia e alterar radicalmente as vidas e também os costumes e tradições dos seus habitantes. “O Violinista no Telhado”, porém, acaba por ser uma situação que nos afecta a todos, apesar de se passar numa comunidade judaica. Fala de famílias e de crenças. Portanto, “O Violinista no Telhado” não é só uma obra que pode ser entendida pela comunidade judaica. É uma peça que tem emocionado muita gente pelo mundo inteiro. Tevye é um pobre judeu. Pai de cinco filhas, mora numa pequena Aldeia, onde a maioria das pessoas são simples e, tal como ele, vivem acima de tudo condicionados pela tradição. Todavia, à medida que suas filhas se vão apaixonando, Tevye começa a sentir na pele as mudanças ideológicas que começam a “minar” a nova geração. Como homem de bom coração, deseja em primeiro lugar o bem de suas filhas. Porém, mesmo para ele, tudo tem limites. No fundo, o que Tevye teria desejado que tivesse mudado, é que as mudanças lhe tivessem proporcionado um pouco de mais bem estar económico.

O PS continua na mesma...

Em 2015, 41 anos depois do 25 de Abril de 1974, somos 10 milhões. Largos milhares de nós sem emprego. Milhões de nós a viverem abaixo do limiar da pobreza. Centenas de milhares de jovens a terem de emigrar e os que ficaram estão sem perspectiva de vida. As ruas estão cheias de sem-abrigo. Os velhos estão a morrer sem assistência ou a serem mal assistidos na morte.
Creio que nada é mais humilhante para a “esquerda” (leia-se PS) que esteve largos anos no poder e o “seu” 25 de Abril, do que esta simples constatação.

António Costa disse há tempos que se se pensasse como este governo, se acabaria a agir como este governo. 
Ontem, na apresentação do relatório onde se vai basear o programa eleitoral do PS, ao insistir no tema TSU e numa versão “mais moderada” da austeridade, ficou patente aquilo que já se sabia: que não consegue pensar fora do centrão ideológico e, pelo que disse o próprio António Costa, este PS acabará como acabou o PS Sócrates - a agir como este governo.
Do ponto de vista político, este PS já começou a dar tiros nos pés. Legitimou a pretensa pertinência de Passos Coelho em ter voltado ao tema TS: ao ter apresentado uma versão moderada da estratégia do PSD, acabou a caucionar  a acção governativa destes 4 anos.
Tudo como dantes: cá para mim, o prometido ligeiro alívio da austeridade só existe, por enquanto, porque o PS ainda está na oposição.

O povo é povo porque não percebe uma data de coisas. E como o povo não percebe uma data de coisas, o povo vai continuar a ser povo e a ser utilizado. 
Ora, era o que mais faltava. Quem manda, manda. E é muito mais fácil mandar quando se circula num bom carro. Com um bom carro, nota-se logo a diferença. O político fica cheio de confiança, chega mais rápido e começa a mandar com muito mais qualidade.
O povo, pode não perceber logo isso, porque o povo demora a perceber uma data de coisas, mas percebe logo que para mandar com mais qualidade é preciso que o político chegue montado num bom carro.

aF243


Corrida de carretas em Vila Verde


terça-feira, 21 de abril de 2015

No rescaldo do Bayern Munique - FC Porto...

Crónicas da treta...

A Figueira, em 2015, como pode ser lido aqui, tem umas contas fantásticas, quando vistas e analisadas pela pena competente, mas delirante, deste bem abençoado autarca que está no poder há quase 6 anos...
Pena é que os figueirense, perante as crónicas que dão conta disso, não acreditem.
Onde é que já se viu: termos a maravilha, que é a Figueira - a cidade e o concelho -, e os incrédulos figueirenses presos na realidade!..
Como é que se vai conseguir sair desta merda em que transformaram a Figueira de 2015 – nada mais, nada menos, que um fantástico bocejo!..
Uma coisa, porém, está em alta a animar a Figueira: os profissionais de crónicas da treta...
E, modéstia à parte, este blogue foi pioneiro em perceber isso - daí, como lhe compete, sublinhar e destacar esta importante realidade, desgraçadamente esquecida pela noite em que a Figueira acordou...

E se o Mediterrâneo secasse?

"Os EUA construíram um muro para impedirem a invasão de emigrantes vindo do México e de todas a América Latina, Israel fez o mesmo para se proteger dos Palestinianos, na Europa já começaram a surgir novos muros para proteger aqueles que dantes estavam do lado de lá de outros muros de emigrantes, só a Europa ainda não precisou de um muro porque tem o Mediterrâneo." 
Para continuar a ler, clicar aqui.

Deixem falar o homem, pois está a ser coerente: ele bem se esforçou quando foi primeiro ministro para acabar com os verdadeiros sindicatos...

Doutor Mário Soares, hoje no DN: "os portugueses que ainda vivem em Portugal, ou os milhares que saíram do país e gostariam de voltar, podem estar certos de que tudo vai mudar com a vitória de António Costa nas próximas eleições, no final de setembro. Não haverá necessidade de mais greves de comboios ou de quaisquer outros transportes, incluindo a TAP, que, com o Partido Socialista, não será privatizada."

Em tempo.
Em Portugal, nunca há inocentes: apenas quem não foi declarado culpado...

Há coisas que nunca mudam...

Há muito tempo que eu sei, por experiência própria, que a estabilidade no sector privado não passa de estórias para serem contadas aos putos...
"No primeiro trimestre, voltou a aumentar o número de empresas que fecharam as portas." 
Para quê preocupar-mo-nos com o futuro, quando tudo está tão bem no momento presente…

A importância das contas...

Depois de ler o pouco a que tenho conseguido ter acesso, sobre as contas de 2014 da autarquia figueirense, a constatação continua a ser simples e óbvia.
Antes dos mandatos do presidente João Ataíde, a Figueira não estava na moda, estava na merda.

Eu nasci em 1954, no tempo das dificuldades provocadas pela escassez de recursos económicos.
Durante a minha vida, até porque sempre vivi com parcos recursos, dei sempre valor à boa prestação de contas.
O meu pai era pescador e morreu muito cedo, apenas com 47 anos. A minha mãe ficou viúva e sem recursos.
Foi, assim, à força, que desde novo tomei contacto com a existência do dinheiro: nunca tive mesada.
Os anos 60 e 70 do século passado foram a época da minha vida em que aprendi que o dinheiro era um bem escasso e raro, destinado mais à poupança que ao consumo.
Aprendi, por necessidade, a não gastar de mais. Desde cedo, por opção própria, interiorizei que a educação financeira passava pela poupança natural e pela moderação dos consumos: a chamada autossustentabilidade.

Depois de Abril de 74 as coisas melhoraram para a maioria dos portugueses.

Mas, as coisas retrocederam muito em Portugal nos últimos 6 anos. No contexto de mudança em que nos encontramos actualmente, ainda de contornos mal definidos, mas onde já é visível, tal como acontecia nos primeiro anos da minha vida, a fome e a desvalorização do factor trabalho, o que coloca, de novo, a questão do dinheiro como um bem escasso e raro para a maioria dos portugueses e a revalorização da poupança associada à necessidade de olhar cada vez com mais cuidado e atenção a autossustentabilidade.
E o que vale para os cidadão, devia valer para a gestão das autarquias locais e do governo central.

Longe de mim, porém, ter o arrojo de pretender dar conselhos de poupança a alguém - sobretudo, aos políticos.
Todavia, ouso sugerir um investimento forte, duradouro e estruturado na educação para um consumo criterioso e moderado, não só por imposição de critérios políticos de austeridade macro, com profundas implicações micro, mas, por imperativos de uma filosofia de vida em sociedade orientada no combate ao desperdício e à plena utilização dos recursos disponíveis.
Estão a ver porque é que que eu sempre considerei que a passagem de Santana Lopes pela Figueira não serviu para nos meter na moda mas na merda?..
Os seus admiradores proclamam que Santana Lopes, como autarca figueirense, deixou obra feita no concelho. Os mais entusiastas, consideram-no mesmo o melhor presidente de câmara que passou pela Figueira.
Claro que seria estultícia negar que, em 4 anos, nada foi feito!... Principalmente,  foi gasto muito dinheiro!..
Mas, daí a que tenha desenvolvido a Figueira para lá do inimaginável constitui, a meu ver, um completo e despropositado exagero, que até deve ser incómodo para o próprio Pedro Santana Lopes…
O problema, ainda dos dias que passam aqui pela Figueira, é que  sobrou a dívida astronómica da autarquia figueirense, para a qual  Santana Lopes contribuiu de forma bastante significativa, cuja factura terá de continuar a ser paga ao longo de décadas.
Todos sabemos, porque todos os dias disso somos lembrados, que o endividamento é um dos principais problemas do País, em geral. E da Figueira, em particular. E, aqui pela Figueira, Santana é um dos principais culpados.

O GDCG na SportTV

Jogam com um pé na praia, no único campo pelado da Divisão de Honra de Coimbra, não recebem qualquer ajuda de custo ou prémio de jogo e apresentam-se como os últimos resistentes das praias da Figueira da Foz. Depois do desaparecimento do futebol distrital na Leirosa, Costa de Lavos, Buarcos e Quiaios, o Grupo Desportivo Cova-Gala transformou-se na bandeira futebolística das comunidades piscatórias do concelho. “Índios, Leiretas e Buarqueiros” é uma história sobre a união, o bairrismo, o futebol de rua e o jogo salgado dos pescadores da Figueira da Foz.
Para ver o vídeo promocional basta carregar na imagem.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Marcelo, há só um...

... este, e mais nenhum! 
"No monopólio da opinião não há lugar para mais nenhum. As pessoas gostam. E no Domingo há mais."

Sobre o que eu penso da utilidade de ser propietário de um blogue e de uma bicicleta...

A da esquerda, foi a minha primeira bicicleta
Escrever, ao contrário do que muita gente pensa, é a coisa mais fácil deste mundo.
Para mim, é escrever e andar de bicicleta...
Um gajo como eu, apanha-se com um teclado à frente e, depois, é só fazer combinações de letras e tentar que a coisa faça sentido para poder ser um livro. Como não conseguia isso, criei este blogue em 2006...
Tal desiderato permitiu-me, a partir daí, navegar por aqui, onde vou enganando meia Figueira (a outra metade não me lê, porque não são figueirenses...) e finjo que sei escrever sobre muitas coisas e tenho sempre assunto...

Os figueirenses já escreveram mais em blogues, mas ainda há alguns a escrever com alguma regularidade.
Há alguns, até, que conseguem fazer mais de 6 posts por dia!..
Eu vejo-me grego para fazer um...
Claro que espero que não interpretem o que acabei de escrever no sentido rigoroso... Se é verdade que, ao acordar, não me sinto o Giourkas Seitaridis, é verdade que, normalmente, ando com uma barba de 3 dias. 
A minha esperança é que, um dia, alguém repare nisso. É que um gajo, qualquer gajo, gosta de dar nas vistas...
Nada, portanto, como ter um blogue. Quando se sabe muita coisa, é muito mais fácil escrever coisas...

Uma tragédia que já dura demasiado...

A "EUROPA" E A MORTE. 
Não são audíveis palavras de solidariedade - pelo menos não as oiço - nem gestos, formais ou informais, pois a nossa gente, a todos os níveis, anda muito mais preocupada com a sua vidinha. 
"As tragédias consecutivas que têm lugar no Mediterrâneo, às portas da mirífica Europa, dizem muito sobre a impotência em que esta "União" caiu. No meio desta catástrofe - e a antecedê-la - está um pouco de tudo: negócios, medo, esperança, cobardia. O recalcado triunfa sobre a retórica judaico-cristã que, por exemplo, o Papa fez questão de "terrenizar" indo a Lampedusa. Também lá foi a burocracia europeia de Bruxelas, encabeçada ainda por Barroso, o cretino, para nada. A verdade é que a "Europa" não sabe o que fazer com estes milhares de pessoas que sonham com ela."