O presidente da junta da freguesia da vila de São Pedro vai completar 20 anos no cargo!...
Coube aos eleitores da vila de São Pedro, em devido tempo, isto é, nos períodos que precederam
os actos eleitorais, analisar e decidir
em conformidade.
Portanto, para o bem ou para o mal (depende do ponto de vista de cada um...), a responsabilidade é do eleitorado da vila de São Pedro.
Durante 20 anos, foi detentor do poder absoluto em São Pedro, mas isso não foi
culpa dele – foi-lhe outorgado pelo povo, através do voto.
Se ele o usou sempre em prol
desse mesmo povo que nele votou, isso, do meu ponto de vista, seria passível de discussão aprofundada e séria...
O que, de todo, neste momento, não vem ao caso...
Costuma dizer-se, que todo o povo tem o
político que merece…
Creio que os habitantes da vila de São Pedro, durante 20 anos, não fugiram à regra...
Por isso mesmo, acredito, piamente, que vá para que partido for, depois de deixar de ser presidente de junta da vila de São Pedro, vai continuar a ter o apoio politico da maioria da população local!...
Quem é que, por aqui, resistirá ao apelo de quem tem tomado conta deles, em vez de, cada um deles, ser dono do seu próprio destino?..
João Portugal e Miguel Almeida, não se descuidem: o presidente da junta da freguesia da vila de São Pedro, politicamente falando, é um autêntico diamante, já devidamente polido, como convém…
Citando o próprio presidente da junta da freguesia da vila de São Pedro na entrevista, versão sonora, que aconselho a escutarem.
Sobre a erosão costeira.
"Contrariando alguns profetas do mal, o molhe norte não nos causou nenhum estrago. Mais: eu posso dizer que a construção do molhe norte tornou a estância balnear do Cabedelo, mais abrigadinha…
E a famosa onda do Cabedelo já estava um bocadinho perdida. E não sei se foi o molhe norte que a fez desaparecer… Eu penso que foi mais a cabeça do molhe sul …
Aliás, vivo há 60 anos à beira mar e sei que a erosão costeira é cíclica... Este ano não tivemos inverno, de maneira que não houve grande erosão na nossa costa….”
Pois…
Isto vou dizer eu, que já vivo há quase 60 anos à beira mar: também todos os anos, desde há oito séculos, os portugueses surpreendem-se com a queda de neve na Serra da Estrela, celebrando cada nevão como se fosse o primeiro!..
Passando à política, pura e dura, disse o entrevistado.
"A minha matriz é socialista, embora eu entenda e compreenda que hoje PS e PSD se confundem..."
Portanto, continuando a citar o entrevistado: "só depois de deixar de ser presidente de junta é que vou decidir se vou aderir a algum partido... e qual vai ser"...
Como sublinhou o entrevistador a determinada altura da conversa: "é independente, mas bastante flexível, em termos políticos..."
Pois!..
Isto vou dizer eu, que vivo na Aldeia da Cova-Gala: o presidente da junta da freguesia da vila de São Pedro, nunca teve um rumo, precisamente porque nunca teve convicções políticas.
Sem elas, mesmo que difusas, a obstinação transforma-se em teimosia.
Parafraseando Lenine: “não teve firmeza na estratégia nem flexibilidade na
táctica”.
Fora uma vaga ideia de “modernidade”, nunca soube realmente
o que queria. Atente-se, no caso do Centro Escolar...
Como ao desnorte ideológico se alia um temperamento irascível, quase todos os seus
gestos políticos resultam de impulsos. Faltam-lhe os elementos estruturais que
dão coerência à actividade de um politico: bases ideológicas, cultura política
e firmeza ética. E falta-lhe também estrutura emocional: o que nele é
espontâneo, prejudica-o, o que nele é
artificial, denuncia-o.
Pode ter sido, o “elo mais forte” de
um grupo de fracos e presidente da junta da freguesia da vila de São Pedro durante 20 anos, mas nunca foi um líder.
Nota de rodapé.
É impossível realizar uma entrevista sem proferir palavras. Em geral há muitas, neste caso concreto, houve, talvez, demasiadas.
Em vez de respostas breves e sintéticas, tivemos longos discursos. Quem conhece o presidente da junta da freguesia da vila de São Pedro, sabe que a sua “massa” é mesmo essa. A sua natureza, impõe que a cada palavra proferida, haja sempre, pelo menos, outra, que ajude a explicar a primeira.
Quem ouvir a entrevista com atenção, dá conta disso facilmente.
O interessante, é que, aparentemente, sem se preocupar com o enquadramento temático que cada pergunta específica necessariamente estabelecia, foi proferindo a primeira palavra, e a segunda, e a terceira, e por aí adiante, qual pássaro a quem foi aberta a porta da gaiola, sem saber muito bem, ou não o sabendo de todo, aonde as palavras o poderiam levar.
Falar, assim, pode tornar-se numa aventura perigosa, pois, discursar para uma plateia fora da freguesia da vila de São Pedro, pode dar azo a que o discurso, em lugar de se limitar a iluminar e dar visibilidade ao que, fora de portas, interessava ao próprio, acabar por revelar, o que, para já, pretendia manter oculto, ou, apenas, intuído ou pressentido, e que, de repente se torna numa evidência insofismável.
Gostei muito desta entrevista, muito bem conduzida pelo J´Alves...