"É possível que os autores da campanha “Zero desperdício” tenham decidido não realçar nos seus documentos as expressões “fome” nem“combate à pobreza” (pelas suas tonalidades de esquerda) e falar apenas de “redução do desperdício” (pelas suas tonalidades de direita). Pode ter sido uma astuta decisão de marketing político, uma decisão pragmática de quem sabe que o PSD e o CDS têm a maioria em Portugal."
"Da fome, do desperdício e da tristeza", uma crónica de José Vítor Malheiro que desmonta a caridadezinha dos restos e outras sobras de comida.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Cuidado com a linguagem, pois o novo acordo ortográfico é muito traiçoeiro... (4)
Via Meditação na Pastelaria
José Manuel Fernandes diz-se incomodado. Indignado. Talvez mesmo ultrajado.
José Manuel Fernandes incomodado, indignado e talvez mesmo ultrajado dá-me vontade de rir.
A pomposidade de JMF soa ridícula. O "sentido de Estado" não lhe assenta (com dois esses): "Sucede que as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, lugar onde todos os partidos têm acento e têm voz..." E transcrevo o "acento", porque erros de português são inadmissíveis quando se sai a espadeirar tão bravamente em defesa da Pátria.
Em tempo.
Neste caso, José Manuel Fernandes não adoptou o acordo ortográfico.
Preferiu escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais.
José Manuel Fernandes diz-se incomodado. Indignado. Talvez mesmo ultrajado.
José Manuel Fernandes incomodado, indignado e talvez mesmo ultrajado dá-me vontade de rir.
A pomposidade de JMF soa ridícula. O "sentido de Estado" não lhe assenta (com dois esses): "Sucede que as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, lugar onde todos os partidos têm acento e têm voz..." E transcrevo o "acento", porque erros de português são inadmissíveis quando se sai a espadeirar tão bravamente em defesa da Pátria.
Em tempo.
Neste caso, José Manuel Fernandes não adoptou o acordo ortográfico.
Preferiu escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais.
É tempo de dizer "BASTA"
O Coronel Sousa e Castro, considerado um dos Capitães de abril mais moderados, afirma que é tempo de dizer "basta".
Ontem à noite, no programa Prós e Contras da RTP, o Coronel defendeu que os sacrifícios devem ser equitativos.
Ver vídeo aqui.
Rescisões "amigáveis"!...
"Hoje, 24 de Abril", para...
"é o dia apropriado para evocar"
A História do século XX ensina-nos que o facto de um indivíduo ser eleito democraticamente não faz dele um democrata. A História do Porto nos anos de Rio - já é possível avaliá-la, agora que esses anos se aproximam do fim - é disso um bom exemplo.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Cuidado com a linguagem, pois o novo acordo ortográfico é muito traiçoeiro... (3)
(Daqui)
- Já usas o acordo ortográfico?
- Já usas o acordo ortográfico?
- Não é nada fácil, mas ando a
tentar. E tu?
- Também. Já escrevo ortográfico
sem H.
- Mas essa palavra nunca teve H!
- Bem dizias tu que isto não era
nada fácil...
Em tempo.
Por estas e por outras, é que tal como o Senhor Luís, ainda não adoptei o acordo ortográfico.
Prefiro escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais.
Por estas e por outras, é que tal como o Senhor Luís, ainda não adoptei o acordo ortográfico.
Prefiro escrever com erros pessoais a fazê-lo com erros oficiais.
Rob Riemen. “A classe dominante nunca será capaz de resolver a crise. Ela é a crise!”
Rob Riemen, para quem a «nobreza de espírito» é a quinta-essência de um mundo civilizado, pois considera que sem nobreza de espírito, a cultura desvanece-se, esteve em Lisboa na semana passada a convite de Mário Soares para falar sobre o direito à resistência e para apresentar o seu último livro, “Eterno Retorno do Fascismo”.
Na oportunidade, concedeu uma entrevista ao jornal i, que pode ser lida na íntegra clicando aqui, onde fez algumas considerações interessantes sobre a sociedade em que vivemos.
Para aguçar o interesse, fica um excerto.
“A actual classe dominante nunca será capaz de resolver a crise, porque ela é a crise! E não falo apenas da classe política, mas da educacional, da que controla os media, da financeira, etc. Não vão resolver a crise porque a sua mentalidade é extremamente limitada e controlada por uma única coisa: os seus interesses. Os políticos existem para servir os seus interesses, não o país. Na educação, a mesma coisa: quem controla as universidades está ali para favorecer empresas e o Estado. Se algo não é bom para a economia, porquê investir dinheiro? No geral, os media já não são o espelho da sociedade nem informam de facto as pessoas do que se está a passar, existem sim para vender e vender e vender”.
domingo, 22 de abril de 2012
Uma ideia…
Acabei de entregar a
declaração do IRS. Ao fazer a simulação do reembolso, tive uma supresa muito desagradável…
Se colocam - e a meu
ver muito bem – o aviso de que o tabaco faz mal à saúde nos maços de cigarros, porque não
colocar fotografias de políticos corruptos no portal das Finanças?...
A ideologia da caridadezinha sempre presente...
Imagem sacada daqui |
Surgiu uma ideia, que aliás não é nova: dar as sobras de comida aos mais necessitados.
Os mesmos que exploram as pessoas e são responsáveis por salários de miséria e redução dos rendimentos das famílias, são aqueles que ao fim-de-semana recolhem as sobras das suas fortunas e decidem distribuir umas migalhinhas pelos pobres.
Nunca distribuem o suficiente para estes deixarem de ser pobres: atenção, isso daria cabo do seu desporto de fim de semana e acabaria com a necessidade dos mais pobres aceitarem trabalhar a qualquer custo e sob quaisquer condições nas suas empresas.A caridade é uma indústria nos dias de hoje. Não faltam incentivos ao consumo de produtos que contribuem com 1 cêntimo para uma causa qualquer, num país distante de nós. Sentimos que ao comprar estamos a fazer o bem... a contribuir para algo mais que o bolso de quem produz o que compramos.
Eu estou contra esta ideia de dar os restos aos mais necessitados. Como explicamos que na sociedade em que vivemos há anúncios de comida para cão onde é dito que "restos não são uma alimentação saudável" e ao mesmo tempo vem meio mundo defender que para os pobres já serve?
Nem do ponto de vista da Igreja é defensável: as escrituras dizem claramente para dar o que temos, tudo o que temos e não só o que nos sobra e não nos faz falta.
Sou a favor que hajam salários dignos, condições de vida dignas e criação das condições socias para acabar com a miséria. Sou totalmente contra estas soluções nojentas de propaganda mesquinha que pretendem menorizar as pessoas e forçá-las a uma vida de joelhos, de subserviência e de sujeição.
Isto é ideologia, formatação social para a criação de um modelo que remonta à altura em que o rei vinha passear de carruagem e atirarava comida aos pobres.
O governo está a atirar milhares de pessoas para a pobreza, não é darem umas migalhas às pessoas que vai mudar isso. Não roubem o salário aos portugueses, não lhes roubem os subsídios a que têm direito e para os quais descontaram e ponham a vossa caridadezinha lá onde o sol não brilha.
As pessoas agradecem. Restos não são uma política saudável.
Sou a favor que hajam salários dignos, condições de vida dignas e criação das condições socias para acabar com a miséria. Sou totalmente contra estas soluções nojentas de propaganda mesquinha que pretendem menorizar as pessoas e forçá-las a uma vida de joelhos, de subserviência e de sujeição.
Isto é ideologia, formatação social para a criação de um modelo que remonta à altura em que o rei vinha passear de carruagem e atirarava comida aos pobres.
O governo está a atirar milhares de pessoas para a pobreza, não é darem umas migalhas às pessoas que vai mudar isso. Não roubem o salário aos portugueses, não lhes roubem os subsídios a que têm direito e para os quais descontaram e ponham a vossa caridadezinha lá onde o sol não brilha.
As pessoas agradecem. Restos não são uma política saudável.
Via artigo 58
sábado, 21 de abril de 2012
"O horrível está por toda a parte"...
O pesadelo da Rua da Várzea, Figueira da Foz |
Trata-se isso sim, e como a foto documenta, de um pesadelo visual que, talvez por eu ser demasiado sensível à fealdade, me suscita outros pesadelos que desencadeiam outros, sempre mais malévolos, num curioso e incessante fenómeno sinestésico: faz-me lembrar Mexias & Catrogas, mais os seus salários e reformas, pornográficos; ou Motas & companhias de Jorges Coelhos e outros nefandos e corruptos figurões ou então vereadores locais cretinos e suas abébias, igualmente obscenas e venais.
É algo infame, humilhante, profundamente miserável. .
- Mas não é de admirar. Neste país o arquitecto Saraiva, que agora dirige o jornal Sol, também dirigiu, durante anos a fio esse outro sol da democracia que é o jornal Expresso - e ninguém deu por nada – nunca ninguém suspeitou que o pobre homem era um atrasado mental. Neste país um governo que acha que para baixo é sempre a subir, foi eleito democraticamente. Democraticamente. .
Neste país, abrir simplesmente os olhos já é um pesadelo.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Logo agora, que estava tudo a correr tão bem aqui pela Figueira*...
foto sacada daqui |
"Plantel da Naval 1.º de Maio recusou-se a treinar".
* - vidé o último post, aqui no Outra Margem.
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