Na reunião de Câmara, realizada na passada sexta-feira, a vereadora do PS Glória Pinto divulgou algo que já era conhecido de alguns habitantes da Cova e Gala.
No dia seguinte, o Diário as Beiras publicou notícia.
«Em novembro último,
“um utente ameaçou um
médico” e este meteu
baixa, acabando por mudar-se para a unidade de
saúde de Lavos. “A reação da
Unidade Local de Saúde
(ULS) do Baixo Mondego
foi colocar segurança no
centro de saúde”.
Ainda segundo o que a vereadora disse na reunião de câmara (e os utentes afectados sabem), a situação resultou
na falta de médico de família em São Pedro.
Continuando a citar o Diário as Beiras, o presidente da Câmara
da Figueira da Foz, Santana Lopes, do movimento
independente FAP, defendeu que “não deve ser a
câmara a dar a resposta” à
vereadora, mas sim a ULS.
Sempre que os Governos mudam
de cor política, há troca de cadeiras.
Isso aconteceu quando o Partido
Socialista chegou ao poder e está
acontecer de novo com a Aliança
Democrática.
O anterior director
executivo do Serviço Nacional de
Saúde (SNS), Fernando Araújo, tinha
a intenção de “despolitizar” as
nomeações para estes cargos de gestão e em 2023 até escolheu a actual
ministra, Ana Paula Martins, para a
liderança do maior centro hospitalar
de Lisboa, o Santa Maria, e, quando
esta decidiu sair, convidou de novo
um militante do PSD, o ex-secretário
de Estado Carlos Martins, para a substituir. Mas Fernando Araújo, que
se demitiu em Abril de 2024, acabou
por não ter tempo nem condições
para generalizar este princípio.
Em várias ULS, o tempo agora é de
espera. “Os serviços não podem ficar
pendurados nesta instabilidade,
sobretudo num período tão exigente
como é o do Inverno”, lamenta um
dos dirigentes. Pedindo para não ser
identificado, conta que há três semanas soube pela pessoa convidada
para o substituir que a sua saída está
a ser preparada. Outro administrador lamenta “estar no limbo desde
Agosto”, quando começou a constar
que havia uma espécie de lista negra
de administrações de ULS em risco.
“Esta é uma situação muito desconfortável. Espero, pelo menos, que
tenham a elegância de avisar com
alguma antecedência”.
Entretanto, enquanto na confusão, o médico "ameaçado" se pôs ao fresco da Cova e Gala (Lavos, em boa verdade, neste momento é muito mais confortável e acolhedor para os médicos, enfermeiros e pessoas administrativo do que o actual Posto Médico de São Pedro - e os senhores doutores merecem tranquilidade e conforto), há quem continue à espera de uma consulta marcada, com 6 meses de antecedência, para o dia 12 de Dezembro de 2024.
O utente em causa, foi avisado que a sua consulta tinha sido desmarcada na propria manhã da consulta (cerca de hora e meia antes através de um telefonema, marcada para as 11 horas e 30 minutos, até ahoje sem qualquer informação do dia, da semana, do mês ou do ano da sua remarcação).
Entretanto, por causa de um incidente que deveria ser tratado como um caso de polícia (por onde anda a CMTV? Só tem olhos para servir a agenda política do Ventura?), os velhos da Cova e Gala que aguentem o inverno.
Se isso não acontecer e desistirem, são pensões a menos a pagar pela Segurança Social, e consultas a menos que deixam de sobrecarregar o SNS.
É tudo lucro para um País onde o que menos conta são as pessoas - sobretudo, os idosos.
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