terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Tristes sinais... Quem disse que o carnaval na Figueira são três dias?

Ontem, teve lugar nos Paços do Município uma reunião camarária que vai ficar na história da política autárquica na Figueira da Foz, pelos menos dos últimos 40 anos.
A sessão ficou marcada pela retirada da confiança política aos vereadores Carlos Tenreiro e Miguel Babo, por parte do PSD/FIGUEIRA.
Ao que OUTRA MARGEM sabe o processo tem antecedentes que começaram há meses atrás.
A Comissão Política local procurou gerir o processo dentro do PSD/FIGUEIRA. Todavia, a determinado momento, tal foi impossível e o problema chegou à Comissão Política Distrital.
Em dezembro último, a Concelhia do PSD enviou uma carta registada aos vereadores Carlos Tenreiro e Miguel Babo (independente) “convidando-os” a renunciar ao mandato. Caso contrário, ser-lhes-ia retirada a confiança política. No entanto, a missiva não estabelecia prazos.
Tenreiro e Babo, os autarcas visados, garantem que nunca haviam sido abordados pela direcção local do partido sobre as razões de tão drástica decisão. O “assunto interno do partido”, como frisou ontem, na reunião de câmara, Ricardo Silva, presidente da Concelhia “laranja” e vereador, passou a ser externo. Quem assistiu ontem à reunião de Câmara, deu conta que quem o tornou público, foi o presidente João Ataíde, ao referir-se à carta que a liderança local daquele partido da oposição lhe enviara, dando-lhe conta de que havia sido retirada a confiança política aos vereadores Tenreiro e Babo. João Ataíde, segundo o que disse ontem,  apenas pretendia ser esclarecido sobre quem representava quem. “Para definirmos a forma como internamente nos podemos articular”, sublinhou o presidente.  “Todos serão tratados como vereadores. No fundo, é para termos aqui um código de entendimento. Mas gostava de ouvir-vos”.
Ricardo Silva, disse que se tratava de um assunto interno e que em breve teria mais notícias sobre o caso.
Tenreiro contra-ataca sem poupar nas palavras. “Entendemos isto como um ato de grande cobardia política, porque não tiveram coragem de justificar a retirada da confiança política”.
O alvo era a Concelhia do seu partido, cujo líder se encontrava a seu lado. “Antes de ser tratado em público, devia ter sido tratado internamente, e nunca foi. Nunca nos falaram, cara a cara, olhos nos olhos, sobre este assunto”. Disse ainda. “Nunca violámos a norma estatutária do PSD. Eu continuo a ser PSD. Aconteça o que acontecer, continuarei a defender as linhas programáticas deste partido”. No mesmo registo algo crispado, Carlos Tenreiro prosseguiu: "Lamentamos que alguém que nos acompanhou na campanha eleitoral de repente dê um salto mortal".

Parece-me haver, por parte da concelhia do PSD/FIGUEIRA, no mínimo,  um défice de explicação, fora do partido, sobre este assunto.
Eu sei que era um problema interno do PSD. Ontem, porém, deixou de o ser.

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