"Se a maior parte das autarquias portuguesas são já um couto das pequenas mafias locais que gravitam em torno dos partidos políticos, em particular PSD e PS, o aumento do poder e dos recursos disponíveis trará consigo mais obras e adjudicações entregues a amigos e colegas de partido. Permitirá que autarcas corruptos paguem ainda dívidas de campanha ou assegurem financiamentos futuros. Garantirá emprego público para ainda mais boys e girls incompetentes, incubados na mediocridade das jotas, que serão colocados em posições-chave nas nossas escolas e centros de saúde como forma de pagamento do abanamento eleitoral de bandeiras. Reparem bem, caso não tenham percebido a extensão do problema, que teremos os nossos filhos nas mãos de imberbes sem formação, embrutecidos pelo fanatismo político-partidário. Em escolas e centros de saúde. E tudo isto com o alto patrocínio dos nossos impostos.
É por estas e por outras, muitas outras, que é absolutamente necessário fazer marcação cerrada aos autarcas portugueses. E como combatemos a corrupção e o tráfico de influências local? A meu ver, de duas maneiras. A primeira passa pelo reforço do papel da polícia, que lhe permita, na medida do possível, imunizar-se cada vez mais contra qualquer tipo de pressão por parte das máfias partidárias, e da Justiça, que deve ser mais rápida, eficaz e intransigente.
A segunda, à qual dedicarei várias publicações ao longo dos próximos meses, passa pela capacidade dos cidadãos de monitorizarem e pressionarem o poder local, examinando contratos e contratações públicas, ligações com a imprensa e empresários locais ou a condução do dia-a-dia da autarquia. Monitorizar o que gastam, como gastam, quem ganha concursos e em que condições. Esmiuçar a engenharia do ajuste directo. Estar atento às panelas dos boys, dos amigos e dos jotas. Ou quando dermos por ela viveremos todos em pequenas ditaduras, geridas a bel-prazer pelo caciquismo corrupto dos traficantes de influências e dos parasitas partidários que os rodeiam. A hemorragia pode e deve ser estancada e os corruptos colocados no local onde pertencem: atrás das grades."
João Mendes, via Aventar
É por estas e por outras, muitas outras, que é absolutamente necessário fazer marcação cerrada aos autarcas portugueses. E como combatemos a corrupção e o tráfico de influências local? A meu ver, de duas maneiras. A primeira passa pelo reforço do papel da polícia, que lhe permita, na medida do possível, imunizar-se cada vez mais contra qualquer tipo de pressão por parte das máfias partidárias, e da Justiça, que deve ser mais rápida, eficaz e intransigente.
A segunda, à qual dedicarei várias publicações ao longo dos próximos meses, passa pela capacidade dos cidadãos de monitorizarem e pressionarem o poder local, examinando contratos e contratações públicas, ligações com a imprensa e empresários locais ou a condução do dia-a-dia da autarquia. Monitorizar o que gastam, como gastam, quem ganha concursos e em que condições. Esmiuçar a engenharia do ajuste directo. Estar atento às panelas dos boys, dos amigos e dos jotas. Ou quando dermos por ela viveremos todos em pequenas ditaduras, geridas a bel-prazer pelo caciquismo corrupto dos traficantes de influências e dos parasitas partidários que os rodeiam. A hemorragia pode e deve ser estancada e os corruptos colocados no local onde pertencem: atrás das grades."
João Mendes, via Aventar
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