sexta-feira, 6 de julho de 2018

O Povo figueirense tem bom gosto há séculos: para ele, os políticos quando são bons, é óptimo; quando são mais ou menos, é bom; quando são ruins, ainda assim é melhor do que nada...

"João Ataíde era um ilustre desconhecido no mundo da política quando, em 2009, foi apresentado como candidato do PS à Câmara da Figueira da Foz. Podia ter concorrido pelo PSD, na altura atolado em guerras palacianas: segundo ainda hoje afirmam destacados militantes e dirigentes locais daquele partido, há muito que o juiz desembargador e antigo diretor da PJ do Porto estava no radar autárquico social-democrata. Mas o convite nunca lhe chegou. A política, como a vida, tem momentos de ironia: aquele que podia ter sido o candidato do PSD foi quem expulsou o partido do poder, depois de três mandatos autárquicos consecutivos, um de Santana Lopes e dois de Duarte Silva. Foi uma derrota particularmente amarga, por ter sido infligida pelo candidato do PS que era próximo do universo “laranja”.

Faltam três anos para João Ataíde cessar funções autárquicas. Mas será que em 2021 vai abandonar a vida política? 
“Estou numa posição relativamente confortável. Gosto de estar na política; tenho gosto pela política. Mas, praticamente, tinha uma carreira feita. Qualquer saída da política é igualmente confortável. Não tenho nenhuma agenda definida”, respondeu. 
E se entretanto o convidarem para um alto cargo público? 
“A pergunta é muito lisonjeira. A minha disponibilidade para o desempenho do serviço público tem 36 anos. Continuo, obviamente, comprometido com este projeto [autárquico], que já está todo agendado até 2021. Os compromissos têm de ser respeitados”, afiançou João Ataíde. 

Carlos Monteiro, vicepresidente da câmara e líder da Concelhia do PS, perfila-se para ser candidato à sucessão de João Ataíde na condução dos destinos do concelho da Figueira da Foz, apesar de até 2021 a ponte sobre a foz do Mondego ainda testemunhar muitas marés. 
“Esse é um problema do PS”, esclareceu João Ataíde, quando foi lhe foi perguntado se o vereador será o candidato natural do partido. “Obviamente”, aduziu, “Carlos Monteiro tem o seu percurso. É, partidariamente, das pessoas mais comprometidas na câmara”.

Por que razão nunca se filiou no PS? 
“O meu quadro mental não é propriamente o quadro mental de um militante. Mas não tenho nada a opor à militância nem à adesão ao PS. 
Tenho tomado publicamente políticas de defesa do PS”, garantiu.

Como gostaria de ser recordado pelos figueirenses? 
“Como um bom figueirense."
A entrevista pode ser lida na íntegra na edição de hoje do jornal AS Beiras
Nota de rodapé.
Em 2009 a solução da facção do PSD/Figueira que se opunha à candidatura do eng. Duarte Silva, andava a trabalhar a solução João Ataíde.
Como esta facção foi derrotada nas eleições para as eleições para a concelhia, João Ataíde foi descartado.
O PS, na altura já com 12 anos de oposição, estava sem candidato. Foi então que a facção perdedora do PSD/Figueira ofereceu João Ataíde à concelhia do PS figueirense, pois a alternativa seria ir com Carlos Monteiro, que também estava, na altura, muito pouco interessado em ser cabeça de lista...
Portanto: em 2009, João Ataíde foi de próximo do PSD a candidato do PS...
Em 2018.
Pergunta o jornalista: E se entretanto o convidarem para um alto cargo público? 
“A pergunta é muito lisonjeira. A minha disponibilidade para o desempenho do serviço público tem 36 anos. 

Acho que não temos safa alguma.
O melhor é continuar a votar na rapaziada do Arco da Governação (gente crente e temente a deus), que ao menos sabemos quem nos lixa... 
E, se Deus quiser, nos continuará a lixar!

Nada é tão útil para os políticos figueirenses como a memória curta dos eleitores da Aldeia!
Fiquem em paz. Amen.

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