quarta-feira, 2 de abril de 2014

Diplomacia económica*

"Em agosto de 2009, em entrevista a um semanário local, o actual presidente da câmara, fez questão de sublinhar a sua certeza em “desenvolver uma diplomacia económica enérgica, cativando o maior número de empresários, criando todas as condições para que optem pelo nosso concelho, como um local privilegiado de investimento”.
Encontra-se em desenvolvimento  um plano estratégico para a cidade. Sendo um plano político que prossegue uma continuidade de desenvolvimento da cidade a partir de uma visão compartilhada de futuro, estabelece uma proposta da sociedade para a sociedade numa perspetiva intergeracional.
A diplomacia económica e as ações no território situam-se portanto a jusante do planeamento. Sem que este seja claramente concebido, correm-se riscos de decisões avulsas, eventualmente inconsequentes, com prejuízo para o erário público.
Agora que a ACIFF, numa louvável iniciativa, decidiu dinamizar um programa com o intuito de permitir a modernização dos estabelecimentos e o aumento  de atratividade, através do projeto (in) Figueira, não poderemos deixar de recordar os insucessos da materialização dos projetos PROCOM e URBCOM, concebidos para revitalizar as zonas centrais da cidade, o que não ocorreu.
Esta reflexão surgiu-me após uma recente visita ao mercado municipal, ele próprio objeto de recente e significativo investimento, onde encontrei uma alarmante ausência de consumidores.
A prometida diplomacia económica decerto contribuíria para o desejado sucesso no comércio e nos serviços na Figueira."

* Uma crónica de Daniel Santos, engenheiro civil , publicada no jornal AS BEIRAS.

Em tempo.         
Sendo verdade que um produto só se vende, de forma consistente, se for realmente bom,  é também verdade que  os nossos produtos e serviços penetrariam melhor noutros mercados, caso a imagem do nosso concelho fosse substancialmente diferente da que hoje tem.
Tirando raras e honrosas excepções,  o nosso concelho tem sido  quase sempre notícia pelas piores razões e não pela nossa capacidade de executar projectos.
Para além das nossas idiossincrasias como concelho – que são apenas diferentes das de outros -  é uma realidade que não temos uma imagem por aí além, o que constitui uma menos valia em termos de disputa de  mercado.
Neste detalhe,  um bom marketing pode ajudar,  desde que seja verdadeiramente estratégico.
Mas, para isso,  são necessários estrategas lúcidos e  competentes.
Chegados aqui, fica a pergunta: resta ao presidente da câmara fazer diplomacia económica?

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