sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Pobre país, desgraçado, de desgraçados...

imagem sacada daqui
Ontem, três notícias, no mesmo dia, ao mesmo tempo, na mesma página do mesmo jornal, em 30 de Janeiro de 2014, naquilo que é hoje Portugal.
A saber: 
3 -"Hotel vai ser construído em cima da praia de Labruge".
Pergunte-se-lhes: empreendedores, ignorantes, "requalificadores" e "valorizadores", e demais responsáveis de "governo", "justiça", "ciência", "ordenamento do território", etc, etc, etc., blá blá blá, blá blá blá, blá blá blá: com que dinheiro se vai "defender" a orla costeira, num país do Atlântico Norte? É com o dinheiro pessoal (dos ordenados e reformas) de quem, no presente, governou e decidiu ou não decidiu seja o que for?  Ou é com o dinheiro público (que, no futuro, não vai haver) de todos os cidadãos, do Estado, do país que vier a haver, chamado Portugal?
Pobre país, desgraçado, que nem sequer sabe o que é o Mar - o seu Mar, o "Mar Português", no Atlântico Norte -, nem sabe do que é que esse seu Mar é capaz, nem sabe como o conhecer e como o enfrentar (e ainda têm que ser os estrangeiros a vir enfrentar as dificuldades típicas do Atlântico Norte, aqui naturais, para aqui criarem alguma coisa de produtivo como é a aquicultura, e não somente mais e mais especulações "comerciais" e "turísticas", como os indígenas gostam). Pobre país que chegou ao ponto de deixar os seus jovens andar a morrer nas praias, à meia-dúzia, em rituais "universitários" bizantinos e goliardescos, boçais, pseudo-feudais e pseudo-clericais, pretensamente típicos de "tradições antigas" ("tradições" que, na verdade, foram inventadas, há trinta anos atrás, por razões políticas [!] e que, na verdade, é obvio que são somente [pseudo-]"tradições" de canalhice e de pretensiosismo social, pseudo-elitista, dito "académico"), os mesmos rituais e as mesmas (pseudo-)"tradições" - de "bullying" colectivo e massificado (permitido, e impune, no interior das Escolas…!!) - que o Estado, durante décadas (a partir de Coimbra e da sua universidade pública lá existente), foi sempre permitindo, tolerando e incentivando, e alargando e deixando alargar às outras "Escolas" todas (!!!), superiores, e secundárias, e primárias... públicas e privadas (até aos jardins-escola...!!!!), em vez de nessas Escolas ter ensinado aos jovens o que é o Mar, e como o enfrentar...!!!!!
Pobre e triste país, de festas, e de futebóis, e de rituais, e de labregos, e de doutores, e de oficiais e comendadores da Ordem do Infante Dom Henrique que, no meio da desgraça inevitável, passam o tempo a encher a boca com retóricas de "Regresso ao Mar" e de "História dos Descobrimentos Henriquinos", etc, etc, etc., blá blá blá, blá blá blá, blá blá blá (sem sequer saberem o que é o Mar), e passam o (pouco) tempo que lhes resta a "discutir" e a relativizar, "democraticamente", tudo aquilo que é óbvio e evidente (para, assim, o postergarem). E passam o tempo, "academicamente", a epistemologizar as "pós-modernidades", de "Esquerda", etc, etc., etc., das suas "causas" fracturantes, do sexo dos seus anjos pagos com dinheiro público, nas universidades, ao mesmo tempo que deixam afundar, no caos, irreversível, a sua terra, o seu mar, a sua demografia (o seu povo), a sua verdadeira paisagem geográfica e humana.
Pobre país.
CEMAR (Recebido por mail)

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