Como se pode ler no Expresso, um bando de confiscadores capitaneados pela Alemanha, com a vergonhosa colaboração activa do FMI e mais um conjunto de lacaios, preparava-se para saquear cerca de metade dos depósitos cipriotas.
"A rejeição do plano de resgate europeu pelo parlamento cipriota mostra que este projeto negociado com a contribuição notável do ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, e com o aval da chanceler, falhou".
Em Portugal, até Vítor Gaspar já reconhece que o acordo com a troika estava errado.
Mas, “foi preciso esperar até à sétima avaliação da troika – com 80% do programa já executado – para o ministro reconhecer erros iniciais do memorando.”
VIVA O CHIPRE pelo exemplo que nos deu!
Em tempo.
E se tivesse sido cá?..
Pedro Passos Coelho e Vitor Gaspar elogiariam a sensatez do correligionário alemão. Na conferência de imprensa garantiam-nos que só o confisco de 30% do valor das poupanças era capaz de colocar o nosso país no “bom caminho”, à falta de alternativas credíveis para assegurar a “retoma”.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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