quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Na Figueira há muitos anos que é carnaval quase todos os dias…

foto sacada daqui

Não é, não foi e nunca será  intenção do autor deste blogue liderar qualquer contestação ao carnaval.
O que penso é transparente, simples de escrever e de entender: estas folias,   não devem continuar a  ser pagas com dinheiros públicos. O erro pode ser meu, mas não compreendo que a Câmara Municipal determine a cobrança de impostos e taxas para serviços essenciais,  como é o caso da recolha do lixo, alegando que não pode suportar o seu custo, e queime  o guito em batucadas.
Isto, em tempos normais; por maioria de razões, ainda mais em tempos difíceis como os que vivemos.

É assim, a meu ver,  que se define o perfil de muitos dos autarcas e governantes que vamos tendo. Pessoas que têm dificuldade em distinguir o acessório do essencial, embarcando no populismo fácil que os levará à próxima eleição. Infelizmente, o carnaval da Figueira não é único. Por este país fora, não faltará batucada e brasileirices pagas com o dinheiro dos contribuintes.

Para mim,  nem é sequer o valor do subsídio atribuído à organizaçaõ  que está em causa. O que está em causa é o seguinte:
1. A ligeireza  (para não dizer outra coisa) com que se disponibilizam dinheiros públicos para queimar em batucadas e foguetórios.
2. A forma como tais decisões são justificadas ao Zé: interesse turístico, económico e cultural!

A  carga fiscal, que cerca de 40 anos de democracia consolidou, esmaga-me. A mim, e certamente aos infelizes como eu, que não têm forma de contornar o fisco ou passar os proveitos para off-shores. E como o governo ou as autarquias, não fazem dinheiro, a solução é repetida. Quando este falta, lança-se um novo imposto, taxa ou coima. Ano após ano, imposto após imposto, chegámos onde estamos.
Por exemplo, numa conta de consumo de água,  cerca de  70% do seu valor, são impostos e taxas...

Aceito que, possivelmente, farei parte de uma minoria que não gosta deste tipo de carnavais que nada têm de português. 
Mas a questão que verdadeiramente me interessa não é essa.  As pessoas gostam do que gostam.
A questão verdadeiramente relevante, é a dos dinheiros públicos e as  câmaras não têm qualquer dever ou obrigação de organizar e pagar carnavais.
Um espectáculo como este  é um produto comercial.
Assim, do meu ponto de vista, a organização  deve fazer o investimento, realiza o evento e, quem quiser ver, paga.
Quem não quiser, nada tem a pagar.

Gosto de brincar ao carnaval, mas é com o meu dinheiro, com o meu tempo e com a minha disponibilidade.
Prometo que, por aqui,  a brincadeira vai continuar oportunamente.

1 comentário:

Rui Pedro disse...

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