foto sacada daqui |
Não é, não foi e nunca será intenção do autor deste blogue liderar qualquer
contestação ao carnaval.
O que penso é transparente, simples
de escrever e de entender: estas folias, não devem continuar a ser pagas com dinheiros
públicos. O erro pode ser meu, mas não compreendo que a Câmara Municipal determine a cobrança de
impostos e taxas para serviços essenciais, como é o caso da recolha do lixo, alegando que
não pode suportar o seu custo, e queime
o guito em batucadas.
Isto, em tempos normais; por maioria de razões, ainda mais em
tempos difíceis como os que vivemos.
É assim, a meu ver, que se define o perfil de muitos dos autarcas
e governantes que vamos tendo. Pessoas que têm dificuldade em distinguir o
acessório do essencial, embarcando no populismo fácil que os levará à próxima
eleição. Infelizmente, o carnaval da Figueira não é único. Por este país fora,
não faltará batucada e brasileirices pagas com o dinheiro dos contribuintes.
Para mim, nem é
sequer o valor do subsídio atribuído à organizaçaõ que está em causa. O que está em causa é o
seguinte:
1. A ligeireza (para
não dizer outra coisa) com que se disponibilizam dinheiros públicos para
queimar em batucadas e foguetórios.
2. A forma como tais decisões são justificadas ao Zé:
interesse turístico, económico e cultural!
A carga fiscal, que
cerca de 40 anos de democracia consolidou, esmaga-me. A mim, e certamente aos
infelizes como eu, que não têm forma de
contornar o fisco ou passar os proveitos para off-shores. E como o governo ou
as autarquias, não fazem dinheiro, a solução é repetida. Quando este falta,
lança-se um novo imposto, taxa ou coima. Ano após ano, imposto após imposto,
chegámos onde estamos.
Por exemplo, numa conta de consumo de água, cerca de 70% do seu valor, são impostos e taxas...
Aceito que, possivelmente, farei parte de uma minoria que
não gosta deste tipo de carnavais que nada têm de português.
Mas a questão que verdadeiramente me interessa não é essa. As pessoas gostam do que gostam.
A questão verdadeiramente relevante, é a dos dinheiros
públicos e as câmaras não têm qualquer
dever ou obrigação de organizar e pagar carnavais.
Um espectáculo como este
é um produto comercial.
Assim, do meu ponto de vista, a organização deve fazer o investimento, realiza o evento
e, quem quiser ver, paga.
Quem não quiser, nada tem a pagar.
Gosto de brincar ao carnaval, mas é com o meu dinheiro, com o meu tempo e com a minha disponibilidade.
Prometo que, por aqui, a brincadeira vai continuar oportunamente.
1 comentário:
Apoiado. Subscrevo incondicionalmente!
Enviar um comentário