sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Casa Havanesa: novos capítulos ou o fim da história?

Esplanada do Café Nicola – Picadeiro, junto à casa Havanesa na Figueira da Foz
Arquivo Fotográfico Municipal da Figueira da Foz – 1940/1949
Em termos de oferta, continua uma livraria acima da média. 
É certo, que os livros velhos já se foram em grande número -  restam poucos… 
Todavia, o espaço mantém  ainda o cheiro e a essência impregnada nos móveis!.. 

Livraria e casa de fotografia, a Casa Havanesa, no centro da Figueira, junto ao casino, pertencia a José dos Santos Alves e ao seu irmão, Mário dos Santos Alves que foram, respectivamente, os vice-cônsules da Bélgica e da Inglaterra.
Tocados pelo desamparo dos que chegavam, muitas vezes só com a roupa do corpo, os irmãos Alves, não só desempenharam o papel diplomático que lhes competia, como protegeram e ajudaram todos os que os procuravam, recebendo-os nas suas casas, solicitando apoios financeiros para os mais desvalidos, etc. Com o avanço da guerra e à medida que algumas nações iam "desaparecendo" do mapa da Europa, José e Mário Alves passaram, também, a representar muitos desses países.
Assim, a Casa Havanesa tornou-se ponto de encontro obrigatório. Muitos refugiados aqui faziam chegar a sua correspondência. Nesta casa e no seio desta família encontraram conforto, amizade e muita ajuda. Acabada a guerra, muitos foram aqueles que, durante anos, se mantiveram em contacto com os Alves. A estes dois homens foram concedidas, pelos governos inglês e belga duas altas condecorações pelos serviços prestados em prol da Liberdade.

A Havanesa, na Figueira da Foz, é uma livraria diferente: tem dos melhores cheiros a livros que é possível encontrar em Portugal… 
Enquanto é tempo, só para cheirar vale a pena lá ir!.. 
Todavia, o verão de 2012 será provavelmente o último da Casa Havanesa como livraria…

1 comentário:

Jorge Lemos disse...

Obrigado pela referência ao excelente trabalho da Andreia e que mereceu a tua atenção.
Ab.