Quem acompanha este espaço, sabe da minha quase nenhuma fé com os partidos políticos.
Com todos eles, sem excepção.
Outro dia, a propósito da eleição de uma mulher para a presidência da Assembleia da República, falando de politica e, obviamente, de partidos com uma amiga minha, tive este desabafo: "os partidos só tinham a lucrar se a quota das mulheres fosse obrigatoriamente para os 80 por cento. São mais solidárias, mais sensiveis, mais humanas, mais leais... A meu ver, dado o fracasso que os homens têm sido, tal seria uma mais valia…"
Nem me deixou acabar a frase… A resposta dela foi fulminante: "isso só acontece, porque os líderes têm sido os homens!.."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário