Hoje, no Jornal de Notícias pode ler-se: “Estádios do Euro 2004 custam 55 mil euros/dia às câmaras municipais”!...
Recorde-se...
No total, Portugal gastou cerca de 1,1 mil milhões de euros na reforma de estádios já existentes e na construção dos novos estádios, como o de Leiria, Aveiro, Faro, Coimbra, Braga e Guimarães. Apenas quatro dos dez estádios utilizados para o evento escaparam ao investimento público por pertencerem a clubes (Benfica, Sporting, Porto e Boavista).
Contudo, em 2002/2003, quantos se atreveram a colocar esta simples questão: que fazer com a herança do Euro 2004?..
Por outras palavras: quantos, em devido tempo, questionaram se fazia sentido sobrecarregar os portugueses com tamanha despesa?..
Agora, passou a ser moda ser militante anti-Euro 2004…
Mas, por onde andou esta gente?...
Esteve noutro planeta?...
Já que, ao que parece, estiveram fora e não souberam das notícias em tempo oportuno, deixo a informação: Portugal, perdeu na final com a Grécia!..
E não é metáfora…
A terminar.
Como, ao contrário de muitos, penso que demoli-los não é solução, e é forçosamente necessário dar-lhes algum préstimo, sugiro o seguinte: porque a memória é importante, porque não transformá-los em monumentos alusivos à estupidez nacional?..
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário