Sei que já não sou jornalista, como apropriadamente teve a amabilidade de mo recordar um enorme vulto do jornalismo figueirense e nacional da actualidade, em cordial e amável telefonema, num destes últimos dias…
Contudo, embora não seja jornalista, ficou-me o “bichinho”…
Sei, portanto, da importância apelativa do perfume do título da “peça” para prender a atenção e identificar o leitor com o sujeito da notícia.
Perante este título - “Passos empenhado num "acordo de médio prazo" com parceiros sociais”, fiquei com a sensação que se gastaram palavras a mais.
Teria bastado - “Passos empenhado”, e estaríamos em presença de um primeiro ministro com quem o povo se identificaria na perfeição...
Já perante este título – “Ânimos exaltados de Custódio Cruz levam a suspensão da reunião”, fiquei com a sensação de que se pouparam muitas palavras, que seriam necessárias para o povo se identificar com o sujeito da notícia.
Por exemplo estas do Miguel Costa:
“Meu amigo Custódio, sei que muitas vezes dizes que não é necessário que nos preocupemos contigo, mas todas as pessoas (mesmo tu...), devem receber palavras e actos de amizade sempre que a situação justifique.
Como nunca é a altura errada para fazer a coisa certa, aqui vai este acto de amizade.
Pobre democracia esta que está alicerçada em pessoas que procuram apenas os seus interesses, que baseiam a sua vida em favores e contra favores, e em que o interesse dos outros e da comunidade é apenas usado hipocritamente em qualquer comício ou conferência de imprensa.
O resultado do nosso país é fruto destes "auto-intitulados" políticos ( e também auto doutores...), que de politica apenas fazem a sua e dos seus, e que vão continuando a viver na base da mentira e da incompetência.
Mas como acredito que a felicidade da nossa vida depende da qualidade dos nossos pensamentos e acções, estas personagens lá no fundo não deixam de ser uns tristes e uns frustrados, que quando estiverem para morrer vão de certeza lamentar a forma como viveram a vida.
Tu de certeza que não vais e nem lamentas a forma como vives a vida.
Meu amigo tal como sabes só fracassamos quando desistimos, por isso termino com aquele abraço e uma frase que li algures:
"Um vencedor é apenas uma pessoa que se levantou uma vez mais do que as vezes que caiu".
Numa sociedade como a figueirense, que tresanda a merda, por todos os cantos e lados, vale-me o perfume das palavras!
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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