Por mero acaso, via internet, assisti em directo a este “momento tragicómico dos trabalhos”. Porém, dado o melindre, hesitei em abordar o assunto.
Hoje, o Público, pela pena de São José Almeida, de forma magistral, faz o retrato escrito deste momento Castanheira Barros:
“O PSD é de facto um partido extraordinário na política portuguesa.
Tanto que há um quarto candidato, um quase anónimo militante que há dois anos quase se candidatou e agora vai mesmo às urnas. A sua intervenção foi o momento de evasão das tensões do congresso.
Machete teve de pedir silêncio aos congressistas. A sala foi-se esvaziando. Tudo indica que nem o próprio candidato percebeu o que quis dizer.
Isto depois de ter conseguido viver o momento tragicómico dos trabalhos. Pediu não “um minuto de silêncio” mas “um minuto de aplauso” para a Madeira. E com a sala de pé em ovação de homenagem às vítimas da Madeira, continuou empolgado a falar. Quem entrasse na sala, pensaria: afinal, é este quem ganha?”
Nota: Mais uma vez, com as devidas desculpas ao Presidente da Concelhia do PSD da Figueira da Foz, Lídio Lopes...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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