quinta-feira, 30 de novembro de 2006

"Flexisegurança" ou “flexidesemprego”?


O Governo quer aplicar em Portugal o modelo da chamada "flexisegurança", aplicado em países como a Dinamarca ou Holanda, avança o Diário Económico. O modelo facilita os despedimentos e o flexibiliza os horários de trabalho mas, ao mesmo tempo, reforça os mecanismos de apoio social.

Vem aí, então, mudança profunda na forma como o estado vai lidar com as relações laborais.
No próximo ano estará em debate na Concertação Social um conjunto de alterações às leis do trabalho.
O Governo anuncia a intenção de acompanhar o modelo da “flexisegurança” (neologismo que pretende conjugar as ideias, aparentemente antagónicas, de flexibilidade e segurança).
Quer dizer, traduzindo: vem aí a “liberdade para despedir e contratar”.
Nos países nórdicos, a troco de mais segurança por mais flexibilidade, a "flexisegurança" tem nos sindicatos aliados poderosos. Só que, por lá, funciona uma autêntica co-gestão entre trabalhadores, governo e empresários.
E por cá?
Conhecendo a realidade, isto é, a “chico espertice” que por aí grassa, resta aos trabalhadores serem os “bombos da festa.
Será que Portugal pode garantir o nível da protecção social da Dinamarca?
Se assim for, se este pressuposto ficar garantido, aí está uma base para os trabalhadores discutirem a “flexisegurança”.
O futuro o dirá: o que aí vem será “flexisegurança”, ou “flexidesemprego”?
Para insegurança, não chegam os falsos recibos verdes?.

Os problemas da segurança, flexibilidade, polivalência, mobilidade profissional (ascendente ou descendente) reconversão, precariedade no trabalho não residem em quem trabalha, mas sim em quem detém ou gere as organizações. Além fronteiras, os portugueses estão bem cotados, são bem remunerados e respeitados. Por cá...nem tanto!
Será do "clima" ou de quem "manda?

1 comentário:

Anónimo disse...

Cem mil trabalhadores numa manifestação na Austrália contra as novas leis laborais. Mas, que raio, vivemos numa democracia onde as leis são feitas contra a maoiria, ou essa de globalização não passa de um golpe de estado mundial, muito bem feito?
Se isso é democracia, eu não sou democrata.