A derrota de Portugal frente à França, no desempate por penáltis, nos quartos de final do Europeu 2024, domina hoje as primeiras páginas dos jornais desportivos nacionais.
«A Bola», na primeira página, diz que a «Falta de pontaria atira a seleção para casa». Nesta prova jogámos mais de 6 horas, precisamente 364 minutos, sem marcar.
Ontem, «Portugal teve as melhores oportunidades, mas não conseguiu bater Maignan».
«No desempate por penáltis, Félix acertou no poste e a França não falhou».
Não me perguntem é como uma equipa que está seis horas a jogar futebol e não marca um golo, tem aspirações a ser Campeã europeia da modalidade?
Mas nada disto é dramático, ou sequer muito importante.
Como escrevi antes do jogo com a França, o selecionador Roberto Martínez afirmou que vive bem com as críticas que tem recebido no Euro 2024 de futebol.
Já somos dois a viver bem com as críticas (ele deve viver melhor...).
Isto é muito simples.
Se Portugal ontem tivesse ganho, a equipa de futebol "escolhida" por Roberto Martinez seguia para as meias finais.
Se Portugal perdesse, que foi o que aconteceu, a equipa de futebol "escolhida" por Roberto Martinez seguia hoje para Portugal.
Eu vou continuar a (sobre)viver bem.
O Roberto Martinez vai continuar a viver bem, mas talvez um pouco pior...
Tudo isto, incluindo este texto, não vale um caracol.
O que esteve em causa foi apenas uma partida de futebol entre uma equipa "escolhida" por Roberto Martinez e uma equipa comandada por Didier Deschamps.
Portugal não foi, a meu ver, uma selecção: uma selecção, neste caso de jogadores de futebol, implicaria terem sido escolhidos e postos a jogar os melhores por um seleccionador, e não por um gestor de negócios numa poderosíssima indústria que se chama futebol.
Foi isso,a meu ver, que aconteceu com a representação futebolística portuguesa no Europeu 2024.
Eu gosto é de ver jogar bom futebol, que foi coisa que não vi jogar Portugal neste Europeu 2024.
Quem quiser que discuta os sucessivos erros de casting que foram as substituições de Roberto Martínez, ele próprio o maior erro de casting que ainda sobrevive por cá graças ao Diogo Costa...