terça-feira, 7 de maio de 2024
Limpeza continua: Governo demite diretor da PSP e nomeia comandante da Unidade Especial para o cargo
PSD, agora e sempre, um partido messiânico
Quem eram Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota, os fundadoress do PPD?
Eram, antes do 25 de Abril de 1974, os liberais da Assembleia Nacional, a tal Ala Liberal tolerada pelo Estado Novo.
Era, digamos assim, "uma irreverência bem comportada, em nada semelhante à contestação protagonizada por gente merecedora de espancamento, prisão, deportação ou mesmo assassinato."
Por isso, foram na altura apelidados, como “guarda-chuva dos fascistas”.
Em Maio de 1974, Portugal era um país onde o socialismo era a palavra mais banalizada e o desiderato dominante. Portanto, numa altura em que ser liberal não era politicamente eficaz, apresentar-se como Social-Democracia, foi o caminho possível para o PPD parecer de Esquerda.
O PPD há 50 anos defendia - melhor: dizia defender - o socialismo.
Tentou mesmo entrar para a Internacional Socialista. Porém, Mário Soares não andava a dormir. É neste contexto histórico que, em Outubro de 1976, acontece a transformação: de PPD,o partido passa a PSD. Continuando, segundo os seus fundadores, a ser um partido de Esquerda.
Como o futuro comprovou nos 48 anos seguintes, ficaram pelas intenções.
Nas décadas que se seguiram - e nos dias de hoje - o PSD pode ser tudo, menos menos socialista e de Esquerda. Aliás, nem sequer Social-Democrata. Basta recordar o modelo económico percorrido pelo Cavaquismo e a fase Passista do “ir além da Troika”.
50 anos depois o PSD continua igual: não é de Esquerda, nem é socialista. Não se asssume como de Direita e pretende localizar-se algures entre o conservadorismo e o liberalismo - quer na economia quer nos costumes.
50 anos depois, perante a ameaça do Chega, entre o popularucho e o conservadorismo saudosista, quer parecer reformador, mas é o que sempre foi: um partido profundamente messiânico.
Eurodeputados ganham mais 8,6 milhões em trabalhos fora do Parlamento. Quem são e quanto ganham os portugueses?
Num estudo revelado a um mês do início das eleições europeias - que vão entre 06 e 09 de junho - a TI UE, analisando as declarações de interesses dos deputados portugueses ao Parlamento Europeu, pode ver-se o seguinte: as remunerações paralelas variam entre os 14 euros de Sandra Pereira (PCP), em senhas de presença numa Assembleia de Freguesia, e os mais de 68 mil euros anuais do recém-chegado Ricardo Morgado (PSD, em substituição de Cláudia Monteiro de Aguiar, que saiu para o Governo), como representante legal de uma instituição e que está na 27.ª posição dos maiores rendimentos declarados.
Um em cada quatro eurodeputados desempenha trabalhos paralelos remunerados fora do Parlamento Europeu, que ascendem a 8,6 milhões por ano. Portugal surge em 21º na tabela. Veja os nomes e os valores clicando aqui.
segunda-feira, 6 de maio de 2024
Vodafone Rally de Portugal 2024 em directo na televisão
Estão programadas as seguintes transmissões em direto na RTP: quinta-feira, 9 de maio, transmissão da super especial da Figueira da Foz entre as 19h00 – 19h58 Figueira da Foz na RTP 1, no sábado, 11 de maio, entre as 19h00 – 19h58 a Super Especial Lousada na RTP 2 e no domingo, 12 de maio, entre as 8h30 e 9h30, Fafe 1 na RTP 1, e entre as 12h00 – 13h30 Fafe 2 (Power Stage) na RTP 1
Para além da RTP, as transmissões em direto das classificativas também poderão ser acompanhadas na Sport TV. A grelha é a que pode ver, clicando aqui.
Contas da Câmara foram aprovadas na Assembleia Municipal
Preocupação a sul
"O presidente da Junta da Marinha das Ondas, José Alberto Suzana, intervindo na Assembleia Municipal da Figueira da Foz, afirmou que a exploração de suinicultura instalada no lugar de Matos irá ser ampliada. “Esta unidade está mesmo ao lado das casas”, frisou, acrescentando que “a ampliação para o dobro vai trazer mais problemas à população”. O autarca apelou à “câmara municipal e às entidades competentes” que travem a ampliação das instalações."“É na sustentabilidade das associações de bombeiros voluntários que está o nó górdio de todo um conjunto de coisas”...
Uma questão de sustentabilidade.
“É na sustentabilidade das associações de bombeiros voluntários que está o nó górdio de todo um conjunto de coisas”, defendeu o presidente dos BVFF. “Não esquecemos o Fundo de Proteção Social do Bombeiro, nem estamos a falar do plano de reequipamento dos corpos de bombeiros com viaturas, que são matérias à parte, embora também pudessem ser tratadas no âmbito da sustentabilidade das associações”, ressalvou.Aos jornalistas, no final das referidas comemorações, Margarida Blasco defendeu que é necessário “reforçar o sistema de Proteção Civil” ao nível dos municípios.»
Para que passe a constar...
domingo, 5 de maio de 2024
O que é que falta aos figueirenses?
Sublinhe-se, porém: não que tratar bem as pessoas da província seja rural (como diz agora o "nosso" presidente), ou provinciano (como diria o Eça - essa, sim, é o do Eça...).
Como bons provincianos que somos, gostamos que alguém vindo de fora nos inflacione o ego.
Mas, para quê?
Para quem já viajou muito (o que não é meu caso, mas já tive centenas de conversas com amigos e amigas que o fizeram), sabe que a Figueira continua a ser uma das cidades que oferece melhor qualidade de vida para cá se viver.
Temos rio, mar, praia de finas areias, serra, marinhas de sal, flamingos e paisagens maravilhosas, fascinantes, fantásticas e deslumbrantes. Não temos temperaturas agressivas, nem condições de tempo desagradáveis. A cidade é pacata e aprazível. Podemos dar passeatas saudáveis. Felizmente, não somos uma cidade cosmopolita e barulhenta. Depois das 22 horas podemos andar na rua tranquilamente e em segurança. O povo figueirense é naturalmente afável e simpático. Não existem problemas de segurança ou violência no dia a dia. Temos um bom Hospital e outras ofertas a nível de saúde.
Depois: a Figueira oferece aos seus habitantes algo que não tem preço nos dias de hoje: tranquilidade. A poluição, tirando algumas zonas do sul do concelho, quase que não se nota. Mesmo na cidade, não se nota o cheiro dos escapes (quando o vento sopra do sul, o que é raro, sente-se a poluição das fábricas a sul). O trânsito flui (temos agora conjunturalmente alguns problemas na Ponte da Figueira), existem poucos semáforos e dá para estacionar o automóvel com facilidade. Podemos fazer uma refeição fora de casa a preços ainda módicos e acessíveis. Temos um barco a ligar as duas margens.
O que é que falta?
O que alguns precisam: algo que lhes inflacione o ego, para poderem alterar a monotonia duma existência estéril de parolos deslumbrados?
Aproveitem bem este momento de "publicidade enganosa"...
Óscar do pior argumento
Imagem: daqui
Texto: Cátia Domingues/Humorista
«No 25 deAbril, por ocasião dos 50 anos da coisa mais bonita, o “Correio da Manhã" deu-nos a entrevista que se pedia. Não, não foi a Aurora Rodrigues, não foi a Isabel do Carmo, não.
O entrevistado foi Óscar Cardoso, inspector da PIDE, que teve a oportunidade de dar uma perspetiva diferente à História de Portugal. Parece que a policia política do Estado Novo, responsável por neutralizar toda e qualquer oposição ao regime, afinal era cá da malta e tem de beber este copo até ao fim, até ao fim. Segundo o próprio, as pessoas não foram torturadas pela PIDE. Foram, e cito, “chateadas” pela PIDE. E é verdade, há vários relatos de presos que sobreviveram ao encarceramento que dizem isso mesmo. O que os forçava muitas vezes a confessar não eram pauladas no lombo, despir e tocar nas mulheres interrogadas, simulação de afogamento, não. Porque isso configura tortura e a PIDE só aborrecia, como aquelas pessoas que falam alto no cinema. Um dos métodos mais comuns era o de ligar à hora de jantar para casa do suspeito para lhe falar da Endesa. Outro era a famosa tortura do sono que, como sabemos, consistia em estarem ossuspeitos a dormir e vir um pide e começar “estás a dormir? estás a dormir?”, ou quantas vezes o policia que estava a fazer o interrogatório não utilizava aquele método tão cruel como: “Vê lá este mergulho! Olha não estavas a olhar. Vê lá este”. Ou pensam que a escolha de prisões em Peniche ou em Caxias, ali à beirinha da praia, foi por acaso?
Óscar também revelou que os choques no corpo, que estão bem documentados, não eram tortura. Nas suas palavras, "faziam comichão". Sim, na medida em que podemos dizer que decepar um braço aleija. O Óscar quer fazer crer que as sessões de interrogatório da PIDE eram um daqueles momentos divertidotes no confessionário do “Big brother” em que entregam umas pulseiras que dão choques ao concorrente Flávio C., enquanto o fazem jogarJenga. Na mesma entrevista, Óscar revelou o seu voto, porque realmente nunca foi fã do voto secreto. Óscar votou no PAN. Estou a gozar. Foi no Chega.
Óscar também foi organizador de uma tropa secreta, criada pela PIDE nas ex-colónias, chamada Os Flechas, que parece o nome querido de um grupo de escuteiros-mirins que se dedicam a fazer fogueiras com duas pedrinhas, com a diferença de não serem marshmellows a grelhar: “metia-se a pólvora de uma bala em cima da cabeça do arguido em papel de tabaco, lançava-se fogo ao tabaco em cima do papel; não queimava a cabeça mas aquecia um bocadinho, dizíamos que era feitiço, eles ficavamhorrorizados, eles viam num espelho o fumo a sair da cabeça”. É pena que o Youtube tenha sido inventado anos depois, porque o Óscar tinha tudo para ser uma estrela das pegadinhas.
Mas esta não foi a primeira entrevista que o “Correio da Manhã” lhe fez. Já em 2016, o inspector da PIDE Óscar Cardoso foi alvo de perguntas bem pesadas por parte do jornal. “Incomoda-o que definam a sua vida pelos dez anos na PIDE-DGS?” Respondeu Óscar: “Foram os anos mais felizes da minha vida. Pelo contrário, tenho muito orgulho nisso”. Eu não sei se o “Correio da Manhã” já tem entrevistas pensadas para outros dias comemorativos, mas eu sugiro convidarem a Cruella de Vil para o Dia Mundial do Animal.»
sábado, 4 de maio de 2024
Ainda há luar
Porque o 25 de Novembro continua a ser uma data importante...
(para ler melhor clicar na imagem) |
Kit Jones foi homenageado pela Câmara Municipal
O bom senso de Kit Jones, via Diário as Beiras
“É mais do que eu mereço”, citando o título de uma das suas canções e referindo-se a tudo o que recebeu da Figueira da Foz, incluindo a medalha que o município lhe entregou ontem.
Vamos ter legislativas no início do próximo ano?
Hugo Soares: "pecado orginal" ou "erro de casting"? |
O actual Governo tomou posse há 30 e poucos dias. Porém, já todos percebemos que "será praticamente impossível concluir a legislatura".
Depois das eleições de 10 de Março, perante a situação de fragilidade resultante dos resultados eleitorais, era de esperar um governo competente, com experiência política e capacidade de negociar entendimentos com a oposição, em especial com o PS, tendo em conta o “não é não” de Montenegro ao Chega.
Porém, a escolha de Hugo Soares para líder parlamentar foi um sinal. Quem acompanha a política sabe que Hugo Soares tem um perfil que não evita o conflito e a procura de consensos nunca foi o seu forte e, muito menos, sua imagem de marca.
Neste cenário, tudo o que tem acontecido nos últimos dias só pode ter uma leitura: Montenegro desistiu de governar em minoria e resolveu apostar todas as fichas em provocar uma crise política que leve a novas eleições que lhe garantam uma maioria.
Talvez, pensando que o passado se repete: Cavaco fez isso no passado.
Quem não estiver de acordo com esta leitura, faça então o favor de explicar a hostilidade ostensiva que o actual governo tem tido para tudo o que cheira a PS, a muleta a que PSD poderia recorrer para conseguir governar?
Até porque nem são assim tão diferentes...
sexta-feira, 3 de maio de 2024
Uma viagem que começa num sítio bonito chamado Atlético Norte
«Temos um brilhante ministro da Defesa que merecidamente ocupa o primeiro lugar no top das “gafes” governamentais. Aliás, este destaque dá igualmente sentido ao aforismo “poucos mas bons” que se aplica ao CDS/PP.
Numa penada, o intrépido Nuno Melo (uma espécie de MannyMãozinhas, como se viu quando protagonizou o número de aparafusar aplacado partido numa parede do Parlamento) conseguiu referir-se ao tratado do Atlético Norte e propor que os jovens delinquentes, em alternativa à pena de prisão, fossem obrigados a cumprir o serviço militar obrigatório.
O primeiro caso indica-nos que provavelmente o Atlético chegou a um acordo com o Oriental, o que é relevante para os alfacinhas no plano securitário, na medida em que a rivalidade existente entre os dois emblemas coloca problemas de ordem pública.
Já o segundo mostra-se que, em matéria de ideias disruptivas, Nuno Melo situa-se num patamar de rasgo inovador. A simples relação causa-efeito “portaste-te mal vais para a tropa” deve fazer corar de inveja os seus antecessores (porque raio não me lembrei eu disso!), perspetiva-se como um alívio para os diretores prisionais e alcandora-se ao pináculo da excelência.
Claro que surgiram de imediato uns botas de elástico a destruir a coisa, o que é corriqueiro, dado que os génios são sempre incompreendidos.»
Este governo anda a pisar areias movediças
"... Porquê? Porque espera que Miranda Sarmento goze de suficiente credibilidade perante os portugueses para pôr em causa a de Fernando Medina. É uma jogada deveras arriscada. Podemos desconfiar da competência de Medina para muitas coisas, mas não no que diz respeito a contas públicas. Para mais, foi o próprio Miranda Sarmento que tinha reconhecido a existência de um défice...
... a esmagadora maioria dos portugueses não tem formação em finanças públicas. Não consegue interpretar as recentes declarações do ministro das Finanças e sobretudo perceber se tem ou não razão. O mesmo para os esclarecimentos dados por Fernando Medina. Mas há aqui um padrão que todos podemos reconhecer: quando a direita chega ao poder, tem o costume de anunciar de forma veemente que as contas não estão bem. E a seguir parte para políticas de austeridade.
Isto já aconteceu várias vezes. Mas houve uma mudança a que o atual Governo não deu a devida atenção e que dficulta, desta vez, o uso da mesma receita, digo da mesma estratégia. António Costa, Mário Centeno e Fernando Medina não fizeram aquilo de que as governações socialistas costumam ser acusadas, ou seja, tiveram uma preocupação — que muitos, onde me incluo, consideraram excessiva — com as contas públicas.
A análise política tem neste momento uma importância fundamental. Digo com preocupação que contemplar o caos não adianta. É preciso encontrar fio à meada e puxá-lo bem."