quinta-feira, 20 de julho de 2023

Quem se lembra do papel do "Senhor dos Aflitos" na vida Aldeia?

Era neste edificio que funcionava o "Senhor dos Aflitos".
A entrada era por uma porta lateral, do lado da Alfândega.

A Cova e a Gala, têm origem na fixação de pescadores, oriundos de Ílhavo, nas dunas da praia da Cova, por volta 1750/1770.
De acordo com alguns documentos, estudados pelo único Homem que realizou verdadeira pesquisa histórica sobre as origens da Cova e Gala, o Capitão João Pereira Mano, tempos houve em que pescadores naturais de Ílhavo, desceram a costa portuguesa à procura de peixe e água potável que lhes permitisse a sobrevivência.
Sediaram-se na cova de uma duna, um local a que passaram a chamar de Cova.
A Gala, é uma povoação mais recente, nasceu cerca de 40 anos depois, quando alguns dos pescadores se deslocaram para nascente e ergueram pequenas barracas ribeirinhas, para recolha de redes e apetrechos de pesca.

Na minha infância - finais dos anos 50 do século passado - a Aldeia  teria cerca de de 2.000 habitantes. 
Vivia-se mal: não havia esgotos, a corrente eléctrica, nas casas humildes e pobres, era considerada uma excepção, a miséria material, as condições de trabalho desumanas, a deterioração das células familiares, a má nutrição era a situação de toda uma região economicamente desfavorecida.
Especialmente a  “Cova era como um novelo de lã em que não se sabia  onde estava a ponta por onde se devia puxar”.

Os tempos que correm estão difíceis. Cada vez mais difíeis. 
Não quero ser pessimista, mas já estamos a lembrar os tempos da caridadezinha hipócrita da consciência tranquila, que quem viveu antes do 25 de Abril de 1974 em terras onde a miséria campeava, bem se recorda.
Enquanto país, somos o que somos, desde 1143. Os poderes, que continuam a conseguir manter os governados em rédea curta, asseguram a estabilidade do sistema.
É assim que se perpetua a pobreza, a caridadezinha e a humilhação de não podermos ser cidadãos de corpo inteiro.
A Aldeia faz parte de um País que sempre foi pobre e periférico. 

A foto é de 1943. Mostra a realidade da Cova e Gala desse tempo. Na altura, vivia-se em plena II Grande Guerra. Aqui, neste cantinho à beira-mar plantado, imperava o desemprego, o medo, o racionamento, a miséria e a fome. Éramos gente cabisbaixa, vencida e resignada, entregue a um destino sem sentido e ferida na sua dignidade. Valia o altruísmo de alguns a quem doía a visão da fome e da miséria. Estávamos em 1943 em plena Cova num local que alguns, porventura, ainda reconhecerão.
Eram os tempos dos invernos da fome - duros e prolongados. 
Os homens iam para a pesca do bacalhau e as mulheres ficavam a governar a casa.
O dinheiro faltava. Recorrria-se ao "livro" nas mercerias da Aldeia.
Mas, havia invernos ainda mais duros e mais prolongados e com mais fome.

E, aí, restava o último recurso: o "Senhor dos Aflitos"
"Senhor dos Aflitos", para quem não sabe, era a "casa dos penhores" que funcionava na Caixa Geral de Depósitos. 
As mulheres entravam por uma porta lateral (do lado da Alfândega) e subiam umas escadas onde eram atendidas pelo funcionário (se bem me lembro, o senhor Branco...) da Casa de Crédito Popular, criada em 1922 por intermédio da Caixa Geral de Depósitos com o objectivo de regularizar, fiscalizar e moderar a actividade prestamista.
As mulheres deixavam o ouro que tinham em casa (ou emprestado por vizinhos) e traziam os escudos necessários a matar a fome ou para acudir a alguma aflição urgente. 
Mais tarde, quando os homens chegavam do bacalhau levantavam o ouro e entregavam os escudos do empréstimo e dos juros. Quando, no prazo estabelecido, não havia escudos suficientes para trazer o ouro para casa, iam-se pagando juros. 
Em última análise, perdia-se o ouro que era leiloado pelo prestamista.

Nas atribuições da Caixa Geral de Depósitos, de 14 de Julho de 1918, decreto nº 4 670, existem já alusões a operações relacionadas com empréstimos a curto prazo, sobre penhor de títulos, ouro, prata, pedras preciosas e outros objectos.
Nesta altura, o Conselho de Administração estabeleceu as condições gerais em que se poderiam fazer esse tipo de empréstimos, sobre penhores, a particulares, definindo a percentagem sobre as cotações e decididindo sobre o reforço dos mesmos penhores quando se tornasse necessário, assim como as quantias a aplicar a estas operações.
Para regularizar a actividade, surge então a necessidade de formar um organismo. É criada a Casa de Crédito Popular, por intermédio da Caixa Geral de Depósitos, com o objetivo de moderar esta actividade, de modo a conter os abusos, regular e moderar os lucros daqui provenientes, ao mesmo tempo, proporcionar às classes menos favorecidas, alguma assistência económica.
No Regulamento de 29 de Maio de 1922, estabelecem-se as normas, pelas quais, a Casa de Crédito Popular, se irá reger. As operações de crédito passavam a ser efetuadas na sede, assim como, nas diversas agências, que a administração entendeu criar, sobretudo, em localidades bastante populosas. Ao mesmo tempo, definia também, o limite das quantias cedidas de acordo com o valor dos penhores.

Comparem o que se passava então, com o que acontece hoje.
Portugal vive como quase sempre viveu: em crise  económica. 
Temos de novo "o regresso da sopa dos pobres como modelo social", outros, reconhecerão o mesmo olhar e a mesma resignação em largos milhares de nós. 
Contudo, o mercado do ouro continua pujante.
Mas como é que funciona agora o negócio do ouro?
Completamente desregulado. 
Quando alguém quer vender ouro, dirige-se a uma loja das muitas que para aí existem.
Primeiro, a peça começa por ser avaliada, com a loja a estabelecer um preço para a peça, conforme a cotação diária do ouro e com uma margem comercial que pode atingir os 20%.

Portugal padece de uma genética incapacidade nacional: a de conseguir construir uma sociedade evoluída seja a que nível for - cientifico, técnico, cultural, social ou económico.
Por sua vez, os políticos sempre tiveram como meta preservar esta situação: a sociedade de governantes e de governados, mantendo estes com rédea curta por via de favores e esmolas.
Construiu-se - e mantém-se, assim, uma sociedade favorecida, dentro de uma outra, de desfavorecidos. A dos empregos pelo partido e não pela competência, dos negócios pelos interesses e não pela qualidade orçamental, da governação pelos favores e não pela liberdade do voto em consciência.
Enquanto país, somos o que somos, desde 1143. Os governantes, que continuam a conseguir manter os governados em rédea curta, asseguram a estabilidade do sistema.
É assim que se perpetua a pobreza, a caridadezinha e a humilhação de não podermos ser cidadãos de corpo inteiro.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

PS: hecatombe política em S. Pedro (3)

 Via Campeão das Províncias

Histórico: 
PS: hecatombe política em S. Pedro (1
PS: hecatombe política em S. Pedro (2)

"De uma vez por todas, é necessário que os figueirenses se unam, no desiderato de colocar o bypass a funcionar o mais urgentemente possível!"

 Via Diário as Beiras

Produção artesanal de sal na Figueira da Foz inscrita no Património Cultural Imaterial

 

Para ler a notícia, clicar aqui.

A guerra na Ucrânia tem as costas largas: “senhores da guerra” impedem “corte” de ponte na Figueira Foz

Via Notícias de Coimbra

«No âmbito da Empreitada “EN109, km 118+108, Ponte Edgar Cardoso. Substituição do Sistema de Tirantes”, o corte total de trânsito na ponte previsto em período noturno, não ocorrerá, previsivelmente, até ao final da 1.ª quinzena do mês de agosto, avançou hoje a edilidade figueirense.

“Esta alteração ao planeamento inicial decorre da persistente dificuldade na obtenção de materiais, designadamente aços, associados à guerra provocada pela invasão da Rússia à Ucrânia”, volta a ser  a “desculpa” da Infraestruturas de Portugal.»

Nota de rodapé.

Neste momento começo a ter uma dúvida: será que o barco "Carlos Simão", vai conseguir durar até ao terminus das obras na Ponte Edgar Cardoso?

Antigo terminal rodoviário foi cedido pelo município à Universidade de Coimbra

Via Diário as Beiras 

terça-feira, 18 de julho de 2023

O velho homem do mar da minha Aldeia que eu continuo a ser...

Para ler clicar aqui.

UMA AMERICANA PARA PROTEGER OS CONSUMIDORES EUROPEUS DOS GRANDES MONOPÓLIOS AMERICANOS

"A nomeação da americana Fiona Scott Morton como economista-chefe de concorrência para a Comissão Europeia está a causar algum rebuliço na Europa, e particularmente na França."
Mas, afinal, "quem é Fiona Scott Morton, qual a sua filosofia e porque foi recrutada?
O jornal Le Monde informa que ela é muito conhecida no campo especializado da economia da concorrência. Concorrência e consumidores são secundários no seu pensamento, considera o artigo. A sua filosofia é que as grandes empresas são eficientes e que especialistas económicos (como ela) são suficientes para promulgar regulamentos para proteger os consumidores."

Para ler o artigo na totalidade, clicar aqui.

"A erosão costeira é o mais urgente dos problemas, a mais premente das preocupações, a prioridade mais consensual no nosso concelho"....

 Imagem via Diário as Beiras

Nota.
Será que, finalmente, se começa a ver a realidade?
E a realidade é mesmo esta: "a erosão costeira é o mais urgente dos problemas, a mais premente das preocupações, a prioridade mais consensual no nosso concelho".
A realidade da erosão costeira, há muitos anos, que deveria ter sido dos principais assuntos a preocupar os que receberam o mandato popular para cuidar da polis figueirense.
Por isso, para muitos, é preocupante e inexplicável o adiamento da implementação do bypass.
A erosão costeira, isto é, o avanço do mar sobre terra, continua a fazer o seu caminho na orla costeira a sul do estuário do Mondego.
Basta uma simples deslocação a esta parte do território para verificar que o avanço do mar sobre a terra assume aspectos preocupantes.
Basta, logo a seguir ao ao parque de estacionamento da Praia da Cova, percorrer os cerca de 50 metros que restaram do passadiço. Chegados lá, olhem para sul e atentem no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial. E não foi por falta de alertas. 
Recordo um via OUTRA MARGEM, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006.
Já lá vão quase 17 anos...
Entretanto, as previsões quanto às consequências do prolongamento do molhe da Figueira da Foz, concretizaram-se. 
O areal das praias da região está a desaparecer e o mar está cada vez mais próximo das casas, sendo previsível que, se nada for feito, dentro de poucos anos invada as povoações.
As previsões dos pescadores da minha Aldeia, dos ambientalistas e especialistas em assuntos do mar quanto às consequências do prolongamento do molhe na Figueira da Foz, estão-se a agravar de forma assustadora.
Citando Alfredo Pinheiro Marques, director do Centro de Estudos do Mar: houve falta de sensatez. “Esse problema já se percebia no século passado, em exemplos como os do Furadouro ou de Espinho, que até o cineasta Paulo Rocha mostrou em 1966 no seu filme Mudar de Vida, pelo que se deveria, pelo menos, não ter feito mais erros”
“Quando por razões económicas, turísticas ou de especulação imobiliária, se constroem os molhes e esporões, criam-se verdadeiros aterros a Norte e fica-se sem areia a Sul, podendo o mar entrar pela terra a dentro, colocando em risco as habitações”.
“A construção de molhes ou pequenos esporões tem um preço, que é caríssimo”. 
Pinheiro Marques, sobre o que aconteceu na Figueira não tem dúvidas: “aumentando o problema para o dobro aumentou-se também os seus efeitos para o dobro”
A verdadeira diferença, neste caso, como em tudo na vida, está em todos aqueles que, sejam de que quadrante político forem, conseguem ter a isenção, a independência, a coragem de se demarcarem e tomarem posição, arrostando com as consequências.
Esses, são os que devem ser lembrados, sem esquecer as grandiosas obras que a mediocridade instalada legou ao futuro.
Manuel Luís Pata"o responsável pelos livros que nesta cidade da Foz do Mondego, até hoje, foram publicados sobre a pesca longínqua do bacalhau e sobre os estaleiros da construção naval figueirense", é um deles. Foi um Homem que nunca abdicou de lutar. Liderou ou participou em muitas batalhas. Quase todas, se não mesmo todas, perdidas.
Entre elas, até agora, a que continua a ser travada: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?
Como Manuel Pata costumava dizer: devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
O extenso areal já existia em 2008. Existia e todos sabíamos qual a razão.
E, mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte!
Na Figueira, a Praia frente à cidade, a barra e a orla costeira a sul do estuário do Mondego, estão assim por vontade dos homens.

Taxa turística começa a ser cobrada a partir de hoje

Tal com estava previsto, a Taxa Municipal Turística (TMT) da Figueira da Foz aprovada por maioria na mais recente sessão da Assembleia Municipal (PSD e CDU votaram contra), começa a ser cobrada hoje, dia seguinte à publicação do regulamento no Diário da República. 
O valor a aplicar às dormidas, isento de IVA, até um máximo de sete noites consecutivas por pessoa, é de 1,5 euros, de outubro a março, e de dois euros, de abril a setembro. 
A partir de agora, as unidades hoteleiras, os empreendimentos turísticos (incluindo parques de campismo) e o Alojamento Local têm 30 dias para se registarem na plataforma digital criada para o efeito. Através deste meio, é enviado, para o Município da Figueira da Foz, o relatório mensal das dormidas ou obtêm-se os dados para a respetiva transferência bancária. 
Os mediadores da cobrança (unidades de alojamento) recebem 2,5 por cento sobre as verbas resultantes da taxa turística.
A TMT é cobrada a hóspedes com idade igual ou superior a 16 anos, nacionais e estrangeiros. Os residentes do concelho da Figueira da Foz não estão isentos do pagamento. Estão isentos da TMT portadores de deficiência com comprovada incapacidade igual ou superior a 60% e estudantes nacionais e estrangeiros que frequentem instituições de ensino no concelho, com estadia desde o início do ano letivo e até um máximo de 60 dias. E, ainda, realojados na sequência de catástrofes ou intempéries.
Notícia com todos os pormenores na edição de hoje do Diário as Beiras.

Cinema: a Figueira da Foz na rota das produções internacionais

 Via Diário as Beiras

«A visita que uma delegação de Bollywood (a chamada “Hollywood indiana”) realizou em maio último à Figueira da Foz teve um final feliz, já que resultou nas filmagens de uma longa-metragem na cidade. Sem custos para o município, que apenas isenta a produção de licença pela utilização de espaços públicos.

As filmagens terão como cenários o Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), o Palácio Sotto Maior e estradas da Serra da Boa Viagem. A rodagem do filme no asfalto também poderá ser feita na estrada “enforca cães”, no Cabo Mondego, já que a direção de ação – um dos elementos trabalhou no último filme da série “Indiana Jones” – ainda não decidiu qual das vias rodoviárias será utilizada naquela zona.
Para Bruno Manique, coordenador do Film Office Figueira – grupo de trabalho constituído pelo executivo camarário para a captação de produções audiovisuais no concelho – , em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, a rodagem da longa-metragem indiana “significa que a Figueira da Foz passa a estar no centro de grandes produções em Portugal”.
Burno Manique acrescentou que aquela “é uma produção de grande dimensão, sem custos para o município, que apenas isenta as filmagens do pagamento de taxas”. Por outro lado, frisou que a produção vai proporcionar um “encaixe financeiro na economia local”

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Autoridade de Seguros suspendeu mediador da Figueira da Foz que criou fundo falso


"A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) suspendeu preventivamente a atividade do mediador da Figueira da Foz que criou um produto financeiro falso, imputando-lhe 16 contraordenações graves, divulgou hoje aquela entidade.

O esquema, que está a ser investigado pelo Ministério Público, passava pelo uso de um “símbolo” da Liberty Seguros “aposto na folha” e um nome parecido com o da seguradora.

Na altura, Paulo Pinto alegou que os proveitos de cerca de 328 mil euros, arrecadados pelo fundo durante 10 anos, “entre 2009 e 2019”, foram investidos na sua empresa. Reiterou que o produto financeiro “não existia”, era um produto “semelhante ao que existiu, no passado, numa outra seguradora”, mas que acabou “vendido às pessoas como se fosse da Liberty”.

No final de 2022, a Liberty Seguros rescindiu com “justa causa” o contrato com Paulo Pinto, por este “ter violado os deveres de lealdade e boa-fé”, avisando, por carta e em ‘letras gordas’, os clientes do mediador a não lhe fazerem “qualquer pagamento”.

A seguradora representava 85% da actividade da empresa unipessoal, numa carteira de 4.500 apólices, avaliada em cerca de um milhão de euros em prémios comerciais, que garantiam um rendimento anual que podia chegar aos 200 mil euros."

Mais pormenores no Campeão das Províncias.

sábado, 15 de julho de 2023

As presidenciais de 2026, "a vaga de fundo guterrista" e as manifestações dos ódios de estimação a Santana que começam a vir ao de cima...

Depois de um período fora, Pedro Santana Lopes voltou a ser presidente de Câmara na Figueira da Foz. 

Era esperado e querido o seu regresso?

A maioria dos que ainda votam no concelho da Figueira, a avaliar pelos resultados eleitorais das autárquicas de 21 de Setembro de 2021, demonstrou que sim.

A realidade é a realidade: desde os que o idolatram (que os há...), até aos que o abominam (que também os há...), todos reconhecem que o concelho da Figueira com ele é outra coisa. 

Este seu segundo mandato como presidente de câmara, encontra-se quase a meio. Goste-se ou não, um facto é inegável: Pedro Santana Lopes dá à vida política figueirense uma visibilidade, a nível nacional, e uma vivacidade, a nível local, que mais nenhum político conseguiu dar em quase 50 anos de democracia.


E enquanto na Figueira as coisas vão andando, a nível do País as coisas também vão girando. 

A história repete-se: aí está uma nova (mas nada original) "vaga de fundo guterrista..."

Presidenciais 2026: Guterres à frente, mostrou há 5 dias sondagem da Intercampus.

"Portugueses veem secretário-geral da ONU como a pessoa certa para suceder a Marcelo. Quase empatado com Guterres, Costa reúne 14,3% das intenções de voto. Passos, que já liderou, é agora o terceiro."

Portanto, segundo esta sondagem, "caso as eleições acontecessem agora, António Guterres, secretário-geral da ONU, seria o candidato a Presidente da República com mais intenções de voto, seguido de perto por António Costa." 

Um pormenor: tanto Guterres, como Costa, que se saiba, não anunciaram, até ao momento, qualquer propósito de candidatura à Presidência da República em 2026.

Este apelo a Guterres, algo que se repete, não será mais uma bela demonstração dos ódios de estimação que o potencial candidato a candidato Santana sempre teve ao longo da sua carreira politica?

"Encontros da Claridade"...

Via Município da Figueira da Foz

"... a primeira sessão da nova iniciativa do município, «Figueira da Foz- Encontros da Claridade», que teve como tema «A Europa e o Mundo- As Evoluções Possíveis» e como convidados: António Martins da Cruz - embaixador da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), assessor diplomático do primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva por dez anos e Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas; Nuno Rogeiro, jornalista, comentador televisivo e cientista político. Pedro Santana Lopes, moderou o Encontro".

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Câmara da Figueira da Foz vai reabilitar 145 habitações

"Na Praia da Leirosa, freguesia da Marinha das Ondas, foram assinados quatro contratos de empreitadas de reabilitação de habitações no município da Figueira da Foz e um acordo de reforço de financiamento da Estratégia Local de Habitação, para cerca de 16 milhões de euros.

Em curso, incluídos nesses 16 milhões de euros, estão já os trabalhos preparatórios para a reabilitação de 145 fogos – cujo contrato de consignação deverá ser assinado ainda este mês, iniciando-se, em seguida as obras propriamente ditas – que abrange 41 habitações na Vila Robim (freguesia de Tavarede), 16 na Quinta das Recolhidas (Vila Verde) e 88 na Leirosa, intervenção com um custo total de 5,6 milhões de euros, financiados a 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e um prazo de execução de dois anos.

A autarquia tem em curso o projecto de outra operação de reabilitação, mas também de construção de novas habitações, que passa pela requalificação, na Figueira da Foz, dos bairros Padre Américo e Monsenhor Palrinhas (que eram pertença da Igreja Católica e transitaram para o Município) e, na Marinha das Ondas, onde reside uma vasta comunidade imigrante oriunda do Nepal, Índia e Bangladesh – a construção de 14 novos fogos, indicou a vereadora do pelouro, Olga Brás."

Mais pormenores no Campeão das Províncias.

Bruno Gonçalves, publica livro no ano em que se assinalam 500 anos de perseguições aos portugueses ciganos

 Via Diário as Beiras

Taxa Municipal Turística deverá começar a ser cobrada a partir de 18 do corrente mês

Via Diário as Beiras
Para ler melhor clicar na imagem
"O regulamento da Taxa Municipal Turística da Figueira da Foz deverá ser publicado no dia 17 deste mês no Diário da República, avançou ontem a vice-presidente da câmara, Anabela Tabaçó, na sessão pública de apresentação da versão final dos respetivos regulamento e plataforma digital. 
A confirmar-se, a taxa começará a ser cobrada, pelas unidades hoteleiras, empreendimentos turísticos e Alojamento Local (AL), no dia seguinte. O valor a aplicar às dormidas, até um máximo de sete noites consecutivas por pessoa, varia entre 1,5 euros, de outubro a março, e os dois euros, de abril a setembro.
Estão isentas de pagamento portadores de deficiência com incapacidade igual ou superior a 60%, mediante apresentação de comprovativo. Os estudantes nacionais e estrangeiros que frequentem instituições de ensino no concelho, com estadia desde o início do ano letivo e até um máximo de 60 dias, também estão abrangidos. De igual modo estão isentas pessoas realojadas na sequência de catástrofes ou intempéries declaradas. 
A taxa é aplicada a hóspedes com idade igual ou superior a 16 anos, não obstante a nacionalidade ou zona de residência. Ou seja, os figueirenses também estão sujeitos ao pagamento. Cabe às unidades hoteleiras fazerem a cobrança e a respetiva transferência para o Município da Figueira da Foz, tendo direito a uma comissão de 2,5%, isenta de IVA. 
As unidades de alojamento têm de enviar a relação das dormidas relativas ao mês anterior até ao dia 15 de cada mês, com efeitos a partir de setembro deste ano. O processo é totalmente digital, incluindo a faturação e os dados para a transferência bancária, através de uma plataforma criada para o efeito."

Já passou quase metade do actual mandato autárquico

Imagem sacada daqui
O resultado das eleições autárquicas de 2021 na Figueira da Foz deram um segundo mandato, 20 e tal anos depois, a Santana Lopes. Desta vez, concorrendo não pelo PSD, mas por uma lista de "independentes": FAP - "Figueira a Primeira".
Quase a meio do mandato, não deixa de ser curioso o que entretanto aconteceu.
No PSD aconteceu o que estava previsto. Lembro um extracto da minha crónica na Revista Óbvia, edição do mês de Novembro de 2021.
Na Figueira, em 2021 e anos seguintes, concorde-se ou não, a vida política vai passar por políticos como Santana Lopes - aqueles que sabem aproveitar as oportunidades pessoais.
Santana sempre foi mestre a aproveitar as falhas dos chamados "notáveis", que desprezam num partido enraizado no povo, os  militantes. Os "baronetes" das concelhias e das distritais, têm de si próprios e da sua importância uma ideia desproporcionada do peso real que lhes é dado pela máquina partidária dum partido com Povo, como é o PSD.
Sem esquecer que na "elite" local há quem se oponha,  não me admirará que o verdadeiro "proprietário" do PSD Figueira, nos próximos tempos, venha a ser, não alguém que defenda a aproximação a Santana, mas, ainda que por interposta pessoa, o próprio Santana Lopes.
E Santana Lopes, se assim o quiser,  nem vai precisar de tornar a ser militante do PSD...

Imagem sacada daqui
Neste momento, quase a meio deste segundo mandato, em meados de Julho de 2023, Santana Lopes já tem a maioria absoluta que não conseguiu nas eleições: Ricardo Silva, o "enfant terrible" da política figueirense desde 2005, que assumuiu  a função de vereador da oposição depois da renúncia do candidato a presidente de câmara na lista do PSD/Figueira, Pedro Machado, já é vereador a tempo inteiro. 
E tudo decorreu na mais santa e sagrada paz do Senhor. 
Com o ambiente politico figueirense normalizado, quase que passou ao esquecimento algo, isso sim, completamente original, pelo menos no nosso concelho: a debandada geral dos vereadores eleitos pelo Partido Socialista.
Foi algo inusitado, pois o que se esperava que acontecesse era uma oposição competente e aguerrida ao candidato vencedor, visando demonstrar quão erradas iriam ser as medidas por ele anunciadas na campanha e que tão criticadas foram pelo PS.  Ao mesmo tempo, penso eu que não percebo nada de política, seria também a forma de manter viva a chama do Partido Socialista, no concelho e na Autarquia, conservando igualmente viva a esperança de em Setembro de 2025 poder disputar, com hipóteses de reganhar, a liderança do Município da Figueira da Foz.
Como figueirense atento (e não como simpatizante e muito menos militante do Partido Socialista) permitam que sublinhe: quem melhor do que os 4 vereadores eleitos pelo PS para desempenhar esse papel?
Estiveram durante vários anos no poder na Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Quem melhor  do que eles conhecia, por dentro, os projetos e os meandros do poder autárquico local?
O mínimo que se pode apontar é, como original e estranha, a decisão de abdicar em bloco do lugar a que concorreram, contrariamente ao que recomendaria a mais sã conduta e prática democrática. 
Ou revelou-se menos interessante, aliciante e, quiçá, vergonhoso, os outrora senhores absolutos do poder político concelhio passarem a ser apenas vereadores na oposição?
Em democracia, não se concorre à presidência da câmara e à conquista do poder: concorre-se a um lugar na vereação, podendo acontecer que esse lugar venha a ser o primeiro, ou não. 
Quem concorre a uma Junta de Freguesia ou a uma Câmara Municipal tem o compromisso e o dever de respeitar a vontade dos eleitores.
Tirando motivos de força maior, é imperdoável que não se assuma o cargo e se desempenhe as  funções para que se foi eleito.
Isso não aconteceu por motivos óbvios. Não conseguindo disfarçar a sede de poder e de manutenção do mesmo que, quem concorreu em Setembro de 2021 pela lista do Partido Socialista sempre demonstrou, logo que puderam foram tratar da suas vidinhas.

Imagem sacada daqui
Mas há outro pormenor. 
O Militante que concorreu ao cargo de Presidente de Câmara na lista PS, resguardado por um lugar de nomeação governamental, pode estar a evitar somar mais disparates políticos.
Deste modo, pode conseguir fazer esquecer ou, pelo menos, minimizar os estragos políticos sofridos pela arrogância no trato que lhe era apontada e não conseguiu esconder, a tempo, em Setembro de 2021.
Foram muitas as asneiras conhecidas cometidas no passado. Nada, porém, que o obscuro lugar de administrador nomeado pelo governo, não possa branquear dada a conhecida e reconhecida memória curta do eleitor figueirense.
O anos de 2025 e 2026, tempo de eleições autárquicas e presidênciais, estão à porta. 
E o tempo em política, tal como na vida, passa muito depressa e é sempre curto.
Em especial, quando existem indefinições...