domingo, 30 de abril de 2023

Polémica sobe de tom...

Primeira vereação camarária a seguir ao 25 de Abril de 1974

Via o jornal Mar Alto, edição de 8 de Maio de 1974 (estão quase a completar-se 49 anos), fica a lembrança do primeiro executivo democrata a seguir à conquista da Liberdade.
Era presidido por Cerqueira da Rocha que, na opinião de Joaquim Barros de Sousa"em 25 de Abril de 1974 era o principal rosto das actividades, umas toleradas, outras clandestinas, que a oposição democrática ia prosseguindo na Figueira da Foz."
Esta Comissão Gestora dos destinos do concelho da Figueira da Foz esteve pouco tempo no poder. Foi substituída por um elenco comandado pelo Professor Marcos Viana. Em Outubro de 1974, Maria Judite Mendes de Abreu passou a presidir à Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Figueira até Dezembro de 1976, altura em que se realizaram as primeiras eleições autárquicas. 
As pimeiras eleições para eleger os órgãos locais depois da Revolução dos Cravos, foram realizadas a 12 de Dezembro. Foram eleitos 304 presidentes de câmara municipais, 5 135 deputados municipais e cerca de 26 mil deputados para as assembleias de freguesia.
O pastor José Manuel Leite, da Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal, foi o primeiro presidente eleito no nosso concelho. Seguiu-se Joaquim Barros de Sousa, Aguiar de Carvalho, Santana Lopes, Duarte Silva, João Ataíde, Carlos Monteiro (que substituiu João Ataíde após a sua ida para Secretário de Estado do Ambiente). Santana Lopes, nas eleições de Setembro de 2021, voltou à persidência da câmara da Figueira da Foz.

sábado, 29 de abril de 2023

Figueira da Foz está a evocar centenário do nascimento de Madalena Biscaia Azeredo Perdigão

"partir de hoje o Auditório Municipal, passa a chamar-se «Auditório Municipal Madalena Perdigão»"

É assim tão difícil pereceber que o que Ventura quer é espaço nos media?

«Quando não sabemos responder a uma pergunta, dizemos que “dava uma tese de doutoramento”. Ou seja, que é preciso tempo e trabalho para procurar a resposta.» 
Hoje, no Jornal Público, Bárbara Reis demonstra estatisticamente como o Chega tem sido favorecido pelos «media».

FÁBRICA DE OCIOSOS INÚTEIS

Anda para aí mais de meio Portugal alarmado com o momento político...

A propósito de Fredericos e Galambas, recordo Batista Bastos:

«Serviram de péssimo exemplo aos mais novos. Aqueles sinistros agrupamentos de "jotas" mais não são do que máquinas de produzir inutilidades. Repare-se nos trajectos de antigos dirigentes "juvenis" de ambos os partidos. A canseira que acumulámos é proporcional ao exercício do ócio praticado por aquela gente.»

III Congresso da Oposição Democrática realizado em Aveiro

Hoje, por amável deferência de outro Amigo, publica-se a segunda folha deste manifesto.
Para ler melhor clicar em cima da imagem.

Assembleia Municipal: Paço de Maiorca - ponto foi retirado da ordem de trabalhos da sessão de ontem

Ontem, a partir das 15 horas, reuniu a Assembleia Municipal da Figueira em sessão ordinária. Da Ordem de Trabalhos (pode se conhecida clicando aqui), constava o ponto 5.5 - proposta de alienação do Paço de Maiorca.

Quem estava a ver a sessão em directo, via internet, por informação do Presidente da Assembleia Municipal, ficou a saber que este ponto foi retirado para ser votado numa sessão posterior. Tal aconteceu a pedido do presidente Santana Lopes, apesar da proposta de venda do Paço de Maiorca, ter aprovação assegurada, segundo a edição de ontem do Diário as Beiras

“Achei que o devia fazer. No exercício destas funções, quando sentimos isso, devemos agir em conformidade. Falei com a generalidade [das forças políticas]”, esclarece Santana Lopes na edição de hoje do Diário as Beiras. “Se eu disser que tenho a proposta A ou o caminho B, não tenho. Vou pensar, falar com os meus colegas de executivo, para ver se descubro outro caminho [que não seja a venda]. Preciso deste tempo”, disse ainda Santana ao mesmo jornal. 

O tema será retomado no próximo mês. Contudo, na sessão de ontem da Assembleia Municipal o "assunto Paço de Maiorca" não deixou de ser abordado. Santana Lopes disse: “Considero que o que está lá é criminoso”José Fernando Correia, membro da AM pelo PS, propôs um debate aprofundado sobre o assunto, quando a nova proposta do executivo camarário regressar à AM. 

Ainda na sessão ordinária da Assembleia Municipal realizada ontem, destaque para o facto das contas do município do exercício de 2022, que obtiveram um saldo positivo de cerca de 775 mil euros, terem sido aprovadas. Depois da aprovação na reunião de câmara, foram agora também aprovadas na AM, com os votos a favor da FAP e do PSD, a abstenção do PS e do BE e o voto contra da CDU. 

Santana Lopes alertou que os resultados de 2023 poderão ser diferentes, considerando os “imponderáveis” de uma conjuntura global instável. Não obstante, garantiu que manterá uma “gestão equilibrada”.

A NOVA COLOCAÇÃO DAS FORÇAS POLÍTICAS REPRESENTADAS NA AM NA SALA DO SALÃO NOBRE DOS PAÇOS DO CONCELHO

Quem acompanhou via internet esta sesssão da AM teve uma dificuldade acrescida: com esta nova disposição dos elementos na sala, quem não estava nas primeiras filas, mesmo quando usava da palavra, não aparecia a imagem. Entre eles, os deputados municipais mais interventivos no decorrer dos trabalhos. A saber: Silvina Queiroz, da CDU, o representante do BE e Rascão Marques do PSD. A maioria dos deputados municipais na primeira fila, visíveis na foto, nem sequer abriram a boca... Há aqui qualquer coisa a precisar de ser melhorada. Aliás, o próprio presidente da AM, no decorrer dos trabalhos, admitiu estar aberto ao diálogo para tentar melhorar a situação.

No momento em que foi obtida a imagem, está a usar da palavra a deputada municipal Silvina Queiroz. Já tinha falado o representante do BE e do PSD e o que se via em casa foi o mesmo: via internet não se conseguia ver quem estava a falar. Só se ouvia. 
Vá lá, vá lá... Contudo, não seria democraticamente falando mais natural, todas as forças representadas na Assembleia Municipal da Figueira da Foz terem um lugar na primeira fila? 
Não é assim que acontece na casa da Democracia, que é o Parlamento Português?
Neste regresso ao Salão Nobre dos Paços do Concelho que existe qualquer coisa a precisar de ser melhorada, disso parece que não há a mínima dúvida...

"Geringonça", é isto: o que está a acontecer em cima de uma maioria absoluta...

Miguel Pinto Luz, um vice do PSD sobre o Chega

"Para o vice-presidente do PSD, estamos perante um problema de falta de juizinho e de bom senso dos dirigentes do Chega, e isto, já se sabe, são coisas da vida que não vale a pena dramatizar.

Convido-vos a ler a entrevista de Miguel Pinto Luz (M.P.L.), na Hora da Verdade, neste jornal. É um perfeito resumo do posicionamento do PSD em relação ao Chega e das razões para continuarmos aqui. M.P.L. classifica o Chega como sendo imaturo e imberbe e ainda acrescenta que não é por sua causa que a democracia está em crise.

M.P.L. afirma que não lhe cabe avaliar se o Chega é ou não racista e xenófobo, mas Luís Montenegro – quando lhe perguntam se fará entendimentos com o partido – costuma esclarecer que não se entenderá com partidos racistas e xenófobos. Em que ficamos? São ou não são capazes de fazer essa avaliação?

O que vos quero dizer é que o PSD continua a navegar na ambiguidade, continua a não esclarecer. Ao mesmo tempo, os seus dirigentes manifestam irritação por lhes continuar a ser feita a mesma pergunta. Seria tão fácil pôr termo a este assunto: com duas frases, Luís Montenegro silenciava o país. Mas não. Pretendem que seja a comunicação social, a generalidade dos portugueses e sobretudo o PS a parar de falar no Chega e de equacionar cenários, ou seja, a fazer de conta que está tudo esclarecido.

Se as mesmas perguntas continuam a ser feitas mês após mês, é porque nunca foram inequivocamente respondidas. E, se assim foi, é porque o PSD está preparado para fazer o entendimento que a maioria do país teme e de que o Chega se gaba à boca cheia."

Carmo Afonso, no Público

sexta-feira, 28 de abril de 2023

“Não há condições” para Galamba continuar no Governo, diz PSD

"PSD defendeu esta sexta-feira a demissão de João Galamba, a provar-se que quis omitir informações ao Parlamento."

Meio século depois, OUTRA MARGEM recorda os democratas figueirenses que constituiram o Núcleo de apoio do Concelho da Figueira da Foz ao III Congresso da Oposição Democrática realizado em Aveiro

Em Abril de 1973, a cidade de Aveiro acolheu um acontecimento importante na construção da democracia portuguesa: entre os dias 4 e 8, realizou-se o III Congresso da Oposição Democrática
Destinado a apresentar listas unidas às eleições legislativas que tiveram lugar em outubro desse ano, integrou diferentes correntes ideológicas e políticas, associadas a um debate aceso, participado e bastante produtivo. 
Nele colaboraram oposicionistas de diferentes gerações e tendências, incluindo militares que, um ano depois, viriam a participar na Revolução dos Cravos. 
A realização do Congresso foi, como afirmaram na altura vários congressistas, uma conquista da Oposição Democrática e não uma concessão do regime. Aliás, o fascismo, não tendo condições de impedir a efectivação do Congresso, fez tudo quanto pôde para criar dificuldades e minorar a sua importância. 
A saber: as dificuldades postas à sua divulgação e propaganda e à sua preparação e organização; a proibição da romagem ao túmulo de Mário Sacramento e a proibição de todos os actos públicos, acompanhado das ameaças do costume para tentar criar um clima de medo; o encerramento do parque de campismo para impedir o acampamento aí de milhares de pessoas que pretendiam assistir à última fase do Congresso; a ocupação do parque da cidade pelas forças policiais para impedir a realização do grande piquenique de confraternização; a intercepção pelas forças da GNR e PSP de todas as vias de acesso à cidade, impedindo o direito de circulação e a chegada dos muitos milhares de democratas de todos os pontos do país que pretendiam associar-se à manifestações do Congresso, de tudo o fascismo jogou a mão para reduzir a amplitude e limitar a participação popular nesta grande jornada antifascista que foi o 3º Congresso da Oposição Democrática.
Apesar de todas estas medidas, o fascismo não conseguiu quebrar o entusiasmo popular nem impedir a entrada na cidade de vários milhares de democratas que deixaram os transportes a quilómetros e quilómetros de distância e conseguiram iludir a vigilância policial para se associarem aos últimos actos do Congresso, incluindo a romagem a Mário Sacramento, violentamente reprimida pelas forças policiais.
Meio século depois, fica este documento com os nomes dos Homens e Mulheres que, com arrojo e valentia, constituiam o Núcleo de Apoio do concelho da Figueira da Foz ao III Congresso Democrático que se iria realizar em Aveiro. 

Parabéns ao Campeão das Províncias pelos 23 anos de vida

No Editorial da edição comemorativa do 23º., aniversário o seu Director e Jornalista Lino Vinhal coloca uma questão pertinente: "continuarão os jornais impressos a fazer sentido?"

Citando Lino Vinhal: "continuam a fazer sentido os jornais impressos ou o futuro da informação passará fatalmente por novas plataformas, sobretudo aquelas a que meio mundo agora recorre e que têm por si a “vantagem” de dispensarem os rigores, a ética, a verdade de que a informação pela via dos jornais, rádio e televisão nos dispensa? O mundo está hoje dividido nesta discussão.

Há – felizmente a maior e melhor parte, se assim se poderá dizer – quem ache que os jornais e todos os meios tradicionais continuam a fazer todo o sentido e não deixarão de o ter enquanto garantes do tal rigor que a deontologia e a ética informativa não dispensam e que está a cargo dos verdadeiros jornalistas, devidamente credenciados. Outros entendem que a vida moderna não se compadece com esses rigores e exigências e o que importa é passar a mensagem. Mais ou menos truncada pouco importa. Apesar desse risco, é mais rápida, fluida, chega a todo o lado num abrir e fechar de olhos, tem a força de pôr o mundo – e todo o mundo – em movimento a favor de uma causa."

Mais adiante e a concluir o Editorial Lino Vinhal escreve: "o que está em cima da mesa é uma questão muito séria: deve a sociedade contemporânea continuar a cultivar a informação de rigor e de verdade, eticamente suportada nos valores civilizacionais enquanto pilares da vida em comum ou poderá essa mesma sociedade sentir-se remediada e suficientemente servida, mesmo sacrificando um quanto de verdade e de rigor, outro tanto do cultivo de valores que o mundo que nos trouxe até aqui considera estruturantes e por isso mesmo indispensáveis?

É tempo de trazer esta discussão à mesa das nossas preocupações cívicas e culturais."

Paço de Maiorca...

Primeira página do jornal O Figueirense de 16 de Novembro de 2012
Hoje, a partir das 15 horas, reune-se a Assembleia Municipal da Figueira em sessão ordinária. 
Para ficar a conhecer a Ordem dos Trabalhaos clicar aqui.
O ponto 5.5 - proposta de alienação do Paço de Maiorca, será um dos mais importantes a ser votado, senão mesmo o mais importante. 
Porém, a sua aprovação, de harmonia com a edição de hoje do Diário as Beiras está garantida: "FAP e PSD votam a favor, PS abstém-se e a CDU e o BE votam contra".
“É a decisão mais correta para não agravar o endividamento do município.
É uma forma de tentar evitar o agravamento da degradação que os executivos camarários anteriores permitiram naquele património de valor incalculável”, afirma na edição de hoje ao Diário as Beiras a líder da bancada da FAP, Rosa Reis.
O líder do PSD na AMFF, por sua vez, Manuel Rascão Marques, em declarações ao mesmo jornal, justifica o sentido do voto do PSD: “Não nos interessa ter um património daqueles num estado tão degradado, devido à gestão do PS. Como o município não tem meios financeiros para reabilitá-lo e pô-lo a funcionar, o melhor é vendê-lo”.
Silvina Queiroz, da CDU, vai votar contra, pois "defende que o imóvel deve manter-se propriedade do município"
Pedro Jorge, do BE, "votará contra a proposta, dada que essa foi a decisão do partido, reunido ontem".
Apesar das tentativas feitas, não foi possível ao DIÁRIO AS BEIRAS obter declarações do PS sobre este assunto.

Recorde-se: a proposta do executivo presidido por Santana Lopes foi aprovada, na passda quarta-feira, em sede de reunião de câmara, com 5 votos a favor (4 da FAP e 1 PSD) e 3 abstenções (PS).
É esta proposta de alienação do Paço de Maiorca, em hasta pública, com uma base de licitação de um milhão de euros, que vai à  sessão da Assembleia Municipal, que se realiza hoje.
A "estória" do Paço de Maiorca é longa e interessante de conhecer. 
Foi comprado no primeiro mandato de Santana Lopes. Depois  Duarte Silva optou pela reabilitação e conversão em unidade hoteleira. As obras pararam com João Ataíde.
Tudo isto, se passou na FigueiraRecorde-se: no tempo da vereação presidida por Duarte Silva, o Município contraiu dívida (via, Figueira Grande Turismo, na altura uma empresa municipal) para entrar  no negócio da hotelaria e restauração. Depois, em 2009, a câmara mudou de mãos e de partido. O dr. João Ataíde e o PS, substituiram o eng. Duarte Silva e o PSD, e "as obras pararam". Mas o processo, pelos vistos, não parou. Agora, vários milhões depois, chegámos aqui. 
Recordando Nelson Fernandes, em novembro de 2012. “Tudo isto sem dúvida que correu bem para a Quinta das Lágrimas. Isto é um buraco para a Câmara mas não é o pior. Isto é um padrão do que aconteceu no mandato anterior. Parceiros há aí aos montes, é preciso é escolhê-los bem como fizeram no mandato anterior”.

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Morreram no dia 25 de Abril de 1974 e eu aplaudo-os

1.
Há 49 anos saíram para a rua quatro jovens que não chegaram a saber o que era a liberdade.
Talvez aquele dia fosse mesmo o dia, os sinais eram bons, os militares estavam na rua e gritavam-se palavras de ordem.
Palavras de liberdade.
Palavras contra a guerra colonial.
Palavras contra a censura e a favor da liberdade de imprensa.
Palavras contra a PIDE e a tortura.
Palavras a favor da libertação dos presos políticos.

2.
Faz hoje 49 anos que o dia não se completou para qualquer um dos quatro.
Estiveram em vários pontos da cidade de Lisboa. E confluíram para a Rua António Maria Cardoso, sede da PIDE. Corria o rumor de que os torturadores estavam a tentar fugir, a rádio tinha noticiado que uma multidão de gente gritava "não passarão".
3.
Foram para lá.
Centenas de pessoas na rua viram uma janela abrir-se e ouviram uma rajada de disparos.
Alguns corpos caíram, muita gente correu para se proteger e houve pânico e desgoverno.
Quatro não se levantaram.
Morreram no dia 25 de Abril de 1974.
Nenhum deles pôde sequer saborear o seu primeiro jantar em liberdade.
4.
Fernando Giesteira tinha 17 anos e era um vivaço. Chegara de Montalegre e em miúdo adorava os bailaricos em Chaves e correr até ao alto da Nevosa. Tinha boa pinta e fora para Lisboa puxado uns anos antes por um familiar. Trabalhava como empregado de mesa na Cova da Onça, boîte frequentada por artistas, malta da bola e Polícia Judiciária. Saíra do trabalho e fora para a rua sem passar pela Pensão Flor, no Areeiro, o quarto onde vivia. Já arranjara um cravo vermelho e prendera-o certamente à camisa a cheirar ao fumo da noite.
José Harteley Barneto era o mais velho. Tinha 38 anos, quatro filhos e uma vida estável. Escriturário no Grémio Nacional dos Industriais de Confeitaria, morava na Flamenga, perto de Loures, e nascera em Vendas Novas. O pai ou a mãe eram ingleses e ele estava entusiasmado e sentia que tudo passara novamente a ser possível, mesmo o impossível.
Já José Guilherme Arruda tinha 20 anos. Viera há pouco tempo dos Açores, era excelente aluno e matriculara-se no segundo ano de Filosofia. Morava na Avenida Casal Ribeiro, perto do Saldanha, no centro de Lisboa. José Guilherme não tinha como esconder o sorriso, afinal estava a viver a história e a revolução que só conhecia na teoria.
Fernando Luís dos Reis tinha 23 anos. Era o único dos quatro que nascera em Lisboa e também o único militar. O seu batalhão era de Penamacor, mas ele estava de férias. Também por isso saiu à rua e dirigiu-se ao lugar onde talvez mais precisassem dele. Casara-se há pouco tempo e tinha planos de ser pai.
5.
Nenhum deles conheceu a liberdade.
Por esses dias, milhares de pessoas seguiram os seus funerais.
Milhares se despediram nos últimos dias de abril de 1974.
Mas ninguém os recordou hoje.
Pelo menos que eu tenha notado, ninguém deles falou.
Ninguém se lembrou dos quatro para quem a liberdade foi, até ao último segundo da sua curta vida, a esperança em estado bruto.
Ninguém se lembrou de quatro rapazes que, se fossem vivos, estariam certamente no único lugar possível, o lugar dos que acreditam que a ditadura e o fascismo têm de ser combatidos.

"... neste tempo, sobretudo com a passagem para a era digital, os museus conhecem desafios muito relevantes..."


 Via Diário as Beiras

“SH Diana” chegou às 8 da manhã e pouco mais de 6 horas depois já estava a sair da barra da Figueira da Foz


Foto: via Figueira TV

O “SH Diana”, com 120 metros de comprimento e 20 de largura, fez ontem escala na Figueira da Foz. O navio chegou pelas 08H00, vindo de Lisboa. Largou amarras do Porto Comercial, pouco mais de 6 horas depois, cerca das 14H30, em direcção à Galiza. 

Trazia 74 passageiros e 119 tripulantes a bordo, embora tenha capacidade, respectivamente, para 209 e 141.

Os passageiros dos cruzeiros que fazem escala na Figueira da Foz, durante as horas que passam em terra, seguem viagem, de autocarro, para Coimbra ou Fátima. A Figueira cidade e concelho, continua a ser "apenas uma escala e não um destino."

Já agora, um pouco de "estória" local, via esta grande primeira página do jornal "A Voz da Figueira", datada de 11 de julho de 1996! Para verem melhor, cliquem na imagem.

Desde a década de 90 do século passado, comparável ao sucesso da passagem de grandes navios de cruzeiros pelo porto da Figueira da Foz, só a passagem de aviões pelo aeroporto de Beja!

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Chico Buarque, Prémio Camões 2019

 
O músico e escritor brasileiro Chico Buarque de Hollanda recebeu a segunda-feira passada, quatro anos depois do previsto, das mãos de Lula e Marcelo Rebelo de Sousa, o Prémio Camões 2019 no Palácio Nacional de Queluz. 
“Valeu a pena esperar por esta cerimónia, marcada não por acaso para a véspera do dia em os portugueses descem a Avenida da Liberdade a festejar a Revolução dos Cravos. Lá se vão quatro anos que o meu prémio foi anunciado e eu já me perguntava se me haviam esquecido, ou, quem sabe, se os prémios também são perecíveis, têm prazo de validade”, gracejou, para pouco depois concluir: “recebo este prémio menos como uma honraria pessoal, e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo. Faço gosto em ser reconhecido como o gajo que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e um cheirinho de alecrim”.
Chico Buarque recebeu o Prémio Camões e agradeceu a Bolsonaro a "fineza" de não o "sujar" com a sua assinatura Crítica à posição de Bolsonaro de não entregar o Prémio Camões a Chico Buarque foi transversal aos discursos de Marcelo, Lula e do músico. 

"... julgo necessário um esforço coletivo (Município, Comunidade escolar e Ministério da Cultura), no sen tido de modernizar o Museu, adequando-o aos tempos de hoje, para lhe dar a projeção merecida"

 Via Diário as Beiras