Via Diário as Beiras
quinta-feira, 9 de março de 2023
Taxa turística, habitação, eleições intercalres, casino...
"Vamos ver como é que podemos combinar os dois vetores", disse ontem aos jornalistas o presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes, no final da reunião de Câmara, sobre os dois prédios situados na zona nobre da cidade, com 24 apartamentos no total.
Salientando que o financiamento para residências universitárias acabou, o autarca disse, durante a reunião, que isso não impede a sua requalificação para esses fins, de forma a aproveitar a instalação do campus universitário da Universidade de Coimbra na Figueira da Foz.
No entanto, o presidente da autarquia figueirense, também admite que os 24 fogos podem ser integrados no programa de habitação a preços acessíveis, para povoar mais zonas da cidade.
“Estamos a trabalhar sobre grande pressão e manifestámos ao Ministério da Defesa o nosso interesse na aquisição”, salientou Santana Lopes, frisando que a venda de casas na Figueira da Foz se processa em “ritmo elevado”.
Os dois edifícios foram retirados do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado, gerido pela Fundiestamo, para o qual tinham sido colocados em 2019, para serem destinados ao arrendamento acessível, mas as obras nunca avançaram.
A Câmara da Figueira da Foz pretende adquirir dois edifícios devolutos na cidade que pertencem ao Ministério da Defesa Nacional para os transformar em residências universitárias ou habitação a custos acessíveis.
“A ministra da Habitação disse que os imóveis vão sair da lista da Fundiestamo e o secretário de Estado da Defesa confirmou que conta com o ministério da Habitação para concretizar isso. Saindo [os edifícios] dessa lista podemos fazer imediatamente a proposta de aquisição”, sublinhou Santana Lopes.
O PS, através da vereadora Glória Pinto, considerou que o executivo municipal não deve transformar os prédios em residências para estudantes “quando [a Figueira da Foz] tem necessidades mais antigas”.
“Parece-me prematuro”, enfatizou a eleita socialista, salientando que o município deve apostar na criação de parcerias com idosos que estão sozinhos para que acolham jovens estudantes, durante o período de estudo na cidade.»
O escândalo da TAP aconteceria se ela fosse privada?
"A ilegalidade, confirmada por uma perícia da Inspeção-Geral das Finanças, do pagamento de uma indemnização de 500 mil euros pela saída da administradora Alexandra Reis da TAP está a servir para alguns partidos e vários comentadores sentenciarem a incapacidade do Estado para gerir a companhia de aviação e reivindicarem a sua privatização total.
O pressuposto dessa argumentação é que, com uma governação privada, este tipo de problemas não aconteceria na TAP ou, se acontecesse, afetava apenas os investidores privados, não os contribuintes.
Bem, a história da TAP prova exatamente o contrário.
A TAP foi privatizada pelo governo de 19 dias de Passos Coelho, em junho 2015. David Neeleman e Humberto Pedrosa ficaram com 61% do capital da empresa e liberdade para a gerirem, pagando, diz-se, 270 milhões de euros. O Estado ficou com 34%, os trabalhadores com 5%.
Suspeita-se, porém, que na prática quem pagou o aumento de capital com que os privados entraram na TAP foi a própria TAP, através de um negócio de compra de aviões da Airbus cuja arquitetura financeira "criou" uma circulação de dinheiro que está a ser investigada pelo Ministério Público.
Essa investigação só está a ocorrer porque, quando em 2021 o Estado voltou a controlar a gestão da empresa, foi feita uma auditoria a esses contratos. Antes a empresa privada TAP mantinha tudo sob segredo e nada se sabia.
Ou seja, a privatização, a confirmarem-se estes factos, terá, na prática, sido paga pelo contribuinte.
Quando o governo de Passos Coelho caiu, António Costa negociou com os acionistas privados da TAP novas posições na empresa: em junho de 2017 o Estado ficaria com 50% da empresa e os privados com 45%. Mesmo assim David Neeleman e Humberto Pedrosa manteriam o controlo, livre, da gestão da empresa. O governo pagou aos privados para concretizar esta alteração mais de 2 milhões de euros.
Ou seja, apesar dos contribuintes passarem a ter metade da empresa, não a controlavam e anda pagaram "mais uns trocos" por isso.
Os privados continuaram a governar a TAP. Começaram a acumular prejuízos e, em vez de os suportarem do seu bolso, viraram-se para o Estado e pediram financiamento.
A 10 de junho de 2020 a Comissão Europeia, argumentando que esses prejuízos em 2018 e 2019 já eram superiores a 220 milhões de euros (em 2020, com a pandemia, o Grupo TAP contaria 1 418 milhões de prejuízo) exigiu uma reestruturação da empresa (leia-se despedimentos e redução de atividade) para autorizar o governo português a emprestar à companhia aérea mil e 200 milhões de euros.
Ou seja, a gestão privada da TAP não livrou os contribuintes de despesas. O país, pelo meio, ficou com uma companhia aérea mais pequena e o Estado com os custos sociais criados pelos despedimentos.
A 30 de junho de 2020, com o tráfego aéreo paralisado por causa da covid-19 e o acionista privado indisponível para capitalizar a empresa (apesar de ter recebido o empréstimo de mil e 200 milhões), o governo, para salvar a companhia, decidiu, resgatá-la.
Em julho de 2020, o Estado chegou a acordo com David Neeleman para ficar com a sua posição, pagando 55 milhões de euros. A TAP passou a ser 72,5% pública e o Estado começou a governá-la - curiosamente obtendo, posteriormente, resultados positivos, ao contrário do que conseguiram os privados.
Em 21 de dezembro de 2021 o Estado fez um aumento de capital na TAP SA e passou a controlar a totalidade da empresa. Os mil e 200 milhões emprestados em 2020 foram convertidos em capital, e 536 milhões, entretanto emprestados em 2021, também.
O contribuinte voltou a pagar, é verdade, mas a partir daqui ocorreu uma grande diferença em relação aos seis anos de gestão privada e que o caso Alexandra Reis veio comprovar: é que a boa ou má gestão da empresa passou a poder estar sujeita a avaliação pública, a ser analisada, debatida e criticada pela comunicação social, pelo Parlamento e, até, pelos tribunais.
Cada ato duvidoso na gestão pública da TAP passou a ser escrutinado, mesmo com um governo de maioria absoluta - quando a gestão pública corre mal o contribuinte é que paga, é verdade, mas fica-se a saber como tudo aconteceu, quem foram os responsáveis e eles, como se vê no caso de Alexandra Reis, também pagam por isso.
Cada ato duvidoso da gestão privada da TAP, como a história comprova, é escondido, disfarçado, diluído numa opacidade financeira a que se chama "segredo empresarial" - e, quando corre mal, os privados saem, sem o devido exame público à sua atuação e o contribuinte paga esses erros sem saber porquê.
Privatizar uma empresa de serviço público implica impedir que o público, o contribuinte, a possa fiscalizar - mas não impede que o mesmo contribuinte pague os desmandos da gestão privada. A história da TAP comprova-o."
Santana Lopres "«profundissimamente» preocupado com o Casino da Figueira da Foz"
quarta-feira, 8 de março de 2023
Figueira da Foz estima poder arrecadar 300 mil euros com taxa turística
Turistas vão começar a pagar taxa sempre que pernoitarem nas unidades hoteleiras da Figueira
Em declarações aos jornalistas, o autarca adiantou que os turistas devem pagar, em média, dois euros por noite, até um máximo de sete noites, com redução de preço para pessoas com limitações físicas, crianças e jovens abaixo dos 14 anos.
Na época baixa, o valor baixa para 1,5 euros, acrescentou Santana Lopes, adiantando que os munícipes da Figueira da Foz não pagam aquela taxa.
“Pela afluência de outros anos, o município pode ter uma receita anual estimada de 300 mil euros, que será usada na melhoria da oferta turística da Figueira da Foz”, adiantou.
Apesar de ter votado favoravelmente o projeto de regulamento, o PS entende que a autarquia, no âmbito da sua política fiscal, deve devolver aos habitantes uma percentagem da taxa variável de IRS arrecadada pelo município.
“Como existe um aumento de receita, o município pode, como contrapartida, beneficiar os figueirenses”, disse a líder da bancada socialista, Diana Rodrigues.
O único vereador do PSD, Ricardo Silva, que também votou favoravelmente, considerou “necessário que a aplicação da taxa turística no concelho, com um valor adequado, deverá ter em conta questões de intensidade turística e de sazonalidade da procura, e que se possa traduzir em benefícios económicos, sociais e ambientais percebidos pela população local e pelos turistas, contribuindo para mitigar eventuais ameaças e animosidades derivadas do impacte negativo da atividade turística”.»
"Todos somos pecadores"...
A PEDOFILIA E O L'AIR DU TEMPS
... "bispo de Beja sugere que padres suspeitos possam ser perdoados"...
“A costa dos murmúrios” no Dia Internacional da Mulher
Para comemorar o Dia, o Grupo Unitário de Mulheres da Figueira da Foz promove a projeção de um filme – “A costa dos murmúrios”, de Margarida Cardoso, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz, pelas 21H15 –, seguindo-se um debate.
“A costa dos murmúrios” é uma adaptação do romance homónimo de Lídia Jorge, que aborda um momento ainda doloroso e com muitas feridas abertas da História de Portugal.
Filmado entre Lisboa e Maputo, "A Costa dos Murmúrios" não é um filme de guerra, mas uma alegoria ao amor e à redenção. Também é um retrato autêntico da sociedade portuguesa dos anos 60 com a predominância tácita do machismo e os primeiros passos em direção à libertação das mulheres.
terça-feira, 7 de março de 2023
Quinto molhe: "... proteção da duna já se encontra assegurada"
"Pedro Santana Lopes, Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, marcou presença esta manhã na Praia da Cova, a sul do quinto molhe, na companhia do Vereador Manuel Domingues, para se inteirar da situação atual junto do Eng° Nuno Bravo, Diretor da ARH Centro."
TAP, uma verdadeira companhia de aviação: consegue voar por terrenos neblusos e fazer voar milhões pelos ares...
"Saída de Alexandra Reis reflete problemas de governança na TAP"
"Champions Classic/Casino Figueira": qual é a parte que ainda está por perceber?
Parque Verde e SOS Cabedelo, movimentos cívicos...
Via Diário as Beiras. Para ver melhor, clicar em cima da imagem.
E saíu uma "francesinha" (... algo tinha que ser mudado, para que tudo possa continuar como está...)
Alexandra Reis, era uma engenheira electrotécnica responsável por áreas de Compras na TAP. Passou a Administradora da própria TAP. Indispôs-se com a CEO. Veio para a rua, mas a troco de muito dinheiro. Rapidamente desaguou na NAV.
Vai-se a ver e já estava em Secretária de Estado de Tesouro.
Contudo, com a mesma rapidez com que fez este vertiginosos percurso, deixou de ser governante.
Mas não caíu sozinha: provocou uma enxurrada que arrastou Secretários de Estado, Ministros, escritórios de advogados e o Chairman e a CEO da TAP.
Vamos ver se isto fica por aqui.
Possivelmente, estamos a viver o momento em que o dinheiro tem mais poder.
O dinheiro sempre comprou poder. Contudo, o dinheiro não era o poder.
Agora o dinheiro não compra poder. O dinheiro é poder.
Claro que o dinheiro pode continuar a comprar poder, simplesmente porque o dinheiro já é poder.
O dinheiro pode comprar poder, porque o dinheiro serve para comprar. E uma das coisas que o dinheiro pode comprar é o poder.
O dinheiro, para além de poder, pode facilitar a acumulação de poder.
O dinheiro pode ser trocado por poder, por uma razão simples: porque o dinheiro é poder.
Quem troca, procura sempre trocar algo por outra coisa que valha mais.
O poder é trocado por dinheiro, porque o poder vale mais que o dinheiro.