segunda-feira, 12 de setembro de 2022
Oxalá que não aconteça, mas um dia isto ainda acaba por correr mal...
O bloco de partos do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) encerrou a partir das 00h00 do dia 4 de Novembro de 2006.
E assim se mantém.
Bebé nasce à porta de casa na Figueira da Foz
De acordo com o Diário de Coimbra, mesmo com as dificuldades logísticas e técnicas tudo acabou por correr bem tanto para o bebé como para a mãe que depois foram transportados em segurança para a maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra."
Isto é uma vergonha num país europeu.
1. os partos em casa e nas ambulâncias têm de ser proibidos;
2. todas as clínicas privadas com menos de 1500 partos/ano também têm de ser encerradas.
Saúde: o negócio está em marcha e tempo é dinheiro..
Via Diário as Beiras
Perante um país que tem um Serviço Nacional de Saúde em morte acelerada e agonia lenta, há que não perder tempo.
O problema, como está mais que visto não era Marta Temido. O problema é um executivo que governa "para a obtenção de um número simpático para o défice orçamental do ano, sem olhar para as consequências no longo prazo nem para o planeamento que governar ao ano inviabiliza completamente. São as “contas certas” das “poupanças” que ficam tão caras em sofrimento e em preço. É a promiscuidade das aquisições de bens e serviços ao privado, que pesa mais de 40% no Orçamento da Saúde. É o Ministério da Saúde funcionar como uma Secretaria de Estado do Ministério das Finanças. É a obsessão de um Governo que prefere pagar 4 ou 5 vezes mais, o que seja, desde que não pese em Orçamentos futuros, por serviços que não sejam despesa permanente a assumir compromissos que garantam a estabilidade, a qualidade e a normalidade a cuidados de Saúde que o SNS terá sempre que prestar no registo de permanência que a obsessão do Governo insiste em recusar."
O acordo de regime não vai faltar. Montenegro, o novo líder do PSD: “O SNS é uma pedra basilar, que nós defendemos, mas defendemos que quando não tem capacidade de resposta precisamos de contar com o sector social e privado, de forma complementar, para que, com a ajuda do Estado, os cidadãos com menos recursos possam também aceder aos cuidados de saúde, e infelizmente o Governo não olha para isso”.
domingo, 11 de setembro de 2022
O caso da ida do espólio do artista plástico Mário Silva para a Tocha explicado às inocentes criancinhas...
"A Câmara Municipal de Cantanhede, a Junta de Freguesia da Tocha e a família do Mestre Mário Silva acabam de assinar, no edifício dos Paços de Concelho, o protocolo de cedência de todo o espólio do artista que vai ficar em exposição no futuro museu com o seu nome.
Imagem via Diário de Coimbra |
Em Junho de 2020, na reunião de Câmara da Figueira da Foz, o vereador Miguel Babo alertou para a o projeto da Tocha, defendendo que o espólio de Mário Silva devia ficar na cidade. O presidente da autarquia, desde abril de 2019, Carlos Monteiro, admitindo que desconhecia o assunto, sugeriu que parte da obra do artista plástico fosse exposta no Museu Etnográfico de Lavos, freguesia onde o pintor residia. “O espaço é pequeno, mal vai dar para acolher a etnografia de Lavos, quanto mais uma exposição permanente de um pintor consagrado como era o meu pai”, reagiu Mário Silva, filho. “A obra devia ser exposta num espaço condigno da Figueira da Foz ou de Coimbra”, defendeu.»
Um verdadeiro artista, "pode enganar muita gente durante muito tempo, mas não consegue enganar toda a gente durante todo o tempo" (II)
Um verdadeiro artista, "pode enganar muita gente durante muito tempo, mas não consegue enganar toda a gente durante todo o tempo"
Porém, nem todos gostamos de empobrecer e sermos tomadas por parvos. Para quem ainda tem dúvidas leia a parte desta entrevista dada pelo Ministro das Finanças ao Jornal de Notícias."O tema das pensões foi dos mais polémicos desta semana. Apesar da antecipação de meia pensão em outubro, com a limitação do aumento em 2023 levanta-se a questão de se reduzir a base para os aumentos seguintes. O Governo avaliou o risco em torno deste debate sobre as pensões e admite que possa ter sido mal escolhido o momento para introduzir a discussão da sustentabilidade da Segurança Social? No fundo, para introduzir um tema que limita pensões num momento que é de avançar apoios extraordinários?
O Governo decidiu criar um apoio extraordinário no valor de 50% de cada pensão, que será pago aos pensionistas no mês de outubro, e decidiu também anunciar os aumentos para 2023, que serão os maiores aumentos pelo menos desde que existe esta fórmula.
Mas seriam superiores precisamente à luz da fórmula.
Não, com os valores entre o apoio extraordinário e os aumentos de 2023, os pensionistas receberão exatamente o mesmo valor que receberiam com a aplicação da fórmula só em 2023.
A questão é 2024 e a alteração da base.
Já lá vou, com rigor. Este debate começou com um conjunto de afirmações que não eram verdadeiras, nomeadamente por parte de responsáveis de partidos de oposição, dizendo que não estávamos a fazer as contas certas, mas as contas estão certas, são rigorosas, são verdadeiras. Os pensionistas não perderão nada relativamente àquilo que decorria com a aplicação da fórmula em vigor. Isto é muito claro. Porque é que o Governo anuncia o aumento para 2023 quando anuncia o apoio extraordinário? Precisamente para ser transparente e verdadeiro relativamente àquilo que iria fazer.
Mas para ser mais verdadeiro ainda, não deveria dizer "vamos precisar de rever e conter as pensões para o futuro"? Não seria mais transparente clarificar que o Governo abre esse debate e que há um efeito futuro? Percebemos o jogo de palavras, nenhum pensionista perde absolutamente nada até final de 2023, o que se perspetiva é que venha a perder a partir de 2024.
É bom que já fique clarificada toda a situação de 2022 e 2023, porque quando este debate começou não foi isso que ouvi. O que eu ouvi muito da agenda mediática é que havia aqui uma penalização. Não há nada. As pensões que foram aumentadas em 2022 têm um apoio extraordinário agora no final de 2022, terão um aumento em 2023 e terão um aumento em 2024. Não há nenhum corte ou redução, há um aumento em 2022, 2023 e 2024. A questão que se colocou é que nós precisamos de fazer uma reflexão relativamente à fórmula de atualização das pensões. E temos de o fazer com tempo, com ponderação.
A discussão da sustentabilidade da Segurança Social abre mais o debate que a taxa de atualização. Está tudo em cima da mesa - como rever as fórmulas de cálculo, o tempo de pensão, a parceria com os privados - nessa discussão?
O debate tem de decorrer com calma, com tempo, com ponderação, com muito envolvimento dos parceiros sociais.
A serenidade que transmite é aflitiva para os futuros pensionistas.
Pelo contrário, só pode ser tranquilizadora. Eu tenho uma experiência, de que muito me orgulho, de ter pertencido à equipa do ministro Vieira da Silva, quando foi criada a atual fórmula de pensões. Recordo-me bem do trabalho, da discussão. Recordo-me, aliás, de o Partido Socialista ter ficado sozinho na defesa dessa fórmula, que hoje é, aparentemente, defendida por todos. O Partido Socialista enfrentou com clareza e com verdade o tema da sustentabilidade da Segurança Social no nosso país. Aliás, foi o único partido que o fez, porque era um problema grave. Passados estes anos da aplicação da fórmula de financiamento, podemos retirar algumas lições. Primeiro, a fórmula não funcionou bem quando a nossa inflação era muito baixa.
Não funcionou bem em desfavor dos pensionistas?
Durante os anos que a inflação foi zero ou até negativa, as atualizações que resultariam da aplicação restrita da fórmula eram muitíssimo baixas ou até inexistentes, por essa razão é que nos últimos seis anos foram sempre aplicados complementos extraordinários por fora da fórmula. Esta é em minha opinião uma matéria que deve ser revista. Os pensionistas devem ter um mínimo assegurado superior àquele que a atual fórmula dita, quando para períodos de baixa inflação. A fórmula também não foi criada para períodos de inflação extraordinária como aquele que estamos a viver. Um aspeto muito importante do sistema da Segurança Social é a sua sustentabilidade. A sustentabilidade das contas públicas é aquilo que garante a nossa capacidade de termos um sistema público a assegurar níveis elevados de segurança a todos. Parece que estamos a recuar 15 anos no debate. Nós temos uma elevadíssima responsabilidade com os atuais pensionistas, mas o sistema tem uma responsabilidade maior, que acresce a esta, que é uma responsabilidade intergeracional.
Num país profundamente envelhecido.
O país vai continuar para as gerações futuras. Os atuais ativos têm de ter as suas pensões asseguradas, aqueles mais novos que estão a entrar no mercado de trabalho também e os que neste momento estão a estudar também, e os que vão nascer este ano também. Temos a obrigação de cuidar de todos e garantir que cheguem à idade própria e o sistema tenha capacidade de pagar pensões. Aqueles que desvalorizam o tema da sustentabilidade estão a falhar com as gerações do presente, mas estão também a falhar com as gerações do futuro."
sábado, 10 de setembro de 2022
Manuel Pizarro
Carlos César mandou Santos Silva calar-se e isto é muito interessante
"Nesta semana alucinante, houve duas coisas simbólicas na política nacional. Foi hoje anunciado o novo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no dia seguinte à despedida bizarra de Marta Temido do Governo – a Helena Pereira escreveu aqui tudo o que eu penso sobre o assunto. É verdade que mesmo com a Rainha da Inglaterra aplica-se a expressão “rei morto, rei posto”, ou “o rei morreu, viva o rei”, mas assistir à humilhação de Marta Temido no momento da sua morte política é qualquer coisa muito cruel. Quem está disposto a ser tratado assim, a ser proibida de falar, com a número dois do Governo a actuar como vigilante na conferência de imprensa do Conselho de Ministros? Marta Temido merecia muito mais, mas é assim que Costa trata os seus ex-ministros. O Expresso contava que António Costa nunca mais tinha falado a Eduardo Cabrita, seu amigo de faculdade. Com a excepção de Tiago Brandão Rodrigues, que parece não ter razões de queixa, Costa faz questão de “matar” (veja-se o caso de Pedro Siza Vieira, ex-número dois do Governo) ao sabor das suas conveniências. Lembrei-me daquela música de José Mário Branco, “Casa comigo Marta”. Um dos versos simbólicos é “Casa comigo Marta, que tenho roupa a passajar”. Um dia alguém lhe responde como na canção – se é que não o fez já – “Casar contigo não, maganão/só me levas contigo/dentro de um caixão”. -
É verdade que Manuel Pizarro fez questão de fazer hoje uma homenagem a Marta Temido, mas a mulher que aguentou a covid não merecia o tratamento que teve por parte do primeiro-ministro. A vida política é de uma crueldade imensa, ao contrário do que se costuma pensar. Ou todo o lugar onde há poder o é: Roland Barthes tinha aquela famosa frase “o poder é plural como os demónios” e o “rei morto, rei posto” é a regra.
Ou César ou nada?
Na academia do PS, que está a decorrer esta semana na zona Oeste, houve uma intervenção interessantíssima de Carlos César, em que o presidente do PS atirou-se muito pouco discretamente a Augusto Santos Silva, o presidente da Assembleia da República, que já assumiu as suas ambições presidenciais. É verdade que não disse o nome, mas as duas mensagens que fez questão de enunciar encaixam direitinhas em Santos Silva. Uma delas é o “aviso” (sic) que quis deixar sobre presidenciais: “O aviso é este: é que não é colocando, como às vezes vejo no caso das eleições presidenciais, o carro à frente dos bois, que ultrapassamos com êxito as eleições.” A outra mensagem ia contra a “sobrevalorização” do Chega, que pode estar a acontecer com as intervenções de Santos Silva: “Não se julgue que se combate o populismo e o extremismo com a sobrevalorização daqueles que, efémeros, apostam no erro e se satisfazem com a insatisfação (….) Temos que ser os melhores e não os que mais atacam a direita e a extrema-direita.”
A dúvida ficou no ar em algumas cabeças: quer Carlos César ser, ele próprio, candidato do PS a Presidente da República? É presidente do PS, um cargo que tem sido meramente “floral”, como sempre foi antes dele, depois de ter governado os Açores de 1996 a 2012 e conseguido promover uma sucessão vitoriosa: Vasco Cordeiro governou a Região Autónoma de 2012 até às últimas eleições de 2020, em que o PS ficou à frente do PSD, mas o PSD conseguiu formar Governo com o apoio do Chega. Foi líder parlamentar do PS, seria o possível futuro Presidente da Assembleia da República se Ferro Rodrigues só tivesse querido fazer um mandato. Ferro fez dois.
César saiu em 2019 da Assembleia da República e refugiou-se nos seus Açores, com intervenções esporádicas públicas, principalmente através do Facebook. Deixou de ser bruto – uma característica das suas intervenções no tempo em que era líder parlamentar do PS – e tornou-se mais institucional. Na Academia do PS voltou a defender empenhadamente a “windfall tax“, a tributação das empresas que têm lucros excessivos, e desta vez, ao contrário do que tinha feito há uns tempos no Facebook, com o apoio já expresso da Presidente da Comissão Europeia que aconselhou os Estados a tomar essa medida.
Tem 65 anos, é muito jovem para a reforma política e para se limitar a passear netos e cães. Sempre foi um “animal político”. Carlos César quererá mesmo ser Presidente da República? Vamos ter que esperar para saber, porque foi o próprio que aconselhou o PS “a não pôr o carro à frente dos bois” se quiser ter sucesso nas presidenciais."
sexta-feira, 9 de setembro de 2022
As "peripécias" em torno da gestão do porto comercial...
Via Diário as Beiras
«“A informação que tenho, [através] das conversas com a Administração Central e regional, é a de que não há interlocução. Neste momento, há um funcionário que está lá, mas a administração demitiu-se. Não sei pormenores, [mas] a administração vai ser substituída”, adiantou Santana Lopes aos jornalistas. Há vários meses que a presidente do conselho de administração, Fátima Alves, informou a tutela que pretendia sair, o que acabou por aconteceu recentemente.»
Câmara da Figueira compra o Cabo Mondego
"A Câmara Municipal chegou a acordo com a empresa “InterCement Portugal” (sucedânea da Cimpor), para a aquisição do Cabo Mondego, pela quantia de 2,1 milhões de euros. Trata-se de uma área de mais de 76 hectares (que engloba a estrada do “Enforca Cães”, área fabril, incluindo as edificações, os terrenos a sul da portaria, a área licenciada da pedreira e a própria pedreira)."