"Deixo de ser presidente da Câmara, mas continuarei a ser um cidadão figueirense solidário e disponível, para quem considere a minha colaboração útil.
sexta-feira, 15 de outubro de 2021
Parque Verde pede cidade sustentável: fica o meu contributo
Via Diário de Coimbra
Depois de alguns anos de poder absoluto, a Figueira tem agora a oportunidade de desenvolvimento e de democracia.
As políticas executadas pelos sucessivos executivos camarários do PS desde 2009 não foram nesse sentido. Pelo contrário, estiveram muito longe de permitir um envolvimento democrático, afastando a política da cidadania. Os órgãos de poder na Figueira, nos últimos 12 anos, desligaram-se da cidadania participativa.
Só que a democracia não existe apenas em dias de eleições.
O novo executivo que vai tomar posse amanhã tem de entender que é necessário mudar de rumo.
Uma mudança que tenha em conta a construção de futuro - para a Figueira e para os figueirenses.
Todos temos uma palavra a dizer para a construção de um concelho mais ecológico, mais solidário, mais democrático.
Como não tenho possibilidade de estar presente no encontro de amanhã do Movimento Parque Verde, deixo humildemente esta reflexão sobre aquilo que eu penso que seria uma cidade sustentável.
1) Ruptura com a Águas da Figueira e criação de uma empresa municipal de águas e saneamento;
2) Requalificação da política urbana, combatendo a urbanização desenfreada e o abate de árvores que se verificou nos últimos anos;
3) Requalificação de casas degradadas, garantindo o acompanhamento dos processos de realojamento;
4) Recuperação das casas devolutas, com o seu sucessivo lançamento no mercado de arrendamento a custos controlados;
5) Aumento da carga fiscal sobre as casas que permaneçam devolutas;
6) Garantia de acessibilidades para pessoas portadoras de deficiências físicas, garantindo a existência de rampas, elevadores e passeios onde necessário;
7) Instalação de corrimões nas escadas das ruas, de forma a ajudar pessoas com dificuldades de movimento;
8) Instalação de sinais sonoros para invisuais em todas as passadeiras;
9) Instalação de painéis fotovoltaicos em todos os edifícios públicos para que se garanta uma política ambientalmente sustentável e economicamente rentável a médio e longo prazo;
9) Recolha de óleos alimentares dos restaurantes do concelho para tratamento e utilização em veículos camarários como o biodiesel;
10) Criação de um plano municipal de hortas urbanas que possam ser utilizadas pelas/os munícipes, sendo a atribuição de talhões feita através um concurso acessível e transparente;
11) Implementação de um programa de hortas pedagógicas nas escolas;
12) Plantação de árvores de fruto em vez de árvores de folha onde for possível, começando pelas escolas e pelos jardins públicos;
13) Substituição da iluminação pública por tecnologia LED, o que poderá representar uma diminuição em 60% do consumo energético do município a longo prazo;
14) Recuperação, reutilização e optimização da água de rega e recolha das águas pluviais;
15) Implementação de sistemas de armazenamento das águas pluviais e de banho nas novas construções;
16) Incentivo de técnicas de compostagem, através da gestão correta dos resíduos orgânicos recolhidos;
17) Recusa do financiamento autárquico de espectáculos que envolvam o sofrimento ou a tortura de animais.
18) Limpeza das florestas do concelho, prevenindo a existência de fogos.
A grande lição das autárquicas 2021 na Figueira da Foz
Passada que está a excitação da campanha eleitoral e a exaltação do acto eleitoral de 26 de Setembro próximo passado, agora há que esperar para ver se as promessas feitas ao longo da campanha, não desaparecem na espuma dos dias, que é como quem diz, não caem, como as folhas das árvores neste início de outono.
Ficou provado, e essa é uma lição que se retira dos resultados autárquicas, que "em política a arrogância pode matar".
A política é uma causa que vale a pena. Na sua origem, na Grécia antiga, era uma arte nobre, que tinha como principal objectivo servir o interesse público. Há que ter esperança, mas também lutar, para que assim volte a ser, de modo a que a população, em geral, e não apenas alguns sejam beneficiados.
Cerimónia de Tomada de Posse da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal da Figueira da Foz
Domingo, 17 de outubro, pelas 15h00. Centro de Artes e Espectáculos.
Notas:quinta-feira, 14 de outubro de 2021
Salgado figueirense, enfrenta problemas graves
Nos dias de hoje, porém, a exploração das salinas está em declínio: poucas restam em funcionamento.
Embora não haja falta de sal, existem graves problemas de escoamento. Há muitas toneladas do produto armazenadas nos barracões. Há mesmo quem acredite, que a concorrência estrangeira acabe por, mais cedo ou mais tarde, liquidar o salgado da Figueira. Uma indústria, recorde-se, que ainda não há muitos anos atrás, deu trabalho a mais de 2000 pessoas e onde se chegou a obter bom dinheiro.
No presente, porém, o panorama é desolador: trabalham no sector poucas dezenas de pessoas. Entristecidos com a "morte lenta" da secular actividade, os poucos marnotos que ainda resistem, criticam a ausência de apoios do Estado.
A agravar, conforme se pode ver na edição de hoje do Diário de Coimbra, a safra deste ano deixou muito a desejar.
Vira o disco e toca a mesma...
Pandora ou o Exército Nacional de Idiotas
"O Exército Nacional de Idiotas é toda a classe média, de países como o nosso, que paga proporcionalmente a maior fatura da carga fiscal porque os Rendeiros, os Canas, os Pinhos e os Sarmentos deste mundo potenciam vantagens nos paraísos fiscais."
Mesmo sem aumento de impostos, combustíveis não param de subir
quarta-feira, 13 de outubro de 2021
Apesar de não ter a maioria absoluta, a nova presidente da Junta de Buarcos e São Julião encara mandato com tranquilidade
terça-feira, 12 de outubro de 2021
Do Cabedelo à Galé: o encerramento de parques de campismo e o modelo de sociedade que estamos a construir...
O desfrutar tranquilo dum espaço único para se observar “aquele pôr-do-sol” desapareceu do olhar do utente do Parque de Campismo do Cabedelo, que esperava gozar lá a paz da sua reforma.
Certamente que grande número desses utentes eram cidadãos que votam em partidos e governos que defendem o capitalismo que tem como princípio, precisamente, transformar parques de campismo populares que estejam em lugares invejáveis, em “resorts” de luxo.
Esses utentes têm é que se decidir por um modelo de sociedade. Ou bem que são defensores de uma sociedade capitalista, com tudo o que o capitalismo implica e continuam a votar onde sempre votaram, ou querem outro modelo de sociedade e têm de votar diferente.
«“Angústia” e “medo” passaram a ser os termos mais comuns nos que residem no parque de campismo da Galé, em Melides, depois de terem tomado conhecimento que a empresa americana Discovery Land Company adquiriu, por cerca de 25 milhões de euros, o espaço com 32 hectares à Imobiliária das Ilhas Atlânticas.
Após a compra do empreendimento turístico Costa Terra à Semapa, da família Queiroz Pereira, a Discovery Land Company, que se especializou na instalação de resorts de luxo, adquiriu, segundo o Jornal de Negócios, ao mesmo grupo económico o parque de campismo da Galé, onde estarão a residir mais de meio milhar de utentes, na sua maioria reformados.
O parque de campismo era o derradeiro obstáculo que impedia a plenitude do projecto turístico conhecido por Costa Terra e que tem passado por algumas vicissitudes. Agora será mais fácil concretizar a instalação de um campo de golfe e 292 residências – o preço mínimo de um lote é 3,4 milhões de euros – e oferecer aos futuros residentes o pôr-do-sol que terá encantado Madonna, Rania da Jordânia, Nicolás Sarkozy, Carla Bruni, Carolina de Mónaco ou Kristin Scott-Thomas e, mais recentemente, George Clooney.
Um dos actuais utentes revelou ao PÚBLICO como os contornos do negócio que não conhecem deixou “assustada” a esmagadora maioria das famílias, que ali encontraram o seu espaço, algumas há mais de 30 anos, para aproveitar um pouco desta “zona paradisíaca”.
É praticamente certo que o parque irá ser desmantelado para dar lugar a um outro inicialmente dinamizado pelo empresário suíço Andreas Reinhart, que em 2008 o vendeu ao grupo de Pedro Queiroz Pereira. O projecto, entretanto, sofreu novo sobressalto e, em 2019, a Discovery Land Company assume a propriedade de um território com cerca de 200 hectares. E é desde aquele ano que se ouve falar da venda do parque, mas até agora ninguém informou os seus utentes do que se está a passar. Apenas respondem aos constantes pedidos de esclarecimento com a frase sistematicamente repetida: “para já não há nada”. Mas a intranquilidade que a expressão gera sustenta uma pergunta: “Quando é que acaba o ‘para já’?”
Embora reconheçam que a venda do parque “é um negócio legítimo e legal, é insuportável a gestão do silêncio que está a ser feita”, comenta um dos utentes que prestou declarações ao PÚBLICO, acrescentando que comprou a casa em madeira onde vive há anos e que ainda a está a pagar. “Cada um lança o seu palpite” e é num ambiente de grande tensão que se passou a viver no parque de campismo da Galé.
E é nesta inconsistência quanto ao futuro que o desfrutar tranquilo do espaço único para se observar “o pôr-do-sol que alimentou tantos amores e as preces de tantos sonhadores” pode desaparecer do olhar de quem “não tem dinheiro para estar nos resorts”, lamenta-se o utente, que esperava desfrutar a paz da sua reforma no Parque de Campismo da Galé.
O dia-a-dia calmo, tranquilo, “é agora pesaroso”, acentua outro residente, vincando a sua indignação: “Tem de haver uma solução para os mais pobres, senão qualquer dia não temos acesso à praia” nesta zona da costa alentejana.
O receio que o parque de campismo da Galé possa estar a chegar ao fim está a provocar um crescente mal-estar, não só nos que actualmente aproveitam o espaço, como de muitos que por lá passaram ao longo das últimas três décadas. Este era um dos últimos redutos para pernoitar numa zona onde a oferta é sobretudo dirigida a quem tem os bolsos mais recheados
Um grupo de utentes do parque está a dinamizar uma campanha de solidariedade que envolve organizações e cidadãos portugueses e estrangeiros que viveram ou passaram pelo parque, incluindo o mundo artístico, para que seja mantido “o cantinho para viver a nossa reforma.”»
"Os vereadores foram almoçar juntos". Porém, Ricardo Silva, que vai continuar no próximo executivo não foi... A Figueira está menos perigosa?.
Via Diário as Beiras
"Pedro Machado renunciou ao mandato. Ricardo Silva, vai desempenhar o papel de de «fiel da balança»."Ontem, "Ricardo Silva (PSD), alegando motivos pessoais, não participou na última reunião do actual executivo."
O que já tinha acontecido na penúltima.
"No fim da reunião, os vereadores foram almoçar juntos, a convite de Carlos Tenreiro e Miguel Babo, um gesto de convívio democrático no final do mandato."
"Os diretores dos quatros agrupamentos de escolas do concelho e da escola não agrupada (Joaquim de Carvalho) subscreveram «uma homenagem de agradecimento» ao presidente Carlos Monteiro, e ao vereador com o Pelouro da Educação, Nuno Gonçalves, «por tudo o que fizeram pela educação no concelho»."
Na despedida do Dr. Carlos Monteiro como presidente de Câmara da Figueira da Foz
As normais, como eu e o leitor, que nalguns dias podemos ver de manhã reflectido no espelho da casa de banho a pessoa mais inteligente, ou a mais atlética, ou a mais bonita, ou a mais competente.
E, depois há as outras: aquelas que se levantam e vêm no espelho a única pessoa inteligente, bonita, atlética e competente do concelho.
E estas, é que fazem toda a diferença. Como se viu nos últimos anos.
Aguiar de Carvalho na praça da Europa, em frente aos Paços do Concelho; Duarte Silva um pouco mais a oeste, na marina; e João Ataíde, na zona junto ao Forte de Santa Catarina, mais perto da praia.
Entregar a escola a este modelo de gestão autárquica?
Entregar a escola a este modelo de gestão autárquica? – texto do Paulo Prudêncio
«Para Eduardo Souto Moura, que tem 40 anos de relações com a administração portuguesa, "o pior da corrupção na nossa administração é o poder local". No programa "Primeira Pessoa", o arquitecto diz (a partir do minuto 23 na RTP Play) que, por isso, votou contra a regionalização. Salientou que com estas declarações "o vão matar" e que "o poder local é o expoente máximo da manipulação de dinheiros e favores que ninguém vislumbra e com parcialidades nas decisões sobre loteamentos e aprovação de projectos".
As nações que falham por inconsistência de políticas inclusivas têm uma característica comum: constituição de vários órgãos com funções semelhantes numa mesma organização. O resultado é a dispersão da capacidade das oposições e da fiscalização, e a inscrição de decisões autocráticas a favor de oligarquias e contrárias à distribuição da riqueza.»
"A municipalização das escolas no presente contexto constitui mais um rude golpe no já fragilizado sistema educativo, na medida em que, por um lado, os reizinhos autárquicos ficam de mãos livres para manipular a seu bel prazer a totalidade do pessoal docente e funcionários. Por outro, e ainda pior, o ensino fica complementarmente à mercê das conveniências e interesses político-partidários, amiguismos, tráfico de influências e tudo o mais em que sabemos ser fértil o dito poder. O próprio ensino deixa de ter uma matriz nacional para descambar em miríades de orientaçõezinhas locais. A classe docente fica inteiramente dividida no seu poder de contestar quaisquer orientações por mais nefastas ao adequado funcionamento das escolas ou aos interesses dos alunos. Que a qualidade dos resultados e que a eficiência caia em flecha, nada disso preocupa as elites que estão por trás de todas estas maquinações. Claro que é indispensável melhorar substancialmente o sistema eleitoral autárquico, dando-lhe mais transparência, agilidade, representatividade e responsabilização, mas mais importante ainda seria a criação de uma autoridade fiscalizadora independente, do tipo Provedoria, dotada de reais poderes de intervenção. Uma ferramenta legal imprescindível seria também uma verdadeira lei das incompatibilidades que estabelecesse que nenhum funcionário de qualquer nível pudesse tomar decisões nas quais tivesse interesse directo ou indirecto. Na ausência destes dois cruciais instrumentos de controle, o navio continuará a seguir a toda a velocidade rumo ao iceberg."
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
O "tacho"...
A citação é do Garrett: "Foge, cão, que te fazem barão."