quinta-feira, 10 de junho de 2021

"Que foto incrível"!..

Pedro Agostinho Cruz
Pedro: és um jovem. Contudo, pensando nos últimos 12 anos interrogo-me: ao fim destes anos, o que é a fotografia para ti? 
Tu sonhaste muito. Eu sei, pois estive lá no início do teu sonho. Uma parte do teu sonho realizou-se e colou-se à tua vida. Mas, tu mereces. Continua a sonhar. E a fotografar. As tuas fotografia, enquanto evidência de vida, de presença humana, têm um único filtro, que é o do significado. A fotografia, na sua mecânica do captar, é o tempo natural e irredutível da sua essência: memória. 
E a Figueira precisa de memória. Na Figueira existe muita porta fechada, muita mediocridade, muita mente pequenina. Mas, isto assim tem muito mais piada e dá outro gozo. 

Querem ver, que vai-se a ver e nada!..

 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

A lei dos eleitos locais é anacrónica? Não!

Uma  crónica de Silvina Queiroz, via Diário as Beiras

"No correr dos tempos, legislação “filha” do 25 de Abril tem vindo bastas vezes a receber o “título honorífico” de anacrónica! Foi o que aconteceu, por exemplo, com os diplomas que regulamentaram, felizmente por largos anos ainda, a eleição para os órgãos democráticos das escolas: a entretanto morta e enterrada “gestão democrática dos estabelecimentos de educação e ensino”. Provavelmente foi o que aconteceu com as alterações à lei eleitoral em Julho do ano transacto. Não sei. O que sei é que cada vez que se mexeu na lei foi com o intuito claro de reduzir a intervenção dos eleitores e o enfraquecimento do Poder Local. Por essa via se perderam muitos mandatos aquando de uma dessas “oportunas” revisões legislativas! O que precisamos nesta como em toda a Lei é que se respeitem os preceitos constitucionais sem tibiezas nem operações de martelamento dos diplomas, assim pervertendo a matriz, os pressupostos da sua génese. O que aconteceu nas escolas, foi que chegámos a um ponto em que já não há qualquer exercício de autêntica democracia: os professores no seu todo, os assistentes operacionais e técnicos, foram arredados da escolha electiva dos órgãos dirigentes das escola e que saudades têm desses tempos em que as suas voz e vontade tinham um amplo espaço de participação democrática! O que se pretende com a “iluminada ideia” de círculos uninominais? Exactamente a desvalorização do Poder Local, uma vez mais e desta feita de modo mais violento e, diria, ignóbil. Não concordo com o ápodo de “anacrónica” a classificar a lei eleitoral, não. Quereria era o seu aperfeiçoamento, aproximando-a da sua raiz nos já distantes anos do seu nascimento. Anacrónicos são todos os que, de uma maneira ou outra, se vão “esforçando” por subverter as heranças de Abril, os seus valores e a sua proximidade com as populações, combatendo a sua participação activa e valorada."

Depois do Cabedelo temos um jardim a arder...




Está a chegar o calor. Em breve, na televisão teremos a tragédia dos fogos, o espetáculo das chamas, as casas carbonizadas, as árvores queimadas, os carros ardidos e o desespero das pessoas.

A tragédia fascina, devora, faz-nos sentir parte do que quer que seja que está a acontecer. Mexe connosco. E dá audiências nas televisões e vende jornais.

No entanto, para lá das reportagens, do repórter que sofreu imenso e teve de voltar para trás por causa das "chamas enormes", para lá de tudo isso há a tragédia individual, o desastre que é para cada uma daquelas pessoas aquele fogo. Só aquele.

Já senti isso de perto. O crepitar violento que se vai aproximando, o fumo, não conseguir ver nada, mas tentar adivinhar o que ficou destruído, o sentimento de perder para sempre aquele espaço que nos era familiar, olhar para o lugar de sempre e nunca mais ver o mesmo. É horrível, faz-nos sentir medo e  pânico. Perder, ou temer perder, tudo no rasto do incêndio.

No Cabedelo o que está a acontecer tem muito de semelhante com isto.

A desgraça verdadeira, porém, não é o artigo de jornal ou a peça de televisão, é a tragédia individual, a impotência – a sensação da nossa pequenez e inutilidade perante as forças - da natureza e outras.

Há sempre um mal maior, haverá sempre outro mal, mas perder - ou temer perder - tudo sem poder contrariar, sem haver nada que se possa fazer, é essa a história de cada uma das vítimas dos incêndios como o do Cabedelo. Sim o Cabedelo foi queimado.

O resto - as culpas, as falhas, os desleixos, as críticas - o resto é importante, muito importante, mas é só para os outros. Para nós, quem perde uma árvore, um terreno, uma casa, um cabedelo, ou um jardim como o da foto, isso é tudo. E os figueirenses podiam ter feito tanta coisa...

Este jardim está a arder. Não sentem o crepitar violento? Ou já não conseguem ver nada por causa do fumo?

Quem me conhece, sabe que a Figueira é a minha cidade mundial preferida, mas há coisas tão simples de perceber...

Penso que quase todos o sabemos: o presente é uma desgraça (para não escrever uma merda, pois sou um cidadão educado).
Sendo assim, há lugar para a esperança de que o futuro possa vir a ser melhor?
Poder podia, mas não há...
A maior virtude da alienação é fazer-nos esquecer o futuro. 
Amanhã, podemos arrepender-mo-nos do que fizemos hoje (que pode ser o dia em que vamos votar para as autátquicas 2021).
No outro dia, será demasiado tarde...

Quem me conhece, sabe que a Figueira é a minha cidade mundial preferida...

 ... agora, com mais um argumento...

Imagem via Diário as Beiras

PEDRO ADÃO E SILVA, O COMISSÁRIO...

“Pedro Adão e Silva vai receber um salário superior a 4500 euros por mês durante 5 anos, 6 meses e 24 dias para preparar o 25 de Abril de 2024”. 

Pedro Adão e Silva, foi nomeado pelo governo para preparar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. Irá ganhar cerca de 4.500 euros por mês até ao final de 2026! 
Não é por acaso que cada vez há mais jornalistas e comentadores que não passam de porta-vozes ou comentadores do regime. 
Ganha-se bem. Bem mais do que a trabalhar... Quem é burro, vai para pedreiro...

E quem paga sabem quem é? Nós, os que pagamos impostos. E pensam que pela província não acontece nada disto?

terça-feira, 8 de junho de 2021

O presidente da Câmara da Figueira da Foz apresenta o programa de S. João

 VIA NOTÍCIAS DE COIMBRA

Cerca de 150 mil euros para o São João 2021
«De 18 a 27 de junho, decorrerão a Feira de São João, na avenida de Espanha, um espetáculo pirotécnico, no dia 23, “com seis pontos de lançamento instalados no contorno” da costa, o Festival das Caldeiradas, as serenatas Aquém e Além Mondego, a sessão solene do feriado local, a abertura da Quinta das Olaias ao público e a inauguração do Quartel da Imagem. No dia 24, a autarquia distingue algumas das “personalidades mais relevantes” da Figueira da Foz, além de prestar homenagem ao anterior presidente da Câmara, João Ataíde, que morreu em 2020, dando o seu nome à praça da zona ribeirinha, “uma das suas obras mais relevantes de requalificação urbana”

Duas crónicas para ler via o Diário as Beiras...

Primeira: "A lei dos eleitos locais é anacrónica?", por João Vaz.

Segunda: "Pelo poder local", por Teotónio Cavaco.

A Unidade de Saúde do Paião na Figueira da Foz está fechada desde ontem...

Via Diário as Beiras
"Enfermeira infectada obriga a fechar Unidade de Saúde do Paião na Figueira da Foz".

Imagem via Freguesia do Paião.

Autárquicas 2021: dos candidatos anunciados vamos ver quem não vai a votos....

Na Figueira da Foz, até ao momento, estão anunciadas as seguintes candidaturas: Pedro Machado (PSD), Miguel Mattos Chaves (CDS-PP), João Carlos Domigues (Chega) e Pedro Santana Lopes.

A reunião de câmara de ontem de manhã...

 ... via Diário as Beiras

A APA diz que se "impõe" tomar esta decisão "por se considerar ilegal a intervenção e para acautelar a segurança de pessoas e bens"...

«A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) suspendeu a obra e ordenou a demolição do equipamento de apoio que estava a ser construído na praia do Ourigo, no Porto, foi anunciado ontem segunda-feira.
A decisão vem confirmar as declarações do ministro do Ambiente e Ação Climática proferias em 28 de maio.»

Via Expresso

Ao menos, "às vezes, um pingo de dignidade"...

Pedro Cruz, jornalista. 
Via Diário de Notícias

«Um país pequeno, como o nosso, não tem necessariamente de ser pobre, submisso, estar acocorado, ajoelhado ou dobrado perante as grandes potências.
Um país pequeno não tem de ser a criadagem da Europa rica, ser subserviente diante dos mais poderosos nem bajulador dos mais fortes. 
A dignidade de um povo, quando a tem, não se mede pelo número de habitantes, pela quantidade de quilómetros quadrados ou pelo PIB per capita.

Ser pequeno não quer dizer ser pobre, subserviente, acocorado, ajoelhado. Às vezes, um pingo de dignidade de um Estado e de um povo não fazia mal nenhum. Mas, à nossa moda, sempre gostámos de uma família inglesa

«Demasiada politização dos cargos públicos», que o mesmo é dizer olhar pelo tacho dos "boys" and "girls"...

Via Diário de Notícias.

«Fernando Araújo. É médico, mas também gestor. Dirige o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, e tem sido distinguido pelos serviços que a sua unidade tem prestado. O sucesso pode estar na aposta nas lideranças, no planeamento e na motivação passada à equipa. Falhas tantas vezes detetadas no SNS, onde diz que há demasiada politização dos cargos públicos, o que não ajuda à profissionalização do sistema de saúde. Vou dar um exemplo: uma unidade que tem 400 milhões de orçamento, como é o caso dos hospitais de São João, Santa Maria, CHUC, etc., não é possível gerir com uma gestão amadora. Portanto, a exigência e a complexidade na gestão da saúde implicam que tenhamos os melhores à frente das instituições.»

Assistir a reuniões de Câmara na Figueira é como assistir a um espectáculo de comédia...

Estamos a viver tempos confusos e perigosos na Figueira.
Os actos até se podem perdoar. O carácter não se desculpa.

A Figueira ensandeceu?

A avaliar pelo que vi ontem em directo na reunião camarária, ao que parece a Figueira está concentrada numa questão: SER OU NÃO SER FIGUEIRENSE. 
Eu acho que a política ensandeceu na Figueira. 
Contudo, é provável que essa seja a questão essencial.
Há coisas tão patéticas, tão patéticas, que nem vale a pena comentar.

O vazio da era digital

Todos se podem ver no facebook. Todos se podem seguir no twitter e no instagam. Todos podem ler os blogues. Todos podem falar no watsapp. Todos podem conversar no messenger.
Contudo, falta o corpo. Não há sentimentos sem corpo.