Lembrança do escritor Luís Pacheco. Esta passagem de O Teodolito é obra.
"Onde estão agora os que foram meninos comigo, meus companheiros de bibe e calção? Gostava de ir lá vê-los à nossa infância, de irmos todos, reconhecermos todos como nossa ainda a pureza antiga, os projectos que enterrámos, as ilusões, os actos falhados. E, com efeito, o mundo dos adultos está cada vez mais triste, mais crápula, mais ratazana. É uma bicharada que vai a correr prò buraco do coval, comprometida e lassa, sem alegria, sem carácter, sem sentimentos, sem dignidade nenhuma. Não são gente: são baratas medrosas, assustadas sempre, que andam de luto por eles-mesmos e se escondem quando pressentem uma luz, a ousadia dum gesto, a virtude duma palavra. Adultos, cadáveres jovens. Metem dó, metem nojo, tão velhinhos e tão resignados. Cagarolas. Gostaria de os tornar a ver como eram, na infância."
"Onde estão agora os que foram meninos comigo, meus companheiros de bibe e calção? Gostava de ir lá vê-los à nossa infância, de irmos todos, reconhecermos todos como nossa ainda a pureza antiga, os projectos que enterrámos, as ilusões, os actos falhados. E, com efeito, o mundo dos adultos está cada vez mais triste, mais crápula, mais ratazana. É uma bicharada que vai a correr prò buraco do coval, comprometida e lassa, sem alegria, sem carácter, sem sentimentos, sem dignidade nenhuma. Não são gente: são baratas medrosas, assustadas sempre, que andam de luto por eles-mesmos e se escondem quando pressentem uma luz, a ousadia dum gesto, a virtude duma palavra. Adultos, cadáveres jovens. Metem dó, metem nojo, tão velhinhos e tão resignados. Cagarolas. Gostaria de os tornar a ver como eram, na infância."
No tempo em que havia meninos no Cabedelo |
O carisma de um político não se compra: ou se tem ou não se tem.
O divórcio entre a população e a classe política atinge níveis preocupantes.
O discurso oficial passa por dar a entender que é necessário trazer de volta a população à política e ao interesse pela coisa pública.
Contudo, será que interessa mesmo à classe política a participação do povo?
Claro que esta interrogação não tem aplicação para os indefectíveis partidários.
O povo é convocado e faz jeito em época de actos eleitorais e respectivas campanhas - nas inaugurações, nas sondagens, e pouco mais.
É a época das acções de rua, dos beijos, dos apertos de mão, das saudações, das multidões, dos palcos, das arruadas, dos discursos, dos aplausos, dos sorrisos, dos brindes, dos panfletos, etc. E no dia de ir a votos.
Uma das razões do afastamento do povo da classe política é esta comunicação sazonal que praticamente só existe de 4 em 4 anos.
Uma das razões do afastamento do povo da classe política é esta comunicação sazonal que praticamente só existe de 4 em 4 anos.
Por curtos períodos, toda a gente consegue perceber o que os políticos dizem. Precisam de se fazer entender, têm de ser claros, objectivos e directos, fazendo passar a sua mensagem. Depois das eleições tudo muda.
Vão ver a partir de Outubro próximo futuro.
Vão ver a partir de Outubro próximo futuro.