“Surf no Crowd”, um projecto exemplar que pretende revolucionar as praias da Região de Coimbra.
"O projecto "Surf No Crowd", promovido pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC), que pretende revolucionar as praias da Figueira da Foz, Cantanhede e Mira, através da prática de surf em praias pouco densificadas e detentoras das melhores ondas, foi publicamente apresentado na passada quarta-feira, no rooftop do Turim Boulevard Hotel, em Lisboa.
No evento apresentado por Luísa Barbosa, apresentadora e animadora de rádio, marcaram presença a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, o secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, o presidente da CIMRC, José Carlos Alexandrino, o representante do Turismo do Centro de Portugal, Jorge Loureiro, a representante da Comissão e Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno, o presidente do Instituto Superior Engenharia de Coimbra (ISEC), António Mário Velindro, o secretário executivo da CIMRC, Jorge Brito, os embaixadores do projeto, Cláudia Pinto, Gonçalo Cadilhe e Miguel Blanco, bem como os representantes dos municípios envolvidos no projeto – Cantanhede, Mira e Figueira da Foz – e da Ubiwhere, entidade responsável pela sua execução.
Destacando o facto de as pessoas procurarem cada vez mais destinos únicos, onde se sintam integrados, bem como a necessidade de ter produtos que sustentem o turismo durante todo o ano, a secretária de Estado, afirmou que o "Surf No Crowd" é um projecto exemplar e que demonstra que as CIM são "parceiras fundamentais" para o desenvolvimento dos territórios.
José Carlos Alexandrino, por sua vez, referiu que o projecto permitirá que, a partir deste momento, as praias sejam alvo de uma forte campanha de estruturação, qualificação e comunicação que irá, "sem dúvida, aumentar a sua notoriedade a nível nacional e internacional".
O presidente da CIMRC sublinhou que a tranquilidade, a autenticidade, as condições ideais para o surf, as escolas de surf, as maiores ondas direitas da Europa, os agentes privados, a arte xávega e, acima de tudo, a vontade de fazer acontecer, são os principais factores que farão do projecto, um projecto vencedor.
A apresentação da prancha oficial - sustentável e inteligente - que está a ser concebida em laboratório experimental, coube ao presidente do ISEC, António Mário Velindro, que não hesitou em afirmar que tem a certeza de que, daqui para a frente, "o surf e a Região de Turismo de Coimbra ficarão mais beneficiados".
Segundo o presidente do ISEC, os materiais ecológicos e reciclados estão a ter destaque na construção da nova prancha e a mesma garantirá melhor desempenho biomecânico, facilitando no processo de aprendizagem dos novos surfistas.
A ideia da prancha sustentável nasceu na Associação de Desenvolvimento Mais Surf, com sede na Figueira da Foz, entidade onde, num futuro breve, será o laboratório experimental."
Julgo ainda não ser consensual, mas muitos já deram por ela: a doença profunda de que a região centro padece chama-se ilusão.
Ela manifesta-se de múltiplas formas.
Arrogância, fuga para a frente, incapacidade de racionalizar e argumentar e, acima de tudo, negação.
Com esta listagem creio que, qual psicólogo, o primeiro passo a interiorizar é perceber que não é com pura racionalidade que se convence o doente, nomeadamente se utilizarmos um estilo assertivo recheado de argumentos. Adoptar esta postura só leva a que o iludido se feche e adopte uma atitude defensiva, tornando impossível a sua cura.
Preferível é deixar o doente falar e facultar-lhe espaço suficiente para se espalhar, algo que só o tempo e as circunstâncias que a realidade vai impondo, conseguem fazer valer. Sobra usar da paciência que este exercício impõe, o que convenhamos não é a atitude mais fácil, para quem no dia-a-dia é chamado ao combate político.
A prova de que a racionalidade é ineficaz pode ser verificada na forma leviana como o poder actua.
Portanto, mais vale flanquear o ilusionista, não o confrontando directamente, o que seria uma absoluta perda de tempo.
Mais vale ir falando para o povo sobre as consequências das ilusões que lhe andam a impingir.
Todos sabemos que para salvar a região centro é necessário outro milagre - só o de Fátima já não chega. Atendendo ao significado da palavra, sendo, como sabemos, milagre algo de sobrenatural, portanto, fenómeno oposto às leis da natureza, não é suposto ele acontecer aqui enquanto instrumento disponibilizado por estas entidades, para num ápice resolver os problemas da nossa região. Isto tinha-se resolvido, há muito, com pessoas e políticos competentes, com conhecimentos e experiência para o fazer, dotadas de bom senso, prudentes, responsáveis e, acima de tudo, que tivessem colocado os interesses colectivos acima de vaidades e agendas pessoais.
O que faltou não foi dinheiro, nomeadamente fundos comunitários, mas sim honestidade, inteligência e estratégia na sua utilização.
As ondas, essas, estão lá, pelo menos desde que tenho memória.