domingo, 28 de abril de 2019
sábado, 27 de abril de 2019
Portugal profundo...
"O engraxócagadismo implacável", via o sítio dos desenhos.
"José Cunha Carvão é o nome do presidente da Assembleia de Freguesia de Maiorca.
Carvão é o “doutor” da terra (é professor de geografia no instituto D. João V) e, como tal, é muito considerado e reverenciado por, enfim (quase) todos os seus paisanos. Todas as aldeias deste Portugal imemorial têm um assim e não só nas novelas de Aquilino. Embora tenha sido eleito nas listas do PS (Partido Socialista) ou talvez por isso, José Carvão representa aquilo que de mais reaccionário persiste ainda e sempre no Portugal profundo.
... na mais recente sessão da assembleia, em lugar de, como lhe compete, fazer cumprir uma proposta do eleito da CDU aprovada por maioria absoluta há três ou quatro assembleias atrás (adquirir um zingarelho para gravar as intervenções dos eleitos do povo) assim cuidando que as actas das sessões sejam transcritas com alguma fidelidade, de preferência sem erros de ortografia, José Carvão, em modo melífluo e embaraçado, de solícito e feliz engraxa-o-cágado decidiu propor, decerto a pedido de várias famílias, uma espécie de moção de desagravo, voto de louvor ou menção honrosa ou lá o que era, ao xelentíssimo senhor doutor João Ataíde das Neves que tanto fez pla freguesia e agora nos deixou para secretário d’estado.
Perante a ausência massiva de quase toda a bancada do PSD (o seu único representante presente, fleumático ou distraído, algo blasé, receio que levemente ensonado, não me pareceu particularmente entusiasmado) o eleito da CDU chutou para canto - sugerindo-lhe a moção por escrito, em assembleia a realizar.
De modos que na próxima assembleia, os eleitos do povo de Maiorca terão certamente o privilégio de votar (e os paisanos de assistir) à leitura em alta-voz da prosa encomiástica (se for em verso será uma ode, só espero que não seja cantada) de José Cunha Carvão em louvor do xelentíssimo e diligente autarca que ofereceu a Maiorca a inauguração do restauro do senhor da Paciência (aprovado pelo seu antecessor); a concretização de um projecto “fechado” (sem discussão pública) de arranjo urbanístico do Largo da Feira Velha; nenhuma solução para o restauro e posterior utilização do palácio do conselheiro Lopes Branco e idem idem aspas aspas para o Paço - além do abate despropositado das carvalheiras do campo da bola e das excelsas podas nas árvores ornamentais, claro.
Decerto irá para os anais. Isto, como é óbvio, se entretanto já houver gravador para a sessão - e consequentemente, actas fidedignas do acontecimento."
Manifestação espontânea: LOL!..
Aqui está um tratado de como orquestrar uma manifestação...
O "novo presidente", no meio dos jovens, vereador com o pelouro do Ambiente que, nos últimos anos, permitiu o dizimar de árvores pela cidade.
Pena que, em tempo oportuno, não se tenha associado à vigília pelas árvores de BUARCOS!
Na página do facebook da Escola Joaquim de Carvalho, há mais fotos. Facilmente se verifica que a manifestação foi um teatro e não teve nada de espontânea...
Mas um dos cartazes, de um dos jovens referia que "As árvores são vida, não as mates!!"
Dois dias depois do “dia inicial inteiro e limpo onde emergimos da noite e do silêncio”, recordo a brigada do reumático e a as suas juras de fidelidade eterna.
À distância de quatro décadas e meia, olho para trás e sinto (não sei se penso, mas sei que sinto) que estes políticos figueirenses, de hoje, me causam um muito maior incómodo, uma maior angústia, uma inquietação e uma quase ausência de alternativas que antes não existiam.
O regime, antes do 25 de Abril de 1974, era ora duro e violento, ora protectoramente hipócrita, tentando criar nas pessoas comuns, aquele estado de alma que a historiadora Irene Pimental tão bem descreve ao caracterizar, como ninguém, que a ditadura salazarista, não tinha legitimidade, nem futuro.
O futuro, para a minha geração, com o 25 de Abril, de uma ou de outra forma, mais ano menos ano, seria nosso.
O 25 de Abril é um reencontro com uma certeza tantas vezes antecipada, que apenas aguardava o tempo certo para poder ser concretizada. Essa a razão por que foi feito por gente igual a nós, que apenas tinha de diferente as armas que mantinha à sua guarda e que não hesitou em usar no momento certo.
Então éramos jovens e vivíamos paredes meias com a esperança no futuro como, em princípio, é próprio da juventude. Mas, há 45 anos, quase todos, velhos e novos, no essencial, não tínhamos dúvidas quanto ao que fazer, nem o que fazer, logo que a oportunidade surgisse.
Hoje, na Figueira, é diferente. Muito diferente. Daí a angústia que indiscutivelmente existe. Não quer isto dizer que o futuro não exista. Existe, só que para lá chegar vai ser necessário destruir muito do passado e simultaneamente construir penosamente o presente de cada dia. E é isso que assusta as pessoas: saberem que a destruição do passado vai necessariamente acarretar, durante um tempo que antecipadamente se não pode demarcar com rigor, um presente que será pior do que aquele que agora existe.
Contudo, pior só aparentemente, porque o que agora existe não tem qualquer futuro e piora a cada dia que passa.
A ilusão de que o actual presente pode ter futuro é o grande inimigo da mudança e é, bem no fundo, a razão da nossa angústia.
Por isso, hoje, dois dias passados sobre a comemoração dos 45 anos do 25 de Abril, na Figueira, mais do que Grândola, Vila Morena, é preciso cantar “Começar de novo…”
O "novo presidente", no meio dos jovens, vereador com o pelouro do Ambiente que, nos últimos anos, permitiu o dizimar de árvores pela cidade.
Pena que, em tempo oportuno, não se tenha associado à vigília pelas árvores de BUARCOS!
Na página do facebook da Escola Joaquim de Carvalho, há mais fotos. Facilmente se verifica que a manifestação foi um teatro e não teve nada de espontânea...
Mas um dos cartazes, de um dos jovens referia que "As árvores são vida, não as mates!!"
Dois dias depois do “dia inicial inteiro e limpo onde emergimos da noite e do silêncio”, recordo a brigada do reumático e a as suas juras de fidelidade eterna.
À distância de quatro décadas e meia, olho para trás e sinto (não sei se penso, mas sei que sinto) que estes políticos figueirenses, de hoje, me causam um muito maior incómodo, uma maior angústia, uma inquietação e uma quase ausência de alternativas que antes não existiam.
O regime, antes do 25 de Abril de 1974, era ora duro e violento, ora protectoramente hipócrita, tentando criar nas pessoas comuns, aquele estado de alma que a historiadora Irene Pimental tão bem descreve ao caracterizar, como ninguém, que a ditadura salazarista, não tinha legitimidade, nem futuro.
O futuro, para a minha geração, com o 25 de Abril, de uma ou de outra forma, mais ano menos ano, seria nosso.
O 25 de Abril é um reencontro com uma certeza tantas vezes antecipada, que apenas aguardava o tempo certo para poder ser concretizada. Essa a razão por que foi feito por gente igual a nós, que apenas tinha de diferente as armas que mantinha à sua guarda e que não hesitou em usar no momento certo.
Então éramos jovens e vivíamos paredes meias com a esperança no futuro como, em princípio, é próprio da juventude. Mas, há 45 anos, quase todos, velhos e novos, no essencial, não tínhamos dúvidas quanto ao que fazer, nem o que fazer, logo que a oportunidade surgisse.
Hoje, na Figueira, é diferente. Muito diferente. Daí a angústia que indiscutivelmente existe. Não quer isto dizer que o futuro não exista. Existe, só que para lá chegar vai ser necessário destruir muito do passado e simultaneamente construir penosamente o presente de cada dia. E é isso que assusta as pessoas: saberem que a destruição do passado vai necessariamente acarretar, durante um tempo que antecipadamente se não pode demarcar com rigor, um presente que será pior do que aquele que agora existe.
Contudo, pior só aparentemente, porque o que agora existe não tem qualquer futuro e piora a cada dia que passa.
A ilusão de que o actual presente pode ter futuro é o grande inimigo da mudança e é, bem no fundo, a razão da nossa angústia.
Por isso, hoje, dois dias passados sobre a comemoração dos 45 anos do 25 de Abril, na Figueira, mais do que Grândola, Vila Morena, é preciso cantar “Começar de novo…”
"Nativismo", a maneira de diminuir a concorrência e premiar o "amiguismo"..
Via Diário as Beiras
"Quem são aqueles que nasceram na Figueira? Os que cá vivem e trabalham a maior parte da sua vida? Os que defendem os interesses da terra, mesmo não tendo nascido aqui nem vivendo a maior do tempo na Figueira? Seria certamente uma discussão tão interminável quanto patética, saber quem são os “verdadeiros figueirenses”.
Carlos Tenreiro, vereador da oposição (eleito pelo PSD, mas afastado pelo partido), assume a defesa do “nativismo” relativamente ao presidente da câmara cessante, João Ataíde, e ao novo presidente. “Hoje é um dia de alegria para a Figueira da Foz, porque volta a ter um verdadeiro figueirense aos comandos do concelho”, realçou Carlos Tenreiro em sessão de câmara. Reparem nas palavras de Tenreiro - “um verdadeiro figueirense” - , ou seja, um membro desse clube de gente especial, os “verdadeiros”. Um dia de alegria porque o “nativo” Carlos Monteiro, que fez quase toda a sua vida aqui na Figueira, é agora presidente. E isso basta para alegrar Tenreiro.
Seria pertinente perguntar: Santana Lopes foi um “verdadeiro” figueirense? E Aguiar de Carvalho também? Ambos não nasceram na Figueira e de acordo com os “nativistas” ficariam excluídos da tribo.
Os partidos populistas, nacionalistas e xenófobos tendem a usar o “nativismo” para expressar a sua visão de sociedade. Excluem pessoas baseando-se no seu local de nascimento, na cor da sua pele, no seu credo religioso, afirmando-se politicamente pela defesa da tribo. E isto é perigoso, separa-nos e não ajuda a resolver os problemas globais."
sexta-feira, 26 de abril de 2019
Resta o vazio que essa pessoa deixou, as memórias que nos acompanham e o desejo de não a voltarmos a encontrar...
Em setembro do ano passado, "sem dar por ela... sem dar por ela", "aqui era bem visível que as árvores entre a rodovia e o Ovo iam todas à vida!"
O resultado foi este...
Antes, das obras da desarmonização era assim...
E, hoje, depois do dia de ontem, com uma manhã de discursos, música e uma tarde de sueca, acompanhada de 2 ou 3 tintos, uma noite de velhas músicas de intervenção na RTP1, mais um copos de vinho, sempre tinto, e poesia datada, coisas da época mais bonita da minha vida, estou para aqui a interrogar-me se esta coisa da Liberdade é algo que alguma vez irá estar ao alcance do Homem...
A intervenção da deputada Silvina Queiroz na sessão solene comemorativa dos 45 anos do 25 de Abril de 1974, realizada ontem no CAE
Chegámos a mais uma data “redonda”, como sói dizer-se. Cumprem-se hoje 45 anos sobre a Revolução que libertou o Povo da opressão feroz, da pobreza extrema, dos baixíssimos índices de escolarização, das perseguições políticas e da tortura física e psicológica de muitos. Aquela manhã linda abriu as portas dos cárceres e sossegou os opositores do regime maldito, que a qualquer hora, sempre preferindo a cumplicidade da noite, enviava os seus algozes a arrebatar das suas casas e das suas famílias aqueles que ousavam não concordar com o estado deste pobre País e com o esmagamento de todas as liberdades cívicas e individuais.
Vai sendo costume dar a esta comemoração um aspecto “delicodoce”, em que todos os cidadãos haveriam de partilhar de iguais sentimentos de júbilo e genuína alegria, considerando-o no mesmo patamar de apreciação desta data maior da história nacional e do seu patriótico significado. Lamento se a alguns de vós soar a “desmancha-prazeres”, a chamada “galinha preta”. Mas mesmo esta não enfia a cabeça na areia como a avestruz e tal não pretendemos também fazer. Lamento, repito, mas a verdade assim o exige. É óbvio para todos que não sentimos de igual modo a celebração deste dia glorioso “inteiro e limpo” de que de modo tão inspirado e sensível falou Sophia. É também claro que os que já viviam à época, não estiveram todos do mesmo lado da barricada contra o fascismo, que, meia volta, tentam maquilhar, havendo até quem bem recentemente - um dirigente político com ambições de liderança do País - tenha resolvido achar que ele, o fascismo, não existiu! Espantosa tamanha falta de seriedade política! Não temos, pois, pejo em afirmar que, se não tivesse raiado Abril, muitos teriam seguido comodamente com as suas vidas, porque a situação não bulia com eles. Afinal colaborando na barbárie, através do seu silêncio e dos seus preciosos antolhos. Ressalvo que não me dirijo neste momento a ninguém em particular, apenas partilho uma impressão forte, que me vem dos meus verdes anos, e que cada vez sinto como mais verdadeira. Perguntaria como o saudoso Baptista Bastos: “Onde estava você no 25 de Abril?” Eu, na U. C. Onde, desde o mês anterior, havia novamente escaramuças, com os cavalos da GNR a passear por entre as filas de estudantes que aguardavam a sua vez para almoçar nas cantinas. E onde estava o PCP? Na luta contra o regime desde 1926, na luta por melhores condições de vida e de trabalho, na luta por um País de todos para todos, em que toda a população tivesse acesso à educação, ao respeito, à sua opinião sobre qualquer que fosse o assunto. Esta tem sido a nossa acção ao longo dos 98 anos que levamos de vida, embora alguns muito tenham “torcido” para que nos “esfumássemos”…Na Figueira da Foz, como no resto do País defendemos a liberdade e a democracia, em todas as suas vertentes, não sendo despiciendo o aspecto económico. A Figueira da Foz possui algumas unidades industriais que muito frequentemente têm faltado ao rigoroso respeito pelos direitos dos seus trabalhadores, facto absolutamente abusivo e lamentável. Ficou por cumprir um compromisso do sr. ex-Presidente da Câmara, de acurada investigação das condições de acolhimento e de trabalho numa dessas unidades. Esperámos uma acção concertada com a ACT mas tal não aconteceu, que o saibamos.
Lamentamos a insistência em manter reuniões de Câmara à porta fechada, assim como a “exigência” de antecedência na entrega de documentos apresentados pela oposição para debate, apreciação e eventual votação nas sessões de Assembleia Municipal, estendendo-se agora esta antidemocrática prática às Assembleias de Freguesia!
Lamentamos a oportunidade perdida de renegociação do contrato de concessão das águas, tendo-se o Executivo vergado à plenipotenciária vontade da concessionária, continuando os munícipes a ser mal servidos e a pagar demais!
Lamentamos que, sem reflexão alargada e profunda, se tenha resolvido aceitar a transferência de competências, fazendo a vontadinha aos que desejam “menos Estado”, ou seja, a desresponsabilização do Poder Central sobre as mais candentes matérias, facilmente se prevendo, num futuro não muito distante, tentativas de privatização de sectores estratégicos e imprescindíveis.
Estamos tristes com este concelho, nomeadamente também do ponto de vista ambiental – a cidade está “despida”, feia, não atractiva para turistas e residentes. Não podemos omitir o lamentável desaparecimento indiscriminado de árvores e a mais que excessiva impermeabilização de várias áreas, através da aplicação de lajes. Este “tique” do abate de árvores saiu do espaço urbano e instalou-se noutros locais, designadamente junto ao Mosteiro de Sta Maria de Seiça, tendo transformado o terreiro em frente numa desolação dorida. Alegraram-nos notícias recentemente conhecidas sobre a intervenção no emblemático Mosteiro, ligado à fundação da nacionalidade. Mas o tempo urge e não se compadece com a lentidão das burocracias. Esperemos que se vá a horas de fazer algo por aquele espaço tão significativo que, mesmo em ruínas, continua a ser um ex-libris do concelho.
A nível nacional, prezamos as conquistas que se conseguiram, os avanços que sempre tiveram a marca do PCP: a gratuitidade dos manuais escolares, o abaixamento do IVA na restauração, as pequenas melhorias em alguns salários e pensões, o passe único, a ser estendido a todo o território. Aqui chegámos pela persistência do PCP, e em relação a esta última matéria já havíamos apresentado proposta em 2016! Proposta que não vingou na altura porque o BE se absteve e votaram contra as restantes bancadas! Apenas o PCP e o PEV a votaram favoravelmente.
De facto, sabe-nos a pouco o que foi conseguido e incomodam-nos algumas “pedras de tropeço” que foram surgindo no caminho: a título de exemplo apenas, o desrespeito pelo acordado aquando da discussão do OE 2018 a propósito do tempo de serviço não contado aos professores, apesar do assunto ter ficado consagrado na Lei 114/18 de 29.12. Esperamos que não se repita este tipo de atitudes nada dignificantes, nomeadamente na execução dos Programas que vão ser sufragados a 26 de Maio e 6 de Outubro. E por falarmos de Eleições, desafio a que comparem o trabalho desenvolvido pelos 3 deputados do PCP no Parlamento Europeu, com o trabalho desenvolvido por outros. Os dados são públicos, irrefutáveis e esclarecedores.
Neste dia jubiloso homenageamos todos os obreiros de Abril, os que deram a sua vida e o seu esforço à causa da Liberdade, comunistas e outros democratas. Igualmente rendemos sentida homenagem e gratidão aos militares que fizeram a Revolução com o risco das suas próprias vidas. Ontem tivemos a oportunidade neste espaço do CAE, de assistir ao programa comemorativo do 25 de Abril de 74, programa para o qual muito trabalharam nossos concidadãos, militares na altura aquartelados na Figueira da Foz e que daqui saíram para Lisboa, de madrugada, obedecendo à senha combinada e radiodifundida, levando nos seus jovens corações uma firme determinação e uma enorme esperança. Obrigada, amigos.
Vivam a Liberdade e a Independência Nacional!
Viva o nosso concelho!
Viva Portugal!
25 de Abril, Sempre! Fascismo nunca mais!
Vai sendo costume dar a esta comemoração um aspecto “delicodoce”, em que todos os cidadãos haveriam de partilhar de iguais sentimentos de júbilo e genuína alegria, considerando-o no mesmo patamar de apreciação desta data maior da história nacional e do seu patriótico significado. Lamento se a alguns de vós soar a “desmancha-prazeres”, a chamada “galinha preta”. Mas mesmo esta não enfia a cabeça na areia como a avestruz e tal não pretendemos também fazer. Lamento, repito, mas a verdade assim o exige. É óbvio para todos que não sentimos de igual modo a celebração deste dia glorioso “inteiro e limpo” de que de modo tão inspirado e sensível falou Sophia. É também claro que os que já viviam à época, não estiveram todos do mesmo lado da barricada contra o fascismo, que, meia volta, tentam maquilhar, havendo até quem bem recentemente - um dirigente político com ambições de liderança do País - tenha resolvido achar que ele, o fascismo, não existiu! Espantosa tamanha falta de seriedade política! Não temos, pois, pejo em afirmar que, se não tivesse raiado Abril, muitos teriam seguido comodamente com as suas vidas, porque a situação não bulia com eles. Afinal colaborando na barbárie, através do seu silêncio e dos seus preciosos antolhos. Ressalvo que não me dirijo neste momento a ninguém em particular, apenas partilho uma impressão forte, que me vem dos meus verdes anos, e que cada vez sinto como mais verdadeira. Perguntaria como o saudoso Baptista Bastos: “Onde estava você no 25 de Abril?” Eu, na U. C. Onde, desde o mês anterior, havia novamente escaramuças, com os cavalos da GNR a passear por entre as filas de estudantes que aguardavam a sua vez para almoçar nas cantinas. E onde estava o PCP? Na luta contra o regime desde 1926, na luta por melhores condições de vida e de trabalho, na luta por um País de todos para todos, em que toda a população tivesse acesso à educação, ao respeito, à sua opinião sobre qualquer que fosse o assunto. Esta tem sido a nossa acção ao longo dos 98 anos que levamos de vida, embora alguns muito tenham “torcido” para que nos “esfumássemos”…Na Figueira da Foz, como no resto do País defendemos a liberdade e a democracia, em todas as suas vertentes, não sendo despiciendo o aspecto económico. A Figueira da Foz possui algumas unidades industriais que muito frequentemente têm faltado ao rigoroso respeito pelos direitos dos seus trabalhadores, facto absolutamente abusivo e lamentável. Ficou por cumprir um compromisso do sr. ex-Presidente da Câmara, de acurada investigação das condições de acolhimento e de trabalho numa dessas unidades. Esperámos uma acção concertada com a ACT mas tal não aconteceu, que o saibamos.
Lamentamos a insistência em manter reuniões de Câmara à porta fechada, assim como a “exigência” de antecedência na entrega de documentos apresentados pela oposição para debate, apreciação e eventual votação nas sessões de Assembleia Municipal, estendendo-se agora esta antidemocrática prática às Assembleias de Freguesia!
Lamentamos a oportunidade perdida de renegociação do contrato de concessão das águas, tendo-se o Executivo vergado à plenipotenciária vontade da concessionária, continuando os munícipes a ser mal servidos e a pagar demais!
Lamentamos que, sem reflexão alargada e profunda, se tenha resolvido aceitar a transferência de competências, fazendo a vontadinha aos que desejam “menos Estado”, ou seja, a desresponsabilização do Poder Central sobre as mais candentes matérias, facilmente se prevendo, num futuro não muito distante, tentativas de privatização de sectores estratégicos e imprescindíveis.
Estamos tristes com este concelho, nomeadamente também do ponto de vista ambiental – a cidade está “despida”, feia, não atractiva para turistas e residentes. Não podemos omitir o lamentável desaparecimento indiscriminado de árvores e a mais que excessiva impermeabilização de várias áreas, através da aplicação de lajes. Este “tique” do abate de árvores saiu do espaço urbano e instalou-se noutros locais, designadamente junto ao Mosteiro de Sta Maria de Seiça, tendo transformado o terreiro em frente numa desolação dorida. Alegraram-nos notícias recentemente conhecidas sobre a intervenção no emblemático Mosteiro, ligado à fundação da nacionalidade. Mas o tempo urge e não se compadece com a lentidão das burocracias. Esperemos que se vá a horas de fazer algo por aquele espaço tão significativo que, mesmo em ruínas, continua a ser um ex-libris do concelho.
A nível nacional, prezamos as conquistas que se conseguiram, os avanços que sempre tiveram a marca do PCP: a gratuitidade dos manuais escolares, o abaixamento do IVA na restauração, as pequenas melhorias em alguns salários e pensões, o passe único, a ser estendido a todo o território. Aqui chegámos pela persistência do PCP, e em relação a esta última matéria já havíamos apresentado proposta em 2016! Proposta que não vingou na altura porque o BE se absteve e votaram contra as restantes bancadas! Apenas o PCP e o PEV a votaram favoravelmente.
De facto, sabe-nos a pouco o que foi conseguido e incomodam-nos algumas “pedras de tropeço” que foram surgindo no caminho: a título de exemplo apenas, o desrespeito pelo acordado aquando da discussão do OE 2018 a propósito do tempo de serviço não contado aos professores, apesar do assunto ter ficado consagrado na Lei 114/18 de 29.12. Esperamos que não se repita este tipo de atitudes nada dignificantes, nomeadamente na execução dos Programas que vão ser sufragados a 26 de Maio e 6 de Outubro. E por falarmos de Eleições, desafio a que comparem o trabalho desenvolvido pelos 3 deputados do PCP no Parlamento Europeu, com o trabalho desenvolvido por outros. Os dados são públicos, irrefutáveis e esclarecedores.
Neste dia jubiloso homenageamos todos os obreiros de Abril, os que deram a sua vida e o seu esforço à causa da Liberdade, comunistas e outros democratas. Igualmente rendemos sentida homenagem e gratidão aos militares que fizeram a Revolução com o risco das suas próprias vidas. Ontem tivemos a oportunidade neste espaço do CAE, de assistir ao programa comemorativo do 25 de Abril de 74, programa para o qual muito trabalharam nossos concidadãos, militares na altura aquartelados na Figueira da Foz e que daqui saíram para Lisboa, de madrugada, obedecendo à senha combinada e radiodifundida, levando nos seus jovens corações uma firme determinação e uma enorme esperança. Obrigada, amigos.
Vivam a Liberdade e a Independência Nacional!
Viva o nosso concelho!
Viva Portugal!
25 de Abril, Sempre! Fascismo nunca mais!
Não quero outro 25 de Abril...
Apenas exijo que me devolvam o 25 de Abril, que um executivo de maioria absoluta do Partido Socialista continua a roubar aos figueirenses, desde 4 de Novembro de 2013...
A crónica de hoje no Diário as Beiras
Carlos Monteiro, ontem, nas primeiras comemorações do 25 de Abril na qualidade de presidente da Câmara da Figueira da Foz...
Via Diário as Beiras
“Temos de continuar a pugnar por ter um concelho justo e temos de atenuar as externalidades negativas de quem vive na periferia”.
À semelhança de todos os outros oradores, o autarca defendeu as conquistas de Abril, advogando que “perspectivar o futuro é a revolução que falta fazer”.
Por outro lado, acrescentou, “o tanto que há para fazer é com o trabalho de todos”, mas “não é num computador com amigos virtuais”.
Nota de rodapé, via JP Figueira da Foz.
“Temos de continuar a pugnar por ter um concelho justo e temos de atenuar as externalidades negativas de quem vive na periferia”.
À semelhança de todos os outros oradores, o autarca defendeu as conquistas de Abril, advogando que “perspectivar o futuro é a revolução que falta fazer”.
Por outro lado, acrescentou, “o tanto que há para fazer é com o trabalho de todos”, mas “não é num computador com amigos virtuais”.
Nota de rodapé, via JP Figueira da Foz.
quinta-feira, 25 de abril de 2019
Eles comem tudo!..
25 de Abril em versão comercial...
"acto histórico que mais impacto tem nas vida das pessoas da minha geração entrou agora naquela fase sem adjectivos possíveis. Faltam-me mesmo as palavras. Dá-me comichão, ataca-me a tosse.Talvez o bisolnatural seja mesmo aquilo de que estou a precisar.
Viva o 25 de Abril."
Na Figueira é carnaval, sempre!.. Mesmo no 25 de Abri... Xiça...
A Figueira tem políticos impagáveis. Então, este executivo de Buarcos e São Julião... Será que pensa com os pés?..
O agricultor, bancário, sindicalista e político Gandarez
Imagem via Diário as Beiras |
No momento em que a Figueira política vive a ressaca da ida de João Ataíde para Lisboa, Miguel Pereira, agricultor, bancário, sindicalista e político foi ao Dez & 10.
A minha perspectiva sobre a sua prestação no programa, é a de um vulgar e anónimo cidadão, que tem a sorte de ser lido por alguns leitores de blogues. Isto significa que não sou bem relacionado nem influencio ninguém. Sou, portanto, parente do "Zé Povo". Só não sou um verdadeiro "Zé", porque esse não escreve nem lê blogues.
Contudo, é ele o "Zé"que decide as eleições.
Miguel Pereira, sabe por saber de experiência feita, que se quiser fazer carreira tem de colaborar com o status que manda no partido. Isto acontece porque o cidadão Miguel Pereira sabe que é o partido que promove uma carreira.
Um cidadão que já tenha iniciado uma carreira não está interessado noutra. A carreira, no PS Figueira (no caso do Miguel Pereira, também poderia ter acontecido no PSD...) vê-se todos os dias. Desde os microcéfalos, que porque colaram muitos cartazes, hoje, uns, têm cargos políticos e, outros, os denominados "tachos". Há ainda os "penduras" que procuram, com tenacidade e dedicação, uns gramas de poder e notoriedade.
A contribuição desinteressada é olhada de lado e vista assim como uma espécie de doença rara. É alienígena ao ambiente reticular de compromissos, facções, serventias, bajulações e traições.
Miguel Pereira assume-se como trabalhador incansável e convicto do contributo positivo que pode dar "a fazer mais e melhor". E não "fez um mau negócio", é o "negócio que quis".
Nisto tudo onde ficou a ideologia? Na Figueira, ninguém espera que a miscelânea política que governa a Figueira no tempo que passa produza ideias, pensamentos ou visões do desenvolvimento concelhio.
Também, para quê? O verdadeiro "Zé", aquele que não escreve nem lê blogues, é que decide as eleições...
Um blogue nascido a 25 de Abril
E o dia, 25, também não foi por acaso.
Gosto que este blogue, OUTRA MARGEM, faça anos no 25 de Abril.
Já lá vão 13.
Obrigado pela paciência, atenção, carinho e sentido crítico com que me acompanham.
Não é também coincidência gostar de cravos vermelhos.
Gosto de cravos vermelhos e o que eles significam: liberdade, democracia, respeito, amor e paixão.
Vida.
O cravo, por um feliz acaso, ficará para sempre associado à revolução de Abril de 1974.
Com o amanhecer, as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, apoiando os soldados revoltosos. Alguém (existem várias versões, sobre quem terá sido, mas uma delas é que uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel, foi vista por um soldado que pôs um cravo na espingarda e, em seguida, todos o fizeram), começou a distribuir cravos vermelhos pelos soldados que depressa os colocaram nos canos das espingardas.
O vermelho, como cor dominante dos cravos de Abril, também talvez não tenha sido coincidência: é a cor do fogo e do sangue, o símbolo fundamental do princípio da vida, com a sua força, o seu poder, o seu brilho.
13 anos de vida deste blogue, representa muita persistência, muita resistência e muita resiliência. E muita noite mal dormida.
Os tempos mudaram. Também na Figueira, sucederam-se ciclos políticos.
A blogosfera local também mudou. Alguns dos seus protagonistas deixaram de por aqui andar, transitando para as colunas da imprensa ou para as ondas da rádio.
O autor deste blogue também por lá anda, mas este espaço permanece com a sua identidade própria.
Continua a haver tanto por fazer. Ideias não faltam.
De repente, passaram 13 anos. O que fica do percurso iniciado em 25 de Abril de 2006?
Não serei eu a fazer esse balanço. Isso, caberá a quem nos lê.
«A imortalidade é esse dom que os deuses depositam na memória dos amigos».
quarta-feira, 24 de abril de 2019
Sempre!
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